Capítulo vinte e cinco - Que os duelos comecem!
- Que bom que as aulas acabam mais cedo hoje - disse Gina satisfeita, enquanto bebericava seu suco de abóbora espetacularmente doce.
- Fale por si só - resmungou Harry, verificando que horas eram, faltava muito para ele relaxar em uma poltrona fofa do Salão Comunal da Grifinória - Os duelos começam hoje...
- E você está inscrito neles - completou Gina. - Sinceramente, eu acho que você vai morrer deste jeito, Harry.
Harry encarou a namorada e tento sorrir. É verdade, ele estava se acabando. Os treinamentos para ingressar de vez na Ordem da Fênix estavam se tornando cada vez mais cansativos. E Harry pode perceber, que o volume de pessoas que estavam sendo treinadas diminuíra com o tempo. No começo, eram mais de quarenta, ele tinha certeza. E agora, eram quinze, contando com ele.
Harry não sabia há tempos o que era sonhar ou ter um pesadelo qualquer, devido a sua exaustão. E além dos treinos, tinha a escola, as aulas, deveres e ainda, o Clube de Duelos da professora Walker, que Harry tinha se saído bem na primeira etapa.
Ele estava mexendo a sua comida, sem vontade de come-la, perdido em seus pensamentos quando uma voz um pouco rouca chamou atenção de todos na mesa:
- Gina, que diabos você fez com o seu cabelo?
Várias coisas aconteceram ao mesmo tempo: Harry levantou a cabeça tão rapidamente que chegou a ficar zonzo, os gêmeos que falavam alto, se calaram rapidamente. Gina ficou imóvel, segurando seu copo de suco a alguns centímetros de sua boca. Parvati riu divertidamente e em seguida, Lilá deu-lhe um cutucão. E finalmente, Hermione deixou cair seu garfo fazendo um barulho extremamente alto.
- Gina? - repetiu Rony, parecendo meio zangado.
Rony falando com Gina. Hermione olhou Harry esperançosa e Harry olhou para a namorada, que estava quase sorrindo. Todos fitavam Rony, pasmos e Hermione cutucou a amiga com o pé, para que ela falasse algo.
- Meu cabelo? - balbuciou Gina.
- Este amarelo ovo está estranho.
- Oh - e riu nervosa - Todo este tempo me ignorando e agora, reclama da cor do meu cabelo!
- Eu estou falando isso, porque achei estranho ninguém te dizer nada - falou Rony tentando ser educado e olhou para Harry e Hermione. Apanhou suas coisas e deixou o salão, com Parvati em seus calcanhares.
- Pelo menos isso é um começo... - observou Jorge, levantando-se também.
- Isso é o começo para a minha morte, você quer dizer - reclamou Gina mal humorada.
- Até agora não entendi o porquê de você ter mudado a cor do seu cabelo, Gina - disse Lilá analisando a ex-ruiva.
- Isso é um probl... - começou Gina, mas Harry a interrompeu.
- Foi porque eu pedi - disse Harry rapidamente, atraindo olhares confusos, principalmente de Gina - Eu acho as loiras bonitas, sabe...
Jorge e Fred riram alto, Hermione balançou a cabeça e Gina fez uma cara horrível e Harry não se preocupou qual tom de vermelho estavam as suas bochechas.
- As loiras são frias, meu chapa, experiência própria - falou Fred, levantando-se. Jorge lhe deu uma piscadela e se retiraram.
Harry olhou desanimado para Gina, teria que lhe dar explicações mais tarde.
- Os trouxas consideram o cachorro, como o verdadeiro amigo do homem, por ser leal. E eu tenho que concordar com eles, acho mais interessante ter um cachorro do que uma coruja, um sapo... - falou Daniella a frente da classe.
Estavam apresentando o tão "temível" trabalho de Estudo dos Trouxas. Snuffles parecia bastante entediado e Harry sabia o quanto era chato tudo aquilo para ele, apesar de ser interessante para os demais.
- Mas ter um cachorro não é tão fácil, principalmente se for macho que são teimosos, que é o caso do Snuffles. Você tem que adestrá-lo e isso é particularmente difícil, quando o cão já é adulto e tem os seus hábitos - completou Harry.
Todos os alunos olhavam com um absurdo interesse. "Era tão raro um bruxo criar e ensinar um cachorro?" E Daniella começou os truques. Snuffles deu a pata, sentou, rolou, fingiu-se de morto, buscou a bolinha que Daniella arremessara e mais outras coisas, arrancando "ohhhh" dos alunos.
Snuffles começou a se divertir depois que rosnou para Persephone, quando estava pegando pela décima vez a bolinha que Harry havia arremessado. Daniella definiu tal comportamento como "Isso acontece de vez em quando, mas o seu cão não atacará a pessoa, ao menos que você peça", "Coisa que você não vai fazer, Barsos", replicou Persephone fazendo uma cara extremamente mal humorada.
A sineta tocou, anunciando o final das aulas. Harry acariciou o enorme cachorro preto (que no início do seminário, Daniella definiu de 'enorme labrador preto, alguma anomalia genética'), e fez tudo o que teria que fazer. Tomar banho, alimentar-se e seguir para o saguão da escola. A maioria dos quintanistas estavam lá, inclusive Draco Malfoy, que fez questão se sorrir sarcástico para ele. Assim que todos os inscritos chegaram, prof. Walker os levou a uma sala no final do corredor no andar térreo.
