Capítulo quatorze – Detenção!
- Então, como vamos fazer? Comunicar os outros alunos sobre a vaga de goleiro? – perguntou Harry.
Conversavam há alguns minutos em um canto reservado da sala comunal da Grifinória.
- Só falar com os monitores, tem o quadro de avisos, também – respondeu Angelina.
- Agora que já sabemos o horário das aulas do Snape fica mais fácil. Que horas vamos fazer a seleção? – perguntou Katie, prendendo o cabelo.
- Nossa aula acaba dez horas... – comunicou Fred.
- A minha acaba oito – contou Harry. – Vamos dar um tempo para o almoço.
- É, umas duas e meia da tarde, e nem está fazendo tanto sol assim. Acho que este horário é perfeito – falou Alícia.
Todos concordaram.
- Ah, tem mais uma coisa... Quem vai ser o capitão do time? – perguntou Harry, temendo a resposta.
- Eu acho que deveria ser a Alícia... – opinou Jorge Weasley, que até então não tinha falado muita coisa.
- Também acho – concordou Angelina, com um grande sorriso.
- Mas é uma grande responsabilidade, talvez o Harry – disse Alícia, bastante acanhada.
- Apesar de Harry ser um grande apanhador, acho que você tem mais espírito de liderança, Li – apoiou Katie.
- É, é, tem toda razão, vai ser a Alícia – concordou Harry rapidamente.
- Alguém se opõe? – perguntou Fred.
- Não – responderam.
- E você, Alícia, quer ser ou não? – perguntou Angelina.
- Por mim tudo bem! – disse Alícia muito feliz. – Este é o nosso último ano, temos que dar o máximo de nós!
- EEEEEEEEEEEE! – gritou Jorge. – Temos uma mulher no comando. Não que eu goste de receber ordens de uma mulher...
- Vai, Jorge, fica quieto! – interrompeu Fred, brincando com a cara do irmão.
- É Jorge, agora a patroa está no comando, é melhor obedecer direitinho – brincou Katie.
Jorge e Alícia ficaram intensamente vermelhos.
- 'Pera aí, deixa eu ver se entendi... – falou Harry. - Ahhhhhhhh! – exclamou longamente. – Er... Acho melhor agente ir andando, o casalzinho tem muito que comemorar – brincou.
- Olha o Harry está aprendendo, hein? Comigo, é claro. Vamos, vamos – disse Fred, levantando. Caminharam para longe, deixando Jorge e Alícia bastante encabulados.
Harry viu Gina, sentada em uma poltrona, próxima à lareira.
- Gina? – disse, sentando-se ao seu lado. Ela o olhou e deu um sorrisinho.
- Oi...
Ficaram uns minutos em silêncio, ele não sabia o que dizer. i"Ai, meu Deus, o que eu faço agora?"/i, perguntou a si.
- Eu não sei onde está o Rony – disse ela, do nada.
- Mas eu não disse nada...
- É que a maioria das vezes você sempre me pergunta do Rony, ou algo assim.
- Da onde você tirou isso?
- Ué... Sei lá, Harry. É verdade...
- Eu fiquei chateado agora. E as vezes que conversamos n'A Toca?
- Três em um milhão de vezes... Não precisa fazer esta cara, você e meu irmão são amigos. É natural que você me procure para perguntar dele.
- Mas eu não me sentei aqui para perguntar dele – defendeu-se.
- Ah é? Desta vez você sabe onde ele está? – perguntou sorrindo.
- Deve estar com Hermione, ou no dormitório. Eu vim aqui porque queria ficar aqui, oras – explicou-se. – E eu não sou o culpado da nossa falta de comunicação.
- Ah não? – perguntou, com certa indignação no rosto.
- Sempre que eu estava por perto você ficava vermelha. Como eu posso chegar pra conversar com você, Gina, se a todo momento que te olhava você ficava vermelha? Se era tão desconcertante assim, falar com você era melhor não dizer nada.
Harry estava falando a mais pura verdade. Antigamente Gina era muito tímida, ainda era, só que não como antes. Ele a olhou, estava um pouco vermelha. Ele levantou, tinha ficado muito incomodado.
- Até logo – despediu-se.
hr
O sol estava calmo, enfeitava o céu, junto com as nuvens de variadas formas. Acordar cedo no sábado não era tão ruim, o que não era muito bom era assistir duas aulas de Snape. A masmorra continuava gelada, mesmo com o sol iluminando mais um dia. O humor de Snape um pouco pior do que de costume. O episódio com Persephone o tinha deixado visivelmente irritado. Ela não estava na aula. Hermione, que era monitora, contou que tinha sido suspensa por quatro aulas de Poções, sem direito a reposições. Também teria que cumprir dois fins de semana de detenção.
Rony e Harry caminhavam para o campo de quadribol, aconteceria naquele dia a primeira bateria de testes para goleiro da Grifinória. Rony estava visivelmente nervoso, Harry procurava acalmá-lo mas estava sendo difícil.
Havia bastantes alunos se candidatando à vaga de goleiro. Avistou Gina, o cabelo preso em um rabo de cavalo, ela percebeu sua presença mas fingiu que não viu. Talvez fosse a conversa que tiveram. Harry falara a verdade, ela sempre ficava vermelha quando se aproximava.
- Eu estou nervoso – falou Rony, coçando a nuca.
- Então pare de ficar nervoso – sugeriu Harry, com um início de sorriso.
- O que a Gina tem? Olha a cara amarrada dela.
- Eu não sei Rony, coisas de meninas...
- Olha só, iNeville/i está aqui!
- Ele deve ter vindo para assistir o teste.
- Por que você acha isso? Se ele fosse assistir estaria nas arquibancadas... – sugeriu Rony, ficando cada vez mais tenso.
A idéia de Neville ser goleiro era extremamente engraçada. Alícia também estava nervosa, ia de um lado para outro com Katie atrás. Os batedores pareciam não estar se preocupando com o teste. Ele se aproximou de Angelina, que conversava com os candidatos.
- Harry, acho que podemos começar. Enviamos uma coruja para Olívio e ele listou algumas coisas que um goleiro precisa ter, assim fica mais fácil para todos nós – contou Angelina, com vários pergaminhos nas mãos. – Vamos, Rony vai pra fila.
