DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Notas: não, eu não sou dona dos personagens… Mas isso não me impede de amá-los!
Spoilers: cada episódio que me permitiu conhecer um pouco mais sobre esse personagem... (ou seja, TODOS!)
Obs: tributo premiado com o 1º lugar no concurso Tributo Verônica do grupo TLW Casa da Árvore
À Espreita...
Os olhos azuis da caçadora espreitam a caça. Imóvel. O corpo claro, bronzeado de sol, parece uma estátua grega. Cada músculo está pronto para o ataque. Cada nervo retesado está pronto para disparar. Os cabelos dourados caem sobre os ombros, sem tapar o rosto de linhas jovens e fortes que apenas observa, respiração contida. As mãos se fecham sobre a faca pequena mas precisa, que raramente falha em um golpe. Quem observa vê apenas a mulher-menina, menina-mulher, como uma escultura perdida no meio da selva. Não seria estranho naquele platô. Mas em suas veias o sangue pulsa, o seu ritmo constante a mantém viva.
Catorze anos sem os pais a ensinaram a estar atenta. A perceber o mais suave movimento, a distinguir o mais leve odor diferente da pujante mistura de aromas da selva.
Serena e corajosa ela se protege. E protege seus amigos. Seu instinto é seu sexto sentido.
Ela pressente a caça. Pressagia o perigo. Espreita a vida. E espera.
Espera pelo momento certo de atacar a presa.
Espera pelo homem certo que escolheu para compartilhar sua vida, mas que partiu há pouco em busca de si mesmo.
Espera pela mãe, que pretende reencontrar, mesmo depois de ter descoberto que o pai desaparecido estava na verdade morto em sua memória, que a protegia da lembrança dolorosa.
Espera continuar viva.
Mas em nenhuma das situações apenas espera. Aguardar, para ela, não é uma atitude latente. Ela age. Ela vive. Aprendeu há muito que sentar-se e cruzar os braços é atitude de fracos e covardes. E ela é forte. É ágil. É corajosa. Uma eterna lutadora.
Aprendeu a confiar e a desconfiar. Aprendeu a vida observando e respeitando os costumes de outras tribos. Aprendeu sobre a sociedade de onde seus pais vieram através dos diários deles – a civilização é um mundo que ela conhece sem conhecer. Mas, sobretudo, aprendeu sobre convivência.
Acolheu um grupo de exploradores estranhos. Um visionário, um caçador, um cientista, a herdeira e um jornalista. Depois, uma garota do futuro. Interesses tão diferentes dos seus. Histórias de vida tão dessemelhantes da sua. Mas os onze anos que viveu com os pais e com a expedição que viera com eles já lhe haviam ensinado que a verdadeira família é a arte da convivência entre as diferenças.
De seu colo pende o pingente de sua mãe. O Trion. O símbolo da Protetora do Platô. Um vórtice entre três vértices. Ela é uma criança do platô – uma mulher do platô. Uma caçadora do platô.
Um movimento rápido, o ataque. A presa expira antes mesmo de notar a diana que a abate. Uma diana chamada Verônica.
