Capítulo 2 – Xadrez Bruxo e N.O.M.´s

Rony acordara com uma coruja cinza o bicando bem forte na testa. Depois de soltar um muxoxo de reclamação bem longo, enquanto se levantava sem abrir os olhos, desamarrou os pergaminhos da perninha da coruja, que partiu imediatamente. Seus olhos se deteram na primeira linha do que estava escrito, ao mesmo tempo que se arregalavam imensamente. Olhou para a cama ao lado. Harry estava deitado de bruços, dormindo como um urso. Não resistiu: levantou-se e começou a sacudir o amigo.

-Acorda, Harry, acorda! – berrou, enquanto fazia cócegas no pescoço dele

-Que é? Será que eu não posso nem dormir em paz?!!!! – exclamou, enquanto se sentava, esfregando os olhos.

-Acredite, você não vai querer dormir...

-Ah, é? – respondeu sarcasticamente – Porque?

-Ora, chegaram as notas dos N.O.M.´s, mané. Quer motivo melhor?

Harry se levantou num pulo, pegou o pergaminho e estudou-o atentamente, sob o olhar indagador de Rony. Com as mãos tremendo, abriu-o . O choque foi tão grande que se sentou para terminar de ler o que estava escrito.

Prezado Sr. Potter,

Tenho o prazer de informar que obteve um dos melhores resultados nos N.O.M.´s. Espero estar se sentindo orgulhoso, devido ao alto nível de dificuldade dos exames. Seguem abaixo suas notas, e as respectivas matérias que deverá cursar no próximo ano letivo. Saliento a importância de escolher, desde já, a profissão que pretende seguir. Daqui a um ano e meio, aproximadamente, estará prestando os N.I.E.M.´s, e é importante que comece a se preparar desde já.

Um bom ano letivo,

Prof. Tofty

Examinador

Feitiços – Excede Expectativas

Defesa Contra a Arte das Trevas – Ótimo

Poçôes – Aceitável

História da Magia – Aceitável

Herbologia – Ótimo

Trato das Criaturas Mágicas – Excede Expectativas

Astronomia – Aceitável

Adivinhação – Passável

Transfiguração – Ótimo

Ainda lívido com suas notas, Harry nem percebeu quando Hermione adentrou o quarto, entre pulinhos e gritos.

-Você quer me matar de susto?! – berrou Rony, ainda se recuperando

-Ah, isso é maravilhoso! – exclamou ela, enquanto executava uma dança de guerra – Consegui Ótimo em quase tudo!

-Sério? – disse Rony, ironicamente – Eu nunca poderia imaginar...

-Não me venha com implicâncias! – falou com severidade – Nada pode estragar minha felicidade! Mas, aproveitando a oportunidade, quanto você tirou?

-Aceitável em Defesa Contra a Arte das Trevas, Aceitável em Poções, Aceitável em Feitiços, Passável em Adivinhação, Ótimo em Trato das Criaturas Mágicas, Aceitável em História da Magia, Aceitável em Transfiguração e Aceitável em Astronomia. – disse, com certa pomposidade

-Hum, nada mal... – admirou-se Hermione – E você, Harry? Harry?!

-Hã... – disse ele, acordando de um transe

-Suas notas! – disse ela, impacientemente

-Ah, toma. – passou o pergaminho para ela, que juntou a cabeça com Rony para ler

-Uau... – disseram os dois em uníssono

-Parece que as revisões produziram efeito positivo! – acrescentou Hermione, feliz, enquanto passava o pergaminho para Rony, que estava de boca aberta.

-Eu não esperava resultados tão bons.

-Bom, um pouco de estudo não faz mal a ninguém, não é mesmo? – disse ela, se levantando

-Caracas... Aceitável em História da Magia?! Mas não foi quando você... – questionou Rony

-Foi, e não sei como consegui. – cortou Harry perplexo

-Talvez você tenha respondido as questões mais importantes.

-Sei lá, Hermione, esperava tirar um Deplorável... o teste tava o bicho! – exclamou Harry

-Hum, isso não importa, o bom é que...

Rony foi interrompido por um berro que, ao que parecia, vinha do térreo. Os três correram para as escadas, reunindo-se a Jorge, Fred e Gina, curvados sobre a escada. Jorge fez sinal para que não fizessem barulho. Não tiveram tempo de falar: o ataque de berros recomeçara.

-O QUÊ DEU EM VOCÊ ARTHUR?

-Molly, realmente, seria melhor se viéssemos...