Alícia chamou os gêmeos, que estavam dispersos pelo campo.
- É o seguinte, todos já sabem da coruja que mandei ao Olívio? – começou Alícia.
- Pula pra parte interessante – interrompeu Jorge.
- Como estava dizendo, cada um vai avaliar os candidatos. Leveza, concentração, as coisas que Olívio listou. Depois vamos ver quem se saiu melhor e fazemos uma eliminatória. Entendido?
- Sabe que eu acho... Que todos devem usar a mesma vassoura, estas de Hogwarts. Todo mundo sabe que a vassoura faz uma bela diferença, daí alguns podem ser beneficiados – sugeriu Harry.
- Também acho, depois dos testes eles podem usar a vassoura pessoal – concordou Katie.
- Então está decidido. Aqui está a lista, tem a parte de observações. Vai pelo critério de vocês – disse Alícia, distribuindo os pergaminhos.
Jorge chamou os candidatos, que não eram poucos, e explicou sobre as vassouras. Fred vinha trazendo as vassouras da escola e os candidatos as montaram sem qualquer manifestação de discórdia.
No pergaminho tinha bastantes coisas escritas, anotações de Wood e Alícia. Rony estava se saindo bem no teste, embora nervosismo. Basicamente analisavam os reflexos, agilidade, com exercícios divertidos. Observavam os candidatos do alto, a uma certa distância, todos dispersos pelo campo, e Alícia comandando a avaliação. Fred que estava ao lado de Harry, não parava de falar um minuto se quer.
- Rony não serve para ser goleiro, agora que percebi – analisou Fred, com um sorrisinho maroto.
- Por que não?
- Assim como o apanhador, o goleiro tem que ter uma certa leveza... Rony não tem nada disso. Dino Thomas e Neville são os melhores dali.
- Rony é muito forte – observou Harry.
- Ele é forte, se agarrar a goles com muita força ela escapa das mãos, ou seja, o artilheiro já apanha e faz um gol fácil, fácil. Rony tem braços fortes e mãos grandes, um perfeito batedor. Olhe para as minhas mãos.
Fred mostrou as suas mãos, grandes e um pouco calejadas. Harry já tinha reparado nas mãos de Rony, eram extremamente parecidas com as do irmão.
- Entende o que eu digo? - perguntou Fred, anotando algo no pergaminho.
- Eu nunca tinha percebido isso, Fred... E a Gina, o que você acha?
- Estão falando de quê? – falou Jorge, aparecendo de repente.
- Do nosso irmão, você não acha que ele seria um belo de um batedor? – contou Fred.
- Eu estava reparando nisso, ele tem muita força naqueles braços – comentou Jorge, que apontava para Rony, que tinha derrubado a goles.
- Quem vocês acham que ganha? – perguntou Harry para os gêmeos.
- Dino Thomas ou aquele menino estranho do sexto ano – respondeu Jorge, olhando os candidatos.
- Aposto em Neville – contou Fred. – Ele é bom.
- E a Gina? - perguntou Harry novamente.
- A Gina está aqui porque não tem o que fazer. Não tem nada há ver ela ser goleira, não combina, ela é muito pequena – falou Jorge.
- E frágil – completou Fred
– Teimosa, está aqui só para aporrinhar – falou Jorge sorrindo. – Deve ter brigado com o Rony pra estar aqui.
- Aqueles dois não conseguem ficar brigados... – contou Fred.
- É... Também conheço certas pessoas que não conseguem ficar brigadas – falou Harry rindo.
A seleção já estava acabando, bastantes candidatos tinham sido eliminado mas Rony continuava entre eles. Harry aproveitou que Gina deixava o campo e voou em sua direção.
- Gina! – gritou, avançando para perto da garota.
Ela se virou e encarou o garoto que voava em sua direção. Ele pousou e desmontou da Firebolt.
- Você não deveria estar lá em cima? – perguntou Gina.
- Ficou braba?
- Do que está falando? – perguntou um pouco constrangida.
- Você sabe do que estou falando...
- Não fiquei braba, só estava pensando naquilo que conversamos. Eu queria pedir desculpas, fui grossa com você. Harry... Aquela não era a minha intenção e...
- Não! Não tem que pedir desculpas. Eu te chateei, dei uma de Rony, falei sem pensar – interrompeu Harry.
- Então está tudo bem? – perguntou sorrindo.
- Está tudo bem, Gina. Depois a gente conversa direito, tenho que voltar lá pra cima.
- Okay, nos vemos mais tarde – despediu-se Gina, arrumando o cabelo.
Harry montou em sua vassoura e voou em direção ao grupo, que parecia estar em uma conversa calorosa.
- Por que eu não posso mais continuar? – perguntou Rony, bastante nervoso, para Fred.
- Depois Fred, você tá atrapalhando! – brigou Angelina. – Homens! Sempre complicando as coisas.
- O que está acontecendo? - perguntou Harry a Neville.
- Fred está dizendo que Rony não pode mais continuar, porque ele não serve para ser goleiro...
Demorou alguns minutos para Alícia tentar colocar ordem na casa. Ficou decidido que domingo seria a grande "final" e segunda-feira a divulgação do nome do novo goleiro. Harry e os gêmeos explicaram o porquê daquela confusão toda, mesmo assim Rony não pareceu gostar muito.
O domingo passou rápido, Harry ficou metade do dia no campo de quadribol e a outra parte fazendo lições. Hermione praticamente obrigou os dois amigos a fazerem os deveres antecipadamente e estudar para os N.O.M's. Filipe Patriani estudou junto com eles, era um cara legal mas Rony não pareceu muito feliz com a idéia.
Havia poucas pessoas no salão comunal da Grifinória, Hermione tinha escalado Rony para ajudá-la em algumas anotações e Harry arrumava seus livros, toda aquela lição tinha o deixado um pouco zonzo. Até que notou Gina, conversando com Patriani. Apressou a arrumação e dirigiu-se até os dois.
- Olá – saudou Harry. Os dois responderam em um sorriso.
- Bem, eu tenho que arrumar uns papéis, já estou de saída – informou o monitor, retirando-se.
- O que você tem? – perguntou Harry. – Chateada com o teste?
