Capítulo vinte e nove – O plano

Harry, Rony, Gina e Persephone acompanhavam os passos apressados de Rouge que levava Colin ainda desacordado em seus braços. Harry sabia aonde a ruiva os guiava: para a sala de Dumbledore. As perguntas pipocavam na cabeça dele, tanto que nem sabia o que perguntar primeiro. Mas de longe a pessoa mais tensa ali era Persephone que tinha pânico exalando em forma de suor por suas têmporas.

A gárgula se abriu e todos depararam-se com a sala vazia. Rouge sentou Colin em uma cadeira e fez com que ele acordassem. O ruivo despertou bastante assustado e Rouge sorriu para ele como querendo dizer que estava tudo acabado. Pelo menos por hora.

- O que aconteceu? – ele perguntou ainda desnorteado.

- Você dormiu na melhor parte, Creevey – Gramond disse displicente – Nada de fotos desta vez.

Gina lançou um olhar chamuscante para a garota.

- Você foi atingido por um feitiço e ficou boa parte do tempo desacordado – disse a ruiva – Acredite, eu queria ter ficado no seu lugar. Esta mulher veio nos resgatar na Casa dos Gritos...

- O nome dela é Rouge – interrompeu Harry.

- ... destrancou a porta e pegou você do lado de fora da casa. Havia alguma coisa enfeitiçando a casa porque tentamos colocar você lá dentro e não conseguíamos – completou Gina.

- Onde está a minha máquina? Eu tinha conseguido tirar boas fotos... Dos Comensais – disse baixinho – Aquilo pode servir de alguma coisa.

Ninguém respondeu a pergunta porque Alvo Dumbledore adentrou a sala com o rosto bastante comprimido, formando rugas imensas na testas. Rugas que de certo deveriam ter aparecido naquele final de tarde.

- Desculpem pela demora – falou o diretor – Problemas, problemas. Rouge, estão te esperando no hall de entrada. Obrigada por trazê-los.

A ruiva gesticulou algo para Dumbledore que respondeu com um leve aceno de cabeça.

- Sentem-se, por favor. – ele acomodou-se em sua cadeira – Quero dar parabéns para os irmãos Weasley e Harry Potter pelo que vocês fizeram. Tentando proteger Colin – e olhou bondosamente para o garoto, que encolheu-se um pouco na cadeira – prof. Melane e a nossa querida Hermione. Harry, Rony, Gina, Colin vocês conseguiram se livrar de Comensais da Morte brilhantemente, não foi nem questão de sorte, mas de talento... Agora quero saber de todos vocês a verdade. E acho que Persephone pode me contar o que houve – concluiu Dumbledore encarando a garota de uma forma diferente. Ela olhou diretamente para os olhos do diretor e disse:

- Professor Dumbledore, eu acho que seria melhor se o Potter contasse. Posso me alongar demais.

O diretor não disse nada e fixou os olhos na garota.

- Bom... – ela resmungou - Sempre que encontrava Draco em reuniões de amigos por causa dos nossos pais ele sempre me falava da tal Casa dos Gritos e contava muita vantagem em cima disso, falando que estivera lá diversas vezes. Quando o Draco começa, ele não pára mais. Então, desde que comecei a estudar aqui venho pentelhando ele, Ananda e a Pansy para me levarem lá. Eles sempre desconversavam. Eu fiz uma aposta com ele e ganhei, ele tinha que me levar lá... Draco me levou e de repente começou uma tempestade e não conseguíamos sair da casa. Minutos depois apareceram os Comensais e nós começamos a brigar... Não sei como, Draco conseguiu abrir a porta, ele iria embora mas eu estuporei ele. Fiz isso porque estava perigoso lá fora... – ela falou parecendo estar calma, mesmo apertando os dedos de sua mão esquerda - Daí apareceram Aurores e vimos que a gangue do Potter James estava vindo se abrigar na casa. Vi a prof. Walker levando um feitiço na cabeça... Depois levaram a Granger e acredite, não dava pra fazer nada além de ficar vendo a confusão lá fora. Gina, Harry e Rony se abrigaram na casa e começamos a brigar. Do nada, apareceu um Comensal falando que a cabeça do Potter valia ouro, eu fiquei nervosa, porque sabia que ele iria nos matar, sabia que ele ia me matar. Como fizeram como a minha vó, lá no Chile. Então... Eu tentei matar o Comensal e eu consegui. Eu não achei que tinha dado certo nos primeiros quinze minutos, mas daí ele já estava morto e alguém conseguiu abrir a porta e jogou ele lá fora e foi nesta hora que o Draco foi embora. Os Weasley junto com o Potter ficaram um bom tempo no andar de cima da casa e fiquei lá embaixo, pensando no que tinha feito. Professor, ele iria fazer picadinho da gente e na hora... Na hora eu nem pensei em nada. Sei lá quanto tempo depois, os Weasley e Potter desceram e conversamos por um tempo e eu pedi a eles que não contassem a ninguém que tinha matado uma pessoa... Foi aí que apareceu aquela ruiva, a tal de Rouge e nos tirou de lá. Foi isso que aconteceu.

