O Novo Professor
N/A - Obrigada por comentar, Sheyla Snape. Realmente, esta é a minha única fic grandinha e completa... Você vai entender logo. Queria mesmo agradecer os elogios. Realmente, eu tenho a fic terminada aqui no computador, mas preciso formatar tudo para publicar, e essa semana só tive saco de fazer isso com este capítulo... Semana que vem vou fazer o possível para colocar os outros, até o de número 13. Agradeço de novo...
Capítulo Sete - Dois Estranhos
Na quarta-feira, Íris matou as duas primeiras aulas, coisa que não fazia desde o terceiro ano. Juntou seu material e foi sentar-se no jardim de Hogwarts, sob um enorme carvalho.
Ela não conseguiria aparecer na aula de Poções daquele dia. Enquanto observava as calmas águas do lago, Íris voltou no tempo em pensamentos.
No domingo, já de madrugada, Snape a beijou com uma força e um desejo tão impressionantes que ela chegou a esquecer que, na verdade, não podiam ter passado de professor-aluna. Foi maravilhosa a sensação de estar protegida que ele lhe proporcionou, foi o melhor beijo de toda a sua vida e o primeiro a lhe provocar outras sensações, mas ela havia sido pega totalmente de surpresa. Ela queria e não queria ao mesmo tempo separar-se de Snape, mas isso acabou acontecendo de todo modo.
Íris deu dois passos pra trás e disse:
-O que pensa que fez? Eu tinha falado de encontrar o seu ser humano, não de encontrar as suas amídalas.
Ele parecia muito perturbado, e quase arrependido do que fizera.
-Sinto muito, Íris. Estamos os dois muito cansados depois de tudo o que aconteceu. Confundi as coisas. Eu devia ser punido por isso, sou seu professor e você é minha aluna.
-Eu não salvei sua vida como sua aluna, Snape, mas tampouco como sua amante.
-Como o quê, então?
-Como sua amiga, Snape, como alguém que se preocupa se você está se sentindo bem, se tem algum problema. Por acaso já teve algum amigo na vida?
Perante o silêncio de Snape, Íris fez menção de continuar o caminho até a Grifinória sozinha.
-Sinto muito.-repetiu Snape.-Não deixarei que isso aconteça de novo.
-Ótimo.-retrucou ela, indo embora.
Na segunda-feira, Íris mal conseguiu se levantar da cama, de tanto sono. Tinha grandes olheiras e estava morta de cansaço. Mas à todo momento, durante aulas e refeições, ela relembrava o beijo de Snape, era como senti-lo de novo, sentir sua capa cobrindo-a como um escudo, e sentindo...
Ah, quanta besteira, pensou Íris aborrecida, enquanto jogava uma pedra no lado. Eu simplesmente não posso estar me apaixonando por ele, pelo meu professor!
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Mas na sexta-feira não teve jeito mesmo. Ela teve que aparecer na aula. Pegou um lugar bem no fundo da sala e sentou-se com Judy, e na hora da chamada, quando Snape chamou seu nome, ela respondeu em voz baixa, olhando para o chão. Não podia negar a si mesma a forte atração que sentia pelo professor, mas logo tudo se solucionaria; ela se formaria em Hogwarts e nunca mais se encontrariam.
Durante a aula, Snape e Íris não se olharam nos olhos, ela ouvia todos os ensinamentos de cabeça baixa e procurava fazer tudo perfeitamente para que ele não tivesse que vir até sua carteira ajudá-la.
Finalmente, a aula terminou. Íris reuniu seu material e tomou o caminho para o Salão Principal, juntamente com Judy e Alexandra. Estavam quase chegando, quando ouviram a voz da profª McGonagall chamando por elas.
A detenção! Como pudera se esquecer disso?
-Vocês vão à Floresta Proibida com Filch e Hagrid.-sentenciou McGonagall.
-Mas pra quê temos que ir lá?-inquiriu Judy, com voz indignada.
-Vocês vão coletar cascos de centauro.-respondeu McGonagall, séria.- Como agora haverá uma temporada de provas, só vão cumprir a detenção no fim de fevereiro.
No jogo de quadribol Grifinória x Corvinal, duas semanas depois daquilo, a Grifinória também ganhou sem dificuldade, assim como a Sonserina derrotou a Lufa-Lufa. É, existem coisas que nunca mudam...