- Um pouco... Bem que você disse no trem, sobre a minha candidatura.
- Mas você ainda pode ser artilheira o ano que vem – lembrou o garoto.
- É, artilheira... As meninas vão fazer falta, hein?
- É mesmo, estamos desfalcados. Sem os seus irmãos, sem as garotas...
- Quase desfalcados, ainda temos um belo de um apanhador! – exclamou feliz.
- Quer dar uma volta? – convidou o garoto, sem perceber muito bem no que acabara de falar.
- iVolta? /i– perguntou incrédula. Harry ficou super vermelho, sentiu o coração palpitar rapidamente. - E o Rony?
- O que tem ele? Você e esta mania de ficar falando sobre o Rony...
- É que eu achei engraçado, vai... Vamos. – aceitou Gina, sorrindo um pouco.
Harry colocou sua mochila em um canto e saíram pelo buraco da parede. Agora ele podia entender o que Rony falava sobre a sua irmã. Realmente não a conhecia. Gina falava um bocado de coisas diversas, tinha um sorriso bonito. Assim como Rony costumava a levantar a sobrancelha e coçar a nuca quando desconfiado, Gina também tinha alguns tiques. Ela enrolava uma mexa de cabelo sem parar, inconscientemente. Harry imaginou qual seria o tique nervoso dele.
- Olhem só, Potter e a Weasley iFêmea/i passeando pelos corredores de Hogwarts – falou uma voz atrás dos dois.
Harry sentiu o sangue na cabeça, Malfoy tinha o poder de irritá-lo, virou-se e Gina fez o mesmo.
- Então Potter, anda saindo com a Weasley Fêmea? – perguntou com um irritante sorriso nos lábios.
- Olha como você fala, Malfoy. Respeito é bom e gosto muito – avisou Harry, entre os dentes.
Draco Malfoy sempre se encontrava impecável, parecia que tinha acabado de sair do banho, desta vez não estava acompanhado.
- Ui! Potter, você conseguiu me deixar com medo – caçoou, fingindo tremer as mãos. – E você, Weasley Fêmea, que fiasco... Nem igoleira/i consegue ser... Até Longbottom passou te passou a perna. Aliás, o time da Grifinória está uma imaravilha! /i Longbottom e Weasley Escudeiro disputando a vaga de goleiro! Será que o São Potter vai fazer algum milagre?
- Vamos Harry, vamos embora – disse Gina, puxando o braço do garoto.
- Eu não falo nada, eu ifaço! /i Diferente de você, né? Teve que recorrer ao papai para podem entrar no que vocês chamam de time na Sonserina – falou Harry com os punhos fechados.
- Como você mesmo disse, eu tenho um pai... Coisa que você nem se dá conta do que seja, não é mesmo? Dez pontos a menos para a Grifinória! Vocês sabem muito bem que não se pode circular pelos corredores a esta hora da noite. Dez pontos de cada... – disse devagarinho. - Vocês me dão ilicença. /i Tenho coisas para tratar, com o meu pai! - e virou, saindo com toda a sua elegância.
Harry se sentiu mal. Malfoy tocou em sua ferida aberta, em seus pais. No momento ficou tão raivoso que não conseguiu pronunciar uma só palavra. Como queria ter pulado em cima do garoto e lhe acertar um soco no meio do rosto. Havia mexido com seus pais e era inadmissível.
- Harry? Harry? – chamou Virgínia assustada.
- Eu vou atrás dele – informou Harry, andando na direção que Draco havia ido.
- Não vai, não! – disse ela, agarrando com força o braço de Harry. – Malfoy não presta, você sabe disso. Ele joga baixo, sempre procurando deixar a gente pra baixo. Sei como é isso... Você ir lá só vai arranjar confusão.
- Há quanto tempo ele te chama assim?
- Nossa, faz tempo... Tem uma hora que acostuma e nem ligo mais.
- Rony sabe disso?
- Não vai ser louco de contar? Rony tem o sangue quente, é capaz... Nem tenho idéia. Por favor, não conte nada ao meu irmão, aliás, para ninguém.
- Eu não vou contar mas você não pode viver assim, Gina.
- Vivo assim já faz quatro anos. Se posso evitar brigas, evito. Você me entende?
- Mais ou menos... É melhor a gente ir pra sala comunal – sugeriu bastante abalado.
Harry não conseguiu dormir muito bem naquela noite, odiava o efeito que Draco Malfoy lhe produzia. Cada discussão, insulto, deixavam-no péssimo. Na manhã seguinte ainda se encontrava tenso e Rony percebeu isso.
- O que há com você, Harry? – perguntou Rony encarando-o.
- Pensando um pouco...
- Você vai passar a vida pensando o tempo todo? – falou sorrindo. – Mudando de assunto, você está sabendo dos boatos?
- Que boatos? – perguntou Simas, do outro lado da mesa.
- É, Rony quais são as novas? – intrometeu-se Fred.
O ruivo fez sinal para que eles se aproximassem.
- Eu fiquei sabendo que os sonserinos estão promovendo umas coisas nas masmorras e Snape parece estar ajudando – contou Rony, com uma voz misteriosa.
- iUmas coisas? /i – perguntou Harry.
- Torneiros, um clube de duelos ou coisa parecida – contou com ar de mistério.
- Como ficou sabendo disso? – interrogou Jorge.
- Hermione me contou ontem... É o que os monitores das outras casas estão comentando – falou baixinho.
- E sobre Snape? – perguntou Simas.
- Bem... Isso é uma opinião minha, Snape deve estar organizando ou abafando a situação – continuou.
- É mesmo, os sonserinos estão muito estranhos, sobretudo Malfoy e a companhia dele - observou Neville. – Até agora não encheu o saco...
Eles se endireitaram nas cadeiras, terminando a "reunião" secreta. Era dia de correio e Harry se surpreendeu com uma carta de sua tia Petúnia, também notou que Persephone havia recebido bastantes pergaminhos e um que lhe chamou mais sua atenção, um berrador. Sabia muito bem o que era um berrador, lembrava perfeitamente quando a Sra. Weasley enviara um a Rony, em seu segundo ano de Hogwarts.
Persephone encarou o berrador estranhamente e sem rodeiros o abriu, instintivamente Harry e os outros tamparam seus ouvidos.