Harry olhou para Persephone e a garota parecia aliviada e Colin estava branco feito cera de vela.

- Você confirma a história, Rony? – perguntou o diretor.

- Sim, foi isso que aconteceu – o ruivo respondeu.

- Nós ficamos no andar de cima porque descobrimos que o feitiço que protegia a casa tinha umas falhas – falou Gina para o diretor – E nós arremessamos umas madeiras velhas em direção aos Comensais, assim os Aurores ganhavam um certo tempo...

- Eu fiquei sabendo Gina e vocês não sabem o quanto ajudaram – Alvo respondeu – Eu tenho que ser breve agora, tenho muita coisa para fazer... Eu apenas precisava saber ao certo o que realmente tinha acontecido na Casa dos Gritos. Tenho que me apresentar no Ministério agora, me ausentar de Hogwarts.

- Por quê? – replicou Harry.

- Por causa de Sirius Black. Com o Ministério sabendo que Sirius Black estava aqui em Hogwarts. Os aliados de Voldemort já sabiam e de fato, nem eu e nem Sirius estávamos preocupados com isso. Ele estava seguro aqui. Então, terei que responder a isso. Assim como outros professores de Hogwarts que sabiam que ele é um animago. Terei que responder pelo seqüestro de Hermione entre outras coisas...

- Mas professor, você não tem culpa de Hermione ter sido levada – falou Harry – Isso é injusto! Por que o Ministro não vai acertar contas com os verdadeiros culpados? Procurar saber quem era o tal Comensal que levou a Hermione e prender ele.

- Os pais dela já sabem que ela foi levada, ou não sabem? Você-Sabe-Quem já fez algum contato? O senhor acha que ela está viva, não acha? – disparou Rony.

Rony claramente iria perguntar mais coisas, mas o movimento que Dumbledore fez com a mão calou a voz do ruivo.

- Uma de cada vez, Rony... – ele pediu – Não tenho idéia alguma de onde Hermione esteja, infelizmente. Os pais dela já foram contatados e estão em extrema segurança. Voldemort não fez nenhum contato. Eu não acho, mas tenho certeza que ela está viva. Porque se Voldemort pretendia mata-la ele já teria o feito, mandado os Comensais fazerem na frente de vocês. Se ele está com Hermione tem planos para ela, planos que inclui todos nós. Ele quer atrair você, Harry – contou o diretor, olhando nos olhos verdes do garoto – Atrair Rony, Gina e quem mais vocês trazerem consigo. O Lord das Trevas sabe que você tem uma certa mania de meter-se em encrencas – comentou, olhando para Harry - salvar todos ao seu redor. Ele sabe disso tão bem e sabe que você se parece demais com Tiago neste sentido. Por isso, nada de heroísmo ou algo parecido. O que precisar ser feito, será...

- Onde está Draco? – perguntou Persephone.

- Na enfermaria. Ela conseguiu avisar um dos Aurores que haviam pessoas presas na casa de logo depois foi atingido por um feitiço. Nada demais, está apenas dormindo.

- Malfoy fez isso? – duvidou Rony.

- Sim, ele fez isso, Rony. E creio que faria o mesmo por ele.

- E Melane? Sirius?

- Melane está em St. Mungus, o caso dela é um pouco mais grave. Eu não sei onde Sirius está – contou – Todos vocês queiram se dirigir ao salão principal, menos você Persephone.

Todos levantaram-se em silêncio e se separaram no final do corredor. Os quatro caminharam para o salão em silêncio mesmo tendo muitas coisas a dizer. Chegaram no salão principal que estava bem escuro, algumas velas iluminavam fracamente o ambiente.