A sala era enorme, com a conhecida "passarela" de duelos, cadeiras para os espectadores. Um armário com líquidos de diferentes cores, que ele presumiu que eram poções. Mais ao fundo, duas "passarelas" de duelos e mais cadeiras. Harry não se lembrava de ter tido alguma aula no térreo da escola, a sala era bem maior do que as outras que ele já havia entrado, tirando a vez que ele ficou preso no meio de todos os sonserinos.
"Sonserinos", ele refletiu mais uma vez. Olhou em volta, Hermione permanecia calada ao seu lado (distante, ele já tinha se acostumado com aquilo), e uma estranha agitação nos sonserinos. "Com quem eu tiver de lutar, vai ser fácil, porque os Sonserinos já arranjaram tudo", Harry pensou.
- Hermione... - ele chamou, ela olhou para o amigo com seus olhos achocolatados tristonhos. - Você se lembra com quem eu vou duelar mesmo?
- É um corvinal - respondeu Hermione - Porquê?
- Lembra, quando aconteceu aquilo tudo?
- Seja mais específico... Nossas vidas andam cheias de acontecimentos que vamos ter que passar a numerá-los - falou encarando o amigo.
- Sobre os sonserinos moverem os seus "pauzinhos" e perderem, fazer chantagem com os outros alunos, para que eu possa duelar junto com o Malfoy?
- E você acha que isso pode acontecer? - Harry fez que sim com a cabeça - Pois eu também acho... Houveram algumas desistências - comunicou Hermione - Mas eu acho que os corvinais e os lufa-lufas não concordaram com isso. E se concordarem, Harry - e olhou no fundo dos olhos verdes de Harry - Você tem muito a ganhar com isso.
Harry não entendeu.
- Bom, se caso estiver tudo planejado e você duelar com Draco e perder vai ser uma pena - continuou com o rosto iluminado - Maaaas, se você ganhar, imagine só Harry! O Malfoy não vai poder falar que foi sorte ou algo do tipo. Se eu fosse você, ficaria lisonjeado de todos os quintanistas estarem se mobilizando pra vocês e Malfoy duelarem.
- Eu não sei, Mione.
- Suba lá e faça o melhor que você puder.
Peter Tyler era um garoto da mesma forma física que Harry: alto e magro. Os cabelos de Peter eram de um castanho claro, bem curtinhos. Será que o corvinal estava corrompido? Os dois se posicionaram, ao longe, ele escutou a contagem regressiva de Melane.
"Apenas sinta seus movimentos", disse Harry para si mesmo.
3, 2, 1...
- Bolbulhas! - disse Peter, da varinha do corvinal saíram jatos de luz azul claro, mas Harry demorou demais para se esquivar e foi atingido pelo feitiço. Peter deu um sorriso, satisfeito com o seu feito. Harry não notou nenhuma diferença em seu corpo. Um corvinal executando um feitiço errado? Era a mesma coisa se alguém lhe dissesse que Hermione tirou sete e meio nos exames. Difícil de acreditar, impossível.
Então, Harry lançou um Feitiço de Imobilização em seu oponente, mas ele se esquivou com facilidade. E ele percebeu que seu oponente só estava esperando uma brecha, para executar o Feitiço de Espelho e vencer o duelo. Foi quando Harry sentiu-se leve... Leve até demais, como uma bolha de sabão, que flutuava com qualquer brisa que batesse. Ele percebeu que muitos assistiam o seu duelo, e que olhavam para cima.
"Para cima?"
Harry flutuava como uma bolha em cima da passarela, uns três metros acima do chão. Aquele era efeito do feitiço que o tinha atingido de primeira. Harry pulava, para tentar voltar para o chão, mas todas as suas tentativas estavam dando errado. Tentou sair usando magia, mas nada funcionava. Foi nas tentativas frustadas de Harry, que Peter aproveitava e tentava executar o Feitiço Espelho.
- Finite Incantatem! - explodiu Harry nervoso. Nada acontecia.
Ele observou de cima uma luz branca sair da varinha de Peter e parar no ar. O feitiço estava dando certo e ele estava perdendo a luta.
- Protetium! - e uma bolha roxa envolveu Harry na hora exata. A luz branca bateu em seu escudo e se dispersou. Harry tirou o escudo de si e resolveu que tinha que duelar a três metros de altura acima de seu oponente.
- Isto é injusto, Potter! - reclamou Peter.
- Prof. Walker não disse nada a respeito de escudos e nem de feitiços de fazem o oponente virar uma bolha - gritou Harry.
Era bem mais fácil atacá-lo de cima, pensou Harry.
- Expelliarmus! - e um jato de luz vermelha veio com alta velocidade em cima de Harry. Ele correu para o lado e escapou do feitiço por pouco.
Era como se Harry nadasse no ar, se movimentar no alto chegava a ser divertido e rápido. Ele pensou em petrificar Peter, mas não seria muito inteligente, pois o corvinal não poderia revidar e ele, não poderia espelhar nenhuma magia.
