DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Notas: não, eu não sou dona dos personagens… Mas isso não me impede de amá-los!
Claudia: perfeita dedução, minha amiga... Algumas coisas vão acontecer novamente sim... Mas nem todas... Minha idéia ainda é continuar com vários episódios dando a minha versão para a 4ª temporada... Mas, por enquanto, é só um projeto ;-) De concreto mesmo só tem essa fic! Beijos e continue lendo!
Kakau: seu pedido é uma ordem – novo capítulo saindo fresquinho para as fanficmaníacas (adoro esse termo!). Que bom que você ache a fic imprevisível – pois aí tenho certeza que você vai voltar para ler os próximos capítulos ;-) Beijos!!
Lady K: minha querida, amada, idolatrada, salve-salve primucha. Como disse a você no MSN, você tem exatas 2 horas antes de eu colocar o seu nome no SPC como inadimplente de reviews em todos os capítulos de todas as minhas fics (risos)... Brigadão por ter voltado e eu também ti dolu! Mas deixa review, ta? (risos)
Rosa: eu sei que é a segunda review, querida, e olha, fico imensamente grata por você ter tido a paciência de entrar duas vezes para ler e para deixar mensagens! Valeuzão, mesmo, de coração! Quanto à idéia, você viu a coincidência? Na verdade, eu diria que a abordagem é diferente, mas os tempos não são... Você verá conforme a fic se desenrolar, o momento do corte no tempo é bastante diferente. Espero que você se anime a publicar a sua, pois tenho certeza que o pessoal vai adorar! Beijos!
Towanda: primeiro eu preciso dizer que adoro esse pseudônimo, sendo uma pessoa que assistiu pelo menos dez vezes "Tomates Verdes Fritos" ;-) Fico feliz de ter atiçado sua curiosidade, sei que isso não é tarefa fácil (risos). Espero que você continue lendo para ver como essa versão da estória "que poderia ter sido" vai se desenrolar, querida! Beijos!
Jess: menina, já imaginou que nó na cabeça voltar três anos no tempo? Eu não sei se eu apreciaria tal experiência. Considerando os dias atuais, significaria não ter conhecido todo o pessoal do grupo, e sequer ter começado a ver "O Mundo Perdido"! Não gosto nem de imaginar!!! Mas, como o título da fic mesmo diz, muitas coisas acontecerão novamente para nosso aventureiros sim, é continuar lendo para ver! ;-) Beijos e obrigada pela música mais uma vez, acho que casou direitinho com essa visão da Marguerite de antes de ir para o platô!
Capítulo 9 – Na Sociedade Zoológica
A sala estava cheia, como de costume. Mesmo os mezaninos estavam pululando de gente. A maioria apenas curiosos, para ouvir o que os cientistas tinham de novidade para dizer.
Na platéia, Lord John Roxton já estava acomodado em uma das últimas fileiras. Tinha chegado a Londres no começo da tarde, feito alguns passeios, e depois se instalado na casa que sua família mantinha em Londres. Fumava seu cigarro calmamente, no meio do burburinho que antecedia a sessão. Os catedráticos estavam nas primeiras filas, e ele conhecia todos eles, pelo menos de vista. Podia distinguir os cabelos ruivos do Professor George Edward Challenger, que iria falar sobre sua última viagem essa noite, e também distinguia claramente a cabeça calva do Doutor Arthur Summerlee, que iria fazer o discurso de abertura da sessão da noite.
O salão estava em grande balbúrdia, mas logo o sinal para o início da sessão tocou e Arthur Summerlee se aproximou do púlpito para fazer o discurso de abertura.
Lord Roxton sabia que não viria novidade dali, e não prestou muita atenção ao discurso, que foi rápido e objetivo, no tom de voz bondoso e inteligente do Doutor Summerlee. Ele despertou de seu devaneio quando ouviu as palmas, e viu o Professor Challenger tomar seu lugar na tribuna para falar de sua viagem à América do Sul. Isso era o que realmente o interessava, então ele passou a prestar atenção, mas foi imediatamente interrompido pela chegada de um rapaz (talvez uns dez anos mais jovem que ele mesmo), entrando esbaforido e sentando-se desajeitadamente ao seu lado. Só então John voltou a prestar atenção às palavras de Challenger.
