Capítulo vinte e dois - Os sonserinos

O boato de que Harry Potter e Gina Weasley estavam namorando se espalhou por toda Hogwarts depois da confusão no salão comunal. Rony não falava com ninguém, isolou-se com Pavarti e Lilá. Hermione andava inconsolável; Harry e Gina ainda não tinham conversado direito.

Harry estava a espera de Daniella Barsos na porta da biblioteca (porque iriam "treinar" Snuffles para o trabalho de Estudo dos Trouxas) quando viu Gina caminhar em sua direção.

- Você não acha que precisamos conversar? - perguntou Gina com uma voz tristonha.

- Gina, sinto muito, mas eu não tenho como conversar contigo agora.

- Ah, é? - perguntou fazendo uma cara estranha - Todo mundo resolveu virar a cara pra mim, inclusive você?!

- Você começou com isso, Gina - ele corrigiu - E não é porque eu não quero falar com você, eu não posso, estou esperando a Daniella porque...

- Quem? - perguntou enciumada. - Quem é Daniella?

- Aquela... - apontou Harry, enquanto a loira se aproximava - Estou fazendo um trabalho e ela é minha parceira.

Daniella vinha arrastando um Snuffles relutante, com a coleira azul apertadíssima no pescoço.

- Ela é loira... - analisou a namorada - Eu não gosto de loiras - resmungou - E tem... uma senhora comissão de frente - ela finalizou com ênfase na "comissão".

- Você está com ciúmes - disse Harry, puxando Gina para si - Ciuminho bobo.

- Então não está mais brabo comigo? - perguntou manhosa.

- Depois nós conversamos sobre isso, Gina - e beijou a bochecha da garota. Snuffles latiu alto e Harry se "desgrudou" da namorada.

- Oiiiiiiiiii! - cumprimentou Daniella feliz da vida – Acho que ele não gosta muito de mim... - e olhou para Snuffles, que olhou frustado para Harry.

- Dani, está é Gina, minha namorada. E, Gina, está é Dani, minha colega da Lufa-Lufa - apresentou Harry. Gina deu um sorrisinho amarelo, mas Daniella estava muito agitada para notar a "animação" da ruiva.

- O que vocês irão fazer com este... Enorme cachorro? - perguntou Gina, tomando distância de Snuffles.

Daniella começou a falar com Gina, disparando tudo o que sabia sobre cachorros trouxas, o treinamento, o que eles comem e deixam de comer. Harry notou que Snuffles estava visivelmente incomodado com aquela coleira e se abaixou para tirá-la.

- Ela não é linda, Sirius... - sussurrou Harry, enquanto arrancava a coleira do cachorro, que ergueu a cabeça - Já está aprovada, hein?

Harry e Daniella despediram-se de Gina e seguiram para a sala de troféus, onde não haveria ninguém para incomodar. Não havia muito o que ensinar para Snuffles, já que ele era um animago e sabia muito bem o que fazer. Daniella, empolgadíssima, a cada comando que dava ao cachorro e este fazia certo, dava gritinhos de alegria. Harry desejaria fazer o mesmo.

- É impressão minha ou você não está no melhor dia, Harry? - perguntou Daniella - Se você quiser ir... Sunflles está sendo um cachorro legal.

- Não, não! Eu fico aqui, afinal somos uma dupla - respondeu Harry, sentando no chão da sala de troféus.

- Ai... - resmungou a loira - Olhe, eu sei que não falo há muito tempo com você, mas... Se você quiser conversar sobre o que está se passando… - falou, sentando-se ao lado de um Harry tristonho - Eu sei por que você está assim.

- Todo mundo sabe, este é o problema.

- E você realmente acreditou naquilo que o Draco Malfoy disse?

- E você não?! - perguntou com um tom irritado na voz.

- Malfoy sempre foi assim, já me acostumei com aquele jeito dele, "eu sou o bom e você cala a boca". Ele fala, faz tudo aquilo porque é bastante solitário. Não tem ninguém, ao contrário de você. Ele que é o "Zé Ninguém".

- Sei... - disse, procurando não olhar para a colega que estava ao seu lado.

- É a mais pura verdade - afirmou novamente - Ele não tem ninguém, por isso que simplesmente não consigo odiá-lo. Como eu, Daniella, posso odiar uma pessoa tão... Triste, solitária no meio de uma multidão igual ao Draco?

- É por isso que você é uma Lufa-Lufa - comentou Harry.

- A solidão faz isso com as pessoas, Harry. Tudo bem, você teve sorte lá no Torneio Tribruxo, mas pensa bem. Você acha que qualquer bruxo sairia dali vivo? Se fosse assim, o Cedrico também estaria vivo nestas horas - falou, enquanto fazia carinhos em Snuffles, que tinha a cabeça no colo da garota - Realmente acha que qualquer pessoa poderia escapar de Você-Sabe-Quem? Eu acho que não...

- Você conhecia o Cedrico?

- Todo mundo da Lufa-Lufa conhecia o Ced - disse com o olhar longe - Eu era uma colega dele, mas ele era muito popular. Tipo o nosso Harry Potter - comparou sorrindo para o garoto - Quando ele morreu, todo mundo ficou abalado... É estranho uma pessoa estar viva e depois morrer.

