DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).

Notas: não, eu não sou dona dos personagens… Mas isso não me impede de amá-los!

Desculpem, mas não há aqui os agradecimentos nominais para as reviews deixadas na primeira publicação porque foram todos "engolidos" pelo fanfic. Fica aqui meu agradecimento para todos os que leram!

Capítulo 3 – Enquanto isso, na Casa da Árvore...

Verônica abriu os olhos. Estava gritando, até um minuto atrás, mas não conseguia saber porquê. Olhou ao seu redor. Estava parada, de pé, sozinha, no meio da sala, na Casa da Árvore. Mas o que estava fazendo ali? Sua mão estava em seu pescoço, segurando algo que não estava lá. Ela fez força para se lembrar. Sim, ela podia ver a si mesma segurando um estranho pingente, um triângulo com um vórtice no meio, mas ela nunca tinha tido um pingente assim. Estava numa tempestade, e via a si mesma com uma aura luminosa e estranha. E chamava por sua mãe...

Mas como poderia ser? Fazia um lindo dia no platô. Dirigiu-se ao balcão, tentando se acalmar. Será que ela estava se tornando sonâmbula? Nunca tinha acordado fora de seu quarto, ainda mais em pé, no meio da sala. E estava cansada, ofegante. Qualquer que fosse o sonho que ela tivesse tido, tinha sido real demais. Resultado, provavelmente, de tanto tempo sozinha... Onze anos. Onze anos sem seus pais. E já fazia tantos dias que Assai não vinha visitá-la... Debruçando-se no balcão, observou a mata embaixo. Era tão bonito e tão calmo quando não havia raptors por perto. Mas algo a fez lembrar-se novamente de seu sonho ou visão. Estranhamente, ela tinha visto uma espécie de cerca ao redor da Casa da Árvore... Ela nunca tinha pensado sobre isso, mas até que não seria má idéia construir uma cerca. Não que ela conseguisse identificar os estranhos materiais que pareciam compor a cerca em sua imaginação, mas a idéia não deixava de ser boa. Droga. Estava de novo se deixando levar pelo seu sonho.

Levantou-se para comer algo e preparar-se para mais um dia em busca de seus pais desaparecidos. De qualquer forma prometeu a si mesma que definitivamente hoje à noite tomaria um dos seus chás calmantes para tentar ter uma boa noite de sono. Afinal, não seria nada seguro para alguém que vivia sozinha começar a ter crises de sonambulismo...

Capítulo 4 – Enquanto isso, em Londres...

Challenger acorda assustado e senta em sua cama. Jessie acorda com o movimento brusco do marido.

'O que foi, George?' a voz dela ainda grogue de sono.

Quando ele não responde, ela se preocupa, checando a testa dele com as costas de sua mão.

'Você está febril, e suando. E sua respiração: você está ofegante. O que aconteceu?'

Challenger está tentando entender. Ele teve um sonho tão vívido, tão real e intenso. Mas não consegue se lembrar o que era, pelo menos não tudo. A única coisa que se lembra é de estar num lugar branco, com andróides futuristas dizendo que têm que matá-lo para evitar que aquele futuro aconteça, e sentindo o bisturi deles chegar cada vez mais perto de sua cabeça. E o ano é 4666!!

'Desde que você voltou da expedição na América do Sul você está assim. Ansioso, querendo contar à Sociedade Zoológica o que viu por lá. Acalme-se. Em algumas horas você terá finalmente a chance de mostrar os resultados. Se bem que nessa viagem você sabe que realmente não encontrou nada de importante. Será que você pegou malária?'

'Acalme-se, Jessie, devo ter tido um pesadelo. Você tem razão, essa viagem foi a menos produtiva da minha vida, não encontrei absolutamente nenhuma novidade, e não vejo a hora de apresentar os resultados, mesmo que pobres, à Sociedade Zoológica para me ver livre do vexame ou dos questionamentos e poder me lançar a algum novo projeto. Quem sabe eu não consigo até voltar aos meus projetos que foram cancelados na época da guerra?'

Capítulo 5 – Ao mesmo tempo, em outra casa em Londres...

'Papai, o senhor está bem?' o jovem médico lançava um olhar preocupado para o rosto bondoso do avô, aparentemente abalado por algum pesadelo.

