Capítulo Sete "Confederação Internacional de Bruxos"
A viagem de carro pr'A Toca foi tranqüila. Os três faziam comentários sobre a mudança de Petúnia, o mais falante era o Sr. Weasley. Todas as perguntas que Arthur Weasley teve que engolir e armazenar foram despejadas, de uma vez só, pra cima de Harry. Todos falavam ao mesmo tempo, fazendo um alvoroço que o garoto gostava tanto.
Apesar da viagem correr tranqüila, Harry não via a hora de chegar n'A Toca e interrogar Rony sobre a tal Confederação.
Harry já tinha ouvido falar em algum lugar, mas foi bem vagamente, estava tão curioso tanto quanto o Sr. Weasley sobre a câmera que fazia a segurança da residência dos Dursley. " Esses trouxas sabem se virar muito bem sem a magia!"
Arthur fez o favor de pegar o malão de Harry e este carregava a gaiola vazia de Edwiges, fazia dois dias que sua companheira estava fora, Harry sentia falta de sua coruja.
- Nossa como vocês demoraram! Aconteceu alguma coisa?
Era Gina, estava mais bonita do que na foto, tinha os cabelos soltos e estava muito sorridente.
- Não, aconteceu nada, Gina, ou melhor aconteceu. A tia de Harry nos recebeu muito bem, uma pessoa adorável! Que bom encontrar a casa em pé! – a Sra. Weasley parecia feliz ao falar isso à Gina.
- Mãe! Está cansada de saber que eu sou responsável, sempre vem com essa conversa e...
Gina viu Harry e este lhe deu um sorriso, a menina deveria ter corado, mas o lugar que se encontravam tinha pouca claridade.
A Sra. Weasley entrou resmungando alguma coisa.
- Oi - disse Harry.
- Oi, você está enorme! O que os trouxas te deram pra comer? - falou Gina, sorrindo.
- Você também esta grande e com os cabelos soltos!
Desde que Harry conhecia Gina, a maioria das vezes a menina mantia os cabelos presos.
- Ih, Harry essa aí descobriu que tem cabelos. Vive jogando de um lado para outro. Ela vivia reclamando do cabelo e agora está de amores com ele – contou Rony.
Harry e Rony deram risada. Gina encarou o irmão com um sorriso nos lábios e deu um tapinha nas costas de Rony.
- Rony, você só fala besteira! Vamos entrar.
Harry entrou n'A Toca e se sentiu como estivesse em casa.
- Como vai, Harry! – disse alegremente Carlinhos.
- Tudo bem, e os dragões?
- Todos muito bem, olha o que um Olho-de-opala me fez – Carlinhos mostrou sua mais nova cicatriz em seu braço. – Ele estava muito agitado. Geralmente essa espécie é calma.
- Hum, deve ter ardido muito e eu não considero nenhuma espécie de dragões calma! Carlinhos abriu um largo sorriso.
Percy Weasley caminhou na direção de Harry, estendeu a mão, era extremamente formal.
- Seja bem-vindo, Harry.
Depois de ter cumprimentado todos, Harry se deixou esparramar no sofá, que era muito confortável. Gina se sentou na frente do garoto.
- Hey, Harry. O que você tem?
Gina realmente havia mudado, nunca passava pela sua cabeça a menina puxar conversa com ele.
- Hã? Está tudo bem comigo.
- Mas não parece...
- Eu estou feliz de estar aqui, a sua família me faz bem.
Gina corou levemente. Olhou para Harry e sorriu.
- Nós também gostamos te ter você aqui, quer você queira, quer não, já faz parte da família Weasley!
Ambos sorriram sem graça e Rony se juntou a eles.
- Do que estão falando? – disse Rony animado.
- De como Harry é bem-vindo em nossa família – falou Gina.
- Ele sabe que é! Meu pai aumentou o meu quarto, Harry, com o consentimento do Ministério, é claro.