'... Catalogamos dezesseis novas subespécies de animais, mas nenhuma nova espécie foi localizada nessa viagem.'
Ele começou a mostrar os slides das tais subespécies, mas Roxton logo se desinteressou. Todos insetos, besouros, nenhum animal que valesse a pena ser caçado. Definitivamente suas expectativas para a reunião tinham sido mais que frustradas.
Felizmente o Professor Challenger acabou rapidamente, concluindo ele mesmo que a viagem não tinha sido das mais produtivas e que talvez fosse hora de começarem a explorar alguma outra região, talvez mais próxima à América Central, na próxima viagem. Ele foi brilhante ao fazer isso, pois automaticamente calou aqueles que estavam prontos a zombar dele pelos pobres resultados obtidos nessa expedição. Os verdadeiros cientistas sabiam que tudo era muito mais uma questão de sorte, que havia viagens que eram verdadeiras fontes de novas descobertas, enquanto outras, devido ao clima ou época do ano, não traziam nenhuma novidade em absoluto. No meio científico, pelo menos, aquilo não diminuiria o prestígio do Professor Challenger, que tantas vezes tinha sido inovador e visionário em suas pesquisas e viagens.
A reunião encerrou-se rápido, e logo Lord Roxton teve sua atenção desviada para o rapaz ao seu lado, que guardava um caderno de notas e resmungava alguma coisa. O lord estendeu-lhe a mão, apresentando-se. 'Muito prazer, meu rapaz, eu sou Lord John Richard Roxton. Parece que a noite não foi o que você esperava, creio...'.
O rapaz louro ergueu dois olhos muito azuis para ele e respondeu-lhe ao aperto de mão. 'Jornalista Edward Malone. Realmente eu esperava alguma fonte de aventura, mas foi uma das reuniões mais enfadonhas que eu já vi.' Ele respondeu, desanimado.
Roxton reconheceu que o rapaz não era inglês. 'Americano?'
'Sim, de Nova Iorque.' Malone respondeu, tendo finalmente terminado de juntar seus pertences e preparando-se para sair. 'E estarei voltando para lá amanhã, sem nenhuma novidade.'
Roxton sorriu, amistosamente. 'Boa viagem então e bons ventos o levem de volta à América.'
Ned respondeu, apertando-lhe a mão novamente 'Obrigado. Foi um prazer, Lord Roxton.'
Capítulo 10 – Enquanto isso, num bairro pouco movimentado...
Ela caminhava sob a luz incerta que mal iluminava as ruas e becos escuros. Usava um vestido violáceo e um chapéu que lhe sombreava todo o rosto. Luvas negras nas mãos, uma sombrinha e uma pequena bolsa, onde uma pequena pistola de cabo de madrepérola e sua "encomenda" estavam seguramente guardadas.
Estava uma noite um pouco fria, e ela não podia ver ninguém caminhando na rua. Mas ainda assim o seu sexto sentido estava alerta. Ela sabia que sua missão essa noite era arriscada. Em sua bolsa estava a metade do Oroborus, que ela tinha roubado de Shangai Xhan, em Shangai, há dois anos. E ela estava tentando localizar Applegate. Podia se lembrar das feições do homem que encontrara uma única vez no Cairo, e se alguém pudesse lhe dar alguma pista sobre onde poderia encontrar a outra metade do Oroborus era ele, traficante conhecido de relíquias e amuletos. Esperava reconhecê-lo por mais que ele tivesse mudado, mas quem lhe comentara que ele estava de volta à Londres tinha dado direções precisas sobre onde ficava a casa dele. Além disso, esse Applegate, tendo andado por toda parte do mundo, poderia ter ouvido falar do lugar misterioso que Xhan mencionara, quase como um universo paralelo existente na América do Sul. Ou talvez tivesse mesmo se encontrado com o outro cientista, William Maple White, que tinha sido dado como desaparecido. É claro que ela não poderia deixar de considerar a possibilidade de Xhan estar blefando, porque a estória parecia pouco convincente, e, o que é pior, pouco plausível...
