O Dia Seguinte


No dia seguinte Lílian acordou cedo, mas estava sem ânimo para sair do quarto. Dumbledore havia lhe dado permissão para ir para o velório de seu pai, mas ela não sabia se queria ir. Gostaria de manter a imagem do pai alegre, na plataforma 9 ½.

"Ainda é cedo", ela pensou ao ver o tom róseo que o céu tinha. Desceu para a sala comunal e sentou-se em frente a uma grande janela, a fim de observar a aurora. Tentava não pensar no pai, mas a dor era grande e lágrimas tristes desceram pelo seu rosto. O diretor havia programado a partida para depois do almoço e ela deveria decidir até lá.

A sala comunal, antes vazia, agora tinha alguns ocupantes, mas eles não passavam muito tempo no aposento. Ela subiu ao dormitório para pegar a mochila, na esperança de encontrar todos dormindo, mas Pollyana já estava acordada. Tentando passar despercebida pela amiga, que estava no banheiro, ela andou rápida e silenciosamente em direção ao pé da sua cama, pegou a mochila e já estava saindo quando a amiga apareceu na porta do banheiro.

- Lily? – perguntou a amiga, olhando para os lados do dormitório, mas Lílian já tinha saído porta afora. Lílian desceu as escadas correndo, pois não queria falar com ninguém. Mas o que é bom dura pouco, porque ao pé da escada, como se estivesse a sua espera estava Sirius.

- Hey, Lily! Preciso falar com você – ele parecia preocupado – você já tomou café?

- Não, ainda não. Sirius, eu realmente não acho uma boa ho... – ela começou a falar, mas foi interrompida.

- Eu sei, Lílian, você deve estar arrasada e tal, mas, por favor, me ajude! – Ele parecia desesperado.

-Não se preocupe comigo... Vá em frente – ela disse, encorajando o amigo.

- Ontem, depois que você saiu com o Diretor, as meninas foram direto para o dormitório. Aí eu estava na biblioteca, quando...

- Sirius, enrolar não é o seu forte... Vá direto ao assunto! – Ela o repreendeu, esfregando a têmpora, triste e irritadamente.

- Ok... Eu fiquei com outra garota e agora não sei como dizer a Cherr que não quero mais ficar com ela – ele disse rapidamente. - A minha relação com ela já não estava muito legal, sabe?

- Traduzindo... Você enjoou da cara dela e resolveu procurar garotas novas... – ela rebateu, cansada. – E agora você quer que eu diga a ela que vi você com outra garota ou coisa do tipo...

- Não, eu gosto da Cherr, sabe ela é gente fina e tal, mas eu não vou dar certo com ela. Eu só quero dizer a ela que não quero mais ficar com ela, entende?

- Certo. Eu vou pensar e antes do almoço eu te falo?

- Certo – ele deu um dos seus sorrisos marotos e já ia saindo, mas virou-se de supetão e perguntou: - Você decidiu se vai para o enterro?

"Ok, você é forte. Seja agradável e dê um sorriso" – ela pensou abaixando os olho, caso resolvesse chorar - oh, não... Você acha que eu devo ir? – ela levantou os olhos para encarar ele.

- Vá. Se não quiser ir só, chame o Tiago... Ele tem um ótimo ombro – e, piscando amavelmente, ele saiu pelo retrato.


-Tiago, você iria comigo para a casa de meus... Minha mãe? – ela perguntou quando todos saiam da aula de Poções – você sabe... Para o ente...

- Vou, claro que vou! Se isso fizer você se sentir melhor, eu vou, com todo o prazer – ele respondeu dando um beijo estalado na bochecha dela.

-Obrigada Tiago... Você realmente é um amor... – ela o abraçou, e saiu para se juntar às amigas.

Lílian caminhou de encontro às amigas, mas no meio do caminho desviou para um lado, indo parar numa sala vazia. O aposento estava na penumbra, exceto por uma área iluminada pelo sol. "Ficar um pouco só antes da próxima aula... tudo que eu preciso..." Ela sentou –se no parapeito da janela, grande e largo o suficiente para duas pessoas se sentarem à vontade. Pegou um pergaminho, um tinteiro e uma pena e colocou-os do seu lado. No topo do pergaminho escreveu "Lílian Evans". Pensou no 'que' escrever...

É horrível. Desta vez eu to completamente consciente e nem sei o que escrever, Mas é isso aí...Só devo está com um pouco de sono, não consegui dormi direito. A vida é interessante, quando você acha um objetivo pra ela, ela vem de fininho, E quando você acha que está tudo ficando bem legal, ela te dá uma rasteira.

Olhou para fora... O jardim estava coberto de folhas secas e o lago parecia muito menor, pois as folhas cobriam sua superfície por muitos metros. Olhou para o relógio e viu que faltava menos de 10 minutos para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, e saiu correndo. Apenas quando ela ofegante sentou na cadeira foi que lembrou: deixara pena, pergaminho e tinteiro na sala vazia em que estava. Por sorte a aula foi prática e ela não precisou do material. Praticaram o Feitiço Patrono e ela, após ouvir a breve explicação sobre o Patrono, ela definitivamente soube que não conseguiria realizar um Patrono. Pelo menos não nessa aula. Fingiu praticar um pouco, e quando o sinal bateu para o almoço, ela correu para a sala em que estava, mas o aposento estava vazio. Desceu para o salão, distraída, e se bateu (literalmente) com a pessoa menos esperada do dia.

