Capítulo cinco "O Telefonema "

Estava frio e todos estavam na sala. A lareira estava acessa. Harry estudava, estava lendo seu livro de feitiços do ano passado. Sua tia Petúnia fazia tricô, tio Válter lia um jornal, ele não tinha ido ao trabalho porque estava muito gripado e Duda estava na sala pedindo permissão a sua mãe para sair mas sem nenhum sucesso.

- Duda, fique aqui, não quero que você saia hoje. Agora você não para em casa, fique hoje aqui, seu pai está doente.

Petúnia nem olhava para o filho enquanto falava com ele, seu tricô estava muito mas interessante.

- Que besteira é esta, Petúnia. Deixe o menino ir, eu não estou doente, e além do mais Duda não é enfermeiro - olhava para Duda por cima do jornal - Você pode ir, contanto que não volte tarde - disse Válter advogando o filho.

Petúnia não aprovava nem um pouco, Duda estava ficando muito "rueiro".

- Nada disso, fique aí! Vá estudar... Faça igual a Harry.

Duda e Válter levantaram a sobrancelha simultaneamente e Harry ficou muito surpreso de ouvir seu nome no meio da conversa. Ninguém falava nada, estava um silêncio, Duda fazia cara de nojo por sua mãe pedir para que ele seguisse o exemplo de Harry.

O silêncio foi cortado bruscamente pelo toque do telefone. Tio Válter levantou-se rapidamente fazendo com que seu jornal voasse para todos os lados.

- Válter Dursley.

- ALÔÔÔÔÔÔ!!

Harry reconheceu aquela voz, era de Rony! Harry sentiu seu estômago gelar, da última vez que Rony ligara para Harry não tinha sido muito legal. Sentiu todos da sala olhando curiosamente para ele. Seu tio estava quase espumando, não falava nada, apenas a sua coloração vermelho berrante já assustava Harry e dizia claramente que seu tio não estava nem um pouco feliz com este "ALÔ" alto.

- ALÔÔÔÔ???? TEM ALGÉM AÍ???

- É CLARO QUE TEM!!! O QUE VOCÊ QUER? QUEM É VOCÊ?

- É RONALD WEASLEY, AMIGO DE HARRY! ELE ESTÁ

- COMO VOCÊ SE ATR...

Tio Válter não conseguiu terminar, sua mulher tinha tirado o telefone bruscamente de sua mão.

- Olha ele já vai, não precisa gritar.

- O.K.

Não adiantou muito Rony gritou do mesmo jeito. Harry se preocupava com a bronca que iria levar. Duda dava risadinhas abafadas, seu tio nem piscava e Petúnia estendia o telefone normalmente como se nada estivesse acontecido.

- Rony?

- OI, HARRY!

- Rony, não precisa gritar eu posso te ouvir, fala normal.

- Harry, você... pode...me...escutar??

Rony abaixara o tom de sua voz e Harry pode ouvir o alvoroço que estava fazendo a família Weasley.

- Posso.

- Então, achei...melhor...ligar...do...que...mandar...uma...coruja...é...mais...rápido

- Rony dá pra você falar normal, tá falando muito devagar!

Parecia que Rony tinha ficado surdo, não ouvia mais Harry.

- Vamo..s..te..pegar...as..três...da...tarde....nor...mal...mente...

- Rony?

- Não..vai..todo..mundo...não...e

Era impossível escutar a voz de Rony agora, ele falava devagar, baixinho e estava tento um alvoroço na casa de Rony, era um monte de vozes.

- RONY!!!!!!

Todos na sala olharam assustado para Harry, tio Válter voltou a ficar vermelho.

Rony ficou quieto e Harry ouviu a Sra. Weasley brigar com Fred para parar de importunar Percy, este por sua vez estava falando muito alto com Gina porque ela estava tampando sua visão de Rony falando ao telefone. Gina estava chamando a atenção de Jorge, porque este estava querendo falar com seu pai. Arthur estava falando ao ouvido de Rony o que ele deveria falar para Harry. E a voz de Rony que era bom, nada! Harry ouvia todos falando e até imaginava a situação.

- Rony escuta só, fala para o pessoal aí ficar mais quieto, porque eu estou ouvindo tudo menos você. Segundo fala normal você está falando muito devagar e baixinho. Rony?

Harry escutou o berro de Rony com a família.

- GENTE, GENTE, HARRY PODE OUVIR VOCÊS, FIQUEM QUIETOS! ELE PODE OUVIR!

Harry ouviu algo parecido como "Nossa este tel lefone é mesmo potente" do Sr. Weasley. Todos ficaram quietos.

- Harry, pode me ouvir agora?

- Claro! Tudo bem por aí?

- Tudo, eu já estava cansado de falar devagar, meu pai falou que era pra falar assim. Nem ele e nem Percy foram trabalhar hoje, dia de folga, você acredita!

- Como assim? Folga?

- Pois é, ordens do Cornélio Fugde. Meu pai achou estranho mas...

- O que será que ele esta aprontando hein, Rony? Acho estranho esta história...

Harry ouvia vozes de novo, mas já não atrapalhavam mais.

- Meu pai sabe de alguma coisa, tenho certeza, mas ele não quer dizer.

- A gente tem muito o que investigar este ano...

- É, você gostou do livro que eu te dei?

Harry deu risada.

- Aonde você comprou aquele livro? É engraçado, as palavras falam uma com as outras.

- Meu pai foi no Gringotes e eu passei na Floreios e Borrões e comprei pra você.

- Já comprou suas coisas? Na carta você dizia que não.

- Não, só fui lá com meu pai. A gente te pega amanhã as três. Não se atrase!

Rony e Harry deram risadas, foi aí que reparou que seu tio lhe fazia cara feia, já era mesmo hora de desligar o telefone.

- Tá, amanhã a gente se fala. Tchau, Rony!

- Tchau Harry. Ah desculpa, seu tio...

- Deixa pra lá Rony!

- Tá, tchau.

Harry colocava o telefone no gancho, quando viu seu tio caminhando em sua direção. Ele estava totalmente vermelho. Até que Harry não levou a bronca que estava esperando. Sua tia lhe protegeu, não deixando que Válter pegasse no seu pé como o de costume.