Capitulo vinte e um - Confusões e o segundo elemento
- Harry, sabe o que eu venho pesquisando? – disse Hermione enquanto faziam o dever de Transformações. Rony não olhou para a garota, os dois não se falavam desde o desentendimento.
- O quê?
- Sobre o Lions... – contou misteriosa – Por que o Ministério não falou nada de concreto sobre o animago até agora?
- Estão preocupados com outras coisas mais importantes – respondeu Harry.
- Mais importantes? O Lions é importante! Se não fosse por ele, nós três estaríamos mortos... Eu principalmente.
- O que você descobriu?
- Andei conversando com Hagrid, Madame Pomfrey e aquela sua colega da Lufa-Lufa, Daniela e fiz uma lista das possíveis pessoas que poderiam ser o animago – disse ela, tirando dois pergaminhos da mochila. Estendeu um para Harry e outro para Rony, que fingiu não estar interessado.
- Você descartou a possibilidade de ser um aluno... São poucas pessoas, então – falou Harry, sem examinar a lista.
- Nada disso, tem alunos com grande potencial, que eu tenho certeza que podem se tornar um animago – contou Hermione.
- Mas a Prof. McGonagall disse que não havia possibilidades! – lembrou Harry – Só se ela queria...
- Ocultar alguma coisa! – completou Hermione.
- Isso é ridículo, Hermione! – disse Rony, após examinar a lista – Minha irmã, um Lions? – ele perguntou após ler os nomes na lista. Hermione fez uma cara feia e arrancou a lista das mãos do ruivo.
- Sua irmã! – confirmou ofendida – O Lions na briga contra Você-Sabe-Quem machucou uma das patas, não é mesmo?
- Como sabe disso? Você estava mal àquela hora! – retrucou Rony.
- Quer me deixar terminar, fazendo um favor? – disse mais ofendida ainda – Eu pesquisei sobre isso, li jornais da época. Não estou inventando!
- Se acalme, Mione – falou Harry, olhando severamente para Rony, que cruzou os braços.
- Então Gina está na lista porque ela machucou um dos braços. E segundo depoimentos de bruxos que estavam presentes no local, o Lions feriu a pata dianteira, pata esquerda. Exatamente o braço que Gina quebrou. Segundo, a Gina é boa em transfiguração. Terceiro, ela é a sua irmã - falou olhando para Rony - e nossa amiga, por isso se transformou no meio de todo mundo para nos salvar – concluiu Hermione – Ela tinha inúmeras razões...
- Parece que a sua teoria se encaixa – disse Harry, um pouco convencido – Mas por que ela não contou que era o animago?
- Medo, tenho certeza. Ela nos salvou na estação, mas isso é uma coisa ilegal... Digo, não tem a aprovação do ministério, um Lions Alado ilegal.
- Isso tudo é um absurdo, se ela fosse um animago eu saberia – disse Rony irritado – Ela me contaria, além do mais Gina teria que estudar muito para se tornar um Lions.
- Rony, lembra que nós fomos na biblioteca, lá no Beco Diagonal? – perguntou Harry e Rony fez que sim com a cabeça – Aquela bibliotecária disse que Gina sempre ia lá pegar alguns livros. Conhece tudo aquilo como a palma da mão, eu acho que ela vem se empenhando para se tornar um animago.
- Viu! – falou Hermione triunfante – Mas além de Virgínia existem outras possibilidades... Aquela tal de Ananda, que anda com a Gramond.
- Hermione, ela é da Sonserina – disse Harry e lembrou que Dumbledore na reunião dos aurores da Ordem havia dado a entender que a família de Ananda estava do outro lado – Eu acho que não...
- No dia em que briguei com Malfoy e ficamos na enfermaria, ela entrou escondido e nos contou o que deveríamos falar se alguém perguntasse por que nós dois brigamos. Talvez ela não seja tão ruim assim.
Imediatamente, Harry lembrou quando ele e Persephone estavam voltando da sala do diretor, quando Persephone havia topado com Ananda no caminho para a Torre da Grifinória e elas ficaram cochichando por um tempo.
- Ela fez isso porque Gramond pediu - contou Harry - Eu e Gramond estávamos voltando da sala do diretor e ela ficou conversando com esta tal de Ananda.
- Ananda está na lista porque se encaixa no perfil que eu montei com a ajuda de Daniela e Hagrid. Andei conversando com os dois e a Daniela acha possível um animago em Hogwarts. Tem Parvati... - lembrou meio desanimada - Se lembram de quando ela ficou toda irritadiça quando a Prof. McGonagall disse que nenhum aluno teria capacidade de se tornar em um animago? - Harry fez que sim com a cabeça - Foi estranho ela se irritar daquela forma, mas ela não se encaixa.
- Ela não foi a única que ficou irritada... – comentou Rony com um sorrisinho. Harry examinou a lista: em primeiro lugar estava o nome de Gina, depois de Ananda e Sidra Tranks. Ao lado dos nomes estavam os argumentos e algumas características das alunas.
- Quem é Sidra? – perguntou Harry.
- Sidra Tranks é da Corvinal, amiga da Cho... - e fez uma careta de desaprovação - Ela é boa em Feitiços e também quebrou o braço esquerdo naquela confusão toda. Ao todo, foram dez pessoas que quebraram o braço. Destas dez, quatro quebraram o esquerdo. Fui descartando aos poucos, restaram estes três nomes...
- Mas... Sidra teria que ser boa em Transformações, e não em Feitiços - lembrou Harry.