- As pessoas morrem, Daniella.

Silêncio. A loira olhou para Harry tão profundamente que ele sentiu-se nu, sendo varrido por aqueles olhinhos pequenos que estavam um pouco lacrimejados.

- Você foi muito grosso agora. Muito grosso.

"Ai, merda...", praguejou-se.

- Sinto muito, Daniella... - disse quebrando o silêncio incômodo. - Não era pra sair isso.

Dani desfez a cara tristonha e sorriu levemente.

- Você fica vermelho à toa, não é mesmo? - perguntou, mudando totalmente de assunto. Talvez aquilo ainda fosse um pouco doloroso. Harry resmungou alguma coisa, que nem ele e nem Daniella entenderam.

- Eu estou brincando com você, Harry! Talvez fosse bom se você conversasse com outras pessoas. Não estou falando que seus amigos são ruins, nada disso... Mas respirar uns ares novos fazem bem, né?

- É, os meus amigos andam estranhos, igual a mim. Todo mundo brigado...

- Só Draco brigou com você - corrigiu Daniella.

- Não, o Rony também.... E depois briguei com a Gina, mas aparentemente parece que ela não ligou muito.

- Briguinha de namorado é assim mesmo. Mas por que brigou com o Rony? Não é o ruivinho, irmão da tua namorada?

- É... Brigamos porque a Gina não queria falar nada do nosso namoro, ficou me enrolando este tempo todo e até agora não entendi bem o porquê disso. Houve um tremendo mal entendido e ele descobriu tudo de uma forma não muito legal - Harry suspirou - Nossa, foi horrível quando ele soube de tudo.

- Af... - e fez uma careta, recompondo-se logo depois - Mas é assim mesmo, logo vocês estão se falando de novo.

- Duvido muito - resmungou Harry.

- Pessimista?

- Realista... Essa é a realidade, Daniella.

- Dê um tempo e depois converse com ele - falou levantando-se - Tá melhor? - e estendeu a mão para que Harry se levantasse.

- Bastante, obrigado - agradeceu, levantando-se com ajuda da colega.

- Vou levar Snuffles, ele parece um pouco cansado... - analisou a garota - Talvez com toda essas coisinhas que ele fez.

- Ele é preguiçoso mesmo - falou Harry olhando para o cachorro que latiu alto.

- Às vezes eu tenho a impressão que ele é mais inteligente que qualquer cachorro. Parece que ele realmente entende tudo que a gente fala.

- Dani, chega de animais por hoje! - brincou Harry. Daniella era uma espécie de Hermione Granger tratando-se de animais - Você leva o Snuffles para a Prof. Walker?

- Levo! Te vejo na hora da janta! - despediu-se Daniella e Harry seguiu para a sala de Alvo Dumbledore, tinha algo a resolver. Mas só após chegar em frente à gárgula, ele lembrou-se que o diretor havia mudado a senha.

- Eu não tenho a senha! - falou para a gárgula, como se ela pudesse entender.

- Quindim - disse uma voz atrás de Harry - Eu tenho a senha!

Ele virou-se e encontrou o diretor, sorrindo por de trás da barba, e Severo Snape, com a mesma carranca de sempre. Harry imaginou se o professor já teria provado todos aqueles doces que viravam senha.

- Me comunique se tiver alguma novidade, Severo. Pode ir - falou Dumbledore e Snape retirou-se, mas não sem antes lançar mais um dos seus olhares estranhos para Harry.

- Problemas, problemas... - disse o diretor, enquanto subiam para a sala.

- Algo sério, professor?

- Não muito. Alguns alunos fora da cama, Pirraça... Bem, já imagino o porquê de estar aqui. Sente-se, Harry.

- Eu tomei a minha decisão, eu quero entrar para a Ordem da Fênix. Muito - disse Harry sentando-se.

- Fico feliz de ter um Potter novamente conosco. Seja bem vindo! Seus pais, ah, são tantas lembranças… - falou melancolicamente - Às vezes olho para você e lembro de Tiago. Ele entrou pra Ordem aos dezesseis anos, junto com Sirius. Mas só com dezessete eles colocaram em prática o que aprenderam.

- E a minha mãe?

- Ah, ela ficou sabendo da Ordem quando tinha dezessete, assim como Lupin. Faziam parte do grupo que planejavam as estratégias, os planos. Sirius, Pedro e seu pai os colocavam em prática.

- E eu? - perguntou e depois pensou o quão boba era a pergunta.

- Eu não sei, você será chamado. Te avaliarão e aí sim você saberá a sua função na Ordem.

- Meus pais eram bem mais velhos que eu, professor.

- Eram... Mas você já enfrentou várias coisas que na idade deles, eles nem sonhavam em fazer. Você tem uma força grande dentro de si. Admiro isso.

- Obrigado, professor.

- Bem, vá jantar, Harry. Amanhã será um grande dia.