-VIÉSSEMOS O QUÊ?

-Bem, se nós... – a voz do Sr. Weasley parecia relutante

-MORAR AQUI, É?

-Os três Weasley se entreolharam. Hermione franziu a testa.

-Escute bem Arthur... – a voz da Sra. Weasley parecia um pouco mais contida – Nunca pensei que um dia você iria querer abandonar a casa que construímos com tanto esforço. Mas hoje você me surpreendeu...

-Molly, não estou sugerindo que abandonemos A Toca!

-ENTÃO SEJA MAIS CLARO!

-O que eu quero dizer é que ninguém para nessa casa, e agora que...bem, que Sirius morreu – Harry se encolheu – o mais sensato a se fazer seria vir morar aqui, pelo menos até que alguém se voluntarie.

-Mas quem, com juízo perfeito, iria querer morar nesse lugar?

-Esqueceram-se de mim? – disse Lupin

-De onde você saiu? – perguntou a Sra. Weasley

-Estava na cozinha e acidentalmente ouvi a discussão.

-Ah, desculpe... – a Sra. Weasley parecia envergonhada

-De qualquer forma, - continuou Lupin, um toque de dor em sua voz – Arthur tem razão. Agora que Sirius morreu, a casa precisa de alguém para morar aqui, cuidar, essas coisas... Monstro não serve para mais nada mesmo, vive trancado no sótão... – Hermione fez uma careta - bem, caso você concorde, eu gostaria de fazer isso.

-Por mim, tudo bem. – disse o Sr. Weasley

-Não faço objeções, - acrescentou a Sra. Weasley – mas, você realmente acha que poderá cuidar de tudo? E o serviço da Ordem?

-É verdade... mas, mesmo assim, gostaria de morar aqui e cuidar do lugar, quando voltarem para A Toca.

-Encerrada a discussão então. – sentenciou o Sr. Weasley – Tenho que ir trabalhar... Perkins me mandou uma coruja urgente, parece que houve uma confusão das grandes...

-Vou com você então Arthur. Tenho que resolver umas coisas no Ministério mesmo. – acrescentou Lupin

-Então, vou preparar o café. As crianças já devem estar acordando...

-Crianças! – exclamou Fred

-Temos nossa própria loja! – finalizou Jorge

-Falando em loja, vocês não têm que ir trabalhar? – questionou Gina

-Ih, é mesmo! – exclamou Fred

-Obrigado, maninha. Prometo que trarei um dos nossos mais novos inventos mais tarde! – disse Jorge

E dizendo isso, desaparataram. Hermione e Gina desceram, enquanto Harry e Rony foram trocar de roupa. Quando desceram para tomar o café, mais tarde, a Sra. Weasley estava conversando com Tonks, que hoje tinha os cabelos loiros e espetados, e os olhos cor de mel. Harry se serviu de torradas com geléia e suco de abóbora. Hermione estava lendo um livro sobre seres aquáticos, que ele supôs ser trouxa. Gina esticava a cabeça e apertava os olhos, enquanto perguntava a Hermione o que eram alguns seres, como baleia, tubarão, etc.

-Mamãe, quando Gui e Carlinhos chegam? – quis saber Gina

-Talvez antes do jantar. Me mandaram uma coruja hoje dizendo que tiveram que viajar pelos meios trouxas, como é mesmo o nome? Vião? – disse ela, lançando um olhar indagativo a Harry

-Hum, é avião. – respondeu o garoto, desejando saber como era estar em um.

-Ah, sim, obrigada. De qualquer forma, disseram que talvez se atrasassem. Tiveram que fazer um paspaorte...

-É passaporte, Sra. Weasley. – acrescentou Hermione bondosamente

-É, claro, no entanto, os guardas trouxas acreditaram que eram verdadeiros, mas mesmo assim, pegaram um ônibus que talvez chegue um pouco tarde em Londres. Mas acredito que chegarão para o jantar.

-Hum, resolveram se aventurar, é? – caçoou Tonks – A última vez que tentei fazer isso, quando estava indo para a França, acabei parando na Polônia... no entanto, uns amigos meus estavam de férias lá e me ofereceram uma chave do portal. Nunca confiei em viagens por métodos trouxas.

-Deve ser legal andar de avião... – disse Gina

-Nem tanto... – disse Hermione – Dá uma dor de cabeça, fora que o ouvido entope, mas é muito legal abrir a janela e ver as pessoas parecendo formigas lá embaixo.

