Vivendo no Limite

Por B166ER

Capítulo 2

O final da corrida

200 metros atrás
Pés no espelho
200 cigarros depois

Dedos na parede
Tubarões na minha rede
Gasolina mata a sede
220 volts

Freios sem controle
Milhões de cilindradas na mão
Fogo no asfalto
Queimando borracha e metal

Dedos na parede
Tubarões na minha rede
Gasolina mata a sede
220 volts

110
130 megahertz
Meia pista
Decibéis
Megabytes
220 volts

Dedos na parede
Tubarões na minha rede
Gasolina mata a sede
220 volts
220 volts

(220 volts - Capital Inicial)

Não era exatamente uma ponte e sim uma rampa, o que a ajudou a criar um plano. Acelerou o carro e ativou os dois NOS ao mesmo tempo, o carro aumentou a velocidade bruscamente. A rampa estava cada vez mais perto. Só teve tempo de respirar fundo. O carro passou rápido pela rampa e "voou" alto.

- Oh Deus!

Foi a única coisa que Kerberus disse. Sakura estava passando com o carro acima do dele.

- Uuuuuuuuuoooooooooooooouuuuuuuuuuuuuu!

Sakura gritou. Estava a um bocado de metros acima do chão, parecia simplesmente voar. Era muita loucura. O carro continuou, descendo levemente inclinado para frente, chegando ao chão bruscamente, a frente foi quase inteiramente destruída, agora seu pai mataria ela.

Syaoran estava em terceiro, viu a ponte um pouco antes dos outros e acelerou o carro. Passou rápido pela ponte, mas ao alcançar o chão bateu a frente do carro, fazendo um estrago bem maior do que o do carro da Sakura.

Já o homem do Mazda RX-7 Turbo vermelho, chamado Katan, olhou para a rampa e desistindo freou o carro, virando para a direita, os pneus cantaram alto e ficaram marcas no chão.

O Mitsubishi Lancer Evolution VII acabou não agüentando muito a queda, ficou descontrolado e em alta velocidade, batendo em um muro, o que destruiu o carro. Kerberus saiu com dificuldade do carro, mancando e com um corte da testa sangrando muito.

Sakura continuou acelerando um pouco, passando pela linha de chegada e parando. Syaoran logo passou pela linha de chegada, parando um pouco distante de Sakura. Ela desceu do carro, dando um sorriso de triunfo, olhou para Syaoran que dava um meio-sorriso. As pessoas batiam palmas e gritavam.

- Essa foi a gata que teve a manha de pular a ponte e ainda deu um show nesses marmanjos. – disse Setsuna.

Ele entregou o dinheiro na mão de Sakura, ela tirou vinte mil do monte e entregou na mão de Setsuna.

- Acho que não te devo mais nada, não é? – perguntou Sakura.

- Infelizmente, não. – respondeu, fazendo cara triste.

Ela sorriu lindamente, seus olhos verdes esmeralda estavam mais brilhantes, em um misto de alegria e surpresa. Até que Setsuna tinha se comportado esta noite e, além do mais, ele era muito carinhoso com ela quando estavam a sós, não custava dar um crédito a ele.

Passou os braços em volta do pescoço dele, puxando-o para perto de si. Ele a enlaçou pela cintura, inclinando-se. Ela deu um selinho nele, seguido de um beijo, não aqueles beijos arrasadores, um beijo terno, um beijo mais carinhoso.

Syaoran viu Sakura se aproximar de Setsuna e os dois se beijarem, sentiu uma pontada no peito. Vendo que não tinha mais nada para fazer ali entrou no carro e saiu em alta velocidade.

- Ahh Sakura! Você não sabe com quem está se envolvendo, não sabe o risco que está correndo, bela flor de cerejeira. – murmurou Syaoran.

Ken, que estava com o rádio na faixa da polícia, ouviu quando eles foram descobertos.

- A polícia! – gritou.

Sakura se soltou de Setsuna, deu um selinho nele e se despediu rapidamente, correndo até o seu carro e saindo em disparada como todos os outros que ali estavam.