- Quem ouve pensa que seu quarto virou uma sala, né, Rony! Só foram alguns centímetros e... - Rony interrompeu sua irmã.
- Gina, você diz isso porque não foi o seu quarto! Esses "centímetros" já fazem uma grande diferença!
- Vocês começaram de novo? Não agüento mais isso! O que você fez pra ela, Rony? - era Fred acompanhado de Jorge. Jorge sentou-se ao lado de Harry e reclamou.
- Esses dois vivem discutindo agora, por causa de besteirinhas.
- Besteirinha, Jorge! Ela estava falando do meu quarto pela quadragésima vez! Ela que fica me perturbando!
As orelhas de Rony estavam vermelhas. Harry pôde concluir que os dois já tinham discutido esse assunto por várias vezes. Gina não parecia se importar mais com Rony, brincava com uma mecha de seu cabelo sem ao menos ligar pra o que o irmão falava. Mas ele parecia querer discutir isso pela quadragésima primeira vez.
- Agora vai se fazer de boba? Fingir que está surda? Pra mim então está ótimo, não fale mais comigo, ouviu, Gina!
- Ih, chegou a hora de entramos em cena, Fred – falou Jorge, levantando-se.
Os dois se posicionaram de forma que os três vissem a encenação. Harry sentiu que ia se divertir com aquela situação.
Fred mexia em um cabelo imaginário, jogava a cabeça pra lá e pra cá. Imitava Gina. Já Jorge apertava as suas orelhas de modo que elas ficassem vermelhas iguais ficavam as de Rony quando nervoso. Feito isso, imitou, com perfeição, a expressão de Rony. Fred contou até três e...
- Rony você vive se gabando dos poucos centímetros a mais que o seu quarto tem – Fred agora enrolava nervosamente uma mecha de cabelo imaginário. – "Meu quarto isso, meu quarto aquilo".
- Gina, você fala isso porque queria que o seu fosse aumentado também! Meninas, sempre querendo mais espaço do que já tem!
- MENINA? Eu não sou MENINA!
Era incrível como Jorge e Fred imitavam com perfeição as caras e bocas de Gina e Rony. No começo do "teatrinho" era fácil perceber o tamanho do bico de Rony e a cara amarrada de Gina, mas logo aquelas feições se desmancharam em largos sorrisos, para a alegria de todos.
E ficaram por horas conversando sobre tudo que se poderia conversar.
- Nós temos que pensar no time da Grifinória, hein? – disse um Jorge pensativo.
- Nossa, eu nem tinha pensado nisso! Estamos sem um goleiro – falou Harry. – Imagine o ano que vem!
- Hey, Rony, você poderia ser o goleiro, não podia? – disse Gina muito animada. – Você joga bem no gol!
- Gina, você tem cada idéia, eu, no gol! Nem pensar! Não mesmo.
Rony parecia desanimado com a idéia.
- Por que não? Seria legal, e a Gina tem razão, as vezes que jogamos quadribol aqui na sua casa você pegava bem as goles. Já temos um novo goleiro e ele é meu irmão! – Fred abria um largo sorriso.
- Até parece, terão muitos candidatos à vaga de goleiro no time da Grifinória. E eu...
Rony foi interrompido por um Harry impaciente.
- Você se subestima demais, Rony, você pode ser o nosso futuro goleiro, um pouco de treinamento e estará pronto! Todo mundo ficaria orgulhoso de você.
- Já estou até vendo, "Ronald Weasley o goleiro invencível" ou até melhor, "Ronald Weasley a parede da Griforiana", você distribuindo autógrafos e tirando foto! – imaginou Jorge, alegremente.
- É, até que seria legal - concordou Rony, sorrindo e pensando melhor .
Aquela conversa tinha tomado um rumo engraçado e Harry se sentia bem de seu amigo se entusiasmar com a vaga de goleiro. Agora participavam também da conversa Gui e Carlinhos. Este contava suas partidas de quadribol quando era um apanhador.
