Capítulo Nove "Ataque a King´s Cross"
Mais um relâmpago iluminou rapidamente a estação e ele pôde ver a cara de pavor de Arthur.
- Voldemort... Ele está aqui, posso senti-lo – informou Harry com dificuldade.
- Minha varinha, onde está a minha varinha! – desesperou-se Rony.
Ouviu-se uma grande gargalhada ecoar na estação. Todos se calaram, Harry podia sentir a respiração ofegante de Rony. Olhou para o lado, tentou enxergar algo, mas não conseguiu. Percebeu que Gina não estava mais ali. Seu coração acelerou.
Uma grande explosão de luz verde. A estação magicamente fica iluminada por velas.
Harry apertava a sua varinha com força, queria sentir ela em seus dedos. Ele tinha se acostumado com a dor de sua cicatriz.
Olhou em sua volta, só estavam ao seu lado Rony, Arthur, Fred e Jorge, todos com varinhas em punho. Hermione também tinha sumido.
Alguém caminhava em sua direção e Harry sentiu um frio na barriga.
- Harry, estou com você – disse Rony, olhando o amigo.
Finalmente viu algo, um vulto... Uma sombra, era Voldemort. Seu rosto estava encoberto pelo capuz de sua capa, Harry teve a sensação de ele estar sorrindo. Logo atrás estava Rabicho, o seu braço de ferro brilhava, e mais alguém, que Harry não conseguiu ver. Voldemort parou a alguns metros de distância.
- Ora, ora, ora. Veja, Rabicho. Harry Potter e seus amigos Weasley – disse Voldemort sarcasticamente. – Isso está sendo muito divertido pra mim Potter. Gritaria, correria, sinto cheiro de medo e isso me fascina.
- Vejo que você é um covarde. A minha briga é entre mim e você. Os trouxas e os outros bruxos não têm nada a ver com isso – falou Harry.
- Vai ser advogado quando crescer? – perguntou Voldemort. – Tolinho, ele, não Rabicho? – disse, virando-se para Rabicho, que fez que sim com a cabeça.
- Duvidaram de mim, do meu poder! Como ousam! – exclamou furiosamente Voldemort. – Cornélio quis provas, aqui estão elas! Centenas e centenas de bruxos e trouxas nojentos estão me vendo. Sofreram na pele por duvidarem do que eu fiz e do que eu posso fazer! Cornélio quis provas e aqui estão elas! Rabicho!
Rabicho estremeceu, seu rosto ficou branco.
- Traga a garota aqui! – ordenou Voldemort.
- Sim, meu Lord.
Rabicho arrastou a mesma pessoa que Harry não conseguiu ver da primeira vez. Estava amarrada, era Hermione. Ela estava estranhamente calma.
- Ora, seu verme! – gritou Rony.
- Deixe Hermione em paz! Covarde! – exclamou Harry, sentindo o ódio e o desespero correndo à solta em suas veias.
Voldemort gargalhou intensamente. Olhou Rony, apontou sua varinha, ele era rápido e disse "Crucio". Rony caiu no chão, Hermione gritou com pavor. Arthur correu até Voldemort, tinha a raiva estampada no rosto. Mas antes que Arthur pudesse golpeá-lo, Voldemort apenas estendeu a mão esquerda e murmurou algo. Arthur literalmente voou e caiu nos trilhos do trem. Fred e Jorge não sabiam quem deveria ser socorrido, o pai ou o irmão.
- Idiotas! – exclamou Voldemort. – Bando de bruxos sujos!
Harry ajudou Rony a se levantar.
- Todos vocês – a voz de Voldemort ecoou por toda King's Cross –, que duvidaram de mim, do meu poder. Cá estou eu, vivo, forte, poderoso! Se curvem!
Voldemort apontou a varinha para a multidão que havia atrás de Harry e sussurrou "Imperio". Quase todos se curvaram, Jorge, Fred e Rony lutavam bravamente contra a maldição, mas ela não afetou Harry.
Voldemort não estava satisfeito, queria que todos se curvassem e mencionou só que agora um pouco mais alto "Imperio". Jorge estava quase se curvando Fred ainda resistira. Rony fazia força, estava vermelho.