- Devagar! - falou Harry. Peter foi atingido com facilidade, pela luz verde-musgo que saíra da varinha do grifinório. Peter movimentava-se devagar e estava furioso.
Era mais fácil de atingi-lo, mas Harry não queria fazer isso. Teria que cansar o oponente, que estava sendo fácil, pois o corvinal estava fazendo bastante esforço para se movimentar, enquanto Harry tinha mais disponibilidade de movimentos e uma visão melhor.
Peter já estava cansado e sua concentração diminuíra, pois não estava conseguindo espelhar os feitiços de Harry.
- Expelliarmus - tentou Peter de novo.
- Reversus! - da varinha de Harry saiu uma luz branca, que parou no ar. A luz vermelha, que vinha de encontro com Harry, atingiu a parede branca. Com velocidade maior, o expelliarmus de Peter voltou-se para ele mesmo, o corvinal foi arremessado da passarela.
E Harry ganhou o duelo.
No dia seguinte todos estavam falando do duelo de Harry Potter e Peter Tyler. E de como Harry tinha derrotado o corvinal à três metros de altura, com o braço engessado. Harry até gostou um pouco do falatório no começo, mas depois... O assunto se esticou pela semana inteira. Mesmo com Hermione derrotando brilhantemente Aretha Darkins, uma lufa-lufa, Draco Malfoy que apenas demorou cinco minutos para acabar com Jimmy Carton. O assunto era sempre Harry, Harry e Harry Potter.
Gina também parecia se incomodar um pouco, mas nunca reclamou nada para Harry. Gina também estava se saindo bem no Clube de Duelos, até agora só havia perdido uma vez.
- Porque vocês garotas discutem tanto sobre este baile? - perguntou Dino Thomas carrancudo. Quando não falavam dos duelos de Harry, falavam do Baile Surpresa (e ninguém sabia qual era a surpresa) - Nós já tivemos este ano outro baile e foi a mesma coisa. Com que roupa você vai? E blá blá blááá!
- Que importa as roupas! - acrescentou Neville.
- Alguém tem que escrever um livro da importância de roupas e porque as mulheres se importam tanto com elas - falou Filipe Patriani. Os meninos deram risada.
- Pra que tanto pano, o que importa é que vamos tirá-los depois - debochou Fred, abocanhando um pedaço de maça.
- Vocês precisam facilitar o nosso trabalho - completou Jorge.
- Calem a boca todos vocês! - disse Angelina irritadíssima - O que você sabe de tirar roupas alem das suas, Fred Weasley?
- Xiiii...- chiou Harry. Nisso, Gina lhe beliscou o braço.
- Isso é serve pra você também, Harry!
E começou uma discussão engraçada, as meninas também reclamavam que os garotos falavam além da conta sobre Quadribol. Quando Rony aproximou-se da mesa (espirrando bastante) todos ali perto, ficaram calados...
Assim que Rony sentou, Lilá lhe lançou um olhar estranho. Patil o olhou, sorriu fraquinho.
- Bom dia, Rony – ela cumprimentou.
- Bom dia... – respondeu encabulado.
- Resfriado?
- Um pouco...
- Seu nariz está vermelho, acho melhor você tomar alguma poção para resolver isso – aconselhou Pavarti, gentilmente.
- Rony, não acredito que você está resfriado! – brigou Lilá. – E agora?
- Um zerão! – brincou Neville.
Harry virou-se para Gina e sussurrou:
- Lá estão eles falando deste mistério que envolve Gramond, algo sem magia e notas.
- Será que tem algo a ver àqueles duelos dos sonserinos?
- Eu não sei, Gina... - respondeu Harry baixinho.
- Quando ela souber... Vai te matar - continuou Lilá, referindo-se a Persephone.
- Quem vai matar quem? – perguntou Hermione se sentando à mesa.
- Gramond, quando souber que Rony está gripado... – contou Neville. – Quantas vezes ela falou para você não tomar vento, Rony?
Rony tinha um acesso de tosse, tossia, tossia. Foi ficando vermelho e sem fôlego.
- Eu achei que você tinha perdido a hora, Mione - falou Gina, comendo os seus ovos.
Hermione estava diferente naquela manhã. Mais corada e um sorriso perdido nos lábios, Harry notou rapidamente, porque aquela melancolia havia desaparecido dos olhos achocolatados de Hermione.
- Rony vai morrer hoje. Com sua tosse ou pelas mãos de Persephone! – supôs Lilá.
Rony se levantou e estendeu sua mão para Pavarti. Ela olhou, sem entender nada, Hermione também olhou e fez uma cara estranha.
- Tenho que falar com você, é rápido – contou Rony.
- Rony...
- Vai logo, Pá! – disse Lilá, empurrando a amiga para fora do banco. Ela se levantou, mas não pegou na mão de Rony. Assim que os dois se afastaram, Lilá virou-se para Hermione com uma cara amarga.
- Eles terminaram se é isto que quer saber - contou Lilá, com os olhos quase faiscando.
- E o que isso me interessa? - perguntou Hermione, passando manteiga em seu pão.
- Eu apenas respondi a pergunta que estava em sua cabeça - explicou Lilá. Por segundos Hermione parou de passar manteiga em seu pão, encarou a colega e continuou a se servir.