- Onde vocês estavam? – sussurrou Patriani ao ouvido de Harry – Quase vocês perderam o pronunciamento.

- Que pronunciamento?

- Do Ministro – o monitor informou.

As velas se apagaram e bem acima da mesa dos professores um enorme espelho apareceu. Alguns minutos na completa escuridão o espelho iluminou-se e nele apareceu a imagem do Ministro da Magia.

- Boa noite a todos bruxos e seres mágicos – anunciou a voz grossa de Antony – Hoje ouve um grande incidente no vilarejo de Hogsmeade: um ataque de Comensais da Morte e Dementadores. Um ataque a mando de – ele respirou fundo – Voldemort.

Houve um sonoro "Oh!" no salão.

- Uma pessoa está desaparecida e alguns Aurores hospitalizados e três Comensais foram capturados. Todos nós já sabíamos da volta do Lord das Trevas, uns não queriam acreditar e outros precisavam de mais provas concretas, além do incidente em Kings Cross. O fato é que o Lord das Trevas retornou e está forte. Aconteceram mais dois ataques além de Hogsmeade no dia de hoje e estamos tentando coligar estes outros ataques, que felizmente, foram de pequena dimensão. Os Dementadores estão fora do nosso controle também e devido a isso peço para que os bruxos interessados a ensinar a conjurar Patronos e que queiram defender-se de Dementadores, compareçam amanhã ao Ministério. E lá será divulgado a lista de lugares aonde você pode aprender ou relembrar como combater a estas criaturas das trevas. Peço a colaboração da imprensa bruxa, evitar notícias sensacionalistas que causem pânico e alarde que só aumentará mais a dimensão do problema. Também peço para a nossa população manter a calma e se aliar ao Ministério da Magia. Recolhendo informações ou juntando-se a nossa força de combate contra Voldemort – anunciou o Ministro – Só com todos os bruxos unidos conseguiremos derrotar de vez o Lord das Trevas. Muito obrigado.

A imagem do Ministro desapareceu feito fumaça no espelho. As luzes acenderam-se vagarosamente e o burburinho entre os alunos se iniciou. A mesa dos professores estava quase vazia. Melane, Snape, Hagrid e Alvo Dumbledore estavam ausentes. Minerva McGonagall levantou-se e todos voltaram ao silêncio inicial.

- Um minuto de atenção, por favor – pediu a professora – Alvo Dumbledore teve que se ausentar devida as circunstâncias e até a sua volta eu vou supervisar Hogwarts. E tenho alguns recados e peço que todos escutem com atenção. Os passeios a Hogsmeade serão suspendidos até a segunda ordem. Alguns alunos de Hogwarts gostam de se aventurar pela Floresta Proibia e que agora está mais perigosa ainda e mais proibida do que nunca. Se algum aluno for pego a qualquer hora do dia na Floresta será expulso na hora e terá a sua varinha partida ao meio. Conseqüências drásticas para movimentos impensados. A professora Melane Walker se ausentará do cargo até se recuperar a as aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas serão dobradas. Começarão a ter aulas aos domingos, já que isso tornou-se mais do que necessário defender-se. E gostaria de frisar que todos nós temos que se unir para combater o mal, começando a chama-lo pelo nome, Voldemort. Temer um nome só aumenta o medo e nos deixa vulnerável. Por hora, estão dispensados.

- Prof. McGonagall não disse nada a respeito sobre o seqüestro de Hermione – disse Rony mal humorado – É como se ela não existisse, não fizesse falta.

- Para que eles iriam falar isso, cara? – Harry falou – Para causar mais alarde e desespero nos alunos e nos pais dos alunos, que acham que Hogwarts é segura.

- Hogwarts é segura, Harry – respondeu Gina.

Os trio entrou no Salão Comunal e Ron subiu mal humorado a escada de caracol. Harry acenou rapidamente para Gina e correu atrás do amigo. Entrou no dormitório bagunçado e viu Ron encarando a cama de Harry.

- Veja só, Harry. Tem um presente pra você...

Ele aproximou da cama e viu a espada que havia usado há três anos atrás, a espada de Godric Griffindor.

- O que isso está fazendo aqui? – ele perguntou apanhando a espada.

- Talvez esteja aí porque alguém quer que você a use – comentou Rony – Pra se proteger.

