O Novo Professor
Capítulo Cinco - Quem Diria?
Para Harry Potter, já era normal ouvir coisas e passar triscando pela morte três vezes ao dia. Mas esta fan fiction é sobre Íris Branden, uma adolescente normal, de dezessete anos, que adorava jogar quadribol. E só isso. Para ela, tentar ser morta daquele jeito não era algo que ela pudesse chamar de rotina. Alguém tentara matá-la. Alguém tentara matar Severo Snape.
E isso não fazia o menor sentido.
Isso é ridículo, pensou ela chegando à sala comunal, quem ia querer me matar? OK, a Heather da Lufa-Lufa provavelmente adoraria a idéia, mas ela nunca saberia fazer um feitiço como aquele.
Ela se lembrou de outra coisa: Íris era herdeira de Rowena Ravenclaw. Ela podia fazer um feitiço sem varinha. Será que Shelly também podia? Íris olhou para uma pena jogada de qualquer jeito sobre uma mesa.
-Vingardium Leviosa!
Confirmando seu dom, a pena imediatamente começou a flutuar sobre a mesa, bem a um meio metro dela.
-Então... acho que sou mesmo essa tal de... Rowena.
Mas, como produto de tanta ação, ela estava exausta. Arrastou-se até o dormitório e não demorou muito para pegar no sono.
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As férias de Natal terminaram, sem que Íris saísse muito da Grifinória. Agora, todos estavam de volta - Judy, Gui, Alexandra, e nem parecia que naquele mesmo castelo ela passara tão perto de morrer.
Judy voltou toda animada. Disse que já sabia o que iria fazer depois que terminasse Hogwarts.
-Vou ser jornalista, Íris! Meu pai me disse que tem um amigo na redação do Profeta Diário, vai ver se me arruma um lugar!
-Que legal.-murmurou Íris, que estava morrendo de sono. O dia todo Judy não tivera outro assunto.-Judy, que tal deixar pra pensar sobre a sua primeira matéria amanhã? Estou morrendo de sono e amanhã a primeira aula será Feitiços.
Judy estava sentada ao lado de sua cama, revirando seu material.
-O que você está procurando, hein?-balbuciou Íris aborrecida.-Apaga logo essa luz!
-A minha redação de Poções!-exclamou a outra.-Eu perdi!
-Ah, que coisa, hein? Faz outra, a aula do Snape é só na quarta...
-Nada disso. Eu quase morri pra fazer aquela porcaria!
-Você quer que eu faça o quê?-reclamou a outra, sentando-se na cama.
-Quer saber? Vem comigo até a biblioteca.
-Tá, amanhã a gente vai.
-Não, Íris, você não entendeu. Vem agora comigo.
-Ha, ha, ha. Você enlouqueceu, né? Boa noite.
-Anda!-disse Judy, tirando as cobertas de cima da amiga.-Eu não estou com um pingo de sono.
-Fale por você...
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Quinze minutos depois, as duas estavam chegando à biblioteca. Íris estava se arrastando e a cada dois minutos dizia que Filch chegaria a qualquer momento e as pegaria no flagra.
-Judy, me diz uma coisa.-Íris insistiu.-Pra que diabos você me trouxe aqui?
-Justamente pra vigiar se o Filch está chegando.-retrucou Judy, correndo até a estante dos livros de Poções.- Aí você mesma me avisa e agente se esconde.
-Que plano maravilhoso.-murmurou Íris, indo até a porta e deixando Judy com seus livros e seu estranho esforço em Poções. Ela ficou de vigia por mais ou menos cinco minutos, quando sentiu uma mão em seu ombro.
-Oi, Íris.-disse Herbert Storm.
Ela se virou e percebeu que ele estava perto demais do que devia; ela estava encurralada contra uma porta, e a outra ficara entreaberta.
-O que você está fazendo aqui?-sussurrou ela, furtivamente. Herbert apenas sorriu. De repente, ela entendeu.
-Você combinou tudo isso com a Judy, não é? No Expresso de Hogwarts, enquanto vinham de volta.
Ele sorriu de novo.
-É, basicamente é isso.
-E você não está me encurralando aqui para...
-Ah, estou. Anda, Íris, uns beijos não vão te matar. Duvido que você não queira. Está há meses sem beijar.
-Isso é ridículo, Herbert. Não acredito que armou tudo isso! É o fim da picada!