- Vamos, pessoal, vamos subir. É hora de dormir. Todos, amanhã vocês conversam mais.
Molly queria ver todos na cama, inclusive Gui e Carlinhos.
- Não adianta fazer essa cara pra mim querido, todo mundo para a cama – Molly passou a mão nos cabelos compridos e vermelhos de Gui.
Harry não via a hora de dormir e acordar pra poder conversar sobre a Confederação.
Chegando ao quarto era visível a mudança. Antes, parecia que tudo era mais apertado, menor, sufocante. Não mais. A cor das paredes do quarto de Rony haviam mudado também. Uma vez laranja berrante agora era um verdinho claro misturado com uns tons de azul cobalto. Não havia mais nenhum pôster de Vitor Krum. O quarto já não era tão enfeitado. Rony havia crescido, amadurecido. Mas ainda tinha um pôster do Chuddley Cannos, time favorito de Rony, recebendo grande destaque.
- Rony, seu quarto está legal - disse Harry examinado uma das prateleiras com um monte de livros.
- Está mesmo, presente de aniversário adiantado! - exclamou Rony alegremente se atirando em sua cama. – Tem um beliche agora, especialmente pra você! Assim nem você e nem Carlinhos precisa dormir naquele colchonete.
- Azul é a minha cor preferida, melhor que vermelho – contou Harry.
Eles estavam sozinhos no quarto e Harry decidiu continuar a conversa interrompida por sua tia. Não conseguia, sua curiosidade era demais.
- Rony, hum... E como funciona a Confederação?
- Harry.
Rony havia fechado delicadamente a porta, aquilo era um assunto delicado, Harry pensou. Agora ele olhava para um amigo num olhar de censura.
- Sabe, é um pouco complicado falar sobre isso – ele olhou para porta fechada com medo de alguém ouvir a conversa, e continuou; – Ninguém poderia saber disso aqui em casa. É um assunto de respeito ao Ministério da Magia.
- Hum, é secreto então.
- Ultra secreto! Meu pai deixou escapar isso há alguns dias, nós nem falamos sobre isso.
- É tão grave assim essa Confe... – Harry se censurou. – Isso?
- É. Não a Confederação – Rony falava muito baixo –, mas do que ela se trata. É sobre Corné... – Carlinhos entrara no quarto todo esvoassante, interrompendo Rony. E Carlinhos percebeu que havia interrompido algo
- Hum, o que vocês dois estavam conversando para parar deste jeito? – perguntou Carlinhos, procurando alguma coisa no guarda roupa.
- Era sobre quadribol, sobre, hum... O dia que Harry, hum... Ganhou de... Da... A Firebolt! - definitivamente, Rony não sabia mentir.
- Sei, quadribol – disse Carlinhos, com um tom de voz malicioso. – Vocês precisam falar de outras coisas, como garotas, é melhor do que falar de quadribol! - Carlinhos fitava os dois. - Era disso que vocês falavam! Já não era sem tempo! – e abria um sorriso enorme, mostrando seus dentes branquinhos.
- Garotas, nunca sabem o que querem... Eu não sou capaz de entendê-las! Extremamente complicadas – Rony tirava seus sapatos e os jogou bem longe da capacidade do olfato humano.
- A gente nunca sabe o que elas estão pensando, mas elas sempre sabem o que nós estamos pensando – complementou Harry.
- A Mione é assim – falou um Rony sonhador –, nem dá para explicar.
- Huuuum – disseram em conjunto Carlinhos e Harry.
- Estava demorando pra falar de Hermione. Rony, eu acho que você está apaixonado – comentou o mais velho.
Carlinhos e Harry seguraram visivelmente a risada, Rony estava incrivelmente sem graça.
- Vocês dois podem dar as mãos e sair andando! Eu não tenho nada com a Hermione, nós somos amigos, só isso.