- É, mas Hagrid disse que existem alguns feitiços que ajudam na transformação. Assim como Ananda se destaca em Poções… Quantas vezes eu vi Snape se gabando por ela? Sidra já está no sétimo ano, já têm poderes suficientes.
- É... E você fez isso por quê? – perguntou Harry, relendo a lista.
- Por várias razões, curiosidade... Não entendo o porquê do Ministério e McGonagall estarem escondendo isso. E também não entendo por que a bruxa não legaliza logo esta situação, não devia esconder este grande potencial!
- Ela deve ter as suas próprias razões e McGonagall pode não saber de nada disso - falou Harry.
- Por que ela não saberia? Ela é professora, vai ver foi uma ordem não responder nada referente ao animago. Coisa do novo ministro, algo ultra secreto ou alguma coisa do tipo – disse Hermione procurando não olhar muito para Rony – E o mais interessante é o signo delas...
- Gina é de libra – contou Rony em um muxoxo.
- Gina é libriana, Sidra geminiana e Ananda é de aquário, todos os signos com o elemento Ar, fundamental para ser um animago alado.
Depois da conversa com Hermione, eles seguiram para o salão principal para jantar. Harry teria muito o que conversar com Gina… Se ela era um Lions, por que não havia contado a ele, seu namorado?
Os alunos do quinto até o sétimo ano de Hogwarts estavam reunidos no salão principal, onde as quatro mesas haviam dado lugar ao conhecido palanque de duelos. Melane estava em cima dele, com um sorriso ansioso. Os alunos conversavam bastante ansiosos, seria a volta do "Clube dos Duelos" que Lockhart começara anos atrás. "Só espero que não dê confusão", comentou Rony enquanto esperaram os outros alunos chegarem.
- Por favor, silêncio! – pediu Melane, e assim os alunos fizeram – Já fiquei sabendo que há três anos um professor de vocês tentou montar um Clube de Duelos e parece que ele não se deu muito bem… Hoje é só o começo, porque ficar duelando no salão principal não vai dar muito certo. Vamos colocar em prática a Magia Defensiva que vocês estão aprendendo: escudos, contra-feitiços... Antes de vocês perguntarem, "Professora, vai valer nota?" – ela disse, imitando voz de criança – Vai, eu estarei avaliando todos vocês, com a ajuda de Severo – e apontou para o Prof. de Poções.
- Ai, era só o que faltava... – resmungou Rony insatisfeito.
- TODOS vocês duelarão. Não há como fugir, entenderam? – continuou Melane, andando pela "passarela". – Ah, eu ainda não decidi, mas eu acho que vou misturar vocês. Um aluno do quinto ano duelando com um do sexto.
- Mas, Professora, isso é injusto! – reclamou uma quintanista da Corvinal – A Senhora – Melane fez uma careta ao ouvir o "senhora"- concorda que eles sabem mais do que nós?
- Eu disse que não havia decidido – ela respondeu prontamente – Okay, vamos às regras! – disse fazendo um gesto com a varinha – Primeiro, nada de conjurar animais. Cobras, lagartos, baratas, elefantes, moscas, nada. Segundo, nada de sair na pancadaria. Somos bruxos e bastante civilizados para socar uns aos outros – falou olhando para Draco e depois para Rony – Terceiro, não adianta tentar fazer um feitiço se ainda não o praticou ou viu em um livro qualquer, lembre-se de que ele pode se virar contra o feiticeiro e nós não queremos isso. Quarto, o objetivo disso tudo é treinamento. No caso dos alunos do quinto ano, ganha o duelo quem imobilizar o oponente primeiro. Cada ano é um caso...
Os alunos começaram a conversar entre si. Melane desceu da passarela e dirigiu-se a Snape.
- Eu sabia, estava sendo fácil demais… – comentou Parvati – Imobilizar é dificílimo! Eu ainda não consegui imobilizar uma aranha, imagine uma pessoa.
- No segundo ano, eu consegui imobilizar uns dragonetes... Mas foi bem no susto, não sei se agora conseguiria - comentou Hermione. Lilá olhou para Hermione como se quisesse dizer "Fica quieta" e virou-se para Parvati.
- Ai, Pá! – retrucou Lilá Brown – Você também quer as coisas fáceis demais. Não conhece a Professora Walker? Quando ela não passa nenhum dever, é que está tramando alguma coisa... Temos que aprender a imobilizar, definitivamente.
- Rony... – disse Pavarti manhosa – Você já consegui imobilizar uma aranha?
Hermione revirou os olhos e Rony deu um sorriso. Melane havia falado para os alunos treinarem com aranhas e gafanhotos.
- Não, eu não gosto de aranhas – falou fazendo uma careta - Estou treinando com a minha coruja!
- Hum, quer dizer que o Escudeiro Weasley tem medinho de aranhas? – caçoou uma voz atrás de Rony. Era o insuportável Malfoy, acompanhado de seus capangas.
- Se você falar mais alguma coisa, seu loiro azedo, eu vou imobilizar uma coisa que você nunca mais poderá usar - disse Rony enfrentando Draco.
- Weasley, Weasley... Antes loiro azedo do que pobre e enferrujado! - retrucou Malfoy, fazendo com que Crabbe e Goyle rissem alto.
- Vai, Malfoy, área. Não adianta falar como você costuma fazer - disse Harry, se pondo na frente dos dois - Vamos ver o que você pode fazer lá em cima - disse Harry, apontando o palanque.
- Okay, vamos... Malfoy, você é um monitor, não pode fazer isso que está fazendo, gerando desarmonia entre os alunos. Não é isso que Professor Dumbledore quer entre as casas de Hogwarts - disse Hermione bastante convicta no que falava. Draco a fuzilou com o olhar e, estranhamente, Harry sentiu uma pequena pontada em sua cicatriz, a mesma pontada de quando vira Snape pela primeira vez.