- Curvem-se – disse Voldemort. – Impe...
Harry, que não sentia os efeitos da maldição, com a sua varinha em punho, apontou rapidamente para Voldemort
- Expelliarmus! – gritou.
A varinha de Voldemort quase escapou pelos dedos. Ele olhou enfurecido para Harry, e o garoto pôde ver na escuridão do rosto de Voldemort, os olhos vermelhos faiscando de raiva.
- Ele quer brincar! – falou ironicamente. – Não estou aqui para brincadeiras, Potter! – exclamou em um rosnado.
Rabicho colocou Hermione na frente de seu Lord. A menina tinha lágrimas no rosto.
- Querem provas! Eis a minha prova! Vamos começar com um prato especial! Uma sangue ruim, hum, começamos bem – gabou-se Voldemort.
Quando Harry pensou em algo, Voldemort apontou a sua varinha para o chão e gritou "bloqueio totallitus".
Harry pensou que o feitiço de Voldemort não tinha dado certo, aparentemente nada tinha acontecido.
- Não duelarei com você agora. Cresça. Por enquanto você e este bando de trouxas somente assistirão!
Voldemort olhou para Hermione e esta cuspiu em seu rosto.
- Além de suja é mal educada! Pois você vai pagar agora!
Apontou a sua varinha e falou calmamente "Crucio". Hermione se contorceu. Harry foi ao encontro com a amiga, mas agora entendeu o feitiço de Voldemort. Ele tinha bloqueado a passagem, era como se fosse uma parede invisível. Deu socos, pontapés, Rony também estava ao seu lado, esmurrando bravamente a parede.
- Não adianta, Harry –desesperou-se Rony.
Harry olhou pra trás, a multidão parecia estar enfeitiçada. Os gêmeos resgatavam Arthur no meio dos trilhos. Voldemort percebeu a movimentação de Fred e Jorge, apenas levantou a sua mão esquerda e os gêmeos voaram longe, um em cada direção. Fred para os trilhos do outro lado da estação e Jorge voou violentamente para uma pilastra, batendo fortemente a cabeça, caiu no chão. Na pilastra havia sangue do rapaz.
Harry se enfureceu e ouviu alguém gritando na multidão. Olhou para Rony, nunca tinha visto o amigo com aquela expressão de ódio e horror no rosto.
- Parece que você vai ficar igual ao seu amigo, órfão! – disse para Rony. – E você, sem amiguinha sangue ruim! – falou para Harry.
Mas uma vez, Lord Voldemort não usou a varinha para fazer feitiços. Apontou sua mão para Hermione, que ainda se contorcia. Ela se deitou e levitou. Harry assistia tudo. Apontou a varinha para a parede invisível.
- Rony, rápido. Vamos acabar com este feitiço.
Rony olhou para o amigo e fez que sim.
"Crucio" sussurrou Voldemort e Hermione se contorcia no ar. Harry e Rony apontaram para a parede e disseram "Finite Incantatem". Mas a parede ainda permanecia lá. Disseram mais uma vez e nada. Enquanto isso Voldemort torturava Hermione com a Maldição Cruciatus. Os gritos de Hermione ecoavam por toda a estação e cada vez Harry se desesperava ao ver a amiga morrendo e ele sem poder fazer nada.
- Bem, agora ela morre! – exclamou Voldemort com alegria.
Colocou seu dedo indicador, branco, sobre o coração de Hermione. "Fio vita", disse. Hermione urrou, um fiozinho cor de ouro saiu do peito dela. Voldemort conduzia o fio, magicamente grudado ao seu dedo. Hermione chorava silenciosamente, não tinha forças para gritar.
- Harry! Ele está tirando a vida de Hermione! – desesperou-se Rony.
Alguém corria em direção deles, era Angelina. A menina parecia ter feito força para chegar até eles. Harry estava passando mal de ver Hermione ali e a sua cicatriz queimava intensamente.
- Rápido, ela vai morrer – disse Angelina.