Ao sair da sala do diretor, Harry não foi jantar, estava sem fome alguma. Foi direto ao seu quarto, verificar aquela carta que Melane havia lhe dado. Praguejou-se bastante por não tê-la aberto antes. Chegando ao aposento, o envelope estava em cima de sua cama. Harry achou estranho, não lembrava de tê-lo deixado lá. Por fim, abriu-o. A carta dizia:

Harry James Potter,

Seja bem vindo a Ordem da Fênix. Seu treinamento começará amanhã, esteja pronto às oito horas no salão comunal. Você receberá um sinal.

Agora, você tem mais que um nome a zelar. Tem pessoas para proteger e uma Ordem para honrar, um sigilo a aguardar e as forças das Trevas a enfrentar.

Uma fênix sempre renasce das cinzas.

Moody Olho Tonto

Auror, Fênix Dourada

Lá estava Harry Potter no salão comunal da Grifinória a espera de um sinal. Mas... Como ele iria perceber o tal sinal? Eram sete e meia da noite, o salão comunal estava apunhado de alunos. Para qualquer lugar que olhava, ele via um sinal. Um garoto magrinho do primeiro ano cutucando o nariz poderia ser um sinal... Não poderia?

- Harry, como vai, hein? Vai me abandonar também? - perguntou Hermione, enquanto se sentava ao seu lado - Este ano está sendo estranho, cada um pro seu lado.

- Eu também sinto falta, Mione.

- Às vezes eu penso que isso é uma provação, para saber se mesmos nas dificuldades ainda somos amigos - falou tristemente.

- E como estamos saindo?

- Mal, muito mal - respondeu desanimada.

- Tá falando do Rony, né?

- Estou falando de tudo, Harry - desconversou a garota - De tudo. Por que está acontecendo tudo isso?

- Tudo isso o quê? Você virou monitora, daí se afastou um pouco de nós. Rony começou a ficar com segredinhos com a Persephone e eu comecei a namorar a Gina. Foi isso que aconteceu!

- Falando assim parece simples demais. E por falar em Gina, como é que estão as coisas? Depois daquela confusão toda, ela veio conversar comigo. Eu contei a minha parte, daí ela entendeu tudo... Pode ter certeza de ela gosta muitíssimo de você.

- Oh...

- Dá pra ver nos olhos dela, Harry.

- É disso que eu tenho medo.

- Medo?! - perguntou pasma - Medo dela gostar de você?

- Não... Eu não sei, pra ser sincero. Tenho medo de não corresponder às expectativas dela, entende?

- Harry, não fale besteiras!

- Gina parece tão frágil, pequena... Como um cristal, sabe? Eu tenho medo de machucá-la.

- Não se preocupe com isso - disse Hermione tentando tranqüilizar Harry - Ela gosta de você deste seu jeito. Bom... - disse em um suspiro cansado - Eu já vou indo, preciso organizar a tabela de duelos.

- Ah, deixa eu ver! - pediu Harry, bastante animado.

- Nananinanão, só amanhã! - falou levantando-se - Vejo você de manhã. E se cuida, você tá com cara que vai aprontar.

Despediu-se da amiga com um beijo na bochecha. Foi nesse momento que viu algo voando, que brilhava no salão. Era um vaga-lume e fazia piruetas perto do buraco na parede que dava para fora do salão comunal. Seria o sinal? Harry olhou para os lados, ninguém notava o enorme vaga-lume, que agora voava sobre sua cabeça. Olhou no relógio, eram oito e cinco da noite.

De repente, o vaga-lume saíu em direção ao buraco na parede, enquanto Neville entrava na sala. Harry saiu imediatamente atrás do pontinho brilhante. Subiu e desceu degraus, correu por entre os corredores gelados da escola atrás do vaga-lume que cada vez voava mais depressa. Até que o bicho parou em frente de uma estátua que Harry nunca tinha visto antes. Uma estátua de uma bruxa pequenina, com cabelos lisos e olhar doce, em cujo ombro havia uma fênix com os olhos fechados. Harry olhou onde ao redor e percebeu que nunca tinha estado naquele andar do castelo.

Era uma sala redonda, repleta de quadros e outras estátuas. Prateleiras com uma poção de coisas que Harry não conseguira ver, pois estava escuro. Muito escuro. "Cadê o vaga-lume?", perguntou-se. Mas havia ruídos na sala, respirações ofegantes, assim como a dele. Por um momento, Harry achou que ele estaria só lá. Achou que era o único aluno de Hogwarts com quinze anos que faria parte da Ordem. Mas estava errado, havia outros como ele, mais novos, mais velhos. Preparados ou não, com o mesmo objetivo: acabar com Lord Voldemort.

- Atenção! - exclamou uma voz masculina e severa, que ecoou por todo salão. No mesmo instante, várias portas se fecharam, causando um enorme estrondo.

- Todos vocês são pássaros em rumo a um único objetivo. Voando juntos, unidos. De hoje em diante, vocês têm mais uma família. São da família Ordem da Fênix. Irmãos! Uma família que devem honrar, defender e dar tudo de si! Estão dispostos a isso?

- Estamos! - responderam em uníssono.

- Vocês estão prontos para irem dormir, isso sim. Estão dispostos OU NÃO?
- Estamos! - responderam fortemente.