- Ih, Carlinhos é melhor a gente parar por aqui. Se não ele vai ficar nervoso!
Rony, ficou vermelho, Carlinhos e Harry exibiam um sorriso no rosto.
- Rony, você está na frente de seu irmão e de seu melhor amigo, não há por que você se envergonhar.
Caminhou até Rony, deixando um armário bagunçado para trás, forçou uma cara séria e sentou ao lado de seu irmão.
- Afinal, você gosta ou não dela?
- Já disse que não! Não, não, não e não! Hermione é só minha AMIGA!
- O.K, se você diz que não gosta mesmo dela, não posso fazer nada. Vamos dormir que nós ganhamos mais, não é mesmo, Harry?
- Oh, é claro.
Todos, dormiram. Harry dormiu um sono profundo, semelhante ao da noite de seu aniversário. No momento que pisara na casa dos Weasley parecia que as preocupações tinham abandonado a sua cabeça. Não demorou a dormir. Geralmente rolava e desenrolava, experimentava várias posições, ficava de cabeça para baixo em cima de sua cama. Esta ficava toda desarrumada, e o sono não vinha. Quando pegava no sono parecia que tinha dormido apenas duas horas.
Mas aquele dia foi diferente, quando sua pele entrou em contado com os lençóis cheirando flores do campo adormeceu rapidamente, só acordando na manhã seguinte, com o cheirinho de panquecas tomando conta do quarto, fazendo Harry ficar consciente novamente.
Harry desceu e notou que foi o último a despertar. Todos já estavam à mesa.
- Bom dia, querido, dormiu bem? – Molly parecia estar bastante alegre naquela manhã.
Harry fez que sim com a cabeça.
- Que bom, você estava com cara de cansado ontem.
- Eu estava mesmo – disse, servindo-se de uma torrada.
- Mãe, quando é que nós vamos ao Beco Diagonal? – perguntou Gina, muito animada.
- Gina, acho que não vai dar para todos irem no Beco – Arthur Weasley parou de examinar o jornal para olhar no rosto de sua filha. – Está perigoso demais.
- Não vai dar? – perguntaram num coro só Gina, Fred, Jorge, Rony e Harry.
- Não vai dar? Por quê? Imagina, Arthur! Não há perigo algum, você disse que a segurança havia uma grande segurança no Beco Diagonal, não disse?
Molly pareceu irritada com aquele assunto.
- Eu disse, mas, mesmo assim, é perigoso. Prefiro que você vá com Carlinhos e o Gui, antes de eles partirem. Não quero expor as crianças.
- Arthur Weasley! – e levantou da sua cadeira. - Está tudo sobre o controle, não está? Você me disse ontem que...
Sra. Weasley fora interrompida por um olhar de censura de seu marido e levou o dedo à boca fazendo sinal se silêncio. A Sra. Weasley percebeu que falara demais e sentou-se.
- Vocês acham que nós somos crianças? Ninguém aqui é bebê! Estou cansado desta história, segredinhos para lá e para cá! Tenho dezessete anos, não sou bobo. Sei o que está acontecendo. Todo mundo já percebeu! O que está acontecendo pai!
Fred se levantou, jogando com tudo seu guardanapo em cima das suas panquecas, estava vermelho.
- Fred, Fred, senta aí! Não tem nada de errado aqui, ouviu! Você não sabe de nada porque não existe nada para saber! Senta aí e tome o seu café!
Gui estava um pouco exaltado.
- Não existe nada para saber? Há, há, há! Grande piada, desde quando você tem senso de humor, Guilherme?!
- E desde quando você se tornou tão mal educado?
Ouve uma grande pausa. Jorge e Rony se levantaram ao mesmo tempo.
- Eu estou com o Fred, o que acontece nesta casa? – Jorge falou tão sério, Harry nunca tinha visto Jorge daquele jeito.
- É, pai, o que está acontecendo? Mais tarde nós iremos ficar sabendo, não faz diferença! – indagou Rony.