- Fique fora disso, Granger. Vamos ver, anseio por isso, Potter James. Ao contrário de você, eu não venço por pura sorte. Crabbe, Goyle... - chamou Draco, dando as costas para Harry e os demais. Mas Harry avançou sobre Draco se pondo na frente do loiro.
- O que você disse? Sorte?
Draco riu, não sarcasticamente como de costume. Ria porque achara engraçada a pergunta de Harry.
- Você não é tão estúpido assim, Potter. Você têm sorte, nasceu com ela. Está grudada na sua testa, só que em forma de cicatriz. Acha que é famoso porque fez a sua fama? Nem sabe o porquê de ainda estar vivo!
- Não tem nada a ver isso que está falando, Malfoy! - disse Rony impacientemente - Vai, já torrou o saco aqui. Loiro azedo e INVEJOSO! - terminou Rony gritando a última palavra, fazendo com que outros alunos se aproximassem para ver a discussão.
- Cala sua boca, Escudeiro! - Draco falou, ainda olhando para Harry, que notou que Draco estava cada vez mais parecido com a forma de olhar. - Você é uma das estrelas, como a minha mãe diz... Nasceu com sorte. Não morreu quando era pequeno, também não morreu quando a Câmara Secreta foi aberta, junto com aquela ruivinha nojenta. E veja, também teve bastante sorte no Torneio Tribruxo - contou sarcasticamente - Você ganha o torneio, escapa do Lord das Trevas e ainda embolsa o prêmio! O que isso se chama?
- Sorte - respondeu Crabbe.
- Veja o Escudeiro Weasley, ele nasceu com a estrela dele na bunda e ela já foi embora há muito tempo, quando ainda era um projeto de Weasley. E existe a minha estrela, eu faço a minha sorte. Quando eu perco, eu perco. Quando eu venço, eu realmente venço. Sou um homem, diferente de você, que é apenas um nome. Uma farsa. Potter, você não é nada, já parou para pensar nisso? Qualquer um pode ser melhor que você no quadribol, na escola. Qualquer um que seja realmente talentoso. Você é um qualquer - falou friamente e tocou a cicatriz de Harry - Uma cicatriz, um fraco.
- Cale a sua boca agora! - berrou Harry com todas as forças.
- A verdade dói, não é mesmo? Admita, eu estou certo - Draco falou orgulhoso - Já perdi muito tempo com você - e saiu acompanhado de Goyle e Crabbe.
Harry havia perdido o chão. O sangue lhe subiu na cabeça. Sentiu a mais pura raiva contra Draco Malfoy. Afinal, ele estava certo... Não estava? Harry sempre ganhava no final? Ganhava... Mas quem era Harry Potter?
- Harry...
Ele sentiu uma mão em seu ombro.
- Harry? - chamou a voz novamente. Ele se virou e se deparou com Cho Chang, que parecia estar apreensiva. - Eu não sei o que realmente aconteceu, mas vou dar uma queixa contra Malfoy, ele não pode ficar causando tumulto.
- Ah, eu já havia dito isso a ele - falou Hermione, aproximando-se de Harry; Cho a olhou de uma forma estranha. Harry mirou o pequeno círculo de pessoas que estavam em volta deles, Rony estava tão nervoso e transtornado como Harry. Parvati o segurava pelo braço, meio apavorada, e Rony seguia Malfoy com os olhos, que se perdia no meio dos alunos.
- O que está acontecendo aqui? Chang, Granger?! – perguntou a voz ríspida de Snape - Ah, sabia! Potter tinha que estar no meio de toda esta confusão!
- Professor Snape, não está acontecendo nada. Apenas uma conversa um tanto calorosa - contou Cho - Vamos, vamos, circulando.
Cho começou a colocar ordem na casa, dispensando a ajuda de Hermione, que ficara visivelmente irritada.
- Granger, você é monitora, tem que fazer com que isso não aconteça, está me ouvindo? - continuou Snape.
- Professor, o agitador disso tudo foi Draco Malfoy, monitor da sua casa - respondeu Hermione cheia de mágoa.
- Eu não estou vendo o agitador - retrucou Snape.
- Me dêem licença - falou Harry saindo do tumultuado salão.
Mais uma vez Draco Malfoy acabara com o seu dia. Harry sentia o sangue ferver enquanto caminhava para a Torre da Grifinória, sua cabeça latejava. "Malfoy inútil", ele pensava constantemente. Ele se perguntou inúmeras vezes se era mesmo tudo aquilo que Draco havia falado, um sortudo. Quanto mais ele se perguntava, mais certo estava de que realmente tinha tido muita sorte em toda sua vida. Convenceu-se de que era apenas um nome, um qualquer.
Deitou-se em sua cama, mas o sono não vinha. Três palavras ecoavam em sua cabeça: "Sou um perdedor". Depois de algumas horas deitado, ele ouviu a voz de Rony o chamando, mas não respondeu. Rony não entenderia, ninguém entenderia o que Harry estava passando naquele exato momento, em sua cama, com uma confusão de sentimentos em sua mente.
- A astrologia influencia bastante para se tornar um animago, hoje vamos saber quais são os dois elementos que regem vocês. Um é do signo e o outro nós descobriremos agora - falou a Prof. de Adivinhação.
Harry estava extremamente mal humorado por causa da noite anterior, ainda questionava a sua sorte.