Os três apontaram para a parede e disseram "Finite Incantatem". A parede ainda estava lá. O fio de vida de Hermione se tornava maior. Harry olhou para a multidão e via Lino Jordan, Neville, Colin, Cho e Alicia se arrastando na direção deles. Angelina ficou de joelhos, provavelmente estavam sobre o feitiço Imperius. Rony ajudou a garota se levantar. O fio se alongava. Harry contou até três com dificuldade e mais uma vez tentaram o feitiço. Passou a mão na parede invisível e sentiu um pequeno buraco.
- Veja, está se rompendo – informou Harry. – Temos que ter mais força!
Tentaram mais uma vez. Cho estava quase se juntando a eles.
Ouve um grande estrondo. Harry olhou com dificuldade para o alto.
- O que é aquilo? – perguntou Harry.
- Nossa salvação! – exclamou Rony.
Tinha um porte de leão, cor de leão, só não tinha a juba. Era bonito o animal, forte, enorme, com enormes asas brancas. Ele voou rasante e apanhou Arthur Weasley dos trilhos, com a boca. O animal tinha bastante força e o jogou do alto. Para surpresa de Harry, Arthur caiu feito uma folha de papel.
- Mas o que é isto!? – gritou Voldemort.
Rabicho se assustou com o grito se seu mestre.
O "leão" passou para o lado de Voldemort e o atacou.
- Olha, a parede não vai até o teto – disse Rony entusiasmado. Cho se juntou a eles.
- Estamos em quatro. Vamos acabar com isso! – disse Cho Chang.
- Cho, vamos levitar Harry até lá. E depois, Rony e eu. A parede só vai até ali – informou Angelina.
- Olhem! – gritou Rony apontando para Voldemort.
O suposto leão travava uma briga com Voldemort. Hermione estava caída no chão. Rabicho não sabia o que fazer, se ajudava o seu Lord, se detinha os garotos, se matava de vez Hermione.
- Vamos, está pronto Harry? – perguntou Rony.
- Estou!
"Mobilicorpus" disseram em um uníssono. Harry saiu do chão e ia apalpando a parede, cada vez mais alto. Agora o leão havia sido jogado para longe, Voldemort estava sem o capuz e Harry viu os cabelos negros e longos do bruxo. Finalmente a parede havia acabado e Harry fez sinal para os amigos. Viu que estava muito alto. Estava descendo. Rabicho apontou o seu braço de metal para Harry. Mas seus amigos foram bem mais rápidos, cessaram o feitiço e Harry caiu rapidamente, fugindo do ataque de Rabicho. E voltou a descer calmamente. Harry apontou a sua varinha para Rabicho e disse "Estupefaça". Rabicho voou longe. Harry olhou para o lado, Voldemort parecia estar cansado, ele sangrava. Finalmente chegou ao chão. Colocou a sua mão na testa de Hermione, a garota estava gelada. Tinha pouco tempo de vida.
- Harry...
- Não se esforce, Hermione. Vou dar um jeito, você não vai morrer...
- Eu já estou morrendo, cuide do Rony pra mim – pediu Mione.
- Shhh, só você consegue domar aquele teimoso. Não fale nada.
Harry olhou para o lado, estavam Cho, Angelina, Neville e Collin executando o "Mobilicorpus" em Rony. Olhou para o outro lado e viu Voldemort caminhando em direção a Harry.
- Meu feitiço não foi perfeito, o senhor quer morrer... Igual sua amiguinha suja.
- Mas suja que você não existe – disse Harry, levantando-se.
Harry pôde ver o rosto de Voldemort. Era esverdeado, seus olhos estranhamente vermelhos, pele enrugada, estava um pouco melhor da vez que o viu no Torneio Tribruxo. Como havia dito, tinha recuperado suas forças, ou parte delas.
- Está virando comida de leão, hein? Está morrendo!
- Cale-se! Me obedeça! Crucio! – gritou Voldemort.
Harry caiu de joelhos, já não bastava a dor intensa em sua cicatriz, sua cabeça latejando, joelhos rangendo, mal estar constante agora sentia fortes pontadas no fígado e em seu coração. Estava sufocando de dor. Torcia para que Voldemort não visse Rony atravessando a parede. Teria que prender a atenção de Voldemort até Rony estar seguro.
- É só isso que você pode fazer? – perguntou Harry sarcasticamente.
- Vai pagar pela sua ousadia! Crucio! – gritou Voldemort.