- HÁ HÁ HÁ HÁ ! QUEM DIRIA QUE PERSEPHONE GRAMOND SE BANDEARIA PARA A INGLATERRA POR PROTEÇÃO! LOGO VOCÊ, QUE ODEIA OS INGLESES E SUAS NORMAS. SEMPRE CRITICANDO E ESTÁ AÍ, COM MEDINHO DO QUE OS OUTROS PODEM FAZER, INDO PRA INGLATERRA ONDE ESTÃOS TODOS OS BRUXOS QUE SE DIZEM PODEROSOS. FUGIU! DEIXANDO TODOS NA MÃO, INCLUSIVE O NOSSO TIME! QUE FIQUE POR AÍ, i MEDROSA! CEGA! /i – gritou uma voz feminina e extremamente fina.
Ainda ecoava a última palavra gritada pelo Salão Principal. Todos olhavam para Persephone, que tinha uma expressão como se nada tivesse acontecido.
Afinal, ela não era inglesa e não parecia gostar muito no país que estudava. O berrador queimava sobre a mesa e o Salão ainda estava silencioso.
- Será que sou tão bonita assim? Achei que poderiam ser menos indiscretos e voltarem a comer do jeito barulhento que costumam a mastigar este cereal! – falou a garota, bem alto. Harry notou que Draco se aproximava.
- Lá vem o Malfoy – disse Rony baixinho. – O que quiseram dizer sobre o "cega"?
- Não tenho a mínima idéia... Cega, time... Ela fugiu?
- Que coisa complicada Harry – disse Rony, baixinho.
Os outros retomaram as suas atividades mas ela ainda recebia olhares de todos da mesa da Grifinória.
- Quer dizer que não é inglesa? – perguntou Gina.
- As coisas podem ter dupla interpretação, Virgínia. Pode achar o que quiser.
- Então de onde veio? – continuou a ruiva.
- Por que insiste em falar comigo, garota? – falou com os olhos faiscantes.
- Gramond, que pela recepção! – falou Draco, pondo a mão sobre o ombro da garota.
- O que faz por aqui, Draco? Visitando os vassalos...
- Mas que cena comovente, você e os felizes e amorosos grifinórios desfrutando dos quitutes de Hogwarts! – falou sarcasticamente.
- Fale logo o que quer Draco, você é a penúltima pessoa que eu desejo falar – contou Persephone. – Tenho que matar alguém hoje e você ocupa o meu tempo.
- iVassala/i, só quero te dar as iboas vindas/i, em nome da Sonserina.
- Oh, muito obrigada – disse rindo falsamente.
Ela levantou e apanhou suas coisas, todos a observavam. Ele fez menção para que ela seguisse à frente.
- Granger, cuide bem de seus coleguinhas pra que não fiquem rondando a escola de noite. Ficar cuidando do seu povo é demais, isso será pauta para a próxima reunião. Esteja certa disso. Você e o Garoto Sorriso, tentem ficar espertos – contou Malfoy, com o costumeiro sorriso malicioso, e saiu, atrás de Persephone.
- Quem é o Garoto Sorriso? – perguntou Harry.
- É o Patriani! Quem mais poderia ser? – respondeu Rony, rindo um pouco.
- O que ele quis dizer com "cuidando do seu povo"? – perguntou Dino Thomas, tomando suco de abóbora.
- Ontem eu estava andando pelo castelo e ele me viu – contou Harry, temendo a represália.
- Que horas eram? – continuou Dino.
- Umas oito horas...
- Então ele está errado, o toque de recolher é as oito e meia! – informou Patriani.
- Eu também estava com o Harry... Agora tudo que os grifinórios fizerem vai ser motivo pra Malfoy tirar pontos da nossa casa – disse Gina.
Rony levantou a sua sobrancelha esquerda, isso significava que não tinha gostado muito da parte que Harry e Gina estavam andando pelos corredores do castelo. Encarou o amigo de uma forma estranha e voltou a comer as panquecas.
Levantaram-se e seguiram para aula de Herbologia, sem muita animação. Harry ainda se sentia mal com o fato de Malfoy ter mencionado a ausência de seu pai. Aquilo só aumentava a ira que tinha contra o Lord das Trevas.
O dia passou lentamente, talvez pela espera do nome do novo goleiro do time de quadribol. Rony não estava muito animado, tinha certeza que não seria o escolhido. Entraram na sala comunal, que estava um burburinho só. Alícia estava em cima da mesa, agitando um pedacinho de pergaminho. Em volta dela estavam os alunos e os candidatos para a vaga. Dino Thomas estava muito agitado e assim que Alícia avistou o trio acenou.
- Gente, vamos ficar quietos. Rony acabou de chegar! – pediu a capitã.
- E aí, Rony? Animado? - disse Pavarti em um sorriso.
- Mais um pouco eu solto fogos – respondeu sarcasticamente.
- Você não tem que ficar triste, se você conseguir, conseguiu! – animou Hermione.
- Os gêmeos disseram, Rony é um perfeito batedor e não goleiro – lembrou Harry.
- Se eu fosse você, Ronald, ficaria feliz. Batedor é a melhor posição de um time de quadribol – intrometeu-se Persephone.
- E o que você entende de quadribol? – alfinetou Hermione.
- Mais que você, eu garanto. Goleiro... Humf! Fica parado esperando uma goles atingir o rosto. Se alguém faz gol é culpa do goleiro. Apanhador é a mesma coisa, se o time perde foi a incompetência do apanhador...
- O que você quer dizer com isso? – perguntou Harry, não gostando do fato da incompetência.
- Potter, eu estava ifalando!/i Apanhador só tem um momento de ação, quando ele acha o pomo. Batedor não. Nós somos os anjos da guarda de todo o time. Não dá pra ficar parado, os balaços vem e nós estamos lá, rebatendo todos. Não precisa ficar com esta cara de enterro, Ronald. Você se safou de uma roubada – contou Persephone, parecendo um pouco animada.
Rony sorriu amarelo, Hermione virou os olhos e puxou o ruivo para longe. Pavarti foi atrás dos dois e Harry se viu "sozinho" com a insuportável Persephone Gramond.
- Você é batedora?