Um dos braços dele prensou o dela contra a parede.
-Quero ver se você resiste...
Herbert se aproximou, Íris não conseguia desviar e apertava sua cabeça contra a parede. Havia um modo de impedi-lo, mas ela não queria que ele soubesse quem ela era.
-Herb, estou avisando, é melhor me soltar...
Ele não deu atenção ao seu aviso. Ela virou o rosto, e vendo-se sem alternativa, tomou fôlego pra usar seu dom...
A porta que Íris deixara entreaberta escancarou-se. E agora era mesmo Snape.
-Que está acontecendo aqui?-trovejou ele. No mesmo instante, Herbert saltou pra trás e Íris relaxou bem depressa para logo começar a se preocupar com sua próxima detenção.
O olhar acusador de Snape caiu sobre Herbert, que se encolheu por dentro. -Storm, você está encrencado.-o professor de Poções murmurou, num sorrisinho cruel. Em seguida, ergueu a voz:- Halfman, saia de trás dessa estante agora! Judy apareceu, lá no fundo da biblioteca.
-Menos sessenta pontos para a Lufa-Lufa, Storm.-completou Snape.-E, menos cem pontos para a Grifinória, por Halfman e... -Íris observou os olhos do novo professor se voltando para ela e estremecendo imperceptivelmente ao dizer seu nome.- Branden. Detenções para os três. Falarei com os diretores de suas Casas de manhã sobre como e quando será. E você, Branden, fique aí que o diretor quer falar com a senhorita.
Íris, achando aquilo muito esquisito, trocou olhares furtivos com Herbert e Judy, que com certeza duvidavam que Dumbledore estivesse mesmo acordado àquela hora. Pouco mais de um minuto depois, Snape a Íris estavam a sós.
-Em primeiro lugar -murmurou ele, sua mão procurando algo em suas vestes,- seu livro de Poções ficou na minha sala as férias inteiras.
Snape entregou o livro à Íris, que o recebeu com um sorrisinho.
-Na verdade, -disse ela.- eu sabia que o meu livro estava com o senhor, mas... Fiquei com vergonha de ir lá buscar.
Os dois ficaram em silêncio, até que ela falou, em voz muito baixa:
-Essa história do diretor querer me ver... é mentira, não é?
Ele ficou quieto. Parecia ter dificuldade em admitir.
-O que houve foi que falei com o diretor sobre você... sobre a senhorita ser uma Rowena. Ele achou ótimo termos descoberto a família de Ravenclaw. Disse-me que você só pode executar os feitiços sem varinha que já tiver experiência usando-a.
É claro, pensou Íris, eu sei fazer os Feitiços de Levitação e Desarmamento há muito tempo. Mas...
-Professor, mas eu não tenho a menor habilidade com o Finite Incantatem.-ela insistiu.- Como posso...?
-Isso é chamado de kiway. Um último esforço, quando aquela, aquilo... o zumbido te atormentava.
Ficaram em silêncio de novo.
-Snape... Você acha que há mesmo alguém tentando nos matar?
-De jeito nenhum, Branden. Há alguém tentando me matar.
-Ora, professor, e por que alguém iria querer matá-lo?
Snape andou pela biblioteca silenciosa, de costas para ela, e só se ouvia o barulho de seus sapatos contra o chão.
-Estou esperando uma resposta, Snape.-ousou Íris.
-Quem pensa que é para falar assim comigo??-retrucou ele, virando-se para Íris.- Não lhe dei liberdade para isso e muito menos lhe devo respostas!!
-Já chega de se esconder, Severo Snape!-exclamou Íris.-Tentaram matar a nós dois! E acho que tenho todo direito de saber o porquê!
Snape deu um murro com toda a força numa mesa, e ela se encolheu por dentro.
-Tudo isso é problema meu. Deixe de se envolver enquanto há tempo pra você.
-Ah, Snape, já estou envolvida até o pescoço nisso! Exijo saber o que está acontecendo!
Finalmente, Snape disse:
-Você pode adivinhar por si mesma.
-Do que está falando, homem?
-Já esqueceu que fui um Comensal da Morte?
-Então...-Íris baixou a voz na hora.-São eles... planejando vingança?
-Precisamente.-ele respondeu, desviando o olhar.-Por isso digo que é um problema meu.
Íris encarou o chão por uns instantes, de cabeça baixa.
-Não é mais.