Depois de se distanciar do lugar da corrida ela passou a dirigir mais calmamente, pensando nos acontecimentos do dia. Tudo havia sido tão bom. Ela admitia que havia se superado, ter pulado aquela rampa sem fazer estragos no carro tinha sido demais. E Setsuna, então? Ela viu o orgulho, e um pouco de admiração também, nos olhos dele.

As pessoas em volta gritando o nome dela, aplaudindo, fazendo festa. Ela se sentiu maravilhosamente bem. Muito melhor que da última vez. Era a primeira vez que ganhara uma corrida, esperava que na próxima pudesse correr com Setsuna, aí sim, veria o quão alto estava o nível dela. Correr contra Setsuna era o que qualquer corredor gostaria. Ele era o melhor.

Ao chegar em casa cobriu o carro silenciosamente, guardou a chave no lugar e subiu para o seu quarto, olhou no relógio, quase cinco da manhã, teria que acordar às sete horas para ir à escola. Trocou de roupa, colocando a camisola e rapidamente adormeceu.

Ela era professora de educação física a três anos na escola em que estudou quando pequena. Uma profissão que as pessoas que a conhecem das corridas não chegariam nem perto de advinhar, mas a mais óbvia para quem a conhecia desde pequena. Ela sempre gostou muito de educação física e de qualquer outra atividade esportiva.

Seu pai continuava a dar aulas na faculdade, nunca cansara, apesar da idade.

Toya havia aberto um escritório de advocacia com um amigo seu desde o colegial: Yukito. Agora Toya estava casado com uma bela mulher chamada Kaho Mizuki e tinham um filho chamado Hideto, de três anos. E Yukito se casara a pouco tempo com uma amiga da faculdade chamada Nakuru.

O relógio despertou, Sakura olhou para as horas, sete em ponto. Levantou-se ainda sentindo-se um pouco cansada, mas não tinha como não dar aulas, adorava aquelas crianças. Além do mais, se não fosse, seu pai desconfiaria, o que não seria nada bom, pois ficaria mais tempo sem correr.

Vestiu uma calça folgada, uma camiseta, um tênis e prendeu o cabelo em um rabo. Pegou sua bolsa e desceu as escadas, encontrando o seu pai à mesa, esperando-a para tomar o café da manhã. Todos os dias ele a esperava, Sakura pensava que era uma forma de ele se sentir com a família, mesmo faltando duas pessoas ali: Toya, que havia se casado, e sua mãe, Nadeshiko, que havia morrido quando ela tinha apenas três anos.

Sorriu para seu pai e desejando-lhe bom-dia, sentou-se à mesa. Agradeceu a comida e tomou o seu café da manhã, preparado por seu pai, parecia que a cada ano que passava a comida de seu pai ficava melhor, se é que isso era possível.

- Papai, só quero ver quem vai cozinhar para mim depois que eu casar.

- Hahaha, mas já está pensando em casar, Sakura?

- É claro que não, papai, eu ainda sou muito nova para casar.

Seu pai começou a gargalhar, se fosse para comprar a idade que ela estava e a idade em que ele e Nadeshiko haviam se casado, Sakura já teria passado da idade faz tempo. Sakura soltou um suspiro mais sorriu junto com pai.

- Papai, hmm, ontem...

- Você saiu não foi?

- Hãn, é, eu saí com o carro ontem... A frente está destruída, mas eu vou mandar para arrumar...

- Não se preocupe, eu mando para uma oficina. – interrompeu Fujitaka, ele sabia que a filha ia mandar Setsuna arrumar, melhor não.

- Você não ficou bravo de eu usar o carro?

- Eu já esperava que você fosse usar o carro. Mas nós compramos aquele carro para quê, não foi para correr? Você sabe que eu não que eu não gosto você corra, mas se você gosta... Eu avisei, mas se você prefere correr, a decisão é sua...

- Isso quer dizer que eu posso sair com o Setsuna?

- Esse caso é diferente, você pode até ter idade e saber o que fazer, mas esse homem é outra história. Agora, vamos continuar a tomar o café.

Sakura terminou de tomar e café, levantou-se da mesa e foi se despedir do pai.