Arthur não parecia estar gostando nada daquela história.
- Não há nada para saber. Percy, estamos atrasados.
Percy levantou e ambos desaparataram.
- É sempre assim, " Percy estamos atrasados". Mas que coisa!
Fred deixou a cozinha, Jorge, Gui e Rony foram atrás dele.
Molly passou a mão em seus cabelos, toda aquela alegria de minutos atrás sumiu, seu semblante era de tristeza.
- Olha, não sei o que está acontecendo, mas é melhor não ficar assim – disse Harry, na esperança de reanimar Molly. – Se não dá para ir ao Beco, nós não iremos.
- Harry, meu pai é exagerado. Lá está totalmente seguro, não haverá nenhum ataque. Não sei o que o Ministério fez no Beco e em outras comunidades mágicas, mas está seguro. Vai mãe, vamos arrumar esta bagunça – falou Carlinhos, abrindo um sorriso.
Molly sorriu timidamente e se levantou.
- É vamos, arrumar esta bagunça. Harry e Gina se quiserem ir, eu e Carlinhos arrumamos tudo aqui.
Harry se retirou apanhando uma fatia de bolo de chocolate. Surpreendeu-se quando suas vestes foram puxadas por Gina. Ela chegou mais perto de Harry e cochichou "Vamos lá fora".
Fazia um dia bonito, os pássaros cantavam alegremente e fazia um solzinho acolhedor. Harry e Gina se sentaram debaixo de uma árvore um pouco distante d'A Toca.
- Não agüento mais esta história também. Meu pai está estranho, preocupado, nunca o vi assim antes.
- É, muita coisa lá no Ministério...
- Acho que ele vai enlouquecer, não fala quase nada, não conta piadas, não come, não dorme. A gente não sabe de nada. Ou melhor sabemos, meu pai deixou escapar algo sobre a Confederação...
- Rony também me disse dessa tal de Confederação...
Harry se sentia estúpido por não saber o que era a Confederação Internacional de Bruxos, era importante, de fato, mas que poderes elas tinham sobre os bruxos? Harry decidiu que a partir daquela data procuraria se interessar nesses tipos de assuntos, saber um pouco mais do mundo da Magia.
- Pensei que Rony já tinha te falado, ontem... Na sua casa.
- Não, nós não conseguimos falar direito. Minha tia apareceu chamando para o café e ontem Carlinhos entrou no quarto, não deu pra falar nada.
- É, nós não deveríamos saber disso. Acho que – Gina olhou para os lados para verificar se alguém estava na escuta, não encontrando olhou nos olhos de Harry e prosseguiu – vão tirar Cornélio do cargo, é isso que Rony está achando...
- Cornélio está agindo de forma estranha sobre o Você-Sabe-Quem...
- A Confederação se trata de bruxos reunidos por motivos realmente fortes. Jorge nos disse que existem vezes que eles se reúnem sem ao menos a gente saber....
- E o que eles podem fazer com Fudge?
- Eu não sei explicar como funciona, são bruxos de todos os países, reunidos. Bruxos poderosos.
Gina olhou para o lado e viu um Harry pensativo.
- Olha lá o Rony, ele vai te explicar melhor agora...
Rony caminhava na direção de Harry, com as mãos no bolso, aparentemente calmo. Sentou na frente do amigo.
- Já sei do que vocês estão falando.
- Então, o que você acha que vai acontecer com o Fugde? – Harry disparou. – Me explica tudo!
- Eu, Fred e Jorge achamos que o Fugde vai ser "convidado" a se retirar do cargo. Está na cara que Você-Sabe-Quem está rondando por aí!
- Nós deduzimos que farão uma votação para o novo Ministro da Magia. Ninguém sabe de nada. Ninguém sabe da Confederação, ninguém. Achamos que o papai deve estar no meio – agora quem falava era Gina. Harry prestava atenção a cada palavra mencionada. – Por isso que ele deixou escapar.