Claro que sempre havia o risco de Applegate tentar roubá-la dessa metade, e isso ela não permitiria. Se ele tentasse, ela seria obrigada a matá-lo, ou então morreria antes que ele conseguisse tirar-lhe a metade do amuleto. Ela sabia que essa era sua única chance de conseguir ter sua certidão de nascimento, que Xhan proclamava ter em seu poder. Não que ela tivesse como saber com certeza que ele a tinha, ou mesmo se ela era verdadeira, mas depois de tantos anos buscando sem sucesso, aquela ocasião há dois anos atrás fora um oásis num deserto, com alguma possibilidade de informação aparecendo depois de tantos anos de buscas infrutíferas.
Mas não era nisso que tinha que pensar agora. Precisava se concentrar, pois sabia que Applegate era tão esperto quanto ela. Ou, melhor dizendo, quase tão esperto quanto ela. Pois ela sabia que além de inteligente e perspicaz, muito mais que a maioria das pessoas, sabia manejar bem a maioria das armas de fogo e também das armas brancas, e além disso ela ainda tinha o poder da sedução a seu favor, pois tinha consciência que ainda era uma mulher deslumbrante em seus vinte e sete anos, mesmo depois de ter enterrado quatro maridos.
E foi então que ela ouviu. Quase que sincronizado com o bater do salto de seu sapato nas pedras da rua, pareceu ouvir outros passos. Continuou andando normalmente, mas agora com todos os seus sentidos em alerta como uma gata selvagem. Foi quando propositalmente trocou os passos, e pôde distinguir claramente a passada pesada que estava tentando manter o ritmo dos seus passos para abafar os sons. Ela estava sendo seguida.
Ao invés de parar, continuou caminhando, reduzindo o passo lentamente, e desviando-se totalmente de seu caminho para a casa de Applegate. O Oroborus e sua certidão de nascimento teriam que esperar que ela resolvesse esse assunto primeiro – afinal, não sabia quem a estava seguindo, ou porque. Mas certamente ela estava em perigo, podia sentir isso.
Reduziu o passo ainda mais, pois percebeu que quem quer que fosse tinha tomado um caminho paralelo e, sim, é claro, ia dar a volta para chegar por sua frente. Ela ficou atenta, a mão dentro de sua bolsinha segurando firmemente o cabo da pequenina pistola de madrepérola que ela carregava sempre consigo por ser pequena, feminina, mas incrivelmente precisa...
Foi quando o homem apareceu a sua frente. Louro e muito pálido, tinha o porte de um soldado. E quando falou ela não teve dúvidas: o sotaque era nitidamente alemão.
Depois que ele se dirigiu a ela e ela reconheceu o sotaque, falou, para ganhar tempo, tentando raciocinar:
'Eu o conheço?'
'Não.'
'Mas você me conhece.'
'Faz alguma diferença?'
'Apenas para saber se são negócios ou se é pessoal.'
'Para o meu marechal de campo é muito pessoal. Para mim, são apenas negócios.'
Bingo, ela tinha conseguido, ele estava seguindo sua conversa.
'Bem, então podemos negociar.'
'Infelizmente esses seriam maus negócios...'
'Oh, eu sei...'
E nem notou quando ela sacou a pequena pistola escondendo-a em sua mão e atirou certeiramente em seu peito.
'Pena.'
Capítulo 11 – Conseqüências...
E saiu andando, imediatamente, sabendo que o som de um tiro na calada da noite não passaria desapercebido. E também mais atenta que antes, pois sabia que o homem que a tinha perseguido e que ela tinha acabado de matar não devia estar sozinho, e que possivelmente outros a seguiriam.