- Prof. Dumbledore disse para não bancarmos os heróis por ai. E agora, deixa isso na minha cama.

Ron afundou-se na poltrona mais próxima e jogou uma almofada longe, as orelhas do ruivo estavam vermelhas.

- Por que Você-Sabe-Quem está com esta obsessão com Hermione? Primeiro, foi naquele ataque na estação e depois a levaram hoje. Debaixo do meu nariz...

- Do nosso, Rony...

- Eu não pude fazer nada, nada. E isso está me matando porque se ela tivesse no meu lugar ela teria conseguido ter feito alguma coisa.

- Como é que você sabe, Rony? Nós tentamos salvar Hermione, fizemos o possível e o impossível. O Ministério vai encontrar Hermione... Foi como Prof. Dumbledore disse, se Voldemort a pegou ele tem suas razões e não fará nada de mal com ela.

- Você fala isso porque Hermione não é nada sua – disse Ron com os olhos marejados.

- Rony, você sabe o que acabou de dizer? – ele perguntou ofendido - Hermione é minha amiga, assim como você. O fato de você ser o namorado dela não justifica nada. Ela significa muito... Eles poderiam ter levado Gina também, não poderiam?

Rony riu nervoso e levantou-se da poltrona.

- De qualquer jeito a corda sempre vai estourar do lado mais fraco, porque Gina é a minha irmã caso você tenha esquecido. Eu sofreria do mesmo jeito.

- Rony, NÓS ESTAMOS DO MESMO LADO - berrou Harry – Você está sendo egoísta.

- Eu não estou sendo egoísta, estou sendo realista, Harry. Como deve estar Hermione agora? E os pais dela? Nós temos que fazer alguma coisa.

- Quer começar por onde, então, Sr. Sabe-Tudo?

- Eu não sei.

- Por que será eu não me espanto com a sua resposta?

Rony empurrou Harry para o lado e saiu do dormitório e alguns segundos depois Gina entrou no quarto.

- O que estava acontecendo aqui?

- Seu irmão é um egoísta insuportável, é isso que está acontecendo aqui – Harry disse mal humorado.

- Meu irmão? Pensei que ele fosse seu amigo.

Harry não respondeu nada.

- Já que não quer saber de conversa vou sair daqui antes alguém se magoe – ela disse – E acho que você deve ir até a enfermaria... Tirar esta gosma branca que um dia foi um gesso e ver este seu corte no rosto.

E foi o que Harry fez. Ele procurou Rony pelo castelo mas não encontrou, voltou para a Torre da Grifinória e notou Gina lendo um livro sozinha, aparentemente a espera de Harry.

- Levei uma bronca da Madame Pomfrey – contou Harry aproximando-se da ruiva – Ela disse que eu deveria ter colocado um feitiço no meu braço para que o gesso não se molhasse.

- Agora você é um homem livre de gesso – ela falou fechando o livro – O braço tá doendo?

- Um pouco...

- Por que brigou com o Rony?

- Nós não brigamos...

- Sei... – ela resmungou.

- É sério... Ele falou um monte de besteira e nós dois ficamos nervosos mais do que já estávamos. Ele deu a entender que não estou sofrendo como ele.

- Por causa de Hermione, né?

- É... Hermione é minha amiga também e estou preocupado com ela assim como ele.

O quadro se moveu e os dois observaram Ron entrar na sala comunal.

- Por onde você esteve? – perguntou Harry.

- Eu estava pensando – ele contou – Eu tenho um plano.

- Que plano? – perguntou a irmã.

- Para salvar Hermione e vou precisar de toda a ajuda necessária.


Cena do próximo capítulo:

- Mudando um pouquinho só de assunto, como é do conhecimento de vocês ninguém que vem dar aula desta matéria de Hogwarts sai bem daqui. E tô começando achar que aquela baboseira de que o cargo está enfeitiçado seja verdade. Portanto, como vocês acham que sairei daqui?

E na lousa apareceu uma letra tosca dizendo:

a) Mais louco do que já é;

b) Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado irá arrasta-lo pelos cabelos e te comer com catchup e mostarda;

c) Morto por envenenamento;

d) Cairá ACIDENTALMENTE da Torre de Astronomia;


Cami levanta uma placa com os dizeres: TEM ALGUÉM LENDO ISSO? COMENTE E NÃO ME DEIXE FALANDO SOZINHA!