Harry em fim caiu, não sentia mais seus joelhos. Tentou se erguer, mas não conseguia. Harry levantou os olhos, o "leão" correu bravamente e cravou as unhas nas costas de Voldemort, que caiu, produzindo um enorme grito. Harry sentiu um certo alívio. A dor provocada pela maldição se dissipou. Harry foi puxado, era Rony. Como em sincronia, ambos apontaram a varinha para Voldemort, mas o bruxo foi mais rápido. Deu uma louca gargalhada e apontou o dedo para Harry.
- Eu voltarei e acabarei de vez com você!
E aparatou.
- Ele fugiu! Réptil covarde! – gritou Rony.
O "leão" olhou para os dois, havia uma pedra na cabeça do bicho, uma pedra vermelha. Tinha olhos azuis, estava todo machucado, sangrava e parecia ter uma das patas quebradas. Harry se aproximou do animal e este rugiu. Abriu as suas enormes asas e voou para fora da estação.
A chuva ainda caía forte, tinham que achar um meio de salvar Hermione. Rony pegou a garota nos braços, mas não havia para onde ir. Voltou a ficar tudo escuro, e Harry sussurrou "Lumus" assim como tantos outros bruxos.
- Vamos até as portas. Hermione tem que ir para algum hospital! - disse Rony.
Correram até as portas, a gritaria voltou a tomar conta de King's Cross. Harry e Rony se aproximaram de uma das portas da estação. Alguém do lado de fora gritava algo como "afastem-se". Eles tomaram grande distância da porta. Harry olhou para trás e viu Arthur Weasley com a varinha em punho, parecia estar bem. Angelina, Cho e Neville traziam Fred que tinha sido jogado para longe. Alicia socorria Jorge.
- Seu pai parece estar bem, Rony.
- É, mas Hermione precisa de socorros... Está fria...
- Acho melhor nos afastarmos mais – aconselhou Harry.
Afastaram-se mais. A porta estourou violentamente. Uma enorme nuvem de poeira junto com ela um enorme clarão invadiu a King's Cross.
- Socorro! Precisamos de ajuda! – disse Rony em meio à poeira.
Das pessoas que entraram na estação, Harry pôde distinguir Cornélio Fugde, Percy Weasley, Moody e Lupin, o resto eram trouxas armados e bruxos com as varinhas em punho. Lupin, ao ver Harry, de um pulo, sorriu aliviado. Uma mulher acompanhava Lupin, caminhavam em direção a eles. A mulher tinha expressão de terror no rosto, era morena clara, tinha os cabelos castanhos claro, parecia muito aflita, mais que Lupin.
- Harry, Rony, estão bem? – perguntou Lupin muito aflito.
- Sim, o problema é Hermione – contou Harry.
- Voldemort usou um feitiço para matar Hermione, era como se fosse um fio, a vida dela era o fio! Ela está morrendo! – continuou Rony rapidamente. Esta foi a primeira vez que Rony não se referiu ao Voldemort como "Você-Sabe-Quem".
Lupin se virou para a mulher.
- Melane, você sabe o que fazer. Leve Hermione, foi aplicado o feitiço final, se não a socorrermos agora a chama dela se acabará pra sempre.
Harry não queria imaginar sua vida sem Hermione ao seu lado.
- E você – continuou Lupin, apontando para Rony –, vá com Melane, avisarei sua família que está a salvo.
Melane sorriu para Rony e tirou de seu bolso uma moeda, uma chave de portal, supôs Harry, e se foram, deixando cair a moeda no chão. Lupin apanhou a moeda e colocou no bolso.
- Harry, você não pode ficar aqui, não é seguro. Venha, tem gente te aguardado lá fora.
- Não, eu não vou. Voldemort já foi embora...
- E sua cicatriz? Sente alguma coisa?
- Não, não sinto mais dor – mentiu Harry, que ainda sentia algo, mas extremamente fraco. – Tem gente precisando de ajuda, não vou embora.
- LUPIN! O QUE ESTE MENINO AINDA FAZ AQUI? NÃO É SEGURO! – gritou Cornélio Fugde, andando apressadamente na direção deles.