- A Inglaterra é o centro de atenção da Magia. Não é qualquer um que vai ser Ministro. Deve estar acontecendo alguma coisa com o Cornélio para a Confederação interferir – completou Rony.
- A coisa é mais grave do que eu imaginava. Será que nós achamos alguma coisa sobre a Confederação em livros? Vocês acham?
- Não sei, Harry, esse tipo de coisa é ultra-secreto, não deve ter nada sobre a Federação em livros...
- Tem que ter algo, Rony! A Hermione deve saber de alguma coisa, alguém deve ter escrito algo sobre, como é que funciona.
Harry se levantou.
- Sabe o que eu acho – disse Gina, calmamente –, que não devemos nos preocupar. Só terão bons magos na Confederação e darão um jeito no Cornélio. E se alguém souber de alguma coisa e vai compartilhar com todos nós é a Rita Skeeter. Ela consegue saber de coisas que nem nós imaginamos.
- Não me fale naquela repórter, Gina. Ela me trouxe muita dor de cabeça.
- Harry, ela é que vai descobrir alguma coisa, tenho certeza.
- Não sei como a Mione a deixou escapar, onde ela estava com a cabeça!
Rony percebeu que falara besteira, Gina não sabia que Skeeter era um animago.
- Como assim Rony? Escapar? O que a Mione tem a ver com a Rita?
- Ano passado aquela Skeeter infernizou todo mundo, tá lembrada? – disse Harry pacientemente e Gina fez que sim com a cabeça. – Mione descobriu que Rita Skeeter é um animago, um besouro.
- Por isso que ela sabe das coisas, é um animago e ilegal. Mione a tinha capturado - completou Rony. Gina parecia estar maravilhada com aquilo que acabara de ouvir. Havia muitas coisas que ela não sabia.
- Então, ela vai descobrir mesmo, sendo um besouro... – Gina deu um sorriso e se levantou.
- É, mas você não pode contar isso pra ninguém, Gina – Rony se levantou se juntando aos dois.
- Por que não? – perguntou Gina ironicamente.
- Gina! Porque sim! Não era pra você ter ficado sabendo isso. Vamos entrar, mamãe nos disse que não quer a gente aqui fora.
- Eu sempre tenho que ser poupada das coisas, como eu fosse um bebê!
- Gina, não reclama – Rony deu um tapinha de leve na cabeça da menina.
E caminharam em direção à Toca.
- Não tem nada aqui... Agora é esperar... – disse Rony, jogando-se no sofá da sala.
Rony, Gina, Jorge, Fred e Harry procuraram em todos os livros existentes n'A Toca sobre a Confederação, mas não acharam absolutamente nada.
- Eu também acho, pra que ficar procurando... Rony tem razão, é só esperar. A gente já sabe demais – Gina estava desanimada com aquela história.
- Tinha que ter algo... Eu queria saber mais! Qualquer coisa, uma linha que seja...
- Harry, Harry, nós já sabemos o suficiente. Vamos jogar uma partida de quadribol! O que vocês acham? Vamos, Jorge? – Fred parecia animado com a idéia.
- Fred, esqueça. Já deve ser seis horas, mamãe não vai deixar a gente ficar lá fora, de noite com o Você-Sabe-Quem solto por aí.
- E outra, logo é hora da janta, não quero comer todo suado. Vou tomar um banho, passei muitas horas com a cara nos livros.
E Rony se dirigiu ao seu quarto.
- Eu também, estou cansado... Qualquer coisa, me chamem, ok?
- Pode deixar, Harry – e Gina abria um largo sorriso.
Harry pensava agora em Voldemort, por que aquele pensamento logo agora? Ele se encontrava todo largado no tapete macio do quarto de Rony, e pensava. Lembrou-se do livro que ganhara de Rony de aniversário, a possibilidade era mínima de achar algo sobre a Federação nele, mas não custava nada tentar. Foi até seu malão e apanhou o livro.