- Onde está o Ronald, James Potter? - perguntou Gramond, bastante alto.
- Eu tenho cara de bússola, para saber a localização exata do Rony? - falou Harry - Porque você sempre pergunta pra mim?
- Porque eu gosto de irritá-lo - respondeu altiva. Gina deu um risinho baixo e Lilá disse que Rony vinha vindo. Gramond se irritou com o sorriso da Weasley e começou a discutir. Como sempre...
- Aí está você, Ronald! O que diabos pensa que faz com a sua vida? – falou Persephone, muito brava.
- Eu estou um pouco gripado – disse com tom anasalado.
- Um pouco? Sem comentários – ela se aproximou de Rony e cochichou algo em seu ouvido. Hermione, Harry e Gina trocaram olhares.
- Gramond, é só Rony tomar uma poção e pronto! Sem escândalos e sem confusões – falou Harry, só agora Rony tinha percebido a sua presença.
- O dia que precisar de alguma opinião sua, Potter James, choverá Poção do Amor! Não se meta onde não é chamado! – disse rispidamente.
- Não fale assim com ele – defendeu Gina.
- Quem você pensa que é para falar assim comigo, Virgínia? Minha discussão é com Ronald e não com você, garota petulante. Depois conversamos, você e todo o resto – e saiu, dirigindo-se à mesa sonserina.
- Não agüento mais ela – falou Gina bem alto.
Rony se sentou à mesa, começou a apanhar várias coisas para comer e Harry ficou olhando para ele, esperando alguma coisa.
- O que foi? – perguntou o ruivo.
Gina olhou para o irmão surpresa.
- Nada... E a tosse? – perguntou Harry.
- Está tudo bem comigo.
- Santo Deus, quer dizer que está tudo em paz agora? – perguntou um Jorge sorridente.
- Sempre esteve tudo em paz – falou Rony, levantando-se.
- É UM BOM COMEÇO! – gritou Fred, feliz enquanto via o irmão deixar o salão.
Harry e os outros membros da Ordem estavam sentados na familiar sala redonda, escondida em algum lugar de Hogwarts, esperando Sparow para começar os treinamentos. Harry era conhecido como "J", não que ele realmente quisesse ser chamado de J, mas ele demorou muito para falar a sua identidade nova, e Sparow o nomeou de J, assim como outros integrantes: Texas, Nake e Peppers.
Sparow tinha uma boa imaginação e Harry ficara feliz por não ser chamado de Nake ou qualquer estado dos Estados Unidos ou algo parecido.
Houve um grande baque na extremidade esquerda da sala, lá vinha Sparow, deslizando com sua capa preta, como um dementador, pela sala. Os quinze se levantaram.
- Eu vou ser curto e grosso - ele começou com a voz mal humorada - Andei assistindo os duelos, como vocês mesmos já esperavam e calculo que se estivessem em combate, já estariam mortos. Ou seja, tudo o que nós passamos até agora foi completamente inútil.
Harry sentiu Peppers estremecer ao seu lado, o companheiro tinha os punhos cerrados.
- Será que não sabem se comportar em um duelo? - continuou furioso. Sparow andava de um lado para o outro, na frente deles. - Todos vocês foram espetacularmente mal nos duelos!
- Eu ganhei o duelo - falou Nake bem alto, no final da fila.
- Eu sei, todos aqui ganharam, mas ganhar uma batalha não significa nada. Todos vocês, todos foram atingidos pelo primeiro feitiço. Estão devagar demais! Para reagir, para bolar estratégias, para tudo!
- Se ao menos... - começou Peppers.
- Se ao menos o quê? - retrucou Sparow - Quero mais garra, vai força de vontade. Todos vocês estavam confiantes demais durante nesta semana de duelos. Na primeira etapa havia muito mais força de vontade, será que é porque estavam valendo as duas notas para D.A.C.T? Ou porque todos vocês, estão se achando um máximo serem recrutas da Ordem da Fênix?
Todos ficaram quietos.
- Estão dispensados!
O salão ficou escuro e Harry seguiu para o salão comunal de sua casa, frustado, irritado. Tudo bem que não foi um bom começo virar uma bolha se sabão no meio de todos, mas ele aproveito de sua desvantagem e transformou-a em vantagem. Era isso que Sparow vinha falando em todas as reuniões e Harry tinha feito isso. Chegando no dormitório, para sua surpresa, encontrou todos os garotos acordados: rindo.
- Aee, Harry! - cumprimentou Dino Thomas - Aonde é que você estava, a esta hora da madrugada?
Harry ficou parado na porta, olhando os colegas de quarto. Ele teria que mentir e sabia que era péssimo nisso.
- Harry sempre sai de madrugada - comentou Neville - De vez em quando eu acordo e vejo que ele não está na cama...
- Eu sei o que ele estava fazendo! - anunciou Simas, com os olhos brilhando. Ele pulou da cama e em seguida, em cima de Harry, bagunçando o seu cabelo.
- Sabe? - perguntou Harry, empurrando Simas pra longe e fechando a porta.
- 'Cês são um bando de Zé Roelas - comentou Simas cheio de si, encostando-se na porta. - É muito óbvio onde ele estava até agora...