'Estou bem sim, meu filho. Desculpe se o acordei. É que tive um pesadelo tão vívido que acordei ofegante e cansado.'

'E posso saber com o que o genial Doutor Summerlee sonhou?'

O bondoso senhor sorriu de volta para o filho: 'Obrigado pelo genial, filho, mas acho que estou ficando caduco. Não consigo me lembrar sobre o que sonhei. A única coisa que me lembro é de estar caindo, girando, e de ver tudo como que através de um vidro embaçado, de onde eu não conseguia sair – e eu queria sair, porque de alguma forma achava que meu lugar era fora daquele vidro.'

'Um sonho muito estranho na realidade, papai.'

'É verdade. Mas talvez seja apenas porque dentro de algumas horas vou ter que fazer o discurso de abertura de sessão mensal da Sociedade Zoológica e por isso eu esteja um pouco ansioso. Você sabe que eu prefiro não falar em público, exceto quando estou dando aulas...'

'Eu sei, papai, mas não se preocupe, você se sairá bem, como sempre. Agora tente voltar a descansar. Ainda temos algumas horas antes do dia raiar. Boa noite.'

'Boa noite, meu filho, e durma bem.'

Capítulo 6 – Ao mesmo tempo, em Avebury...

'Precisa de alguma coisa, senhor?'

Lord John Roxton tem os cabelos em desalinho, e segura firmemente um copo de água em sua mão. Ainda está usando um pijama de mangas curtas e pode-se ver claramente a agitação: a testa ainda brilhante de suor, e a camisa úmida onde está em contato com seu peito largo.

'Não, James, obrigado. Pode voltar a dormir. Desculpe se o acordei, tentei não fazer barulho.'

'Não há problema, patrão. Tem certeza que não precisa de nada? Milord parece um pouco ofegante.'

'Estou bem, James, apenas um pesadelo. Como disse, pode voltar a dormir. Eu ficarei apenas mais alguns minutos aqui e também vou descansar. Quero ir logo após o almoço para Londres para a reunião mensal da Sociedade Zoológica.'

James curvou-se respeitoso, um nobre mordomo mesmo estando em seu roupão depois de ser acordado no meio da noite, e retirou-se.

Lord John Roxton continuou ali. Não que ele não estivesse acostumado a pesadelos. Ele estava. Mas nos seus pesadelos usuais via sempre William e o primata que o tinha atacado, invariavelmente, e eventualmente a odiosa face de Pierson Rice. Mas esse pesadelo tinha sido diferente. Intenso, muito intenso. Ele se sentia até um pouco cansado. Mas por mais que se esforçasse, lembrava-se apenas de estar sendo atacado por um grupo de colonizadores espanhóis... Riu para si mesmo... Precisava evitar ficar lendo aquelas histórias de família, já que essa noite tinha sonhado que era seu antepassado! Que ridículo. E também se lembrava de um par de olhos cinzentos – que o desconcertavam. Eram de uma mulher bonita, muito bonita, mas tinha certeza que ele nunca tinha visto. Cabelos muito negros, cacheados, a pele alva e sedosa, os dentes perfeitos e uma boca convidativa. Mas os olhos pareciam dois imãs, e ele não conseguia apagar aquela imagem de sua memória. De qualquer forma, era melhor que ter pesadelos com Willian. Mas ainda o deixava curioso ter a imagem de uma mulher totalmente desconhecida em sua mente quando na verdade deveria estar pensando em como se safar do grupo de conquistadores que o estava perseguindo no sonho. Mas essa era uma pergunta que ninguém poderia responder...

Terminou de beber sua água e subiu novamente as escadas que o levariam aos seus aposentos. Dentro de algumas horas teria a chance de se distrair um pouco, pelo menos, ouvindo as aventuras dos cientistas na Sociedade Zoológica.

Capítulo 7 – Ao mesmo tempo, num quarto de hotel...

O jornalista Ned Malone sentou-se subitamente na cama, sua mão automaticamente buscando o caderno de notas e o lápis que tinha sempre ao seu lado na cama.