- Meu nome é Bond, James Bond – disse a garota, do nada. – Já ouviu falar em James Bond?
- Ahn? – resmungou Harry, sem entender nada.
- Meu nome é Potter, James Potter. O vigário, o apanhador, o menino que sobreviveu! – caçoou, rindo bastante. – Potter James! Eu não sou batedora, eu iserei/i batedora. Vou sair do seu lado, este seu cheiro me dá alergia – informou, retirando-se.
- GENTE! FIQUEM QUIETOS! – berrou Alícia, ainda em cima da mesa. Finalmente todos silenciaram. – Bem, vamos ao resultado! Os três finalistas foram bons... Aliás, eu não vou ficar com esta conversinha mole, porque já passei por um nervoso desse – os alunos começaram a gritar. – É com extremo orgulho que Neville Longbottom se junta a nós! Parabéns!
Todos ficaram extremamente quietos. Longbottom... Goleiro? Harry notou que Neville estava ao seu lado, com a boca aberta, assim como muitas pessoas.
- AEEEEEEEEE! NEVILLE SE JUNTOU A NÓS! – gritou Fred, quebrando bruscamente o silêncio.
Só assim os outros alunos começaram a comemorar. Menos Neville, que ainda se encontrava em estado de choque, totalmente paralisado. Harry deu um tapinha no ombro dele. Lino Jordan com ajuda de Jorge Weasley, levantaram Neville no alto, jogando-o para cima. Colocaram o goleiro em cima da mesa, junto com Alícia.
- Discurso! Discurso! Discurso! Discurso! – gritou a massa de alunos em volta da mesa.
- Vai Neville, você é do time agora! – falou Alícia, entusiasmada. - Gente, vamos ficar quietos para que ele possa falar.
Instantaneamente todos se calaram.
- É... Eu... – gaguejou Neville. – Eu não esperava, achei que seria o Dino ou o Rony. Mas... Estou feliz!
- Neville! Neville! Neville! Neville! – gritavam todos.
McGonagall, que estava presente, exibia um sorriso orgulhoso nos lábios finos. Realmente, ninguém esperava que Neville ganhasse e Harry ficou feliz com isso. Geralmente quando se falava no garoto Longbottom havia um certo preconceito, pois sempre foi muito desastrado e um pouco desligado.
- Harry? – ele olhou para o seu lado esquerdo e avistou Gina. – Harry?
- Oi...
- Hum, pensando? – perguntou sorrindo.
- Um pouco, gostou do novo goleiro?
- Ótimo! Sinceramente, estava torcendo por ele. Todos acham que Neville é um perdedor, coisa que ele não é.
- Eu também fico feliz por ele...
- Esta festa vai acabar tarde, só quero ver amanhã. Primeira aula de Poções, naquelas masmorras geladas.
- Ainda com os seus irmãos organizando tudo, aqueles dois – falou Harry, sorrindo um pouco.
Jorge e Fred arrastavam Neville, fazendo com que todos o cumprimentassem.
- Eu vou me deitar Harry, nos falamos amanhã – despediu-se a ruiva.
- Até.
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A verdade é que os dias estavam se passando rápido, assim como as semanas. Era uma terça-feira, último dia do mês de outubro, Dia das Bruxas. Harry não estava nem um pouco animado como costumava ficar nos anos anteriores.
Estava tudo monótono, rotineiro, nada de novo e isso lhe preocupava. Voldemort estava aprontado mais alguma coisa e Harry se angustiava por não sonhar com mais nada. Lupin ainda não havia chegado de sua missão e Melane parecia saber de alguma coisa, assim como Sirius. Mas, como sempre, lhe privavam das informações. Não conseguia arrancar nada dos dois. Não sabia o que tinha acontecido com Sirius em sua missão à África, ou quais eram os planos para combater o Lord das Trevas. Não tinha informação e ninguém lhe dizia o que estava acontecendo.
- Harry, você não vai para a festa? – perguntou Rony, amarrando o tênis.
- Estou sem vontade...
- Você anda muito estranho, triste... Preocupado com Você-Sabe-Quem?
- Um pouco. Lembra quando ele ficou quieto deste jeito? Atacou a King's Cross, deve estar tramando algo. Sirius e Melane também não me contam nada!
- E você irealmente/i espera que eles de contem alguma coisa? Se quisermos saber de alguma coisa temos que sondar...
Harry, que estava deitado na cama, levantou-se e sorriu.
- O que deu em você? – perguntou entusiasmado.
- Ué? O que deu iem você? /i Sempre procuramos as coisas, andando por aí...
Rony tinha um olhar cintilante. Harry sabia o que o amigo queria dizer.
- Então, é só procurar! – continuou Rony. – Agora, onde? É outra coisa...
- É vamos pra festa, esta conversa me deu fome!
Seguiram para o Salão Principal, animados. Até que enfim um pouco de ação, ou um bom começo. Sentaram-se e estranhamente Persephone estava na mesa, junto aos grifinórios. Depois das "boas vindas" de Malfoy, Persephone andava com o grupo dos sonserinos. Todos acharam estranho, mas era Draco que decidia com quem andava ou não. Gramond, aos olhos dos grifinórios, era uma perfeita sonserina e não fazia falta nas horas das refeições nem nas conversas em volta da lareira das sala comunal da Grifinória.
A garota carrancuda estava com o braço quebrado e um curativo no nariz, parecia que não dormia pelo menos, uns dois dias.
- O que está olhando, Potter James? – disse, encarando-o.
- Caiu da cama?
- Não lhe devo satisfações, James Bond dos bruxos.
- Você e muitos sonserinos andam se machucando, pode me dizer o que está acontecendo? – perguntou Hermione, receosa.
- Gramond, deveria procurar a Madame Pomfrey... Um feitiço ou uma poção resolve estes machucados rapidamente – informou Gina.
- Sabe qual o problema de vocês? Vivem se intrometendo na vida alheia. Se estou com as bandagens é porque tenho motivos próprios e não coletivos – respondeu com o conhecido mal humor.
- Só queremos ajudar – continuou Gina.
- Dispenso caridade. Não estou morrendo e mesmo que estivesse seria um problema inteiramente meu.