- Por favor, apanhem a bola de cristal de vocês - pediu a professora - Vamos, vamos! Trabalharemos em duplas e vocês já sabem muito bem como é que funciona a bola de cristal. É só interpretar o que ela diz, e para isso basta lançar um feitiço na pessoa e pronto, o cristal diz tudo.
- Aham, o cristal diz tanto que não quero falar com ele hoje - caçoou Rony - Estou com dor de ouvido.
Pavarti e Lilá, que sentaram-se na mesma mesa que Rony e Harry estavam, deram risinhos estridentes. Harry se lembrava muito bem quando as garotas odiavam as gracinhas dos dois. "Garotas...", resmungou Harry.
- Vamos lá, Harry Potter! - falou a professora caminhando em direção ao garotos - Qual é o seu signo?
- Leão... - resmungou sem interesse.
- Turma, temos um leonino! - exclamou com vivacidade - Bem, um dos seus elementos é o fogo e isso é bastante interessante. Pode se tornar um animal arisco, sabia? Os leoninos não gostam de ser definidos como egocêntricos, mas o termo é mais que apropriado a eles. Mesmo sem abrir a boca, um leonino é sempre notado. São teimosos, determinados e pouco influenciáveis. Grandiosos por serem o único signo regido pelo Sol. A fé, mais que otimismo ou entusiasmo, parece inabalável, principalmente no que depende deles.
- UAU! - exclamou Parvati olhando para Harry.
- Temos mais algum leonino? - perguntou a professora, mas ninguém se manifestou - Hum, o único leonino... Vamos ao feitiço, prestem atenção. Depois que lançar o feitiço em você, coloque a mão na bola - Harry fez que sim com a cabeça - Vicareska!
Harry sentiu uma onda de calor por todo o corpo, e logo depois sentiu o calor ser apagado com um balde de água fria. Olhou para professora assustado, estava com frio... Havia uma corrente de ar dentro do próprio corpo e ele sentiu um pequeno tremor. Colocou a mão na bola de cristal, a professora apanhou o objeto e examinou, colocando-o de volta na mesa em seguida.
- Olhe para o cristal...
Harry se inclinou para a mesa e tentou ver alguma coisa. Tudo que viu foi uma névoa branca.
- Parece... Lama, terra... - constatou Parvati.
- Sim, sim! Cinco pontos para Grifinória, é terra! Harry, você é regido pelo Fogo e Terra. Você viu?
- Oh, sim sim... - ele resmungou.
- Você pode ser qualquer felino ou canino. Os felinos são do fogo e os caninos da terra; um lobo, pantera...
- Professora, faz comigo! - falou Rony entusiasmado.
- Qual o signo?
- Peixes... - respondeu Rony prontamente.
- Hum, água… Você tem muita sorte ou azar. Tudo ou nada. A água apaga o fogo, ou seja, você pode não conseguir ser um animago - Rony fez uma cara feia - Mas ela também é o elemento mais transformável. Alguém mais de peixes? - três alunos levantaram a mão - As pessoas dos signos de água são instintivas, receptivas, intuitivas, têm a imaginação rica, convivem bem com o oculto, com o mágico, com o inexplicável. Têm dificuldade em lidar com o lado racional, ponderado e lógico; encaram e reagem à vida de forma emocional. Isso tem a ver com você, Weasley?
- É...
- Não são objetivas, movem-se motivadas pelo que sentem e são extremamente sensíveis à rejeição. - Harry deu um sorrisinho - Solidários, prestativos, despretensiosos, são ingênuos também. Confiam demais nos outros e freqüentemente são vítimas da má-intenção de alguém. Um signo profundamente religioso, não no sentido dogmático. Seu desejo é de que todos estejam bem, que todos sejam felizes, que todos se realizem, embora possa se apegar muito a uma pessoa. Anotem: todos os signos de água são, de alguma forma, dependentes e possessivos. Está pronto?
- Sim... - resmungou. A professora aplicou o feitiço e Rony colocou a mão no cristal.
- Nossa! - exclamou a professora. Harry viu claramente, havia uma imensa labareda de fogo dentro da bola de cristal. Parvati ficou animadíssima, assim como Lilá.
- Fogo! Provavelmente um animal muito arisco, poderoso... Lembra, a água é bastante mutável e isso quer dizer quê...?
- Rony pode se tornar qualquer animago, seja terra, água ou ar - falou Neville.
- Alguém arrisca um animal? - perguntou a professora.
- Um explosivin - falou Simas, fazendo com que Rony fizesse uma careta.
- Uma mula sem cabeça! - falou Daniela - É verdade que existem mulas na Floresta Proibida?
- Deve existir... Uma mula, hein, Weasley! - falou a professora. Harry não pôde deixar de rir, assim como os outros alunos.
- Um dragão... - sugeriu a voz de Persephone, vinda do fundo da sala. Rony exibiu um sorrisinho. - Pode ser muito bem um dragão, ou um zion...
- Zion? O que é um zion? - perguntou Harry, achando-se um idiota.
- Zion, cavalo alado da cor terra roxeada. Solta fogo pela boca, sua crista e rabo são de fogo - falou a lufa-lufa Daniella, de modo que todos ouvissem - Só podem montar nele aqueles que realmente têm a sua confiança. Não gostam de mulheres... Mais ou menos como um unicórnio não gosta de homens.
- Weasley não gosta de mulheres - caçoou longe a voz debochada de Persephone. Rony se virou e fez um gesto um tanto grosseiro com um de seus dedos. Harry ouviu a garota rir, assim como outras pessoas na classe. A professora tornou a falar.
- É, um Zion. Cavalo de fogo, costumam dizer... Bem, chega de conversa e vamos ao trabalho! - disse a professora animadíssima, dirigindo-se à mesa de Neville.