Íris achou até estranho o fato de não aparecer mais nenhum Comensal da Morte no castelo. Talvez fosse porque a notícia da prisão do casal Lestrange tivesse feito com que mudassem de estratégia. E era justamente isso que ela temia. Íris pensava se todos os Comensais já saberiam que ela era descendente de Ravenclaw, estava ajudando Snape, e que ela poderia lutar contra eles sem varinha. Claro, não havia modo dos Lestrange terem se comunicado com os outros, mas sempre dá-se um jeito para tudo...
Desse Íris tocou o último ano letivo, até a época em que Judy e ela teriam que ir para a Floresta Proibida. Que ano maravilhoso, pensava Íris, minha segunda detenção e também por culpa do Snape. Felizmente, Herbert teria que limpar o corujal, e não ir com elas.
Eram cinco da tarde quando Judy, Íris e Hagrid (para alegria geral da nação, Filch preferira inspecionar Herbert) entraram na Floresta Proibida. Judy levava uma pequena mochila cheia de comida que conseguira com os elfos domésticos, para o caso de perderem o jantar.
Nenhuma das duas sabia dizer para quê estavam ali; Hagrid conhecia a Floresta e acabou encontrando cascos velhos sozinho, até que encontrou dois centauros adultos e ficou conversando com eles, que observavam as estrelas irem surgindo, uma por uma. Já estava escurecendo.
Nesse meio tempo, Judy abriu a mochila e dividiu com Íris um grande pedaço de bolo de iogurte.
-Sabe -falou Judy, de boca cheia.- Até que não foram tão malvados nessa detenção.
-Na última você ficou limpando troféus, não foi?-disse Íris, amarrando os longos cabelos loiros, devido ao calor que sentia já naquela época do ano.
-Ahã. Finalmente o ano está terminando, né?
-É. Mas vou sentir saudades de Hogwarts, foi a nossa casa por sete anos.
-Foi a casa de milhares de pessoas por sete anos. Sinto falta da minha.
-Você quer logo é trabalhar no Profeta.-falou Íris, servindo-se de suco de abóbora.
De uma hora pra outra...
-Íris...
-Que foi?
-Por Merlin, me diga que o que acabou de cair em mim não foi uma gota de chuva.
Íris olhou pra cima.
-O - ou...-balbuciou ela.
Um raio cortou o céu, e em seguida pingos grossos de chuva começaram a cair. Hagrid imediatamente despediu-se dos dois centauros e correu até elas. Judy recolheu toda a comida e o guarda-caça tirou seu casaco enorme para cobrir as duas (o casaco era tão grande que elas poderiam morar lá dentro) da chuva. Começaram a procurar um lugar para se proteger, e de repente uma sombra esguia surgiu diante deles.
-Fugindo da chuva, Hagrid? O que está trazendo dentro de seu casaco?
Hagrid abriu um pouco a grossa pele que protegia Íris e Judy, permitindo que elas fossem vistas.
-São as duas alunas de detenção, prof. Snape, o que faz na Floresta?
Íris viu os olhos de Snape encontrarem os dela e desviarem bem depressa, enquanto sentia uma pedrinha do tamanho da Groenlândia escorregando em seu estômago.
-Cumprindo uma ordem do diretor... Fazendo uma vistoria. Mas já estou voltando para o castelo.
-Nós também.-concordou Hagrid.-Não quer me ajudar a levar essas duas o mais secas possível? A srta. Halfman já me disse que é muito tida a resfriados.
-Muito bem, Hagrid, então você leva Halfman com seu casaco - "que mais parece um tapete", completando o pensamento de Snape, - e eu posso cuidar da outra... Srta. Branden?
Íris teve que sair debaixo do casaco de Hagrid. Snape tirou o seu e envolveu-a nele novamente. Nisso, claro, ela já estava fula da vida. Snape passara um braço por cima de seus ombros, e Íris tratou de andar bem devagar, para logo obter o resultado desejado: Judy e Hagrid já estavam muito à frente.
-Qual é o seu problema comigo, afinal?-disse ela.- Aconteceu alguma coisa?
-Pensei que quisesse ser minha amiga. Ao menos foi o que disse.
-Hum.-fez Íris.
-Olha, eu já pedi desculpas por aquilo.
-Severo Snape, não estou te reconhecendo.
-Eu não esperava meso que me reconhecesse. Você mal me conhece.
-Não pretendo desistir agora que já estou tão perto. Sabe, Snape, já que se considera meu amigo, precisamos trocar experiências. Nós dois temos coisas das quais queremos nos lembrar, mas...