-Deev er ismu. – disse Rony, a boca cheia de pão

-Tenha modos, Ronald! Não converse de boca cheia! – ralhou a Sra. Weasley

-Desculpe. – disse ele, vermelho – Eu disse que deve ser mesmo.

-Tenho que ir trabalhar. Vejo vocês mais tarde. – despediu-se Tonks, aparatando logo em seguida

-Onde estão Fred e Jorge? – indagou a Sra. Weasley

-Já foram. – respondeu Gina

-E nem comeram nada... Já é a terceira vez essa semana!

-Terminaram de comer rapidamente. Rony contou uma piada extremamente engraçada sobre elfos, ao que Hermione começou a discutir com ele, a altos brados, sobre a opressão a eles. Rony replicou que era apenas uma piada, mas Hermione subiu as escadas bufando.

-Quê? – exclamou Rony quando Gina lhe lançou um olhar acusador

-Você não devia falar disso perto da Mione. Sabe que ela é extremamente sensível a isso.

-Foi só uma piada, Gina.

-Mas você viu como ela ficou, não?

-Tá, tá. Não faço isso de novo. O que vamos fazer agora?

-Hum... a gente podia ir na casa do James e da Kate... eles nos convidaram para ir lá mesmo... – disse Harry

-É, mas temos que avisar a mamãe. – disse Gina-

-Me avisar do quê? – perguntou a Sra. Weasley, que vinha da sala, segurando um espanador

-Ah, é que nós vamos na casa do James e da Kate. – avisou Rony

-Tudo bem. Se quiserem, podem almoçar por lá mesmo. Irei no Beco Diagonal ainda hoje. Onde está Hermione?

-Ah, ela está lá em cima. Eu acho. – disse Rony, sem graça

-Então ela vai comigo. Divirtam-se, e comportem-se. – acrescentou ela, enquanto saíam pela porta.

-Estava um dia cinzento no Largo Grimmauld. Gina disse que achava que poderia chover. Procuraram o número três " Eu não sabia que tinha tantas casas aqui! – Rony ". Na verdade, não era uma casa encantada, mas quem passasse em frente não pensaria que uma família de bruxos morava ali. Era uma casinha de aparência desgastada, alguns tijolos faltando e, os que sobraram, estavam bem lascados. Havia um enorme ajuntamento de lixo a um canto, e a grama defronte estava grande e mal-cuidada. As janelas estavam quebradas, e a porta parecia ser o único item ainda conservado. Era de madeira, com uma maçaneta de ferro redonda. Subiram as escadinhas. Discutiram por um momento sobre quem deveria bater na porta, até que a mesma se abriu, e um James sorridente apareceu.

-Ora, ora! – exclamou ele – Sejam bem-vindos! Entrem, por favor!

-A porta se fechou por trás de Harry, que não podia acreditar no que via. Por dentro, a casa era o total oposto do que se via por fora: era grande, clara e muito bem decorada. Havia um tapete que parecia ser persa no hall de entrada, muito bonito, e uma mesinha com algumas fotos da família. James abaixou uma de um bebê pelado com um sorriso muito sem-graça. Haviam alguns quadros de paisagens, que deviam ser trouxas. Rony ficou cutucando para ver se faziam algo. À esquerda havia uma escada marfim e dourada que levava ao segundo patamar, os degraus cobertos por um carpete muito branco.

-Ouvi vozes na porta – disse James, enquanto os conduzia pelo corredor – Então olhei pelo olho mágico e vi que eram vocês. Por que não bateram?

-Estávamos discutindo quem faria isso. – respondeu Gina

-Ah. Bem, - ele indicou uma porta dupla com a cabeça – aqui é a sala de jogos.

-Vocês têm uma sala de jogos?! – admirou-se Rony

-Temos. Papai e eu gostamos de passar o tempo aqui, distraindo as idéias, sabe como é. Mas ele quase não para em casa, porcausa do trabalho, então só eu uso ela. Temos todo tipo de jogos aqui, bruxos e trouxas.

Ele os conduziu pela sala, e o queixo de Rony caiu mais uma vez. Era decorada com vários pôsteres de times de quadribol de todo o mundo, e haviam vários sofazinhos espalhados, mesa de sinuca e de totó, estantes com jogos diversos, videogames , e televisão. Gina parecia muito admirada com a mesa de totó. Ficava observando os homenzinhos e girando-os, decerto esperando que fizessem algo.