- Ah, minha filha, desculpe-me! Estava me esquecendo. A sua prima, Tomoyo, ligou avisando que chegaria hoje às seis e gostaria que você fosse encontrá-la no aeroporto.

- Ah, obrigada, dá tempo. Eu vou sim.

Pegou a sua bolsa e as chaves do carro. Desceu à garagem e entrou no seu Mitsubishi Endeavor e saiu em direção à escola.

As aulas transcorreram normalmente, ao término ela se despediu das crianças e dos outros professores e foi encontrar com sua prima no aeroporto. Olhou no relógio, cinco e quarenta da tarde, dava tempo dela chegar.

Estacionou o carro no aeroporto e foi para a sala de desembarque. Havia um movimento muito grande no aeroporto, que aumentou com a aproximação das seis horas. Logo o avião chegou e Sakura sentiu a ansiedade aumentando a cada pessoa que descia do avião.

Fazia mais de dois anos que não via sua prima, desde que Tomoyo fora fazer faculdade de música na Inglaterra. As duas sempre se falavam por telefone ou por e-mail, mas mesmo assim, dava uma saudade imensa de estar com ela.

Ela viu uma mulher de cabelos negros, quase roxos, encaracolados, olhos azuis, face clara. Estava com um vestidinho branco de alças finas, com uma abertura na parte de cima, fechada por um cordão trançado, o vestido era enfeitado com delicados bordados em branco. Era sua prima Tomoyo.

Tomoyo estava acompanhada de um homem pouco mais alto que ela, olhos azuis, óculos arredondados, cabelos azuis pouco abaixo da orelha. Usando uma jaqueta marrom, uma camisa de gola "V" de um tom mais claro, uma calça jeans escura, quase marrom e uma bota. Este devia ser o namorado de Tomoyo, Eriol.

Ao momento em que Tomoyo chegou à sala de desembarque Sakura saiu correndo ao seu encontro, com um belo sorriso, que era também visto no rosto de Tomoyo, dando um abraço apertado em sua prima. As duas começaram a chorar, elas eram mais que primas eram quase como irmãs.

Soltou o abraço de Tomoyo e sorriu para Eriol, que devolveu o sorriso. Era um homem muito belo e gentil, era o par perfeito para sua prima, tinha certeza de que ele a fazia feliz. Apresentou-se a ele, que respondeu se apresentando também.

- Hãn, Tomoyo, cadê a sua mãe?

- Minha mãe? Esqueci de avisar a ela que chegaria hoje. É que fiquei tão empolgada de contar para você que esqueci avisá-la.

"Esse namoro com o Eriol deixou ela mais aluada. Hihihi, essa não muda mesmo", pensou Sakura, segurando o riso.

- Bem, então vamos. Eriol. Onde você ficará, na casa da Tomoyo, não?

- Ah, não. Ela bem que tentou me convencer de ficar na casa dela, mas eu irei ficar na minha casa mesmo.

- Você tem casa aqui?

- Sim, são de meus parentes do lado do meu pai, que eram orientais.

- Legal. Então eu te deixo na sua casa, depois eu levo a Tomoyo. Está bom assim?

- Claro, Sakura! Mas nem precisava se preocupar conosco, poderíamos pegar um táxi, ou alugar um carro.

Tomoyo era uma pessoa muito gentil, sempre preocupada com os outros, com um sorriso meigo e um jeito especial de "mexer" com as pessoas. Sua mãe era casada com o presidente de uma grande empresa, ela sempre se preocupava com a segurança da sua filha, a ponto de, quando Tomoyo era pequena, contratar seguranças para ela, mas com o passar do tempo Tomoyo passou a recusar as seguranças.

- Eu já estou aqui, não? Então, não custa nada deixá-los em casa.

- Tudo bem, então, vamos. – disse Tomoyo.

Sakura chegou à frente da casa de Eriol, era uma bela mansão antiga, muros baixos com grades em cima, duas colunas largas com uma luminária em cada uma, no meio o portão. A casa tinha vários andares, tinha várias alturas de telhado e "desenhos" formados pela madeira nas paredes de fora. Era uma bela casa e bem grande para uma pessoa só.