Harry se corroeu por dentro, aquilo tudo tinha acontecido era por causa de Cornélio. Duvidando de coisas óbvias.
- Eu estou muito bem, obrigado. Voldemort já se foi, aparatou. Lupin, me dê licença, vou ver como anda os meus amigos – disse Harry secamente.
- Harry! Harry! – chamou Lupin e Harry se virou.
- Existe uma parede invisível naquela direção – apontou Harry. – Tirea de lá!
Estouraram outra porta da estação e Harry pôde chegar à outra extremidade. Seu objetivo era procurar Gina, que tinha sumido assim como Hermione no início do ataque. Procurava e não encontrava. Existiam milhares de bruxos do Ministério da Magia na estação.
Bruxos e trouxas choravam. Harry estranhou de não perceber nenhuma equipe jornalística dos trouxas. Os bruxos conjuravam macas, havia muitos em crise de medo, Jorge estava sendo socorrido e Alicia segurava a sua mão. Arthur Weasley estava cansado e mesmo assim ajudou a tirar a parede invisível junto com 28 bruxos. Só assim conseguiram desfazer a magia de Voldemort.
Por fim, no meio de toda aquela tristeza, pessoas chorando por todo lado, Harry sentiu um alívio ao ver Gina sendo atendida por um médico-bruxo. A menina se encontrava em uma maca, no fundo da estação. Harry correu até ela.
- Gina! Estava super preocupado com você.
Gina sorriu para Harry.
- O que aconteceu com você? – continuou Harry;
- Bem... Fui uma das pisoteadas. Na hora que Você-Sabe-Quem gargalhou eu fui levada por uma multidão, assim como outras pessoas – disse calmamente Gina.
- Ela não pode ficar falando, não! Tem que ser poupada! – disse o médico, olhando feio para Harry. – Ela quebrou o pé, tem hematomas pelo corpo. Foi pisoteada, assim como alguns trouxas.
- Você está bem? – perguntou Harry.
Gina começou a chorar, Harry pegou em sua mão fortemente.
- Hey, está tudo bem agora. Estou com você e lamento por não ter segurado a sua mão um pouco mais forte...
- Harry, foi horrível assistir tudo aquilo sem poder fazer nada – disse, chorando. – Meu pé doía muito, não sentia a minha mão... E parecia que eu estava sendo enfeitiçada, não conseguia me mover, ninguém conseguia – cada vez ela chorava mais.
- Gina, tá tudo bem agora...
- E meu pai, eu pude ver... Jorge bateu a cabeça, Fred foi arremessado, Rony, o Rony sofreu a Maldição Cruciatus. Minha família sendo aniquilada na minha frente e eu sem conseguir me mover e com o meu pé doendo. Hermione morrendo... Harry eu estou com medo! - Gina apertou com força sua mãoHarry. - Onde está Rony? Cadê os outros?
- Todos estão sendo socorridos. Seu pai está bem, ajudando os outros.
- Harry, não minta pra mim!
- Ok, ok, chega de conversa. Minha paciente já se emocionou mais do que deveria. Vamos, vamos, dê adeus ao seu amigo, Gina – disse o médico.
- Harry... – murmurou Gina.
Apareceu uma médica.
- Está pronta? Seu pé, ainda dói? – perguntou a médica.
- Está tudo bem – disse Gina, ainda chorando muito.
- Então pára de chorar – disse a médica animada. – Vamos embora! Eduard, tem outros feridos, vou junto com ela, podem precisar da minha ajuda lá. E a sua amiga vai ficar bem, ela foi socorrida pelo Eduard – disse simpaticamente a médica, apontando para Eduard. – E ele é um bom enfermeiro! Então, avise a família dela.
- Tudo bem – falou Harry. – Te vejo mais tarde, Gina.
E se foram através de outro portal. Eduard apanhou a moeda do chão e colocou no bolso.
- Até mais, meu jovem! – despediu-se Eduard.
- Harry!
Aquela voz era familiar, o garoto olhou para trás, era sua tia Petúnia. Ela tinha o rosto coberto de lágrimas. Não falou mais nada, agarrou o sobrinho e o abraçou. Ela segurava Harry com firmeza, não queria que ele escapasse. Harry também abraçou a tia. Abraçou de verdade.