Ela apressou o passo. O que será que ele queria... Alemão... Mencionando um marechal de campo, possivelmente ligado ao exército. Será que a identidade de Parsifal estaria em perigo? Ela, a maior espiã tripla da primeira guerra mundial. Apenas Winnie sabia de tudo. Apenas ele, ninguém mais. Os poucos outros, que mais sabiam, apenas a reconheciam como uma agente dupla, e ser uma agente dupla já era muito perigoso, quanto mais ser uma agente tripla. Como um agente duplo, aliás, já que tinha sido um oficial que fora a conexão com Parsifal e que aceitara ser preso para proteger a identidade de Parsifal sem que ele mesmo soubesse quem Parsifal realmente era. Ela se surpreendera na época por ainda haver homens verdadeiramente nobres na Inglaterra. Tivera a curiosidade de saber quem era o homem, mas Huxley na época apenas mencionara um homem sem nome.
Às vezes até ela mesma se surpreendia sobre como tinha sobrevivido a esses anos de guerra. Tantas vezes estivera a apenas um fio de ser descoberta. Mas agora, depois de pouco mais de um ano da guerra ter acabado, não esperava encontrar um inimigo ferrenho, ainda mais em Londres! Bom, ela também jamais parara muito tempo em algum lugar, não tinha uma mansão em seu nome, trocava de hotel o tempo todo, fazendo de sua casa o lugar onde estivesse, e quem quer que fosse persegui-la precisaria construir a trilha dela praticamente semana a semana, pois não esquentava lugar. Sabia que disso dependia sua vida. Aliás, era por isso que ainda se sentia como Parsifal. Como na lenda, ela praticamente não dormia duas noites no mesmo lugar (com certeza não dormiria por mais de um mês no mesmo lugar!).
Continuou caminhando rápida, seus saltos ecoando nas pedras úmidas das ruas de Londres, com todos os sentidos atentos, mas sem prestar atenção para onde seus pés a levavam. Sabia que precisava voltar para alguma área mais iluminada e movimentada da cidade. Não se deu conta que estava se aproximando da área das academias de ciências, o centro cultural de Londres, e de repente esbarrou com um homem muito alto e forte, e se desequilibrou, porque vinha muito rápida, e ele realmente era robusto. Ela teria caído ao chão se ele não tivesse estendido os braços fortes dele e a amparado. Ela se equilibrou rapidamente.
'Desculpe, eu fui um desajeitado. A senhorita está bem?'
A voz profunda e grave dele cortaram seu comentário impertinente pelo encontrão. Ela respirou fundo e controlou a voz antes de responder.
'Sim, obrigada.'
Tentou se desvencilhar dos braços dele, vendo apenas o seu terno xadrez – porque ele era muito mais alto que ela – mas ele não a soltou. De repente ela teve medo que pudesse ser algum cúmplice do seu atacante.
'Pode fazer a gentileza de me soltar' ela disse desafiadoramente, levantando o rosto para olhá-lo.
Por baixo do véu, ele pôde distinguir os olhos incrivelmente profundos dela, de um cinza-azulado quase transparente. Os olhos. Os olhos do seu sonho. E também pôde notar que ela estava muito pálida, os lábios crespados como alguém que está irritado ou com medo.
Ao mesmo tempo, ela viu o rosto do homem. Não estava tão magro ou bronzeado como em seu sonho, mas era ele, definitivamente o homem que aparecera em seu sonho na noite anterior.
'Desculpe, mas poderia me fazer a gentileza de me dizer qual é a sua graça, senhorita?' ele disse, levando-lhe a mão aos lábios.
'Marguerite Krux.' – um nome tão bom quanto qualquer outro, ela pensou. Era o nome que ela estava usando no momento... Mas poderia ter-se apresentado como Baronesa Von Helsing, a Viúva Negra de Viena, Miss Smith, e tantos outros codinomes...
'Lord John Richard Roxton. Encantado, senhorita.'
Mas quando ele ia soltar a mão dela, seu faro de caçador experiente notou algo estranho. Pólvora? Mas porque as mãos delicadas de uma senhorita linda como ela estariam cheirando a pólvora? Ele franziu a testa.
'Com sua licença, cavalheiro, eu preciso ir. Foi um prazer conhecê-lo, Lord Roxton.'
CONTINUA...
Bom, pessoal, essa é uma fic terminada, então, publicar as próximas partes depende apenas do fluxo de Reviews...
Estão vendo esse botãozinho GO aí embaixo? Isso, bem no canto inferior esquerdo... Taí! ;-)