- Primeiro, começaremos a nos defender. A defesa é sempre o melhor ataque. Depois, atacaremos, e logo após começaremos os duelos. Um contra o outro. Quero bom desempenho aqui, nos treinamentos e, principalmente, na escola. EU NEM vocês querem médias medíocres, baixas, só para passar de ano. Vocês devem sempre dar 110% de si mesmo. Não basta ser bom só em Defesa Contra as Artes das Trevas. E se vocês se depararem com uma poção ou um feitiço complicado e não souberem preparar ou executar alguma coisa? O verdadeiro bruxo usa a cabeça, a inteligência, e não ficar usando magia todas as horas.

- Sim, senhor!

- A primeira coisa que acontece quando se é apanhado é ter a varinha apreendida. Se você não souber fazer nada sem ela, podem começar a rezar. Agora, se usarem a cabeça, então estão a três passos a frente.

Um feixe de luz caiu sobre o dono da voz. Lembrava Snape, demais. Seu rosto estava encoberto pelo capuz, mas Harry conhecia o mestre de Poções há todos aqueles anos que estavam em Hogwarts. Se não fosse Severo Snape, era um homem muito parecido com ele. Conforme ele deslizava pelo salão, arrastando a capa, o feixe de luz o acompanhava. Passou por perto de Harry, que teve a impressão de estar sendo olhado. Definitivamente era Snape.

Depois do encapuzado percorrer por todo salão redondo, ele explicou como dividia-se a Ordem da Fênix e Harry escutou atento, procurando entender cada palavra que o suposto Severo Snape falava.

A Ordem dividia-se bastante, estava crescendo. Os recrutas eram chamados de Pombos (Harry não gostou muito desta parte), porque estavam fora de forma e não sabiam nada, estavam aprendendo. Depois vinham as Rolinhas, Andorinhas, Falcões, Águias e, com muito esforço, talvez um dia e tornassem uma Fênix. No começo ele achou patética a idéia de "serem" pássaros, mas conforme o tal homem parecido com Snape explicava, a mente de Harry se abria. Quando se era Rolinha, já sabia defender-se, mas ainda não poderia entrar para as batalhas. Batalhas só quando se tonasse um Falcão, "Voando com suas próprias asas e não em grupos como os outros pássaros", ou seja, quando soubesse se cuidar sozinho. Harry se lembrou do pergaminho que havia recebido de Moody, ele era uma Fênix Dourada, mas até então o encapuzado que falava severamente não havia falado em Fênix Dourada.

Receberam instruções de como deveriam agir se alguém sentir a falta da presença deles, teriam que inventar um codnome e usariam uma espécie de uniforme - que receberiam mais tarde - e mudar em alguma coisa seus corpos. Ele já sabia o que teria que mudar: a cicatriz.

- Meu nome é Sparow (N/A: reconhecem este nome? Me mande um e-mail!). Saíam por onde entraram - e desapareceu.

Não dava para enxergar nada. Os olhos de Harry teimavam em não se acostumar com aquele manto negro que envolvia o salão redondo. Magia, ele pensou. E lá estava o vaga-lume lhe chamando atenção. Olhou para os lados, ainda sentia a presença de outras pessoas, embora elas estivessem caladas. Talvez só Harry visse o vaga-lume. Hogwarts e seus encantos! Chegou à Torre da Grifinória cansado. Desabou na sua cama, sem ao menos tirar os sapatos.

- Harry... - chamou a voz de Gina, bastante distante dos pensamentos de Harry. - Sou eu que sou chata demais ou você que não dá a mínima para o que eu falo? - reclamou.

- Desculpe, eu não estava ouvindo...

- Eu percebi! - falou chateada - Vai, o que se passa por sua cabeça?

Estavam no salão comunal, Gina fazendo seus deveres e Harry tentando fazer os seus, mas a cabeça teimava em não se concentrar em Transfigurações.

- Você é um animago? - perguntou de repente. Gina ficou subitamente vermelha.

- Por que está perguntando isso? - falou assustada e com a face cada vez mais vermelha.

- É ou não é?

- Não... - respondeu, mas Harry não acreditou – Por que a pergunta?

- Você perguntou o que estava se passando pela a minha cabeça e eu lhe contei.

- Hum... - resmungou, ainda desconfortável – Por que acha que eu seria?

Harry falou as mesmas coisas que Hermione havia lhe contado sobre Gina ser um suposto animago. Ao final da explicação, a ruiva encontrava-se com a boca meio aberta.

- Vocês três ficam tramando, recolhendo pistas! Sobre mim! - enfatizou a última palavra - Eu não sou o Lions, se é isso que quer saber.

Mesmo assim, Harry não ficou muito convencido, ela parecia apreensiva; com medo que sua boca a denunciasse. Ele só não entendia o porquê de Gina não contar tudo. Talvez ela tivesse um motivo, um muito bom para não dizer nada para ele.

- Aí está ele! - disse uma voz sutilmente nervosa. Harry desviou os olhos de Gina e olhou para onde tinha vindo a voz. Era Jorge ou Fred (ele nunca sabia quem era quem), com o rosto fechado, parecendo bravo.