- Eu te ligo, Tomoyo. E obrigado,. Kinomoto. – disse sorrindo.

- Não precisa ser tão formal, se a Tomoyo me permite, pode me chamar de Sakura.

- É claro que eu permito!

- Então está bem, Sakura, pode me chamar de Eriol. Bem, tchau Tomoyo, querida. Eu te ligo.

- Tchau, Eriol.

Eriol desceu do carro, levando as suas malas e ao passar pelo portão acenou e sorriu. Sakura e Tomoyo também acenaram e Sakura voltou a dirigir, agora indo à casa de Tomoyo.

- Sakura, o que você achou do Eriol?

- Ah, Tomoyo. Ele é um homem muito belo, tanto quanto você disse, é muito gentil, muito simpático. Olha, ele é perfeito para você!

- Hahaha! Que bom! Ai, Sakura ele é tão lindo, tão carinhoso. Eu o amo. Ele é o homem da minha vida!

- Fico feliz por você.

Era bom ver Tomoyo feliz, a prima tinha tanta certeza de que o homem que ela amava também a amava. Queria ter esta certeza com Setsuna, mesmo que ele tenha sido "fiel" a ela no dia da corrida, não significava nada, porque ele poderia muito bem estar com outra agora. Mas talvez houvesse uma pequena chance dele mudar, por que não? "Deixa de ser boba, Sakura! Ele nunca vai mudar!". Ela ajeitou uma mecha do cabelo que escapara.

- Tudo bem, Sakura?

- É claro que sim! Por que não estaria... afinal, você está aqui comigo, não?

- Ah, obrigada Sakura. Mas não tente me enganar, eu te conheço desde a terceira série! E eu sei que quando você mexe nervosamente nos cabelos é porque tem algo errado com você! Não adianta mentir, se você quiser se abrir eu estou aqui para te ouvir.

- Ai, Tomoyo! Você é tão, tão... FANTÁSTICA! Eu te amo muito, minha prima. Obrigada por tudo que você faz por mim.

- Que isso, Sakura, você sabe que pode contar comigo.

- Eu sei... eu sei. É que eu voltei a correr e...

- Oh, não Sakura! – Tomoyo arregalou os olhos, interrompendo a fala de Sakura - Você sabe que eu não gosto, eu fico tão aflita com isso...

- Ai Tomoyo, eu sei o que eu estou fazendo, não se preocupe tanto... bem, voltando ao assunto. Eu revi o Setsuna, ele continua lindo, com aqueles cabelos longos, aqueles olhos claros, aquele jeito dele de ser. E os lábios? Ai! Ele tem o melhor lábio que eu já beijei!

- Hihihi, do jeito que você fala ele realmente deve ser demais.

- Sim, lindo demais, sexy demais, o que só pode se transformar em galinha demais. Eu o amo, mas eu acho que ele não me ama. Ele é muito mulherengo... Eu estou parecendo uma adolescente falando deste jeito...

- Sakura, não tem quem não olhe nos seus olhos ou veja o seu sorriso e não te ame. E realmente, parece que você está voltando a ser aquela Sakura do ginásio.

- Aiii, Tomoyo! Assim você me deixa envergonhada... Bem, chegamos.

Tomoyo desceu do carro e Sonomi, a mãe de Tomoyo, correu em direção à filha abraçando-a com lágrimas nos olhos. Era uma bela mulher, de cabelos curtos e lisos, na altura da orelha, de uma cor castanha, olhos bem-definidos, vestia um casaco e uma saia na cor azul, com bordados em preto. Começou a falar rapidamente coisas como "você está linda" "que saudades".

As seguranças levaram as malas para dentro da casa e Sonomi e Tomoyo convidaram Sakura para tomar um chá, mas ela recusou, dizendo que estava cansada, que havia trabalhado muito hoje e que Tomoyo precisava ficar um pouco com os pais. Despediu-se da prima e da tia e entrou no carro.