- Então, Hermione, quer tentar? - perguntou Harry, enquanto almoçavam - Vamos lá, só pra saber qual o seu outro elemento.
- Harry, eu não confio muito em bolas de cristal - disse, bebericando o suco de abóbora. Harry apanhou a sua bola de cristal da mochila e colocou sobre a mesa.
- Que signo você é?
- Virgem, sou Terra - informou ela, parecendo um pouco mais interessada. Harry pegou seu livro de Adivinhação e abriu no capítulo de astrologia.
- Chamam a atenção pela inteligência, pela rapidez de raciocínio, pela mente que registra e analisa tudo o que vê - leu Harry, fazendo com que a amiga desse um sorrisinho - Buscam a perfeição no que fazem. O olhar é crítico, é criterioso, é detalhista e as deduções que fazem do que lhes acontece são óbvias, simples, desconcertantes muitas vezes.
Harry olhou Hermione, que parecia estar gostando do que ouvia.
- Prossiga... - ela pediu curiosa.
- As emoções não são mostradas facilmente: podem ser alegres, extrovertidos e falantes, mas o que lhes vai na alma passa por um crivo rigoroso antes de ser mostrado - Harry ergueu os olhos para Hermione, que agora estava vermelha. Rony ouvia com bastante atenção o que Harry lia - Manifestações efusivas de afeto, grandes paixões ou juras de amor eterno raramente estão associadas a eles.
Harry fez uma pausa para tomar um gole de suco e prosseguiu com a leitura:
- Têm dificuldade em compartilhar o que sentem, o que muitas vezes é traduzido por frieza e indiferença, mas reações desse tipo revelam apenas as defesas que escolhem quando sentimentos estão envolvidos. Muitas vezes inibem a inteligência, a imaginação e a criatividade em troca de algo seguro. Reagem com extrema sensibilidade a qualquer tipo de crítica.
- Ohh! - interrompeu Parvati - Isso é verdade!
Harry pigarreou alto e voltou a ler.
- Cobram-se tanto, dão tanto, esforçam-se tanto que não imaginam ser justo que alguém desaprove o que fazem. Com eles, mesmo que não saibam recebê-lo, um elogio sempre opera milagres... - finalizou Harry.
- Hermione, surpreendente! - comentou Parvati. - Você é a própria virginiana! Não é mesmo, Rony?
- Hum... É, não sei... Não estava prestando atenção - resmungou Rony, com a voz grossa, pois mastigava um pedaço de frango.
- Me poupe, Parvati - retrucou Hermione seca - E aí, Harry?
- Okay, tudo que eu preciso fazer é um feiticinho bobo - falou apontando a varinha para Hermione - Vicareska!
A garota chacoalhou a cabeça e olhou para Harry assustada.
- É assim mesmo! Vamos, Mione! Coloque a mão na bola - falou Lilá animadíssima.
Com um pouco de receio, Hermione colocou a mão no cristal.
- E agora? - ela perguntou tirando a mão da bola de cristal e encarando o objeto.
- O que você vê? - perguntou Harry, inclinando-se para examinar melhor o objeto. - Eu já disse que sou péssimo nestas coisas?
Parvati apanhou a bola de cristal e olhou, logo depois exibiu um sorriso.
- Terra... Vocês não vêem? - perguntou, com o cristal erguido - Tá meio fraquinho este sinal... - e colocou o objeto na mesa - Eu, Mione, Harry, Lilá e mais um pessoal ainda não está pronto pra se tornar um animago.
- Como você sabe disso? - retrucou Harry.
- Eu não sei... - contou e sorriu envergonhada - É apenas um chute, mas o sinal do Rony, Neville e Persephone foram bastante fortes.
- Segundo o livro... É, são bastante as opções que têm aqui... - constatou Harry.
- Não disse, Adivinhação é um ramo de magia muito impreciso - respondeu Hermione - Deixe-me ver isso... - ela apanhou o livro das mãos de Harry e fez uma caretinha - Macacos!
- Macacos são inteligentes - consolou Harry, segurando o riso.
- Harry... - falou Gina baixinho, que estava sentada ao seu lado. - Eu preciso falar com você, o quanto antes melhor.
- O que aconteceu, alguma coisa de grave? - perguntou levemente preocupado.
- Não, nada de grave, mas não deixa de ser importante - disse ansiosa - Depois das aulas me encontre no corujal.
- Tudo bem... - concordou Harry – Rony, assim que acabar as aulas, vai pro campo de quadribol e Mione fica na sala comunal... Vejo você mais tarde, Gina.
- Leve as alianças - ela disse sorrindo. Depois do baile, Gina devolveu a aliança que ganhara de Harry. Ela não poderia usá-la, ainda não.
Depois das aulas, Harry esperava Gina no corujal. Ele tinha as alianças na mão, ansioso a espera da namorada, que demorou a chegar.
- Desculpe, Harry - ela falou feliz ao encontrar o namorado dando ração para Edwiges - McGonagall nos segurou alguns minutinhos e o chato do Pirraça estava enchendo, jogando bexigas de água.
Gina estava com os sapatos molhados.
- Então, por que me trouxe aqui, em um local tão romântico? - ele brincou - Edwiges gostou da minha companhia.
- Eu estou te enrolando há tempos pra contar o nosso namoro pro Rony. Eu acho que você já esperou demais - disse rapidamente, corando um pouco - Vamos falar com Rony agora. Neste momento - e puxou a mão de Harry.
- Tá falando sério?