- O que está fazendo? - indagou o gêmeo.

- Estudando? - arriscou Harry, que não entendia nada.

- Harry...- e suspirou meio nervoso - Rony não lhe disse nada? - mas ele nem deixou que Harry o respondesse - Ah, também não está falando com você. Mesmo assim, deveria saber. Estamos treinando, lá fora! E cadê o nosso apanhador?

Com isso, Harry lembrou-se dos milhares de avisos de treinos que Jorge (ou Fred) havia dado. Esquecera completamente. Ele olhou pela janela, não estava tão frio assim. O problema é que Harry não sentia-se nem um pouco animado com a idéia de treinar.

- O jogo é sábado! Alícia teve um enorme trabalho de conseguir o campo pra hoje.

- Desculpe, Jorge - e levantou-se instantaneamente - Apanho a minha vassoura em um minuto.

- É, Gina... Harry deve gostar bastante de você para se esquecer do treino – caçoou o garoto; Gina mostrou a língua pro irmão. - Mas da próxima vez, fale pra este mongol - agora foi Harry que fez careta - que eu sou o Fred - e rui animadamente - Bom, te espero lá fora.

- Gina não vai? - perguntou Harry a Fred.

- Não! - ela mesma respondeu - Andei treinando a semana toda e estou meio atrapalhada com estas coisas de... - e olhou para o livro aberto em sua frente - Feitiços para animar. Os meus animam demais da conta! Olhem o Neville... - e olharam o moreno, que pulava pelo salão comunal, rindo bastante acompanhado de Colin - Foram as minhas cobaias, tenho que desfazer o feitiço.

Harry subiu até o dormitório rapidamente e apanhou a sua vassoura, desceu e acenou de longe para a namorada. O treino foi puxado, Alícia era tão exigente quanto Olívio. Os reservas treinavam mais ainda que os titulares, porque no ano seguinte, muitos deles seriam os titulares. Rony continuava de cara amarrada e Harry sentiu-se triste. Provavelmente Rony não queria ouvir o som da voz de Harry por um bom tempo. O final da tarde passou rapidamente, era a hora da janta e eles ainda treinavam. O moreno nem estava tão cansado, deixava para a apanhadora reserva apanhar o pomo. Mas sentia pelo resto do time, era o único que estava em uma posição confortável. Persephone, de longe, parecia ser a mais cansada. Nem levantava mais o seu bastão com o vigor de antes. Rony aparentava cansaço também, mas não deixou se abater. Já eram umas oito horas quando Alícia dispensou todos.

Harry caminhava para o castelo, varado de fome, quando ouviu alguém lhe chamar. Cho Chang.

- Harry! - chamou alto - Como anda depressa!

- Olá... Não tinha te visto.

- Não?

- Não! - respondeu meio sem jeito.

- Hum... - ela resmungou e os dois começaram a caminhar - Assisti a uns quinze minutos do treino de vocês. Estão se preparado bem para o jogo contra a Lufa Lufa, hein?

- É. Temos que ganhar, senão adeus campeonato - respondeu Harry - Anda nos espionando?

- Não! - respondeu parecendo um pouco ofendida - Eu estava jantando e resolvi tomar uns ares, daí vi vocês voando, me animei e fiquei por lá mesmo.

Simplesmente não tinha assunto com a chinesa. Logo ela começaria a falar do tempo. Um, dois, três...

- Parece que vai chover - ela comentou, olhando para o céu escuro. Ventava um pouco, mas Harry não percebeu, porque seu corpo ainda estava quente, devido ao treino. Falar do tempo sempre era uma saída - nem sempre boa - para quebrar o silêncio.

- Isso me lembra que tenho que tomar um banho antes de jantar - ele falou, parando de caminhar. Não poderia aparecer todo fedorento no salão principal.

- Olhe lá a sua namorada - apontou Cho.

"Ai, não!", lamentou Harry, "vai achar que estava acontecendo alguma coisa". Gina correu até os dois e deu um sorriso amarelo para a chinesa, que despediu-se rapidamente.

- O que ela quer tanto com você, Harry? - disparou Gina, assim que Cho estava suficientemente longe dos dois.

- Eu não sei - e balançou os ombros - Vou tomar um banho... Já estava indo comer, daí lembrei do banho.

- Esqueceu do banho por causa dela, né? - perguntou Gina, cruzando os braços.

- Esqueci do banho porque estava com fome... E com saudades desta sua cara amarrada - confessou o garoto, puxando a namorada para perto de si.

- Você está melado... - constatou a ruiva - E fedendo - e abriu um enorme sorriso. Ainda está bravo comigo?

- Não consigo ficar mais que um minuto bravo com você, Gina - ele disse manhoso. Ele passou os braços pela cinturinha de Virgínia e a olhou nos olhos. Sentiu o cheiro de cereja que tinham aqueles cabelos vermelhos e a beijou, como há tempos não fazia. Primeiro os lábios se tocavam, depois as línguas e os corações se uniam. Ele apertou-a contra si, sentindo mais o seu corpo e o calor da namorada. Harry poderia morrer sempre quando estava beijando Gina, pois morreria feliz. Realmente gostava da ruivinha invocada que, sem explicação, havia roubado seu coração.