- Não sei por que vocês perdem tempo discutindo com a Gramond. A ignorância chegou e parou nela – falou Lilá bastante irritada. – Por que você não volta de onde veio? Ninguém te quer aqui.
- Lilá! – bronqueou Harry.
- Eu não vou perder o meu tempo com vocês – anunciou a mal humorada.
- Ótimo! - exclamou Gina, rapidamente.
- Atenção, atenção! – disse Dumbledore, fazendo com que todos se calassem. – Devo informar a todos que no próximo fim de semana os alunos do quarto ano em diante poderão visitar o povoado de Hogsmeade! O Ministério da Magia informou que o povoado está devidamente seguro. Os interessados deveram adquirir novos formulários, ou seja, uma nova autorização, que deverá ser assinada pelos pais ou responsável.
Os alunos fizeram uma gritaria que ecoou por todo Salão. Alguns protestavam, os alunos do terceiro ano.
- Vocês poderão retirar os formulários com os monitores de suas casas e entregar preenchidos para os mesmos – mais manifestações de todos os alunos. - Ainda não terminei, os alunos precisarão do novo formulário e de notas boas. Só poderão ir ao povoado os que tiverem boas notas. iMuito boas./i Espero que todos se divirtam agora, com este delicioso banquete e estas guloseimas fabulosas! – anunciou Dumbledore, estalou os dedos e, como costume, apareceram a fabulosas especiarias nas mesas, dando um colorido ao Salão.
As abóboras flutuantes, a decoração roxa e laranja, será que tudo estava voltando ao "normal"? Harry não sabia, mas deixou escapar um sorriso bobo, estava contente.
- Isso realmente... Horrível! O que eles querem dizer com notas boas? - perguntou Rony, enfezado.
- Eu sabia, estava bom demais para o meu gosto – contou Jorge. – Eu sabia...
– Eu não vou a Hogsmeade, não mesmo! – disse Alícia.
- Como não vai? Está com medo? Ai, Alícia! Você tem ótimas notas – reclamou Jorge.
- Nós vamos, né? Você vai Rony? – perguntou Pavarti. Hermione fez uma cara de espanto, assim como Rony.
- Ahn? Sim eu vou... Apesar de a minha mãe e das minhas notas não serem fabulosas – falou Rony incerto.
- Eu acho perigoso – manifestou-se Hermione. - Rony e Harry, acho que vocês não deveriam ir para o povoado. Nunca se sabe o que pode acontecer, não é mesmo? Eu vou pedir autorização para a minha mãe, até porque eu sou monitora, mas acho que todos nós devemos ficar aqui, por medida de segurança, ainda tem os N.O.M's! – falou bastante séria.
- Hermione, falta muito para os N.O.M's – lembrou Harry. – E se houvesse algum perigo Dumbledore não daria a autorização, certo?
- Mas este negócio de notas? A maioria vai ficar aqui, isso é uma estratégia – suspeitou Rony.
A garota se curvou, com um ar pensativo, para o seu prato. Persephone levantou e se dirigiu para a mesa da Sonserina.
- O que os sonserinos estão aprontando? - perguntou Gina. – Olha, estão mais agitados que o costume... E alguns deles machucados.
- Coisa boa não deve ser, não mesmo – falou Patriani.
- Eu também, estão quietos demais. E hoje agitados demais para o Dia das Bruxas – completou Harry.
- Vai ver estão felizes com a festa! – brincou Rony, e recebeu olhares censurando-o. – Todos vocês levam as coisas sério demais...
- Você que gosta de bancar o palhacinho, Rony... E sempre nas horas erradas – bronqueou Hermione.
- Eu gosto das piadas do Rony – disse Pavarti, fazendo com que o ruivo sorrisse triunfal.
Conforme o tempo passou, aos poucos, todos foram se retirando. Harry e Rony se prolongaram um pouco mais, conversando um assunto qualquer. Agora, estavam seguindo para a sala comunal da Grifinória, quando a escada se movimentou e se viram totalmente opostos ao caminho da Torre da Grifinória. Harry odiava quando isso acontecia, era por causa das escadas que sempre saía mais cedo para as aulas.
- Você ouviu? - perguntou Harry, baixinho.
- Ih, já li esta história. Da última vez era Hermione, deve ser o Patriani ou algum monitor metido a besta. Vai se esconder? Eu não..http:www.inutilidadesuperuteis.weblogger.com.br/ - i
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- Rony, fiquei quieto!
- Blá, blá, blá!
Os passos se aproximavam, Harry puxou Rony pelo colarinho.
- Você está com mania de perseguição, Harry! – reclamou o ruivo.
Estranhamente, as tochas que iluminavam o corredor, diminuíram a intensidade de suas chamas. Os passos se tornavam mais apressados, percebeu que era mais que uma pessoa. As tochas finalmente se apagaram.
Harry se afastou mais, quando viu mais de vinte alunos caminhando apressadamente, todos encapusados. Ele engoliu seco, sua boca abriu grosseiramente. Piscou rapidamente, não acreditava no que estava vendo. O corredor estava bastante escuro, a única iluminação do local era a fina luz verde que saía das varinhas dos encapusados.
Assistindo os apressados, Harry sentiu o braço de Rony o empurrando para junto da parede, encostou na parede de pedra e gelada do castelo. "Pra onde iriam todos aqueles alunos?", perguntou Harry para si mesmo. Por último vinha uma pessoa que pela altura pareceu ser um adulto. Assim que todos dobraram o corredor, as luzes voltaram ao normal aos poucos, como soubessem o que tinha acontecido ali. Ficaram alguns instantes sem dizer nada, olhando para o vazio, processando o acontecimento.
- Rony?
- Desta vez você estava certo... Não gosto quando você olha deste jeito – respondeu levemente assustado.
- Não sei, talvez devêssemos ir atrás – disse se desencostando da parede.
- Você é louco? Ir atrás, agora? Nem em sonho!
- Está com medo?
- Não seu bobo, estamos desprotegidos! E se algum deles nos vê? Talvez outro dia...
- Talvez amanhã! – sugeriu Harry animado.
- Depois decidimos, vamos ir embora daqui! Podemos falar com Hermione...
- Não! – exclamou Harry. – Ela não pode ficar sabendo nada sobre isso, entendeu?