-Falamos sobre isso em outra ocasião.-interpelou Snape.-Os Comensais descobriram que você está me defendendo.
-Era nisso que andei pensando esses dias.-falou Íris.-Vamos parar embaixo dessa árvore, a chuva está forte demais.
Uma árvore enorme fornecia espaço suficiente para proteger duas pessoas da chuva. Com a varinha, Snape reuniu uns pedaços de madeira e Íris pôs fogo neles, para iluminar a escuridão. Em seguida, cada um sentou em uma das raízes da árvore.
-Agora não há mais volta.-continuou Snape.-Sinto muito, mas agora os Comensais são seus inimigos mortais.
-Não faz mal, eu escolhi isso.-falou Íris.
-E eu me pergunto o porquê disso.
-Nós, os grifinórios, não precisamos de um motivo pra salvar uma vida.
-Para onde você vai depois de Hogwarts?
-Estou pensando em ir para a casa dos meus pais, conseguir um emprego qualquer no Beco Diagonal...
-Você não poderá fazer nada disso. Será alvo fácil para eles.
-O que sugere, então? Que eu passe o resto da vida escondida?
-Você já pensou em ser aurora?
Íris olhou-o.
-Sabe que é uma ótima idéia?
-Que bom que gostou. Dumbledore pode te encaminhar diretamente ao Ministro da Magia, assim que completar seus estudos.
-Puxa, eu queria tanto passar férias no exterior quando me formasse...
-Bom, isso é possível. Que país tem em mente?
-A França ou a Itália.
-São lugares muito românticos para se visitar sem namorado, o que aconteceu com aquele rapaz da Lufa-Lufa?
-Herbert é meu ex... Nem cheguei a gostar dele, isso não tem importância... Mas e você, namorou muito nos tempos de escola?
Íris observou alegre, um sorriso se formar nos lábios do novo Snape.
-Não muito...
-Já sei: isso é irrelevante, Branden.
-É, quase isso.
-Puxa, Hagrid e Judy devem ter percebido o quanto ficamos pra trás...
-Hagrid sabe que pararíamos se encontrássemos abrigo.-falou Snape.
-Assim espero.
Por um certo tempo, os dois ficaram observando o contraste da pequena fogueira à sua frente com a chuva, que ainda caía com força.
-Estou muito feliz por ver o quanto você mudou comigo... Severo. Posso?
-Pode.
-OK.-disse Íris, ainda sorrindo.-Severo. Um nome que tem tudo a ver com você.
-Quando você faz dezoito anos?
-Mês que vem... Estou muito velha!-por um instante, ela observou o sorriso de Snape.-Ei, Severo... Sabia que o seu sorriso é... um milagre?
-Milagre? Essa eu ainda não tinha ouvido.
-Pois é...
Snape se levantou de repente. Curiosa, Íris também o fez.
-O que foi?
-A quem nós dois estamos querendo enganar?
Dizendo isso, Snape puxou Íris com um braço. Olhou-a no fundo dos olhos e beijou-a de novo, de um modo tão envolvente quanto o primeiro. Extasiado, desta vez ele sentiu os braços dela abraçando-o pela cintura, suas mãos delicadas escorregando ao longo de suas costas... Ele nunca se deparara com uma mulher que pudesse ser tão sedutora com apenas um beijo. Íris parecia ter esquecido toda a sua conversa de "amigos", descrevendo com os lábios beijos suaves. Snape estendeu-se pelo pescoço dela, beijando com cuidado cada pequena parte. O quanto desejara por aquilo só ele sabia... Encostou Íris na parede; ela parecia querer dizer algo, mas não conseguia reunir forças.
-Não... devemos...
Mas logo desistiu, deixou que Snape a beijasse, sentia arrepios no corpo todo e por um momento Íris teve medo de que aquilo fosse longe demais - temor esse que também passava pela cabeça dele.
-Nunca vou deixar nenhum Comensal da Morte tocar em você.-falou Snape, tocando-a com atenção.
-Severo...-balbuciou ela.-Como podemos... ter chegado a isso?
-Eu não sei explicar -disse ele, em voz baixa.-Mas agora estamos aqui.
-Bom, eu não li o regulamento de Hogwarts, mas me lembro bem da proibição de casos entre professores e alunos.
-Em alguns meses você deixará de ser uma aluna.-respondeu Snape.
-E até lá?
-O regulamento de Hogwarts é um dos mais desrespeitados do mundo.