- Achei que tinha morrido! Ainda bem que está vivo! – exclamou Petúnia, chorando. – Está tudo bem? Quebrou algum osso?
Mas Harry não teve tempo de responder. Petúnia, como toda mãe, começou a "fuçar" em Harry, verificando se tinha algum osso quebrado, verificou a temperatura colocando a mão na testa de Harry, alisou a sua cabeça a procura de algum ferimento, mas não achou nada.
- Eu estou bem, tia.
- Recebi uma coruja e vim direto pra cá. Eu estava sentido algo estranho, o tempo mudou de repente e eu só conseguia pensar em você.
- Tá tudo bem...
- Foi o... Aquele bruxo que provocou tudo isso?
- Sim, foi ele – afirmou Harry.
- Vem, vamos para casa.
- Não, Harry vai comigo, Petúnia – disse Lupin, que havia surgido do nada.
- Oh, o senhor. Não, ele vai pra casa, não quero que ele fique por aqui – falou Petúnia.
- Petúnia, se o Harry ficar com você é perigoso que possam atacar a sua casa. Vocês correrão perigo. Harry será levado ao um lugar seguro até a volta às aulas.
- Mas como eu vou saber se ele está bem?
- Manteremos contato. O Ministério da Magia precisarpa de você. Mandaremos corujas.
- Se é para o bem de Harry, ele irá com você.
Lupin sorriu e Petúnia se virou para Harry.
- Querido, se cuide. Me preocupo com você.... Mande corujas, telefone, qualquer coisa que me mantenha informada do seu estado de saúde e emocional...
Harry sorriu e fez que sim com a cabeça. Chegaram mais dois bruxos, do Ministério.
- Por favor, acompanhe esta senhora até a casa dela – ordenou Lupin.
Petúnia deu um último abraço em Harry, beijou o sobrinho na bochecha e se retirou junto com os outros homens.
Harry olhou para Lupin e abaixou a cabeça, tinha sido mal educado com ele. A raiva era tanta que sentia naquela hora, por tudo que havia acontecido. que descontou em Lupin sem ele ter nada a ver com isso. Apenas o seguiu, deixando a turbulenta estação. Entrou no carro, não fez perguntas, não havia o que falar.
Londres estava fria e escura mais do que o costume, ainda garoava. Não havia ninguém nas ruas, e Harry reparou que parecia que a cidade tinha sido devastada por algum tornado. Tinha carros virados, muitas folhas no chão, sentiu um tremendo frio. Ele pôde perceber que o carro estava enfeitiçado, porque no caminho encontraram três árvores bloqueando a passagem e o carro passava sobre elas sem nenhuma dificuldade. Pararam em uma rua deserta e entraram em uma das casas que haviam por lá. A casa pintada de verde. Entraram, alguém fazia chá. A cicatriz de Harry parou de doer no instante que colocou os pés na casa. Estava cansado, preocupado com Hermione, estava intensamente triste.
- Está com fome? Venha vamos comer.
Dirigiram-se à cozinha, lá encontraram um elfo doméstico.
- Meu senhor! – exclamou o elfo.
- Está tudo bem comigo, Plácido. Ponha a mesa, eu e Harry estamos famintos.
Lupin indicou o banheiro e Harry foi lavar as mãos. Voltou para a cozinha e a mesa já estava posta. Havia biscoitos, pão, queijo, manteiga, bolo e chá. Harry comeu, estava tudo muito gostoso e Lupin parecia estar satisfeito também. Não trocaram uma palavra durante o chá e Harry não se sentia confortável.
- Lupin...
- Depois conversamos. Tome seu chá.
Harry engoliu seco, Lupin parecia estar bravo e com razão.
- Plácido, venha cá – chamou Lupin.
Harry pôde ouvir os passinhos de Plácido andando no corredor.
- Sim, meu senhor – respondeu o elfo.
- Plácido, por favor, arrume um cômodo para Harry e lhe prepare um banho.
- Sim, meu senhor. Plácido prepara um banho para o meu senhor? – perguntou o elfo
- Não, já estou de saída.
- Plácido já está indo, meu senhor.