- O que você acha, hein? Eu estava esperando Rony ficar de bom humor, porque ele e Hermione brigaram. Mas... - ela respirou fundo - Isso era mais uma desculpinha pra mim mesma e eu já estou de saco cheio. Todos os dias nós falamos sobre isso, eu disse que falaria ontem, anteontem, semana passada. Temos que falar agora, senão eu desisto!
- Okay, então vamos logo, antes que você mude de idéia - brincou Harry. Ele beijou levemente os lábios de Gina e saíram de mãos dadas do corujal.
- Rony está no campo de quadribol. Vamos passar no salão comunal, porque está frio lá fora.
Ao chegarem de mãos dadas no salão comunal, arrancaram vários olhares curiosos. Hermione foi em direção aos dois, com cara de choro e aflita.
- Harry, eu preciso falar com você - informou Hermione. - Preciso falar com você.
"Justo agora?!", ele pensou. Gina respirou fundo e encarou Harry.
- Nós já adiamos tanto isso... Estarei esperando aqui - falou Gina e subiu a escada para o dormitório feminino.
Harry e Hermione saíram do salão e ficaram alguns minutos andando pelos corredores de Hogwarts, em silêncio.
- Hermione, o que foi, hein?
- Eu não... Não consigo falar direito. São tantas coisas que... - ela pareceu engolir o choro - Que eu não consigo achar as palavras certas.
- HARRY! - berrou Parvati - Eu estou interrompendo, né? Desculpa! Sabe onde o Rony está?
- No campo de quadribol - respondeu rapidamente, a fim de que ela fosse embora logo - Onde vai, assim... Arrumada? - mas ela não respondeu, saiu correndo.
Harry percebeu que estava no andar do banheiro da Murta-Que-Geme e foram para lá.
- Aqui ninguém vai encher - disse Harry, fechando a porta do banheiro. Hermione o abraçou, chorando bastante.
- Eu só quero... Lembra que você disse que eu poderia falar com você sobre o Rony?
- Claro!
- Eu não queria ter brigado com ele, Harry. Eu não queria, mais foi impossível. Parvati fala o tempo todo nele, depois eu beijei ele, e depois ele... E eu..
- Se acalme, por favor! - pediu Harry. Ele não sabia muito o que fazer quando uma garota chorava, principalmente Hermione, que parecia ser uma rocha.
- Eu não queria ter brigado com o Rony, porque... Eu gosto dele - confessou finalmente Hermione - Gosto muito dele, mais do que eu pensava. Passei este tempo todo engolindo tudo isso… Às vezes eu desconfiava que ele gostava de mim também, mas isso não era certo. Fiquei com medo de falar alguma coisa e quebrar a cara, sabe? Mas aí ele me beijou… - falou sorrindo e cada vez mais lágrimas escorriam pelo rosto de Hermione - Foi bom, foi maravilhoso, mas foi errado!
- Por quê? O que tem de errado nisso?
- Parvati, ela andou conversando comigo... Parece que ela gosta dele também.
- E...?
- Ela contou isso para as meninas antes de mim - falou desapontada - Não poderia chegar no outro dia e dizer: meninas, eu beijei o cara que a Parvati gosta, isso não é o máximo? - ironizou Hermione. - Entende o que eu quero dizer? Mas daí, eu já tinha beijado. Já tinha brigado, fiz um monte de besteiras... Me afastei, fiz o Filipe ficar comigo o tempo todo, pra não falar com o Rony.
- Não deu muito certo... - comentou Harry.
- Não, não deu... - Hermione falava com bastante dificuldade - Mas parece que quanto mais longe, pior. Eu gosto dele, Harry. Não sei o que fazer, ele mal olha pra minha cara e depois disso tudo, se eu chegar pra ele e contar, ele não vai entender... Eu não sei o que fazer. Eu... Tô angustiada, não agüento mais esta situação.
- Olhe... - disse Harry, enxugando as lágrimas de Hermione - Rony gosta muito de você, sério mesmo. Tanto que ele abriu mão de você, sabia? Por algumas horas eu achei que gostava de você, senhorita Granger - a garota abriu a boca - Mas era só impressão. Conversei com o Rony, abri o jogo com ele. Eu nunca tinha visto o Rony chorar, mas naquele dia ele chorou, disse que você gostava de mim e eu deveria investir, abriria caminho pra mim. Foi isso que ele fez e vem fazendo até agora. Mas, é claro, eu enchi o saco dele, dizendo que era coisa daquela cabeça oca.
- Então é por isso que ele anda estranho...
- É, não conversa muito com você, te evita socialmente… Meu Deus, mas que rolo, hein? - comentou Harry e Hermione sorriu - Lembra quando Rony brigou com Draco? - ela fez que sim com a cabeça, enxugando as lágrimas que pareciam finalmente terem acabado – Ele brigou por causa de você, estava te defendendo. Malfoy te insultou, daí ele ficou bem nervosinho. Ele te ama, se você quer saber.
- Ele brigou por minha causa... - ela repetiu com um sorriso no rosto. - Correu o risco de ser expulso da escola por minha causa…
- Rony poderia ter matado o Malfoy de tanta raiva que ele ficou. Mione, eu abri o jogo com o Rony e acho que você deveria fazer o mesmo, com ele e com a Pavarti. Anda, vai atrás dele!
- Agora?
- Eu preciso mesmo responder?
Hermione o abraçou e saiu correndo, batendo a porta do banheiro. A conversa com Rony teria que ser mais tarde e ele achou até melhor. Caminhava para a Torre da Grifinória quando foi surpreendido por Melane.
- Oi - ela saldou - Que bom que lhe encontrei, o Prof. Dumbledore quer falar com você.