Harry começou a juntas as peças de roupas que estavam espalhadas pelo chão, tentando disfarçar a sua agitação. Os meninos pararam de conversar e começaram a gritar feito uns loucos. Pulando de cama em cama, sobretudo Neville e Rony. Os dois cantarolavam algo como "Nós ganhamos um galeão, nós ganhamos um galeão!". Simas e Dino gritavam também, mas Harry não entendeu o que era.
- Querem parar com o barulho! - pediu Harry, sem sucesso - Pareeeeeeeeeeeeem!
Não adiantou nada, depois de três minutos gritando, ele deu com os braços e entrou na folia: arremessando sapatos, travesseiros e qualquer coisa que encontrasse pela frente; e os outros faziam exatamente a mesma coisa. Harry estava perto da porta, colocando dentro de um travesseiro o sapato de Rony, que ele logo arremessaria em alguém.
- Hey, Harry! - chamou Rony. Ele olhou surpreso, quando quatro almofadas vinham em sua direção. Ele abaixou a cabeça e neste instante Filipe Patriani abriu a porta do quarto violentamente. A porta bateu com força em Harry, fazendo com que ele caísse de quatro no chão, já que estava agachado. Harry se recompôs rapidamente, parecendo mais um tomate. Os cinco ficaram quietos, Filipe entrou sem dizer nada e apanhou da mão de Harry o travesseiro.
- O que pensam que estão fazendo? - perguntou Patriani.
- Guerra de travesseiro - falou Rony - Quer brincar também? - perguntou, fazendo com que os amigos dessem risadas.
- Agora não é hora de brincadeiras, Weasley. Assim como vocês me acordaram, poderiam acordar os outros alunos, que estão descansando após um dia duro de estudos! - disse Filipe, bem bravo. - E o que tem nestes travesseiros?
- Sapatos - respondeu Harry - Pra doer um pouquinho, sabe...
- Vai, Patriani, qual é a sua? - intimidou Rony - Você parece o meu irmão Percy, que só pensa na sua monitoria e isso e aquilo. Você precisa se divertir um pouco e parar de amolar a vida dos outros. Vive me amolando!
- Não tenho nada contra guerra de travesseiros, mas vocês poderiam lacrar a porta com um feitiço silenciador - falou o monitor - Mas você não tem competência pra isso!
Rony ficou vermelho de raiva e desatinou a falar uma porção de besteiras.
- Silêncio! - disse Patriani apontando a varinha para Rony, que ficou mudo na hora.
- Cinco pontos a menos pra Grifinória, Weasley - anunciou. Olhou ameaçador para os outros garotos.
- Tudo bem, Filipe - começou Dino - Nós sabemos que é a sua obrigação...
- Rony que é um idiota bocudo - acrescentou Simas, pisando no pé do ruivo - Obrigada pela dica do Feitiço Silenciador.
Filipe sorriu e fechou a porta.
- Finite - disse Neville, liberando o feitiço da boca de Rony - Você precisa parar de odiar ele.
- Eu não odeio ele! - falou Rony nervoso, jogando-se em sua cama.
- É a Hermione, não é mesmo? - continuou Simas rindo. - Ê lêlê, hein? Só porque eles vivem grudados?
Rony levantou-se meio nervoso e arremessou com força uma almofada em Simas.
- Porque vocês começaram com esta guerra de travesseiros? - perguntou Harry, tentando mudar o assunto. Neste instante, Rony se dirige ao banheiro masculino. Neville fez menção de explicar o que tinha acontecido, mas Harry seguiu Rony.
No banheiro, o ruivo lavava o rosto. Harry apanhou a sua escova de dente, o banheiro estava quase silencioso, se não fosse a torneira de uma pia que estava quebrada, a água pingava e fazia um barulho irritante. Quando o ruivo secava o rosto, Harry resolveu falar alguma coisa...
- Rony você não acha que devemos conversar? - disse Harry. O Rony desceu um pouco a toalha e sua sobrancelha esquerda estava levemente arqueada, parecia surpreso.
- Quanta cerimônia - resmungou Rony, apanhado sua escova de dentes.
- Como assim, você nem ao menos olhava pra minha cara!
- Você quer ir direto ao ponto? - perguntou Rony, o moreno lhe encarou um pouco bravo - Harry, se ponha no meu lugar, o que você faria. Você tem uma irmã e eu começo a sair com ela...
- Rony, eu não estava saindo com ela - interrompeu Harry.
- Seja lá o que for! - respondeu exaltado - Tô saindo com a sua irmã, nem te falo nada, porque acho que você não entenderia, que iria ter ataques de ciúmes ou isso ou aquilo. Sendo que todo mundo já está sabendo, inclusive os meus pais e as namoradas dos meus irmãos. Como é que você ficaria?
- Rony, eu...
- Rony uma ova! Você e a Gina acham as piores coisas de mim, a Hermione também!
Harry respirou fundo e disse:
- Nós não achamos as piores coisas de você, Rony.
- Ah, não? - resmungou impaciente.
- Acha que eu não queria ter lhe contado tudo no primeiro instante?
- E porque não contou?