- Espere! Melane, deu notícias?
- Não, meu senhor. Depois que minha senhora saiu não voltou mais, meu senhor.
- Muito obrigado, Plácido.
- Plácido está ao seu dispor, meu senhor – e saiu da cozinha apressadamente.
- Indo para onde? O que está acontecendo? – perguntou Harry.
- Deixe as perguntas para mais tarde. E nem se atreva a sair daqui, está me ouvindo, Harry?
- Sim, estou.
- Não sei o que está acontecendo, tenho que ir agora. O carro ainda me espera.
Lupin apanhou algumas bolachas, duas enormes fatias de bolo e saiu batendo a porta.
Harry terminou de tomar o seu chá e se levantou. Subiu a escada de madeira. Havia um longo corredor, escuro. Ele procurou pelo interruptor, mas não achou. Viu a criatura acenar.
- Aqui, meu jovem senhor – chamou Plácido.
Harry andou até o fim do corredor e abriu a porta. Era um quarto enorme, havia uma grande cama, uma poltrona, a janela estava fechada. Um grande espelho e no chão um tapete felpudo faziam a decoração do quarto. Perto do espelho estava um armário que parecia ser de mogno.
- Plácido, aqui não há luz? – perguntou Harry.
- Oh, desculpe meu jovem senhor.
Sacudiu a cabeça e começou a dar tapas fortes em seu próprio rosto. Harry, que já conhecia bem os elfos domésticos, não gostava de ficar vendo eles se auto-castigarem.
- Hey! Plácido, calma!
O elfo resmungava "Plácido é um elfo mau. Plácido é um elfo mau".
- Plácido! – continuou Harry.
- Plácido é mau, meu senhor jovem. Deixou a casa escura. A luz se acabou e Plácido elfo mau, não colocou as velas.
- Ah, acabou a luz?
- Sim, desculpe meu senhor jovem. Plácido é descuidado, Plácido é um elfo mau.
- Não precisa se bater, eu te entendo, você não é mau.
- O senhor jovem é de grande coração. Plácido sabe que é mau.
- Me chame de Harry – pediu o garoto.
- Tudo bem, meu senhor jovem Harry – concordou Plácido.
Harry sorriu.
- Me chame só de Harry, nada de "meu senhor jovem Harry".
- Plácido, burro. Plácido burro.
- Não, não! – desesperou-se Harry. – Você está terminantemente proibido de se castigar na minha presença e na presença dos demais da casa. É uma ordem.
- Plácido obedece, Harry. Plácido já arrumou o seu quarto e o seu banho, Harry.
- Eu sei, Plácido é um elfo bom – disse Harry sorrindo e o elfo sorriu também.
- Harry tome o seu banho, Plácido está ao seu dispor.
- Ok, obrigado – falou Harry.
Tomou um delicioso banho na grande banheira que havia em seu quarto provisório. A água estava morna, Harry se sentiu bem. Mas a preocupação com seus amigos não abandonava a sua cabeça. Pensava em Jorge, Gina e em Hermione. Os Granger haviam de estar preocupados. Assim que terminou o banho, encontrou um pijama azul sobre a sua cama e uma grande pantufa verde. O quarto agora ela iluminado por castiçais, já não chovia. Harry desceu as escadas correndo, teria que mandar uma coruja para os Granger. Provavelmente os pais de Hermione já saberiam da notícia, mas Harry não quis correr o risco. Dirigiu-se à cozinha, atrás do elfo.
- Plácido, onde posso encontrar uma coruja?
- Oh, Harry. As corujas que haviam aqui já foram despachadas pela senhora Melane, antes de sair de casa. Nenhuma voltou ainda...
Harry saiu desapontado da cozinha, aquela conversa de corujas o fez lembrar na sua. Realmente aquele não tinha sido um dia nada bom para ele. Foi até o seu quarto e sentou-se na poltrona que era extremamente confortável, decidiu ficar acordado até Lupin aparecer.
As horas se passavam e Harry estava demasiado cansado. Era cedo ainda, mas estava escuro lá fora, devido à tempestade e Harry adormeceu em meio às suas preocupações e cansaço.
N/A: Este é o meu capítulo preferido, até agora! =)