- Às vezes eu me esqueço que ela é monitora – falou em um muxoxo. – Se contarmos Hermione vai querer participar.
- É, se alguém nos pega por aí, junto com ela. Adeus monitoria.
- Pra mim aquilo eram imini/i Comensais da Morte, Harry.
- Não fale besteiras! – disse sorrindo. – iMini Comensais da Morte?/i
- E o maior de todos era Snape – continuou, ignorando Harry.
- Snape está do nosso lado.
- Humf! Não confio em Snape, nem você...
- Mas Dumbledore confia – lembrou.
Começaram a caminhar, depois de alguns passos Harry parou de andar. Avistou algo prateado no chão, apanhou e analisou. Era uma correntinha, que parecia ser de prata, seu feixe estava quebrado. Na corrente delicada estava pendurado um medalhão, também parecendo ser de prata. Havia uma cobra em alto relevo, os olhos verdes, talvez fossem pequenas esmeraldas, no verso do medalhão havia várias coisas escritas, mas Harry não pôde ler, estavam em outra língua.
- O que você tem aí? – perguntou Rony curioso.
- Alguém deles perdeu esta corrente... – disse, estendendo a jóia para Rony. Ele a analisou minuciosamente, como Harry havia feito há alguns segundos atrás.
- Isso aqui é coisa de gente rica e sonserina! Estou dizendo, estes sonserinos estão servindo a Você-Sabe-Quem!
- Que tipo de pessoa usaria isso?
- Isso parece ser de prata...
- Talvez uma garota, Rony. Que horas são?
- Dez e vinte – informou o ruivo.
- Ótimo, amanhã estaremos aqui! Antes das dez, temos que estar aqui, escondidos por aí.
- Credo Harry... Para com esta animação! – caçoou Rony. – Um bando de gente usando roupa preta...
- Mini Comensais, não é mesmo? – perguntou Harry, rindo bastante.
Rony devolveu a jóia para Harry, que guardou em seu bolso e retomaram a caminhada para o dormitório.
Ficou decidido, entre os dois, assim que a sala comunal esvaziasse os dois iriam ao quinto andar do castelo, na Ala Oeste. No café da manhã, assim que Hermione sentou à mesa, mostrou a correntinha. Persephone, que tinha uma calorosa "conversa" com Virgínia, parou de falar ao ver a jóia nas mãos de Hermione.
- O que está fazendo com isso? – perguntou, tomando violentamente a corrente das mãos de Hermione. – Hein?
- Que falta de respeito a sua! Isso é seu? – perguntou a monitora, nervosa.
- Onde achou isso? – disse muito irritada.
- Eu achei isso no corredor, Gramond – contou Harry.
- Tinha que ser o iPotter James/i – falou rispidamente. – Em que circunstâncias você achou o medalhão?
- Em que circunstâncias você perdeu o medalhão? – rebateu Rony.
- Ronald, ainda não estou falando com você! Hein, Potter James?
- Um "obrigada" cairia muito bem. Achei isso na Ala Sul – mentiu Harry.
- Impossível!
- Por quê?
- Quem faz as perguntas sou eu, não você!
- E eu as respondo se eu quiser! – exclamou Harry, suficiente para que todos ouvissem.
Persephone Gramond chegou ao ápice de sua irritação. Bufou alto e andou rumo à mesa da Sonserina.
- Persephone estava junto com eles – cochichou Rony no ouvido de Harry. – Ela deve ter uma ligação muito forte com os sonserinos, porque vive com eles... E usa aquele troço, com uma cobra. Por que raios ela foi selecionada para ficar na Grifinória?
- Pelo mesmo motivo que eu. Ela deve ter alguma coisa que se pareça comigo porque por pouco não ficou na Sonserina... Agora, de onde ela conhece o Malfoy? Por que ela é aceita no grupo?
- Quer dizer que vocês são iparecidos?/i – perguntou Rony em um sorriso, em tom de malícia.
- Em alguma coisa... Se ao menos ela não fosse tão amarga, poderíamos conversar com ela – disse, observando a mesa da Sonserina.
- Impossível!
- Gramond é muito... Ela se parece demais com Malfoy.
- Correção, ela é o Malfoy em sua versão feminina e com um pouco mais de sangue nas veias.
- É, Draco imponente demais para ficar nervoso na nossa frente – concordou Harry, mastigando um pedaço de salchicha.
- O que vocês tanto cochicham? – perguntou Gina, que estava sentada a frente de Harry.
- Coisas de homens – respondeu Rony rapidamente.
Harry e Rony foram os últimos a subirem para o dormitório, queriam certificar que todos já estavam deitados. Sem o mapa do maroto era mais difícil sair por Hogwarts sem saber o que encontrará atrás de uma porta. Rony estava um pouco tenso, talvez ansioso. Harry contava os segundos, nove horas os monitores faziam a contagem dos alunos, para certificar que todos estavam na cama. Depois que Patriani checou o quarto, Rony e Harry tiveram que esperar mais um pouco. Quinze minutos depois, encontravam-se debaixo da capa de invisibilidade de Harry. Rony estava um pouco curvado, por causa de sua altura. Andavam devagar, temendo encontrar alguém no caminho. Finalmente chegaram ao quinto andar, "esconderam-se" atrás de uma pilastra. Não havia porque ficar ali, mas Rony preferiu assim, como de costume. Harry verificou em seu relógio de bolso, eram nove e quarenta, agora era ele quem estava ansioso, com um frio constante no estômago.
- Onde estão aqueles azedos? – perguntou Rony, saindo da capa. – Será que tem um dia certo? Ontem foi dia das bruxas... Poderia ser um ritual ou algo parecido.
- Não sei... Temos que ficar esperando, logo eles aparecem.
- Acho que não foi desta vez que pegamos aqueles amantes de Você-Sabe-Quem! – desacreditou Rony, falando mais alto do que devia.
- Rony, quer falar baixo?!
- Que horas são?
Harry verificou pela milésima vez o relógio.
- Nove e cinqüenta...
A claridade foi diminuindo e estranhamente Harry sentiu um calor estranho. Rony voltou para de baixo da capa de invisibilidade.
- O que fazemos agora? – perguntou baixinho para Harry.
- Assim que o último passar, vamos atrás...
