DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).

Notas: não, eu não sou dona dos personagens… Mas isso não me impede de amá-los!

Spoilers: cada episódio que me permitiu conhecer um pouco mais sobre esse personagem... (ou seja, TODOS!)

Obs: tributo premiado com o 1º lugar no concurso Tributo Summerlee do grupo TLW Casa da Árvore

Através da cortina de fumaça...

A fumaça se eleva do cachimbo e o aroma peculiar enche a sala. A fumaça encobre parcialmente as feições generosas do velho botânico. A idade e a experiência gastaram seus olhos calmos e bondosos por trás dos óculos de aros finos, pintaram de branco a barba bem cuidada, e esculpiram a calva que encerra um cérebro brilhante mas não dominado pela ciência. Com a mão livre, ele desliza suave e habilidosamente o pincel sobre a tela – o artista sufocado nele pela opinião reinante de que a ciência era um campo mais seguro que arte insiste em vir à tona de quando em vez.

Nunca se propôs a sair do seu mundo para buscar algo que não era sua meta, e principalmente algo em que não acreditava, mas ainda assim foi desafiado pelo líder da expedição, e pressionado pelos membros da Sociedade Zoológica, a mover-se do mundo estabelecido e seguro, e aventurar-se no mundo perdido, apesar da idade avançada. Compreende amplamente o conceito de família, na acepção completa da palavra: perdeu a esposa, teve filhos. E portanto acaba assumindo, sem perceber, uma postura paternal no grupo. De humor espirituoso, sábio e paciente, ao mesmo tempo que é amado por todos, causa um dilema quando os perigos da selva ressaltam o quanto ele reduz a velocidade do time.

Trata-se de alguém a quem a vida já ensinou há muito a ver além das aparências, ajudando-o a perceber seus amigos como seres humanos que são (aceitando seus defeitos e apreciando suas qualidades). Que enxerga a si mesmo com imparcialidade, reconhecendo seus erros e perdoando suas culpas, bem-resolvido que é sobre suas limitações humanas, próprias e dos outros. Sua inteligência perspicaz fixa-se nos detalhes e percebe contradições nas pessoas. Por isso, sente-se seguro e confia nelas, sabendo que as incoerências vão aparecer. E mesmo sua calma e imparcialidade às vezes são a única coisa que permitem que ele seja o instrumento para a salvação de seus amigos.

Ao mesmo tempo, vindo de um mundo ordenado e civilizado, ele se atemoriza diante da grandiosidade do mundo perdido: a fauna selvagem e gigantesca, perigos inusitados, tribos hostis. E, ao mesmo tempo, se maravilha diante de sua paixão: a flora rica e exótica do platô! Isso o ajuda a auxiliar os outros exploradores – pois seus conhecimentos das plantas melhoram o processo de cura e manutenção da saúde do grupo – mas ao mesmo tempo o coloca em perigo, pois o mundo selvagem não permite um segundo de distração sequer, mesmo que a distração seja observar uma flor.

No momento, não está mais ali entre eles. O pincel, o cavalete e suas gravuras estão carinhosamente guardados, e o cuidado de suas plantas e flores transferiu-se para outras mãos. Mas os olhos bondosos e o sorriso generoso estão presentes, sua voz suave e calma e seus conselhos sábios quase se materializam nos corações deles todos, esfumados apenas através da neblina da memória e do tempo inexorável que a cada dia que passa coloca mais algumas horas de separação entre eles...