- Talvez eu ache alguma coisa aqui...
Doce ilusão. As letras não paravam de se mexer. Algumas formavam desenhos, deslizavam de um lado para o outro e todas produziam sons engraçados, era impossível ler algo naquele livro com as letras passeando de página em página e tagarelando, então fechou o livro.
- Posso saber o que o senhor está fazendo aqui sozinho?
Era Gina. Sentou ao lado de Harry.
- Nada, pra ser sincero...
- Observando a Lua?
Harry olhou nos olhos de Gina e sorriu.
- Também... Adoro cheiro de grama...
- Você vive perdido em seus pensamentos, sempre pensando em algo... Ou em alguém...
Harry sorriu novamente e olhou para a Lua.
- Alguém?
- Sim... Como, hum... Uma garota... Talvez...
- Gina, você tem cada uma, quem eu poderia estar pensando?
- Não sei, é você quem tem que me dizer.
- Eu gostaria que os meus problemas fossem uma garota, mas são bem mais que isso.
- Problemas, sempre nos acompanhando, eles não deixam. Maaaaaas, quando se tem problemas é só chamar os amigos, é pra isso que eles servem.
Harry ficou sem graça.
- Pode contar comigo, quem sabe eu possa te ajudar.
- Obrigado...
- Vem, vamos jantar, é perigoso ficar aqui fora de noite.
Gina deu um salto e ofereceu a mão para ajudar Harry a se levantar. Harry pegou na mão de Gina. Como era macia. Quando já estavam em pé, ainda ficaram de mãos dadas por alguns segundos, era bom sentir a mão de Gina. Mas logo veio o constrangimento e se soltaram e caminharam em direção à Toca.
- Por Deus, Harry, avise quando for perto dos estábulos, não é bom ficar sumido assim!
Molly parecia estar aflita.
- Oh, me desculpa, pensei que não haveria problema eu ficar lá fora.
- Não precisa se desculpar, querido, só me avise, ok?
- Ok!
- Agora se sente e vamos comer, sim?
O cheiro estava delicioso e só então Harry percebeu o quanto estava faminto.
- Mãe, a Mione chega amanhã, recebi uma coruja agora avisando - disse Rony, pegando mais uma coxa de frango.
- Por falar em Hermione, estive pensando e todos vocês podem ir ao Beco, com todo o cuidado, é claro – contou Arthur.
Foi um alvoroço total. Arthur pareceu ficar feliz também.
- É só tomarem cuidado, está seguro lá, eu sei de todas as providências, não vai acontecer nada...
- Que bom que você sabe, lá está seguro, pai, não sei que tanta preocupação...
- Ê, Fred sempre retrucando!
- Ih, Gina, é só uma afirmação... - explicou-se Fred.
E o jantar seguiu normalmente, todos os Weasley reunidos e Harry fazendo parte da família. Depois do jantar, Gina, Harry, Rony, Fred e Jorge ainda ficaram conversando na sala, até que Molly apareceu na sala dizendo que era hora de dormir.
No dia seguinte, Harry, os gêmeos, Rony, Carlinhos e até mesmo Gina, estavam jogando quadribol. Harry ficou surpreso com as habilidades de Gina, ela era uma boa artilheira. Voava com facilidade e leveza. Tinha ótimos reflexos.
Harry sentiu uma sensação estranha de estar sendo observado. Olhou para os lados e viu todos jogando. Ele sentia. Alguém, em algum lugar o observava, mas quem? De repente, como um impulso, olhou para o chão e lá estava o seu observador... Ou melhor uma observadora. O vento batia em seus cabelos, longos, castanhos. Usava um vestido amarelo clarinho com finas alcinhas. Parecia estar sorrindo. Isso, ela sorria, e que sorriso. Quem era aquele sorridente raio de sol no gramado? Harry foi se aproximando do raio de sol e se deu conta de quem era... Era Hermione!