- Por causa da Gina... Ela achou que era melhor dar um tempo, mas por favor, não fique bravo com ela. Isso é besteira, Rony.
- Humf... Você ficava todo bravinho porque estava de segredo coma Gramond, sendo que é um trabalho que nós estamos fazendo. E depois, fala que foi besteira... É ruim ser pré julgado. Harry, se tivesse um cara para namorar a Gina, que seja você, entende? - Rony fez uma pausa - É meu amigo, entende?
- Entendo, por isso que quero lhe pedir desculpas. Isso não vai mais acontecer, ficar com adivinhando as coisas... - contou Harry - Me desculpa, cara... Está sendo horrível ficar brigado com você - Rony abriu um sorriso - E deve ser um porre ficar andando com a Pavarti e a Lilá atrás de você.
- Até que não, eu tive as minhas vantagens - e Rony sorriu de novo - E deve ter sido um saco ficar estudando com a Hermione. Não fiquei com muita raiva de você... Quer dizer na hora, se sua cabeça tivesse explodido eu acharia engraçado, mas foi bom dar um tempo e me arrepender por não ter te escutado...
- Ok, jogo limpo então - e Harry estendeu a mão.
- Qual é, não precisamos desta formalidade - disse, jogando no cabelo de Harry poção para dentes.
Uma gota de suor de Harry escorreu da sua testa, deslizando por trás da lente de seus óculos e quase chegando ao seu lábio, quando sua mão trêmula impedisse que o fizesse; secando esta gota de suor como as outras que se espalhavam em sua face.
Não sabia se estava com mais fome do que cansado. Havia mais de uma hora e meia que estava treinando no salão oval.
Todos os pombos treinavam feitiços de defesa, a mando de Sparow, que ainda não tinha se cansado de relatar o fracasso de todos eles, que para Harry, de início não parecia ter fracassado tanto assim, mas agora ele sabia que deveria ser mais esperto e atento ao seu ataque e retaguarda. Seu parceiro, Nake, era muito bom em qualquer feitiço de defesa. Melhor que todos ali e deu um trabalho enorme para Harry. O treinamento acabou e Harry foi o primeiro a deixar o salão oval, enquanto caminhava rapidamente para a Torre da Grifinória (todos tinham 15 minutos para voltarem as suas casas, não importava o quão longe era do salão de treinamento), que as coisas estavam começando a entrar nos eixos e chegava a sorrir com isso.
Rony aos poucos voltara ao normal, Hermione não andava mais tão distante como o costume e o sorriso voltara a fazer parte de Gina.
Harry entrara no salão comunal e encontrou Hermione, subindo as escadas. Na verdade, foi Hermione que encontrou Harry:
- Harry? O que está fazendo fora da cama? - o garoto virou-se com o coração batendo forte.
- Nada... - mentiu ele.
A amiga encarou-o novamente e percebeu que Harry estava nitidamente suado e com ar de cansaço.
- Não sabia que fazer nada fazia soava tanto - observou Hermione, indo de encontro ao amigo. - Você estava treinando quadribol não é mesmo? Com este seu braço quebrado...
- Sim - Harry concordou rapidamente - Quero estar melhor para a final, se é que vou participar da final...
Hermione sorriu com pena do amigo.
- Harry... Porque você não esquece um pouco do quadribol e pensa em outras coisas mais saudáveis e que você possa fazer, sem tantos sacrifícios?
- Como os exames dos N.O.M's - disse sem vontade. O rosto da amiga se contorceu em um sorriso.
- Não, estou falando do baile de amanhã...
- Baile? - perguntou - Ahhhhhhhh, sim sim! Vai com quem?
- Com ninguém... - contou, parecendo feliz demais para alguém que não tinha par. - Você sabe se o...
- Não... - respondeu Harry, sem ao menos ouvir a pergunta toda de Hermione - Rony não vai com ninguém, ele me disse... Falou que só ia aparecer um pouco - Hermione ardeu em fogo. - E aí, como estão as coisas entre vocês dois?
- Maiores que as minhas expectativas - falou rapidamente - Mas é estranho, sabe?
- O quê?
- Pavarti... É horrível ficar naquele dormitório. Eu preferiria dormir no lago, com aquela lula gigante do que ficar lá. Pavarti nem olha mais para a minha cara, Lilá também... Eu sempre andei mais com vocês do que com as meninas em geral - contou Hermione - Foi tão horrível este tempo todo, ainda está sendo. Não tenho nada o que fazer, eu arranjo algo para me distrair, mas não adianta. Os grupinhos já estão formados, parece que todas as meninas de Hogwarts estão sem solidariedade com a Patil. Porque Rony não está mais com ela, acham que eu puxei o tapete, que a Monitora fez isso, que Monitora fez aquilo... Eu não fiz nada, Harry, você sabe disso! - desabafou, com os olhos cheios d'água. Ele puxou a amiga e abraçou-a forte. Hermione chorava bastante.
- Às vezes fico pensando o que fiz de errado para merecer isso... Não quis roubar o namorado de ninguém, evitei mais o que pude. E eu ainda evito, mas não tenho inteiro controle sobre mim - disse com a voz pastosa de choro - Você me entende, Harry?