O número de alunos era bem menor ao da noite anterior. As pontas das varinhas estavam verdes, o corredor escuro. Desta vez o que parecia ser um adulto não estava presente. Esperaram o grupo se distanciar.
- Vamos? – perguntou Harry. – Acha que todos já passaram?
- Não sei, ontem havia mais alunos...
- Ontem era Dia das Bruxas, Rony. Se não formos agora perderemos o grupo de vista...
Ele olhou para o corredor, o último estava virando para esquerda. Olhou para o outro lado, não havia ninguém. Começaram a caminhar um pouco rápido. Alcançaram o último e respeitaram uma certa distância. Ao passo que andavam, as tochas acendiam-se. Harry ouviu passos apressados atrás de si, mas não houve tempo para desviar. Mais um encapuzado, veio correndo na direção onde estavam e bateu em cheio, caindo no chão. Isso chamou atenção do último bruxo, que estavam um pouco distantes dos dois, mas percebeu o movimento. O capuz caiu e revelou o rosto de Persephone, bastante assustada. Olhando na direção de Harry e Rony e subentendendo o que estava acontecendo. Ela voltou a colocar o capuz e os garotos saíram da direção dela, encostando na parede. Harry ofegava bastante assustado, estavam perdidos.
- O que aconteceu? – perguntou uma voz grossa para Persephone.
- Eu escorreguei – respondeu a garota.
Harry e Rony andavam de lado, junto à parede, se distanciando em direção a escada. Mais uma pessoa de aproximou. Persephone se levantou, olhando para trás. O que havia chegado ficou junto com a garota e o outro retomou o caminho.
- Não fale nada, tem alguém aqui... Em uma capa ou usando poção de invisibilidade – contou a garota para o outro encapuzado.
Harry olhou para o amigo, Rony parecia estar mais assustado. Persephone vasculhava o corredor minuciosamente, querendo enxergar quem estava lá. Ela andava e Harry torcia para que não fossem descobertos. Persephone estava perto demais. Finalmente o encapuzado que havia permanecido falou.
- Tem certeza?
- O que você acha? – retrucou a garota.
- Você sabe o que vai te acontecer, não é mesmo? – perguntou em tom de malícia. Tinha voz de homem.
- Fique quieto!
Rony e Harry aproveitaram, chegaram na escada e saíram do campo de vista de Persephone e o homem que a acompanhava. Assim que o fizeram, Harry tirou a capa e a colocou no bolso.
- O que está fazendo? – cochichou Rony, apático.
- Vejam só, é o Weasley e Potter! Não sabia que teriam capacidade mental para fazer uma poção de invisibilidade – caçoou o garoto.
Harry se aproximou cuidadosamente e puxou o capuz do outro, era Draco Malfoy.
- Potter! – exclamou raivoso.
- Uuuuuuh, você já sabe o que vai acontecer com você, né? – caçoou Persephone.
- E então, o que fazem por aqui? – perguntou Harry, subindo ao mesmo patamar de Draco.
- O mesmo que você, Potter James. Aliás, como vocês são burros! – disse a garota.
- Como se você não fosse – revidou Harry rapidamente.
- O que fazemos com eles, Draco? Hum, arrancar os olhos talvez... – falou a garota, sorrindo.
Rony se juntou a Harry, instantaneamente Draco e Persephone se desfizeram da capa preta, magicamente, e empunharam as suas varinhas.
- Está com medo, Potter? Você e seu escudeiro se meteram em uma grande encrenca – disse Malfoy, com prazer.
- Onde já se viu?! Nos seguindo! Onde queriam chegar com isso? – completou Persephone.
Rony e Harry empunharam suas varinhas. Seria um belo duelo, pensou Harry.
- Cadê a sangue ruim que anda com vocês? Estão deixando ela pra trás? Isso não é coisa que se faça! – caçoou Draco.
Sem pensar, Rony pulou no pescoço de Draco, fazendo com que os dois caíssem no chão. Rony estava por cima de Malfoy e batia a cabeça do loiro no chão com bastante força. Draco relutava, até que conseguiu empurrar Rony para longe, fazendo com que também batesse a cabeça no chão. Ele ficou parado, olhando Rony, que levantou rapidamente. Harry tentou segurar o amigo pelo braço, mas Rony o empurrou e novamente avançou em direção a Draco. Persephone parecia estar assustada mais não disse e nem fez nada.
- Isso é para você aprender a respeitar Hermione! Nunca mais ouse falar isso novamente, está me entendendo? – gritou Rony, socando o estômago de Malfoy.
Os dois se atracavam violentamente, socos e ponta pés. Não havia como saber quem estava batendo ou apanhando mais. Era estranho, mas Draco era bastante forte. O cabelo loiro platinado estava sujo de sangue. A sobrancelha de Rony estava sangrando. Novamente, o ruivo conseguiu derrubar Malfoy no chão. Rony, que estava por cima, socava o rosto angelical de Draco.
- Ronald, chega! Você vai matá-lo! Você vai matá-lo! – gritou Persephone.
Harry correu novamente e segurou Rony por trás. Draco estava desacordado no chão, com sangue na nuca. Harry encostou Rony na parede, estava bastante sujo de sangue. O suor escorria pelo rosto do amigo, estava bastante pálido agora.
- Você está ficando louco, Rony? Nunca te vi este jeito!
- Alguém tinha que dar uma lição nele! – disse com raiva.
- Você vai ser expulso, você pode tê-lo matado!
- Não me importo. Malfoy vem importunando todos há séculos! Você, Gina, Hermione.
- Potter, sai daqui com Ronald! AGORA! – gritou Persephone desesperada. Ela estava sentada, com a cabeça de Draco em seu colo.
Rony, que estava encostado na parede, lançou um olhar estranho para Harry e deslizou, sentando-se no chão, as enormes mãos na nuca.
- Deixa de ser mole! Seja útil pelo menos uma vez na vida, saia daqui! Leve Ronald, ande! – berrou Persephone, com as mãos suja do sangue de Draco.
- Ninguém vai a lugar nenhum. O que está acontecendo aqui?
Harry sentiu suas pernas tremerem, olhou e viu Alvo Dumbledore, com uma cara extremamente estranha.
- Detenção! – exclamou imponentemente.