Chegou exausta em casa, tomou um banho, colocou uma blusinha branca com desenhos de flores de cerejeira e uma calça jeans. Desceu para fazer o jantar, começava a preparar panquecas quando sei pai chegou.

- Olá, Sakura!

- Oi, papai! E como foram as aulas hoje?

- Muito boas! Os alunos são muito aplicados, sem nenhuma exceção. E as suas?

- Você sabe como eu adoro aquelas crianças. São sempre tão animadas. Lembro a época em que eu era aluna daquela escola, me dá uma saudade.

Terminou de cozinhar e serviu o jantar. Ela comeu pouco, estava sem fome. Depois ajudou o pai a lavar a louça, pegou um livro para ler e depois foi dormir.

Acordou assustada, com batidas na porta. Era seu pai, avisando que tinha um telefonema para ela. Levantou-se, ainda sonolenta, abriu a porta e pegou o telefone.

- Quem é, pai?

- Aquele homem.

Só podia ser Setsuna, pelo modo que seu pai falara do homem. Desde que ela havia passado aquela noite com Setsuna e seu pai descobrira, ele ficara com uma má impressão de Setsuna. Fujitaka desceu as escadas e Sakura entrou no quarto, fechando a porta.

- Alô?

- Sakurinha?

- Sim. Quem é?

- Sou eu, Setsuna, Sakurinha. Eu queria saber se você queria almoçar comigo hoje.

- Hoje? Hmm, tudo bem!

- Então eu passo aí e te pego às onze e meia, pode ser?

- Claro!

- Tchau, Sakurinha!

- Tchau, Setsuna.

Sakura não sabia se sorria ou se chorava. Começou a rir como doida e jogou-se na cama. Era muito difícil Setsuna convidar alguma mulher para almoçar, normalmente ele só saía com as mulheres depois da corrida, ou com algumas mulheres à noite. Mas ele nunca fora uma pessoa de convidar uma mulher para almoçar. Tudo bem que o almoço era algo mais informal, mas já era uma grande coisa para ela.

Desceu para tomar o café da manhã e lá pelas dez e meia começou a se arrumar, tomou um banho demorado e depois começou a escolher uma roupa. Olhou calças, blusinhas, camisetas, jaquetas, saias e acabou escolhendo uma calça jeans escura com algumas manchas em tons de azul claro e marrom e uns rasgos, um cinto branco e preto, uma blusinha regata branca com uma fina listra em preto no busto com um desenho em um retângulo do lado direito e um tênis preto e branco.

Olhou no espelho o cabelo longo e escorrido, fez um enfeite rápido com tranças na parte de cima do cabelo e prendeu com um rabo-de-cavalo. Escolheu um par de brincos prata simples, flores de cerejeiras, e um anel grosso na cor prata. Ouviu o som de uma buzina e logo uma campainha, ouviu a voz de Setsuna a conversar com seu pai.

Apressou-se e passou um batom, deu uma última olhada no espelho e desceu as escadas. Ao vê-la Setsuna sorriu e foi encontrá-la no pé da escada. Estava de cabelo amarrado, usando uma camisa vinho escura aberta e por fora da calça, regata branca, calça jeans marrom escura, um coturno marrom e algumas correntes no pescoço. Simples e perfeito. Despediram-se de Fujitaka e entraram no carro.

Setsuna escolhera um restaurante italiano, já havia uma mesa reservada para os dois, eles sentaram-se e Setsuna foi muito gentil o tempo todo, assim como sempre fora com ela.

- Você está linda hoje, Sakurinha.

- Obrigada, Setsuna.

- Espero que goste de comida italiana.

- Ah, sim, claro. Você escolheu um bom lugar.

- Só porque é para você.

Depois os dois escolheram os pratos, o pedido chegou rápido e Sakura ia começar a comer quando sentiu uma estranha sensação, era um arrepio, e um calor. Tomou um gole de água e respirou fundo. Setsuna colocou a mão em cima da dela e acariciou-a.

- Algum problema, Sakurinha?

- Não, Setsuna, nenhum. – disse sorrindo.

- Mesmo? Se tiver algum problema, me fala, está bem?