- Hermione, vocês dois se gostam, as garotas tem que entender isso. Ninguém planejou nada, ninguém pede para se apaixonar - consolou Harry.
- E pior, acham que eu dei uma Poção do Amor para o Rony - contou, soando desesperada. Harry arregalou os olhos. - Eu sei que é ilegal e nunca, nunquinha na minha vida eu faria algo do tipo.
- Mione, o que tiver que ser, será. Não ligue para estas meninas, são um bando de invejosas - Hermione sorriu um pouco - Vai, vamos dormir...
Ela soltou-se de Harry e lhe deu um beijo em sua bochecha.
Durante todo o dia, Harry procurou o amigo pelo castelo. Primeiro de março, aniversário de Rony, mas parecia que o ruivo tinha evaporado da escola. Sem sinal de Rony Weasley por todo castelo. Cansado de procurar pelo amigo, resolveu ir atrás de Gina e descobriu que ela e mais uma porção de meninas, estavam começando a se arrumarem para a festa. Harry olhou em seu relógio de bolso, eram três e meia da tarde e o baile começaria as sete... Resolveu tirar um cochilo e dormiu a tarde toda. Algumas vezes acordava devido ao barulho que os garotos faziam, mas Harry estava dominado por um sono tão grande, que se virava de lado e dormia novamente. E durante seu sono, sonhou com uma mulher de cabelos ruivos caída no chão.
- HARRY!
Ele esticou-se na cama, devido ao susto e abriu os olhos rapidamente. Era Dino Thomas, todo arrumado, acompanhado de Simas.
- Acorda seu trasgo - disse Simas, chacoalhando Harry - São sete horas e você ainda está dormindo!
- Você dormiu o dia todo, cara - acrescentou Dino. Harry sentou-se na cama e esfregou os olhos preguiçosamente. Bocejou umas dez vezes e só então percebeu que realmente eram mais que sete horas.
Harry nunca se arrumou tão rápido e desejou ter dormido mais um pouco, porque neste momento estava mofando no sofá do salão comunal, meia hora sentado e olhando para o teto. Até que ele viu Gina descendo as escadas.
De vestido grafite escuro, com uma saia rodada, cabelos completamente soltos e cacheados nas pontas. E o melhor de tudo, sorria para ele.
Harry saltou do sofá e foi quase correndo de encontro com a namorada.
- Preciso dizer que você está linda?
- Hm... - e fez cara de pensativa - Precisa!
- Você está linda, senhorita Virgínia Weasley - e beijou a mão da namorada. - E você voltou a ser ruiva novamente - falou, dando o braço a namorada.
- Graças! Não me agüentava mais me ver com aqueles cabelos Loiro-Malfoy.
Quando os dois chegaram ao salão comunal o baile ainda não tinha começado. Todos olhando esperançosos para as cortinas do palco instalado no salão principal.
- Será que aconteceu algo com As Esquisitonas? - perguntou Gina.
- Como você sabe que são elas por de trás das cortinas?
- Tô chutando, toda vez é a mesma banda...
Alvo Dumbledore surgiu a frente do palco, parecendo um pouco feliz demais.
- Com vocês, a banda de Hogwarts! NO NAME!
Gina e Harry olharam-se rapidamente, depois para o palco. Harry realmente não acreditou no que seus olhos estavam vendo.
- O QUE O RONY TÁ FAZENDO LÁ?
- Você vem perguntar pra mim!
Aparentemente Rony estava nervoso, segurando o seu baixo, cantando Beatles junto com Lilá, Neville e Gramond. Harry logo entendeu, olhou para Gina que tinha a boca aberta, assim como tantos a sua volta.
- Desde quando Rony sabe tocar?
- Gina, era por isso que ele saía tanto com a Gramond, por causa da banda.
- E porque eles não podiam contar para nós?
- Sei lá... Para não estragar a surpresa, estas coisas em Hogwarts se espalham rapidamente.
Hermione apareceu radiante perto dos dois, acompanhada de Filipe.
- Vocês acreditam nisso? - perguntou empolgada.
- O Weasley superou desta vez - acrescentou Filipe.
- Wow, tá pensando o quê? - falou Gina - Eu sou uma Weasley também.
- Afê - resmungou Filipe - Todos vocês são esquentadinhos demais ou é impressão minha?
- Vai Gina, vamos dançar... - disse Harry, puxando-a para a pista. Foi quando a banda parou de tocar:
- Olá, Hogwarts! – gritou Lilá muito animada.
Os alunos vieram abaixo, foi uma gritaria total, especialmente da Grifinória, pois a banda era composta de alunos desta casa.
- OLÁ HOGWARTS!- gritou Lilá, desta vez mais alto. O barulho foi maior ainda.
Rony se sentiu extremamente satisfeito.
- Este é o nosso projeto de Estudo dos Trouxas e resolvemos montar uma banda. Nesta noite cantaremos somente músicas dos Beatles, grupo que fez muito sucesso em todo mundo trouxa. Foi um mito, muitos adolescentes de nossa idade ainda gostam de Beatles – contou Lilá.
Depois, Rony começou a falar, com a voz meio embargada. Todos prestavam atenção em cada integrante da banda falava. E logo, todos os alunos estavam dançando novamente.