- Eu me sinto tão feliz e ao mesmo tempo tão triste...- disse Gina, abraçada a Harry.

- Por causa de Rony... Eu também, mas agora não podemos mais fazer nada. Temos que nos dar um tempo e a ele também.

- Está sentindo isso? - perguntou Gina, soltando o namorado.

- O quê?

- Está chovendo! - falou puxando Harry em direção ao castelo - Vamos, ou você vai ficar aí?

Harry sorriu malicioso.

- Eu não vou em lugar nenhum - contou, enquanto puxava Gina novamente para os seus braços - e nem você – e a beijou novamente.

A chuva aumentou e os beijos também. Os dois já tinham esquecido como era bom namorar um pouco, esquecendo os problemas. Naquela hora nenhum do dois pensava no quanto estavam molhados, como chegariam à Torre da Grifinória sem serem notados, na briga com Rony. Não pensavam em nada, absolutamente nada. A única coisa que poderia ser encontrada na mente de Harry e Gina era o quanto os dois estavam apaixonados um pelo outro.

Harry começou a beijar o pescoço de Gina, que o agarrou forte.

- O que foi? - perguntou Harry, levantando o queixo da ruiva para que ela o olhasse nos olhos.

- Mau pressentimento - contou Gina rapidamente.

- Enquanto eu estiver vivo, nada vai acontecer com você, Gina.

Ela suspirou e tentou sorrir.

- O problema não é comigo, é com você... Me deu um medo agora... - ela suspirou novamente - De perder você - acrescentou sem jeito. Ele sorriu e a ergueu no alto.

- Larga a mão de ser boba!

- Harry, nós vamos cair! - avisou Gina. Tarde demais. Lá estavam os dois esticados no chão. Gina estava sobre o corpo molhado de Harry, que ria da cara assustada dela.

- Do que você está rindo? - perguntou rindo também, saindo de cima de Harry.

- Ah, foi engraçado. Olhe para o céu. Não é estranho olhar a chuva assim?

- É... - e colocou a cabeça no peito de Harry - O mais estranho é nós dois, nesta chuva que não pára e cheios de lama.

- O mais legal é ninguém vir aqui nós atrapalhar - e começou a acariciar os cabelos molhados de Gina.

Os dois não souberam quanto tempo ficaram deitados naquela grama molhada, olhando a chuva. Só saíram de lá porque o estômago de Harry roncou alto, fazendo com que ele ficasse envergonhado. Foram para a cozinha, que Gina não conhecia. Harry comeu bastante, já que os elfos eram generosos, Dobby principalmente. Os dois andavam rapidamente pelo castelo, em direção a Torre da Grifinória. A Firebolt ainda estava ensopada, Harry e Gina um pouco menos molhados. Dobby improvisara algumas toalhas para que os dois se secassem, mas os sapatos faziam barulhos engraçados conforme andavam. Harry ouviu um ruído muito longe no corredor e parou de andar. De repente, as tochas que iluminavam o corredor se apagaram. Eram eles novamente. Gina olhou para o namorado perguntando o que estava acontecendo. Este olhou para os lados, não havia onde se esconder. Pegou o braço de Gina e correu na direção que as tochas se apagavam, cruzando mais um corredor e mais outro. Tentou abrir as portas e por sorte uma delas estava aberta.

- O que está acontecendo? - perguntou Gina ofegante. Harry colocou seu dedo sobre os lábios de Gina, pedindo silêncio.

- Eu também não sei o que está acontecendo, mas é perigoso...

Alguns minutos depois, ouviram um pequeno ruído e Harry olhou pela fresta debaixo da porta. Estava tudo escuro lá fora, sinal de que a "procissão" estava se aproximando. Harry continuou observando a fresta, depois de segundos a claridade havia voltado.

- Gina, eu preciso que você volte imediatamente para a torre. Tenho que ver o que está acontecendo.

- E você tem que me dizer o que está se passando!

Ele já imaginava que Gina falaria isso.

- Uma vez, - começou Harry - eu e Rony estávamos andando pelos corredores à noite e vimos um bando de gente usando roupas pretas andando pelo castelo. Um deles tinha deixado cair um colar com uma cobra, eram sonserinos! Sabe aquela garota que anda com a Gramond?

Gina fez que sim com a cabeça.

- Então, o nome dela é Ananda e é da sonserina. Na noite seguinte, - e coçou a cabeça - nem me lembro se foi exatamente na noite seguinte... Mas eu e seu irmão ficamos esperando aquele pessoal estranho passar, pra saber o que era. E houve uma tremenda confusão. Estávamos seguindo a tal passeata, com a minha capa de invisibilidade e daí...

- Anh? Você tem uma capa de invisibilidade?! – perguntou, como se fosse algo sobrenatural.

- Tenho, então... - ele tentou começar.

- Não, não, não! - interrompeu, cruzando os braços - Onde você conseguiu uma?

- Gina, é uma longa história - falou rapidamente - O que importa é que um deles chegou atrasado e tropeçou em nós. Era a Gramond! - Gina fez cara de espanto - E um dos encapusados foi ver o que estava acontecendo, o Malfoy. Nos descobriram.