- Foi só um arrepio, nada mais. Não se preocupe com isso, já passou. Se bem que você faz uma cara muito linda quando está preocupado.

- Então você gosta de me deixar preocupado?

- Você entendeu, Setsuna.

- Eu só estava brincando...

- Desculpa, amor.

Ele olhou para ela, surpreso, ela o havia chamado de amor. Não pensou que estava em local público, que os outros poderiam não gostar ou em qualquer outra coisa. Aproximou-se dela, dando-lhe um beijo carinhoso.

Sakura retribuiu, surpresa pelo beijo recebido. Só então percebera o que falara, ela o havia chamado de amor. Não pensara nisto, a palavra saiu de repente, mas talvez fora uma bela peça pregada pelo destino, já que Setsuna não se mostrara nem um pouco inconformado por isso.

Ao terminarem o beijo eles se afastaram e Setsuna sorriu para Sakura, um sorriso sincero, um belo sorriso. Ela também sorriu.

Assim ela começou a comer. Logo a porta do restaurante foi aberta, Sakura viu um homem alto, usando um paletó preto, calça social preta, sapato social preto, camisa roxa, gravata rocha, anel prata no dedo indicador da mão direita e um no dedo médio da mão esquerda e óculos marrons com armação só em cima. Era lindo, olhou bem nos olhos dele, Syaoran.

Ela não acreditou no quanto ele estava belo, ele estava olhando para ela, mas logo desviou o olhar e dirigiu-se a uma mesa. Ela voltou a comer, mas hora ou outra dava uma espiada em Syaoran. Ele era incrivelmente lindo, perfeito. "Sakura, Setsuna está na sua frente, comporte-se!", ela olhou para Setsuna e seus olhos se encontraram. Ele sorriu para ela e ela retribuiu o sorriso.

- Já lhe disse que você fica linda quando sorri?

- Ah, que é isso. Você é que fica maravilhosamente lindo.

- Obrigado, Sakurinha, mas eu só tento ser uma pessoa a sua altura, mas não chego nem aos seus pés.

Ela sorriu um pouco envergonhada. Ele era tão carinhoso, tão fofo, um tanto meloso e galanteador demais, mas ela gostava dele mesmo assim, tirando a parte dele ser mulherengo, era um homem perfeito.

Terminou de comer e esperou Setsuna. Depois que ele pagou a conta os dois se levantaram e Sakura deu uma última olhada em Syaoran que respondeu com um olhar profundo. Ela saiu um pouco atordoada e entrou no carro de Setsuna.

- Você está tão calada hoje, Sakurinha.

- Ah, desculpe-me...– é interrompida pelo celular de Setsuna.

- Sim... sim... estou indo... faça-os esperar... sim... já estou indo.

A cada palavra Setsuna ficava mais sério, ele estava escondendo alguma coisa, algo que ele não queria que ela soubesse. Ele desligou o celular e olhou rapidamente para Sakura.

- Desculpe-me, Sakurinha, mas eu vou ter que sair. Eu queria muito ficar mais tempo com você, mas estão me esperando para fechar um negócio na garagem. Perdoa-me?

- Não, tudo bem, eu entendo.

- Meu Deus, obrigada por colocar uma mulher dessa ao meu lado.

Sakura somente sorriu, era óbvio que Setsuna não dissera aquilo por crença. No fundo estava um pouco triste por ter sido "deixada de lado", mas era trabalho dele, não podia simplesmente mandá-lo jogar para o alto.

- Você vai para a sua casa ou quer que eu te deixe em outro lugar?

- Na minha casa mesmo, mas se você quiser eu posso ir a pé.

- Que é isso, eu fui te buscar não? Ia ser muita falta de educação fazer você fazê-la voltar a pé.

- Eu não me importo....

- Mas eu sim, eu vou te levar em casa, está bem, Sakurinha? – disse, interrompendo Sakura.

- Certo, Setsuna. – e sorriu.