Enquanto tentava acalmar sua respiração descompassada, tentava se lembrar do que tinha sonhado para tomar notas em seu diário. Mas por mais que se esforçasse, não conseguia se lembrar de muita coisa. Sabia que tinha sido um sonho vívido, pois seu corpo ainda estava trêmulo com a agitação do sonho. Mas a única coisa que conseguia se lembrar era de estar preso em algum lugar, e de ter uma parede difusa à sua frente que o impedia de sair de onde ele estava para chegar a um lugar que, de alguma forma, era onde ele queria estar.

Depois de alguns minutos desistiu de se lembrar. Achou que talvez deixando o pensamento de lado a lembrança voltasse mais facilmente a sua mente. Levantou-se para lavar o rosto na pia do banheiro. Olhou seu próprio rosto no espelho, e sorriu.

'Gladys, Gladys, o que eu não faço por você? Primeiro, correspondente de guerra. Agora, em Londres, tentando me inteirar sobre o que os grandes cientistas da Sociedade Zoológica andam descobrindo. Ainda bem que dentro de dois dias poderei embarcar no navio que vai me levar de volta a você e aos Estados Unidos.'

Sentia falta dela. Era tão inocente, e tão superficial, como todas as mulheres que conhecia. E tinha recusado marcar a data do casamento só porque ele não era suficientemente aventureiro para atender às expectativas dela. Mal sabia ela que tudo o que ele desejava era voltar para sua casa em Nova Iorque e poder se sentar e escrever calmamente por longas horas, fosse para o jornal ou fosse para os livros que pretendia publicar.

De qualquer forma, iria aproveitar aquela tentativa dela torná-lo mais aventureiro para poder começar a construir um banco de idéias para suas estórias. Afinal, sua vida era tão provinciana que ele não se sentia motivado a começar a escrever coisa alguma. Faltava-lhe vivência, experiência, aventura, emoção. Talvez Gladys não estivesse assim tão errada...

Capítulo 8 – Por fim, ao mesmo tempo, em um outro quarto de hotel...

Seus olhos cinza azulados, abertos de forma felina, escanearam o perímetro do quarto, antes dela soltar a respiração que tinha contido quase sem perceber. Se alguém estivesse ali agora poderia achar que o quarto estava absolutamente vazio, tal era o silêncio e imobilidade que ela tinha conseguido atingir. Anos de espionagem tinham lhe ensinado a se esvair em sombra, na penumbra, sem que ninguém a visse. Mas ela estava definitivamente sozinha naquele quarto de hotel, e finalmente suas feições se relaxaram. Que sonho estranho para deixá-la em tal estado. Ela tinha a nítida sensação de ter estado aterrorizada e em perigo até há apenas alguns segundos atrás.

Ela se levantou, pegou um hobby de seda e envolveu seu corpo nele, com os cabelos negros cacheados caindo em cascata sobre seus ombros. Sabia que levaria algum tempo para que seu corpo relaxasse completamente e ela fosse capaz de voltar a dormir. Tentou se lembrar do sonho – ela tinha aprendido que eventualmente seus sonhos podiam trazer premonições. Mas tudo que conseguia se lembrar era estar deitada numa espécie de altar de pedra, com a camisa aberta exibindo sua combinação, e ver uma espécie adaga ou outra arma branca pairando acima de sua cabeça. Um arrepio desconfortável percorreu-lhe o corpo. Não tinha sido um bom sonho.

E podia ser um mau presságio – instintivamente sua mão se fechou sobre o medalhão que trazia no pescoço, o pingente em forma de coração que ela usava sempre que seu colo não estivesse à vista – seria uma demonstração de fraqueza e vulnerabilidade, e alguém poderia descobrir através daquela referência um dos seus pontos fracos. Não precisava abrir o medalhão para ler a inscrição que ele continha, pois já a sabia de cor em seu coração: 'Para nossa filha Marguerite, para sempre em nossos pensamentos.'