- Todos eles?

- Não, só os dois... O resto do bando tinha ido embora. E foi nesta noite que Malfoy e Rony brigaram.

- Então era mentira aquele negócio de duelo?

- É... Mais ou menos. Gina, eu tenho que ir atrás deles! Para saber o que se passa, entendeu?

- Você quer arranjar confusão. Não vai não! - e segurou Harry pelo braço, que bufou.

- Eu tenho que ir! E você vai para a torre, pode ser perigoso.

- Sempre fico fora de tudo! Até você, Harry! - falou, fechando a cara de vez.

- Não quero que você corra perigo, Gina.

- E eu quero que você corra? - rebateu Gina. É, ela estava certa.

- Não vou mais então... - falou Harry, só para saber o que a ruiva iria dizer.

- Lumos... - disse Gina e um feixe de luz saiu de sua varinha. Ela o encarou com os olhos castanhos tristonhos. Tinha que deixa-lo ir, por mais que seu coração (e razão) pedissem para ele ficar - Você volta?

- Claro! - disse, quase abrindo um sorriso.

- Pode ir, então, vou ficar te esperando no salão comunal - Harry fez menção de dizer que não precisava, mas ela continuou a falar - Senão, nada feito.

- Ok... Obrigado.

- Obrigada nada! Promete que vai se cuidar? - perguntou melosa. Harry fez que sim e se beijaram mais uma vez. Gina teve a sensação ruim novamente quando seus lábios se encontraram com os de Harry.

Ele lhe entregou a Firebolt e saiu da sala escura, com o coração apertado. Correu pelos corredores a procura pelos sonserinos. Quando pensou em desistir, viu-os caminhando normalmente, descendo em direção às masmorras. Como Harry queria ter sua capa de invisivibilidade, ou saber um feitiço para tirar aquele ruído irritante que seus sapatos molhados estavam fazendo! Cada vez desciam mais, e não existiam mais tochas acessas, o que facilitava para que Harry não fosse visto. A única luz eram as que saiam da varinha dos supostos sonserinos, e as luzes eram verdes. De repente, todos pararam em frente a uma parede de pedra; Harry deu vários passos para trás e tentou ver o que estava se passando. Uma passagem se abriu e começaram a entrar em fila. E agora? Ele iria entrar, mas como sair depois? Porque de certo aquela passagem era protegida por uma senha. A última pessoa entrou e Harry seguiu-a, procurando não fazer tanto barulho com os sapatos, parecia um pato correndo com as pernas abertas. Ele quase passou pela passagem, não fosse o seu braço esquerdo que havia ficado de fora. Uma dor insuportável começou em seu braço, sentiu seu cotovelo sendo esmagado pela parede de pedra.

Harry sentia claramente a pressão que a parede exercia sobre o seu membro, tentava puxá-lo, mas isso não estava dando muito certo. Com sua outra mão, tentou puxá-lo novamente. Nada. Cada vez a parede fazia mais força e a dor entorpecia Harry.

Virou-se para a passagem, apoiou seu pé na parede, colocou sua mão direita em cima de seu cotovelo quase esmagado. Juntou o resto de suas forças - porque a maioria delas tinham sido levadas pela dor - e fez força na perna que apoiava na parede e no braço. Nem ele soube como não conseguiu gritar, porque doeu muito. Estava caído no chão de pedra gelado, ofegando e gemendo de dor. Não conseguia mover o braço esquerdo, mas não se lamentou, pelo menos estava solto. Levantou-se e seguiu pelo corredor, onde no fundo havia uma luz.

Ele se deparou com um salão redondo e luxuoso com as cores da Sonserina. Havia um lugar para duelos, e em volta da passarela havia cadeiras, as quais estavam quase cheias. Olhou para cima e um enorme lustre iluminava o local. Em frente à passarela havia uma cadeira que estava em um nível superior ao da sala. Para se chegar a tal cadeira, tinha-se que subir alguns degraus. Ele não poderia ficar ali, porque era uma passagem, alguém poderia chegar e apanhá-lo.

Os sonserinos estavam bastante agitados. Harry mudou a cor de suas roupas para preto, aquele uniforme de quadribol era bastante chamativo. Largou os sapatos em um canto do corredor, o chão estava congelado e congelou os pés de Harry também, que correu com dificuldade para a outra extremidade do salão, onde havia sombra. Aquilo parecia um teatro, pois haviam lugares em cima. Uma arena de duelos, pensou Harry. Se encolheu no canto escuro, pensando em algum feitiço para aliviar a dor de seu braço quebrado. Notou um enorme painel, com um monte de nomes, parecia uma chave de campeonato. Ele não conseguiu ler, porque estava bastante longe.

- Silêncio! - pediu um sonserino, enorme por sinal. O salão, que já estava silencioso, ficou mais ainda, se é que isso era possível - Eu disse silêncio! Onde está Gramond?

Era um garoto alto, forte, com expressões fechadas. Suas sobrancelhas pareciam uma só, nariz pequeno e cabelos curtíssimos. Ele sentou na cadeira, a espera de sua resposta. - Malfoy!