Setsuna estacionou o carro em frente à casa amarela e virou-se para Sakura, que olhou para ele, acariciou o rosto dela. Sakura colocou a mão por cima da de Setsuna e sorriu, fechando os olhos, abriu-os, olhando nos de Setsuna. Aproximou-se lentamente e beijou-o, ele correspondeu. Ao se afastarem ela sorriu e ele retribuiu. Deu um selinho no belo homem que era agora o seu amor e se despediu, descendo do carro.

Entrou em casa sorrindo e logo um menino pequeno veio correndo chamando-a e abraçou as pernas dela. Ela se abaixou e pegou o menino no colo.

- Olá, Hideto! – disse animada, indo com o menino para a sala.

- Oi tia! Você está tão boíta!

- É bonita, meu filho. – disse Kaho.

- Olá, Papai! Olá, Kaho! Olá, Toya! Pensei que vocês haviam esquecido onde que fica a nossa casa.

- Você sabe como nós estamos trabalhando naquele escritório... – disse Toya

- Claro, é sempre o trabalho.

- Sakura, não fale assim de seu irmão. Ele tem trabalhado muito. – disse Fujitaka.

- Eu só estava brincando. Ai, vai no chão Hideto, você está ficando grande, menino.

- Eu vou ser grande igual meu pai! E valente igual você, tia!

- Hahaha. E da sua mãe?

- Hmm, eu quero ser inteligente igual ela e o vovô!

Todos riram. Hideto era muito inteligente, apesar de ter apenas três anos. Ele era ruivo como a mãe, mas tinha os olhos do pai, era muito elétrico e falava muito. O garoto sentou-se ao lado da mãe, balançando as pernas.

- Ah, minha filha, como foi o almoço?

- Hm, foi bom. Ele me levou para um restaurante italiano.

- Quê? Mais um louco atrás da mostrenga? Hahahaha!

Toya levou um leve cutucão de Kaho que fazia cara feia para ele. Ele tirava sarro, mas era uma forma dele esconder o ciúme que sentia da irmã, sempre fora assim. E também ele adorava deixá-la nervosa.

- QUÊ!? Pensei que você já tivesse passado a fase infantil de me chamar de mostrenga Toya. – respondeu de forma cínica, só para irritar Toya.

- Ai, essa doeu. – disse Toya – Mas, afinal, quem é esse cara?

- Mudou Setsuna. – disse Fujitaka com uma cara não muito boa.

- O QUÊ? SAKURA COMO VOCÊ PODE SAIR COM AQUELE HOMEM? – gritou Toya.

Hideto agarrou o braço da mãe, encostando-se nela, enquanto Kaho abraçava o menino.

- EI! EU ACHO QUE EU JÁ TENHO IDADE PARA ESCOLHER COM QUEM EU QUERO SAIR, NÃO?

- Toya, fala baixo. – cochichou Kaho.

- Mas tinha que ser bem aquele cara, Sakura? – perguntou Toya mais calmo.

- O que vocês têm tanto contra ele? Ele é gentil, carinhoso...

- Pode até ser, mas com você! Você sabe que ele ganha dinheiro com corridas de rua e com aquela garagem dele? Aposto que ele deve ter algo a mais, ele não sustentaria uma garagem só com o que ele ganha...

Fuijitaka começou a tossir. Ele havia escondido de Toya a história de que Sakura também corria.

- Eu sei muito bem disso, Toya. E quer saber? Eu não me importo. Ele é um cara muito bom para mim. Além do mais eu já tenho idade para escolher quem eu quero!

- Sakura, nós só queremos o seu bem. – disse Fujitaka.

- Até você papai? Eu sei que o senhor não gosta dele, mas você também acha que eu devo escolher quem vocês querem? Não foi o senhor que lutou para se casar com a mamãe?

- Sakura, não coloca a mamãe no meio da sua história! O seu caso é diferente!

- Minha filha, com sua mãe foi diferente...

- Ah, quer saber? Eu vou dar um passeio por aí. Depois eu volto.

- Sakura, fique calma, não vá fazer nada de errado. – disse Kaho, que até agora não tinha se manifestado.

- Pode deixar, Kaho. Eu vou me cuidar.