- Putz, eu tinha esquecido.
- Tudo bem, vamos a minha sala, preciso te dar uma coisa.
Harry estava um pouco cansado daquela correria das últimas horas, a sala de Melane ficava bem longe da Torre da Grifinória. Já tinha andado tanto, um pouco mais não faria mal. Ela lhe entregou um envelope branco, semelhante ao que os aurores tinham recebido na reuniam.
O salão da Grifinória estava absurdamente barulhento e Harry ouviu o seguinte comentário: "você viu, Weasley e Patil... Juntos!". Procurou Rony e Parvati, mas tudo que encontrou foi Hermione chorando.
- Harry! - exclamou Hermione desesperada - Encontrei Rony beijando a Parvati! Você não sabia disso, né?
- Anh?
- Eu vi... Depois eles apareceram aqui, de mãos dadas! Estão namorado! - exagerou Hermione.
Harry saiu correndo, a procura de seu amigo. Após uma curta caminhada, encontrou Rony e Parvati, juntos.
Quando estavam próximos, depararam-se com Harry, que parecia aflito.
- Rony, preciso falar com você! – disse Harry, não deixando de olhar as mãos entrelaçadas de Rony e Pavarti.
- Eu não posso, tenho um assunto... Tenho que falar com Parvati agora – respondeu um pouco envergonhado.
- Parvati – falou Harry, encarando-a. – Eu realmente preciso falar com o Rony. Vocês terão tempo de conversar, namorar... Discutir a relação depois - ironizou Harry.
- Não existe relação, Harry... Depois eu te procuro, Rony – disse Parvati, aproximou-se do ruivo e dando-lhe um leve selinho.
Rony, que não esperava, ficou sem ação, e Harry extremamente vermelho. Depois de Parvati sumir de vista, Harry puxou Rony em um canto e disparou a falar.
- Você está namorando a Patil?
- Não...
- Então o que foi isso? – perguntou, atônito.
- Eu não sei...
- Primeiro, está um falatório na salão comunal que vocês estão namorando, Hermione vem falar comigo desesperada...
- Hermione? – interrompeu Rony.
- Hermione veio falar comigo desesperada, – disse novamente, ignorando o amigo - dizendo que gostava de você. Eu fiquei muito feliz. Contei que você costumava ficar nas arquibancadas no campo de quadribol. Depois de algum tempo, ela volta mais desesperada ainda, viu você e a...
Rony fez cara que não estava entendendo nada, passou a mão nos cabelos e encarou Harry.
- Você tem o poder de estragar as coisas, hein? – caçoou Harry.
- Hermione é louca... Ela fez um escândalo, não gosta de mim, isso é obsessão dela! - contou Rony.
- Às vezes eu tenho vontade de arremessar um balaço nesta sua cabeça! Ela gosta muito de você, Rony! Estou falando sério. Fez tudo isso para poupar Parvati, que parece ter algum sentimento por você também... Ela quis respeitá-la porque ela falou dos sentimentos primeiro – explicou Harry.
- Isso não tem justificativa. É muito fácil fazer isso... Não acredito mais nela, Harry... Não quero acreditar. Me dá um pé na bunda e depois vem com essa conversa pra cima da gente?!
- Hermione foi verdadeira comigo, os sentimentos...
- Harry, não fale idiotices! – interrompeu Rony – E os meus sentimentos não contam? Na hora de falar que foi um engano, ela não se importou nem um pouco com isso!
- Rony...
- Rony? - repetiu incrédulo - Você sempre está do lado dela, esta é a grande verdade – falou, cruzando os braços.
- Não estou do lado de ninguém, só que vocês realmente se gostam - defendeu-se Harry.
- Não sei se gosto mais dela – mentiu o ruivo.
- Está escrito na sua testa: "Eu amo a Hermione"! Acho que você está sendo um tremendo babaca, mais do que já é! – falou sorrindo. – Agora, você tem que ver... Falar com a Parvati.
- Hermione acha que sou uma droga de um cachorro trouxa, só ela fazer sinal que vou correndo atrás dela! É muito fácil colocar a culpa nos outros, é muito fácil mesmo. Por que ela não disse logo de cara sobre a Parvati? Não, ela fez do modo mais difícil e doloroso. Só para dizer depois "Ah, eu também sofri". Merlin, dai-me paciência!
- Olhe pelo lado dela… e se isso acontecesse com você? Ou melhor, já aconteceu e você fez a mesma coisa, renunciou. Tá lembrado?
- É diferente, Harry.
- Ah, muito diferente! - zombou Harry - Você renunciou Hermione por mim, ela fez o mesmo pela Parvati.
- Eu não ficava me insinuando para ela, ficava? É diferente, não adianta arranjar desculpas. Ela errou e não estou disposto a correr atrás.
- Olha, Rony - começou Harry - Você vai fazer dezesseis anos, sabe o que está fazendo, o que está perdendo. Não sou eu quem está mentindo para mim mesmo, é você. Já disse o que tinha que dizer, agora quem escolhe o curso da sua vida é você... Vem, vamos para a Torre.
Os dois seguiram para a Torre da Grifinória em silêncio. Assim que chegaram no tumultuado salão, Harry pensou que as coisas não poderiam ficar piores do que estavam... ou poderiam? Ele procurou Gina e Hermione com os olhos, mas não achou nenhuma das duas.
- Harry, eu vou tomar um banho... - disse Rony se levantando.
- Tudo bem, vai lá, qualquer coisa estou aqui embaixo. Está muito frio para ficar nos jardins.
- Harry, contou para o Rony? – perguntou Gina, aparecendo de repente.