Harry viu o loiro se levantar de uma das cadeiras que estavam próximas a passarela.

- Não se preocupe, Deep. Ela virá, tenho certeza.

- Isso é o que dá em admitir uma grifinória entre nós! - exclamou uma voz feminina. - Aposto que deve estar fazendo alguma caridade pelo caminho!

Malfoy olhou para a dona da voz, uma garota minúscula e tão loira que chegava a ofuscar os olhos. Deep levantou-se da cadeira e andou até a menina. Falou alguma coisa, mas desta vez a voz de Deep não ecoou pelo salão, ele disse somente para a loira. De repente, ouviu-se um berro e Harry estremeceu. Deep executara a maldição Crucciatus a garota, que gemeu alto de dor e se retirou.

Onde é que ele havia parado?! Nenhum sonserino pareceu surpreso, e a loira deixou o salão por onde haviam entrado.

- Alguém mais tem alguma reclamação a fazer? - perguntou severamente e obteve o silêncio como resposta - Enquanto isso, Richardson e Spears podem começar.

Draco sentou-se. Uma menina gordinha, que deveria estar no sexto ano de Hogwarts, levantou-se e subiu na passarela. Do outro lado, havia um ENORME garoto negro. Harry já o havia notado uma vez. Deveria pesar uns 90 quilos, no mínimo. e mais ou menos dois metros de altura. Harry ficou com pena da gordinha.

Ficaram nas devidas posições e começou o duelo. Richardson e Spears duelavam de verdade. Todos assistiam atentamente, a cada feitiço dado era uma exclamação da platéia. E Harry era o que estava mais impressionado de todos, só não estava mais devido a dor em seu braço.

- Pultrakti! - berrou a gordinha. Saíram faiscas roxas de sua varinha; o garoto berrou de dor e ficou suspenso no alto, como se estivesse sendo crucificado. Gotas se sangue começaram a pingar dos pulsos do garotos. A gordinha abaixou sua varinha, e com isso o garoto foi descendo aos poucos, mas ainda esticado.

A varinha dele rolou pelo chão. Ela apontou a varinha para o coração do garoto, que contorcia-se de dor.

- Você está morto! - exclamou feliz.

"Morto?", pensou Harry. "Morto? Oh, é claro. Ela poderia matá-lo com o Avada."

- Está de parabéns, Spears - disse Deep - Matou o Richardson. Finnite Incantament.

Richardson caiu feito um saco de batata no chão, Spears sentou-se orgulhosa.

- E você, Icky Richardson, trate de treinar a sua defensiva, que está péssima. Até Lockhart o derrotaria deste jeito. Não lhe menosprezando, Spears - e olhou para a gordinha - Mas deste jeito ninguém conseguirá o que tanto querem. E olhem só, a Batedora chegou!

Persephone fez cara de bunda. --''' (rs, imaginem uma cara de bunda!)

- Perdeu um bom duelo - falou Deep, levantando-se de sua cadeira e andando rapidamente em direção a Persephone - Pronta para a morte ou para matar?

- Nenhum dos dois - ela respondeu - Quero que seja adiado, porque não estou em condições.

Deep gargalhou alto.

- Como não está em condições? Você nem ao menos jantou hoje - ele virou-se para os sonserinos e disse – A Batedora não está em condições de duelar hoje! - todos riram, menos Harry e Persephone. - Você conhece as regras! Se está indisposta, é um problema seu. Hoje é a final e você está nela! Tem que lutar! - falou severamente.

- Já convivi o bastante com a dor por hoje! E não tenho medo do seu crucio. Vocês são um bando de medrosos! - disse olhando para os sonserinos sentados. Draco levantou-se.

- Está com a macaca, Gramond - falou Deep, dando as costas para ela. Isso a deixou brava. Ela puxou Deep pelas costas, que lançou um feitiço na garota. Persephone voou para a passarela e bateu forte a cabeça. - Também estou com a macaca hoje.

Ele pulou na passarela. Persephone levantou-se com uma certa dificuldade; Draco mantinha-se em pé. Os olhos da garota percorreram o salão, cheios de ódio. Deep começou a falar, mas ela não prestava atenção, olhava para um certo vulto na sombras.

Persephone tinha visto Harry, ma ele se escondeu atrás de uma pilastra. Ouviu a voz de Gramond, estridente como sempre, e colocou a cabeça para fora. Draco o viu também.

- Olhe para mim quando falo com você! Crucio! - Deep berrou.

O grito de Persephone deixou Harry surdo e ele levou sua mão direita ao ouvido. Draco havia sumido.

- Para onde você tanto olhava? Hein? - e vasculhou o salão, parando os olhos onde Harry estava.

- A decoração... - mentiu Persephone com dificuldade.

Harry sentiu uma mão em seu ombro e estremeceu. Deep olhou para a pessoa atrás de Harry e depois encarou o moreno, sorrindo maléficamente, fazendo com que ele estremecesse.

- POTTER! - berrou Persephone - COMO VOCÊ É BURRO!

É, ele sabia disso.

N/A: E aí, que o que será que acontecerá com o nosso herói Potter James?!