Sakura entrou no Endeavor e saiu para dar uma volta. Estava cansada daquele protecionismo do pai e do irmão, ela já tinha vinte e quatro anos, não era mais uma adolescente. Estava cansada de ser protegida por todos, estava cansada de ter que dar satisfações de tudo que fazia. Uma idéia lhe veio à mente, algo que planejara há algum tempo, talvez não fosse tão ruim. Respirou fundo se decidiu.

Continua...

Oiii!!! Bem, aqui estou eu de novo, me desculpem se eu demorei tanto tempo, estava sem criatividade (como se percebe pela qualidade do capítulo) e re-escrevi esse capítulo umas três vezes ou mais, mas ainda não ficou bom, me desculpem. Pelo jeito ninguém gostou do Setsuna... tadinho.... eu até que gosto dele, quer dizer, por enquanto, além do mais eu vejo nele o Hyde!!! Eu não consigo odiá-lo, está certo o Setsuna é loiro e tal, mas quando eu vi a foto do Hyde loiro e de cabelo meio que comprido eu não parei mais de imaginar o Hyde no lugar do Setusuna, aí não tem como odiá-lo, vou tentar parar de pensar assim...

O capítulo ficou tosco, sim, sim, admito. Mas não me matem! *Preparar! Apontar!* Ohhhh!! Por favor nãããããããõooo!!! Me desculpem mesmo... A corrida finalmente terminou e a Sakurinha deu um show, não? Quando eu crescer quero ser igual ela, claro, eu quero ter esses carrões que ela tem!! Eu queria um pai que nem o Fujitaka... E duas pessoas apareceram no pedaço: Tomoyo (a superamiga) e Eriol (o misterioso que sempre dá algum rumo diferente na história), vamos ver o que esses dois vão aprontar... O Setsuna parece que está percebendo quão preciosa a Sakura é, mas o que será que ele vai aprontar? Será que vai pedir ela em casamento? Será que só vai se aproveitar dela? Isso só o tempo dirá... E a família da Sakura? O Hideto está muito fofo!! Amei aquele garotinho! Escolhi o nome baseado em dois homens muito fofos: Hideto Takarai e Hideto Matsumoto.

Sobre os comentários, obrigada a todos por terem comentado e por terem me ajudado:

Rô: Obrigada novamente por revisar o capítulo, apesar de estar com um monte de coisas para fazer! Valeu mesmo!!! Muito obrigada!

Neeeeeee: Hehehe, parar eu não parei, mas demorei um pouco com o capítulo, desculpa.

Bella-chan: Sim, sim, foi do Velozes e Furiosos, do primeiro e segundo filme...

MeRRy-aNNe: Diferente das outras? Ai que bom... deferente talvez por eu ser uma garota escrevendo sobre carros, mas eu não tenho culpa, eu adoro carros (e motos, guitarras, rock, skate...)

Kirisu-chan: Ai obrigada, mas eu estou fazendo isso tudo baseado em cenas do Velozes e Furiosos, então não mereço tanto... Estou pensando nessa idéia ou melhor, já pensei, aguarde e confira!

Violet-Tomoyo: Especial? Ahhh, obrigada!!! Um filme? Seria Velozes e Furiosos? Se for você acertou em cheio!

Jenny-Ci: Ai, que bom, que você vai continuar a ler, fiquei muito felixx!!! Hahaha, sim o Setsuna é lindo, mas eu dei uma "modificada" nele... Hahaha, sim, sim o Li já é tudo de bom, agora eu fico imaginando o Gackt nele (coitado, o Gackt meio...hm.... bissexual...) eu quase não consigo escrever direito, fico babando.... Pequena? Não fale isso, sua fic é bem melhor que a minha!! Eu ADORO ela!!

Hime Hayashi: Oi miga!! Espírito diferente? É, meio que baixou umas coisas doidas neles.... huahua... É, ninguém gostou dele (só eu.... huahuahua....). Você gostou do nome que eu dei para o Hideto? Imagina esse garoto quando crescer com a mistura do jeito sexy do Hyde e o jeito meigo do Hide? Eu vou querer me casar com ele!!! Huahauahua....

Bem, já escrevi demais, vou indo!!

B-jokas da Rafa