- Contou – informou o irmão – E quero tomar um banho agora, Gina...
- E você não vai falar nada? – perguntou incrédula.
"Oh, não". Harry fazia sinais para Gina, ele não havia contado nada sobre o namoro dos dois e aquele definitivamente não era um bom momento.
- Falar o quê? Não tem nada pra falar, o que tiver que ser será.
Gina não entendia o que Harry gesticulava e continuava a falar.
- Rony, você está muito estranho... Achei que faria um escândalo. Ainda bem que Harry falou com você, sempre achei que era melhor, afinal são amigos.
Gina deu um abraço no irmão, que não estava entendendo nada.
- Gina, do que está falando? – perguntou Rony, soltando-se delicadamente dos braços da irmã.
- Ora, do que você está falando? – perguntou ela com um sorriso.
Harry se levantou rapidamente, um pouco aflito e inquieto demais.
- Rony, vamos... - disse puxando o amigo para longe da irmã.
- Espere aí, Harry – interrompeu Rony. – Do que mesmo estávamos falando?
- Ai, Rony! Do meu namoro, claro! – Gina disse feliz, olhando para Harry, que parecia um tomate.
- NAMORO? QUE NAMORO? – vociferou o ruivo.
Gina arregalou os olhos e olhou para Harry, que devolveu o olhar para Rony. Finalmente ela havia entendido a inquietação de Harry.
- Engraçadinho, quase você me pega! - zombou Gina - Eu e Harry estamos namorando, achei que...
- Namorando? Como assim NAMORANDO? Você e HARRY?! – perguntou espantado e alto. Tão alto que muitos olharam o que estava acontecendo. O desencontro de informações foi enorme.
- Se isso fosse verdade, Harry já teria me contado, não é mesmo? – perguntou, olhando Harry furiosamente.
- Rony, aconteceram umas coisas, eu... – começou Harry, que foi interrompido por Gina:
- Harry, você não contou a ele?! Mas nós conversamos ontem sobre isso, hoje de manhã, de tarde e agora ele não sabe! – brigou Gina.
- Não, Gina, aconteceram muitas coisas hoje, eu ia falar. Eu juro, só que... Rony está com problemas...
- Harry, como você pôde fazer isso comigo? E você, Virgínia? Hein? Não existe mais possibilidade de diálogo com vocês! Não EXISTE! – falou Rony muito bravo. Subiu as escadas correndo, aquilo era demais para um dia só.
- Harry! Eu simplesmente não acredito que não conversou com ele! Onde esteve este tempo todo? - perguntou Gina bravíssima.
- Eu estava tentando te dizer o tempo todo que não tinha falado com o Rony! Você também, hein?
- Eu?! Você sempre me deixa em segundo plano e a culpa é MINHA?!
- Ninguém aqui está dizendo que a culpa é sua, Gina. Eu tive que resolver uns problemas, depois a Professora Walker quis falar comigo, eu não pude falar "não".
- Você diz sim pra todo mundo, menos para mim! Olha... Depois nós conversamos porque tá todo mundo olhando e eu estou sem cabeça pra isso - disse Gina, mas Harry a segurou pelo braço.
- 'Cê não entendeu ainda, eu não poderia falar com o Rony porque Hermione estava chorando e ele estava beijando a Patil. Depois aconteceu toda aquela ceninha... Quem tem que ficar bravo aqui sou eu, não você.
- Solta o meu braço, Harry - pediu, fazendo cara feia.
- Ninguém aqui me escuta, nem você! Eu achei que também tinha o direito de ficar bravo, de mandar todo mundo catar coquinho! Mas não, mesmo eu estando certo, tenho que pedir desculpas - falou Harry, depois soltou o braço de Gina. Ela ficou olhando o namorado por alguns segundos, sem saber o que dizer.
- Não queria ir embora, vai! Vai! Eu não quero brigar, eu não queria brigar com você. Mas às vezes é impossível ser legal o tempo todo.
- Escuta... Eu sei por que você está assim, eu fiquei sabendo...
- Sabendo de quê?
- Da discussão que você teve com o Malfoy - falou mais calma - Por isso que está nervoso, não é?
- Estou nervoso porque tenho o direito de ficar nervoso! Tô nervoso porque minha vida está uma zona e estou ficando de saco cheio. Tô nervoso porque a minha namorada não quer me escutar. Boa noite, amanhã nós conversamos direito. – e com isso dirigiu-se para o dormitório masculino.
N/A: Mas que rolo, hein? Todo mundo brigando com todo mundo, ê beleza. Mas eu prometo uma cena BEEM H/G no próximo capítulo!
Na verdade esta nota é para avisar que tudo o que falei sobre os signos (peixes, virgem e leão) é verdadeiro. Fiquei pesquisando e parece que os signos caíram como uma luva nos personagens, né? Então, quem é de leão, virgem e peixes se identificaram com alguma coisa?
Não canso de dizer: quem for R/Hr até debaixo d'água (como eu ) e quiser saber o que aconteceu quando Hermione encontrou Rony e Parvati se beijando, leiam Amo-te tanto.
Ah, me desculpem pela demora do envio do capítulo, mas estava enrolada, procurando um beta. Daí foi final de provas, vestibular, formatura (terminei a escola!) e assim vai. Mas, agora está tudo sossegado e estas mudanças me fizeram bem, porque a fic já é betada pela Bel Wood (beta do 3V) e vou atualizar sempre. Só uma pausa para o Ano Novo, porque vou viajar... '''
Lembram dos encapusados vagando por Hogwarts? Aguardem no próximo capítulo! ;-)
Feliz Natal para vocês!