-Oi! – cumprimentou Kate da porta – Estava tentando fazer brigadeiro, um doce trouxa que serviam em nossa antiga escola, mas acho que não ficou muito bom... mamãe diz que como cozinheira sou uma ótima bruxa, mas, de qualquer forma, prove um Rony!

Ele se adiantou para a garota, um tanto apreensivo. Olhou para a bandeja que ela carregava e para seu conteúdo: umas bolinhas marrons com granulado por cima. Pegou uma relutante e provou.

-ARGH! Por Deus, isso deveria ser considerado veneno! – exclamou, enquanto todos riam, exceto Kate, que parecia um tanto chateada.

-Não achei que estivesse tão ruim! – disse ela

-Ah, desiste de tentar cozinhar. Cada vez é um efeito colateral diferente... – aconselhou James, em meio a gargalhadas

-Coitada, vocês são cruéis. – acrescentou Gina, se recuperando

-Ah, deixa pra lá. – lançou os brigadeiros no lixo – Nunca mais vou cozinhar na minha vida. Quando tiver minha casa, vou contratar um elfo doméstico.

-É melhor você não falar isso perto da Hermione. – aconselhou Harry – Ela te esfolaria viva.

-Quem é Hermione? – quis saber ela

-É uma amiga nossa. Ela estava no almoço ontem. – respondeu Rony

-Ahhh... e porque ela não veio? – indagou Kate

-Hum... quis ficar estudando. – disse Gina

-Estudando ?! Santa mãe do céu!! – exclamou James

-Passaram o resto do dia jogando. Almoçaram uma comida trouxa, que Harry já provara antes: pizza. Kate derrotou Rony cinco vezes seguidas no xadrez bruxo, o que o deixou perplexo. Gina afirmou que ele achara uma oponente tão boa quanto ele. Depois, os anfitriões ensinaram à eles como jogar sinuca e totó. Harry descobriu que era muito bom em ambos. Já ouvira falar neles, é claro. Tio Válter adorava ir ao clube para partidas de sinuca com os amigos, mas nunca, de fato, havia jogado.

Em um certo momento, Kate e Gina se afastaram um pouco. Ela a conduziu até uma biblioteca, realmente cheia. Tinha um aspecto antiguíssimo. Era toda de madeira bem escura, à exceção de um canto com poltronas e tapete felpudo. Caminharam entre algumas estantes, até que Kate parou de repente.

-Eu disse que tinha livros que poderiam lhe interessar, não disse?

-É, mas sobre o quê são eles?

-Kate retirou um volume muito grosso e empoeirado da estante. Deu um sorriso de satisfação, enquanto soprava cuidadosamente a poeira do livro.

-Esse aqui é uma relíquia. Só há cinco no mundo todo, portanto, tome cuidado com ele.

-Claro, pode deixar. – afirmou Gina, enquanto lia o título " Um guia completo para animagia avançada, Godoberto Slink "

-Animagia? Você é animaga?

-Ainda não.

-Caramba... quero ver qual animal vou me tornar.

-Talvez demore um ano até produzir resultados, mas lhe garanto que esse é o melhor guia que há.

-Obrigada. – ela estava maravilhada

James e Kate tinham jogos muito bons, alguns dos quais trouxeram de vários países. Tinha um jogo parecido com detetive. Abria-se o tabuleiro, e via-se um cenário diferente a cada tentativa. Tudo ficava preto, e então voltava ao normal, para que o jogo começasse. Uma vez, o cenário era uma cidade. As pessoinhas gritavam conselhos, que, muito mais atrapalhavam do que ajudavam. O engraçado era que, quando fazia-se uma tentativa errada, o tabuleiro explodia na sua cara. Isso rendeu boas risadas.

A uma certa altura, a Sra. Laveri adentrou a sala, avisando que já era tarde, e que a Sra. Weasley deveria estar preocupada.

-Vocês devem voltar agora. Já são quase sete horas.

-Ah, vamos então. – sentenciou Harry

-Venham jantar com a gente! – pediu Gina

-Se você quiser pode ir, Kate. Eu e James ficaremos aqui. Vai passar um programa muito bom na rádio bruxa, e não quero perder.

-Tá bom então.

-Volte pelo Pó de Flu. Não quero você sozinha nesse Largo de noite.

-Tchau Sra. Laveri, James. Obrigado, foi divertido. – falou Harry, imitado por Gina e Rony.

-Disponha. – respondeu James, descontraído.

N/A: Comentem, por favor!!! Esse capítulo é meio parado. Talvez não aconteça nada de mais por um tempo, mas já idealizei alguns acontecimentos... vocês verão!!!