- Você não olha por onde anda não, Malfoy? – ela esbravejou enquanto se levantava.

- Hey, Evans! – disse Malfoy, pacientemente – a distraída aqui é você, ok? E esquecida também... Toma aí ó! Esqueceu na sala ao lado da de Defesa Contra as Artes das Trevas.

– Ele esticou o braço com a pena, o tinteiro e o pergaminho que ela tinha esquecido.

- Ah... Obrigada – ela agradeceu, sem graça. Não esperava, nem em mil anos uma reação dessas vinda de Lúcio Malfoy – e desculpa pela grosseria também...

- Tudo bem... – ele sorriu e saiu.

Ela foi sentar-se com as amigas e foi abordada por Sirius, que esperava que ela o ajudasse. Mal tivera tempo para pensar durante a manhã. Resolveu falar a primeira coisa que veio à sua mente.

- Seja franco. Tipo: Cherr, eu gosto muito de você, mas ainda assim eu vejo que nós não daríamos muito certo junto, sabe? Eu sei que eu tava afinzão de você no começo do ano letivo, mas passou, cara... Sei lá, fala alguma coisa assim!

- Valeu Lily! Eu não sei o que seria da minha vida sem a sua existência!... – ele agradeceu e saiu, dando lugar à mesa a Tiago.

- Lílian, posso saber que o Malfoy queria com você? – ele perguntou, aborrecido.

- Não – ela brincou, sorrindo – ok! – ela levantou os braços ao ver que ele levara a sério.- Eu esqueci umas coisas numa sala e ele achou. Estava só me devolvendo... Por que? Ciúme é?

- Muito!


No horário previsto para eles saírem, Dumbledore chamou-os à sala dele, e os enviou via Flú para a lareira da casa dos Evans. Lílian foi primeiro, e sua mãe esperava por ela ao lado da lareira, e quando Tiago saiu, a garota o apresentou como seu namorado à mãe e à irmã. Durante todo o velório, Tiago ficou ao lado de Lílian que chorou muito a morte do pai. No enterro, não saíam mais lágrimas. Parecia que finalmente elas haviam se esgotado. De volta para a casa da mãe, o clima era tenso. Margareth, sua mãe, estava muito abatida. Para Petúnia apenas o fato de Tiago estar ali já era um absurdo. E ela deixou isso bem claro durante o jantar.

- Mãe, pode me passar o filé, por favor? – pediu Petúnia. A travessa com o filé estava mais próxima de Tiago, de forma que ele, por educação pegou-a e passou para Petúnia.

- Perdi a fome. – ela concluiu, saindo bruscamente da mesa e indo para a sala.

- O que foi que eu fiz? – Tiago sussurrou para Lílian pelo canto da boca.

- Eu esqueci de mencionar. Petúnia odeia todo os tipos de magia, inclusive os bruxos – ela explicou em voz alta, tentando chamar a atenção da mãe para a conversa.

- Até você? – ele perguntou confuso.

- Principalmente eu. Não é muito agradável, mas eu já me acostumei. Vivemos em uma espécie de paz: ela me ignora, eu a ignoro e por aí vai... – ela respondeu, sorrindo.

- Ai, ai... O Bryan não apareceu, Lílian. Porque será? – Margareth perguntou, sonhadora para Lílian. – Será que seu irmão virá depois?

- Irmão? – perguntou Tiago, mais confuso ainda. Sua cara era um perfeito sinal de interrogação.

- O Bryan ta na França mãe. Ele virá, não se preocupe. Vamos para a sala? – ela falou com a mãe, ignorando a pergunta dele. A mãe levantou – se e foi com ele para a sala e lá, depois de acomodados ela começou a lhe explicar. – O Bryan é meu irmão mais velho.


N/A: Ok, vocês vão me chamar de louca! Desde quando Lily tem irmão? Bom, desde que eu resolvi criá-lo.

Agradecimentos:

bekinha : Segui o seu conselho e tentei afastar um pouco mais as falas...mas acho que nao consegui... desculpa!

Patricia Granger : Ainda bem que você está gostando, e ainda bem que você nao demorou muito p atualizar...

Diana Wiccan : Que acompanhou a minha fic desde o comecinho... Agora tem um capitulo inédito, viu? Beijos!!

Agora a propaganda:

LEIAM:

Como Perder Um Bruxo Em 10 Dias, da Patrícia Granger

Morte Nem Sempre é o Fim, da Diana Wiccan

POR FAVOR!!! REVIEWS!! EU NECESSITO DELES COMO UMA ESPÉCIE DE FONTE DE INSPIRAÇÃO!!!

Beijos,

Lucka