Gina colocou seus braços em volta do pescoço de Harry, que passou seu braço pela cintura da namorada.
- Se eu pudesse ficaria sempre assim... - Gina falou amorosa no ouvido de Harry.
- Eu também, só queria estar sem este gesso no meu braço.
Gina desgrudou-se um pouco de Harry, ele passou a mão pelo rosto de Gina, adorava fazer aquilo. Ela fechou os olhos e se beijaram, no meio do salão.
Já fazia um certo tempo que não namoravam e beijar Gina, era uma das melhores coisas a se fazer.
- Harry... - disse Gina sorrindo - Eu gosto muito de você.
- Eu também, Gina.
Dançaram bastante músicas, perdidos no salão e como sempre, Harry meio atrapalhado mais a namorada parecia não se importar muito.
- Ei, Harry – chamou Rony, cutucando o amigo nas costas – Viu a Hermione?
Ele se virou, num sorriso só.
- Hum, quer dizer que era isso que você andava fazendo? Uma banda! Não sabia que você tocava – disse alegremente.
- Nem eu... Desde quando você toca aquele troço? - perguntou Gina.
- Depois eu explico, vocês viram Hermione? – perguntou Rony novamente.
- Ah, sim... Hermione estava aqui, foi falar com a Chang - informou Gina.
- Foi? - perguntou Harry.
- Eu não sei... Ela estava com a Cho, andando por aí, parece que elas ficaram amigas agora.
- Você sabe o que está acontecendo com a Hermione? - Gina fez que não com a cabeça - Vamos lá pra fora, então.
A música já estava baixinha, quando Harry e Gina estavam perto dos portões de Hogwarts, na enorme escadaria. Harry contou sua conversa com Hermione, na noite passada.
- Nós não podemos fazer nada, Harry.
- Porquê?
- Porque não podemos fazer nada para mudar a opinião daquelas meninas sobre a Hermione - falou soando seca.
- Falando assim parece que você nem ao menos se preocupa com ela, sabia?
- Eu acho que você se importa demais.
- Desculpe, mas eu não entendi.
Gina cruzou os braços e bufou alto.
- Harry, você nem ao menos me perguntou como foi o meu dia, sabia? Você está preocupado com Rony, Hermione e toda a Hogwarts, mas às vezes parece que você não se importa comigo.
- Gina, não é assim...
- Não é assim? - falou brava - Quantas vezes conversamos sobre nós dois? Você se preocupa demais com os outros, Harry. Tem que parar se ser assim. Amigo é uma coisa, agora ficar vivendo pelos outros é outra coisa completamente diferente! Quantos momentos tivemos só nós dois? Hein?
Harry ficou calado e o rosto de Gina estava ficando com uma coloração vermelho claro.
- Tá vendo, você não sabe! Pouco se importa comigo.
- Está sendo injusta, Gina! - respondeu Harry - Injusta e egoísta.
- Egoísta? - repetiu ela bastante alto - Só porque eu quero um pouco de atenção do meu namorado. A mesma atenção que você dá ao Rony, Hermione ou qualquer outra pessoa. Você quem está sendo egoísta e injusto, Harry!
Gina sentou-se nos degraus da escada e apoiou seus cotovelos nos joelhos, e com as mãos segurava a cabeça; estava com um bico enorme.
Garotas eram mais complicadas do que ele poderia imaginar. Tinha uma leve idéia ao conviver com Hermione, que era só sua amiga. Ele não sabia o que fazer, a não ser a ficar murmurando pra si mesmo "socorro, socorro". Talvez Gina tivesse razão, quase não ficava com ela, quase não conversam... "Mas eu gosto dela, tenho certeza!". Gostava tanto que estava doendo vê-la daquele jeito. Harry andou até Gina e sentou-se ao lado dela.
- O.k., me desculpe...
Gina virou o rosto para o outro lado e disse:
- Você sempre me pede desculpas e sempre eu te perdôo, mas não vai ser assim desta vez.
O coração de Harry parou por alguns instantes e sentiu sua garganta seca. De repente parecia faltar até ar, mesmo com a brisa gelada que batia em seu rosto.
- Como assim? - perguntou Harry com a voz meio embargada. Ela olhou Harry no fundo de seus olhos.
- Eu não sei, Harry... - disse com uma voz trêmula - O que você quer que eu faça com um cara que não está nem aí para mim?
- Gina eu gosto muito de você!
- Não parece! - falou se levantando - Está frio aqui... - e começou a subir a escada. Harry ficou a observando subir, a saia do vestido sendo balançada pelo vento. Gina começou a subir correndo e Harry viu o cabelo vermelho dela sumir na escuridão do castelo. Tinha o abandonado, fugindo dele... E poderia ser para sempre. Harry passou a mão pelos cabelos bagunçados e seu coração pareceu parar novamente.
N/A: Eu sei que prometi ação neste capítulo, mas não coube! Estou escrevendo o mais rápido que posso... Próximo capítulo duelo entre Hermione e Pavarti, que bicho será que vai dar, hein? Gina terminou mesmo com Harry? E cadê o Voldemort? Hmmmm! :-P
Quem quiser saber o que está rolando entre Hermione e Rony, só ler Amo-te tanto, que estou mandando os capítulos aos poucos.