Em algumas horas ela teria que fazer uma visita perigosa, numa parte da cidade que não a permitiria usar um carro, e ela conhecia o grau de risco envolvido em qualquer tipo de operação pedestre. Ela era uma agente que sabia demais, mesmo agora que a guerra já tinha acabado. E muita gente teria interesse em pegá-la viva, enquanto outros dariam tudo para vê-la morta... É, sua cabeça estava a prêmio há tanto tempo no submundo que isso já não a incomodava tanto. Era parte da sua rotina. Reviu em sua mente o plano para logo mais à noite naquele mesmo dia, e sorriu para si mesma. Perigo era apenas um ingrediente do jogo. E, como ela sempre dizia, quando se começa a jogar, quando se começa a dançar com o diabo, a gente já não podia parar. Era uma espiral, um vórtice, em que se é continuamente tragado, cada vez mais envolvido e cada vez mais impossível de escapar dele. Mas ela também não tinha nenhum motivo para escapar... Seu único objetivo na vida, no momento, era descobrir quem ela era. Mesmo que tivesse que ir ao inferno para isso.

Voltou a deitar-se, deixando o hobby numa cadeira ao lado da cama. Tinha mais algumas horas de sono e sabia que precisaria de toda a sua atenção para a tarefa que tinha pela frente na noite próxima. Mas o sonho ainda não a deixara. Lembrava-se de ter visto um homem em seu sonho. Tinha certeza que nunca o vira antes – anos de espionagem a tinham ensinado a não se esquecer facilmente de uma fisionomia, e principalmente a ser capaz de ver, enxergar, reconhecer mesmo através de disfarces. Um homem de rosto trigueiro, olhos verdes aveludados, um rosto másculo e viril. Não conseguia entender porque o rosto de um homem desconhecido tinha aparecido em seu sonho de uma forma tão vívida, ainda mais que sob o perigo em que estava, no sonho, a única coisa em que deveria estar pensando seria em como escapar...

Sabia apenas que estava agitada. Naquela tarde tinha sido abordada por um policial que lhe fizera perguntas estranhas. Claro que ela tinha dados respostas inocentes e evasivas – afinal, para todos os efeitos, era apenas uma viúva suficientemente rica para viver por sua própria conta. Mas nunca poderia saber se aquele era um policial ou um agente inimigo disfarçado para descobrir onde ela estava, para segui-la, prendê-la ou mesmo matá-la... E ainda por cima agora um sonho agitado e estranho. No mínimo um sinal para ativar ainda mais todos os seus mecanismos de defesa.

Enfim, ela não tinha para quem fazer nenhuma de suas perguntas, e virou-se de lado disposta a dormir novamente...

JESS: quando você me falou da música, eu fui ler a letra, e ela não podia ser mais perfeita para definir essa Marguerite, que não foi para o platô ainda... Amei a dica, e coloquei a letra aqui! Obrigada!)

Rainha matadora (tradução da música Killer Queen, do Queen)

Ela mantém Moet et Chandon
Na sua linda estante
'Deixem eles comer o bolo' ela diz
Igual a Marie Antoinette
Um remédio
Para Khrushev e Kennedy
E a qualquer hora
Você pode recusar um convite

Caviar e cigarros
Bem servidos pela etiqueta
Extraordinariamente bom

Ela é uma rainha matadora
Gelatina de pólvora
Dinamite com raio laser
É garantia de te surpreender
A qualquer hora

Recomendado a qualquer preço
Um insaciável apetite
Quer experimentar?

Para evitar complicações
Ela nunca manteve o mesmo endereço
Em conversa,
Ela falava igual a uma baronesa
Conheceu um homem na China
Foi para Geisha Minah
E de novo
Se você não estiver disposto

Perfume veio naturalmente de Paris (naturalmente)
Para carros, ela não poderia se importar menos
Exigente e precisa

Ela é uma rainha matadora
Gelatina de pólvora
Dinamite com raio laser
É garantia de te surpreender
A qualquer hora

Sem hesitar ela está
Disposta como uma gata animada
E depois momentaneamente sem ação
Temporariamente sem gasolina
Para te deixar completamente maluco
Ela está aí pra te pegar!

Ela é uma rainha matadora
Gelatina de pólvora
Dinamite com raio laser
É garantia de te surpreender
A qualquer hora

Recomendado a qualquer preço
Um insaciável apetite
Quer experimentar?
Quer experimentar?

CONTINUA...

Bom, pessoal, essa é uma fic terminada, então, publicar as próximas partes depende apenas do fluxo de Reviews...

Estão vendo esse botãozinho GO aí embaixo? Isso, bem no canto inferior esquerdo... Taí! ;-)