Capítulo 5 – A resposta

Damien e o Sr. Weasley saíram do Ministério agitadamente, agradecendo por não haver nenhum funcionário a vista, que poderia fazer perguntas constrangedoras. Assim que a cabine telefônica parou, revelando a rua escura e deserta, eles caminharam até uma outra rua paralela.

-Onde estamos indo? – questionou o Sr. Weasley

-Buscar meu carro. Prefiro usar métodos de transporte trouxas, às vezes.

Andaram mais cinco minutos, até que pararam em frente a um beco sem saída um tanto desagradável. Damien murmurou " Aparecium ", e um belo carro verde-escuro se revelou em frente à eles. Abriu-o e acomodaram-se confortavelmente. Possuía bancos de um tecido macio e claro, como o resto do interior do carro. Parecia ser um pouco antigo.

-Desculpe te chamar daquele jeito, Arthur, mas foi realmente uma surpresa. Mandei uma coruja há pouco tempo, não esperava uma resposta tão rápida. Nem sei como ela conseguiu viajar daqui até as Américas rápido assim.

-Tudo bem. Já leu o pergaminho?

-Não. Quando vi minha coruja soube que devia ser uma resposta. No entanto, deveríamos fazer uma reunião, ou pelo menos avisar alguém, não acha?

-Talvez devamos ver o conteúdo primeiro. Fizemos uma reunião ontem, não acho que seria bom marcar uma logo hoje. Nem daria tempo. Para amanhã, talvez.

-Certo. – respondeu Damien brevemente, enquanto cortava um carro que andava demasiadamente devagar, engatando em uma curva fechada logo em seguida.

-Como vão Jane, James e Kate?

-Bem. Foram comprar o material de Hogwarts semana passada, e aproveitaram para conhecer o Beco Diagonal. Kate já estava querendo ir lá há tempos, suponho que queria ir a loja de seus filhos.

-Eles irão se atrasar um pouco, em relação à escola?

-Ah, claro, isso é inevitável. Começaram o ano no Instituto de Magia, mas vão Ter que estudar tudo de novo... James não está nada contente.

-Imagino. Eu não ficaria dando pulinhos se tivesse que repetir meio ano. Me lembro como odiava História da Magia...

Pararam em frente a casa número três. Saíram do carro e Damien executou um feitiço para fazer o carro ficar invisível. Se dirigiram até a porta, e entraram. Jane veio recepcioná-los. Quando seus olhos cinzentos pousaram no Sr. Weasley, ela se apressou em dizer que sentia muito por Percy. Desde aquela matéria no Profeta Diário, não chegaram mais notícias. Ele agradeceu polidamente. Dirigiram-se até o escritório, que era tão bonito e bem decorado quanto o resto da casa. Serviram-se de drinques, e acomodaram-se nas poltronas. Damien pegou sua pasta de couro de dragão negra e retirou um rolo de pergaminho lacrado. Deu um toque com a varinha e rapidamente o rolo abriu.

-Lá vamos nós. Vejamos o que eles escreveram.

Leu um tanto devagar, traduzindo calmamente.

Prezado Damien,

Recebemos sua coruja. Ela estava cansada, demos uma poção restauradora à ela. Quanto a sua menção à Ordem da Fênix, ficaríamos felicíssimos em co-unirmos. Seria um grande acréscimo a nossa luta contra Aquele-Que-Não-Se-Deve-Nomear. O pessoal até ficou bem aliviado de saber que existe outra Ordem. Porém algo estranho ocorreu semana passada. Júlio Alvez foi achado em um estado apavoradíssimo na casa dele, depois de mandar uma coruja para Marco ( creio que se lembra dele? O episódio dos micos voadores? ). Quer dizer, Júlio sempre foi um pouco excêntrico, mas desta vez ele se superou. Não parava de repetir frases desconexas em uma língua estranha, obviamente ficamos preocupados. Mandamos ele para o Hospital Marcelina de doenças mágicas, mas os curandeiros não puderam diagnosticá-lo. Ele logo foi liberado, mas no dia seguinte foi encontrado desacordado no quarto dele. Achamos alguns papéis espalhados pelo aposento, e sabe o que vimos? A Marca Negra, Damien. Não que seja uma surpresa enorme, mas esse foi o ápice da excentricidade. Júlio não desenharia a marca sem mais nem menos. Ele também deixou algumas palavras escritas junto aos desenhos, e estamos mandando uma cópia, caso possa traduzir.

Como está sua família? Nina sente muita falta de vocês, principalmente de Kate. Aquelas duas adoravam arruinar nossos bolsos...

Espero que esteja gostando de sua nova casa. Estou considerando seriamente a possibilidade de visitá-lo no próximo verão. Elisa insiste que precisamos conhecer outras sociedades bruxas e blá blá blá. Sabe como ela é.

Desejando um bom ano,

Sig Bérgulo

Damien terminou de ler e guardou o pergaminho novamente. Tomou um gole de drinque e se pôs a falar:

-Bem, não é nada tão grave assim.

-Quem é esse Júlio? É alguma espécie de vidente?

-Júlio?! – admirou-se – É um esquizofrênico que conheço. Ele trabalha no Departamento de Esportes Mágicos. Nunca bateu bem da bola. Parece que excedeu um pouco dessa vez. No entanto, acho melhor ver o que ele escreveu.

-Hum, ele costuma desenhar a Marca Negra e escrever em línguas estranhas?

-Não, ele geralmente diz que um exército de dragões está vindo para incendiar nossas casas, ou algo do gênero. Uma vez chegou no trabalho gritando a plenos pulmões que vira o fantasma de Lord Voldemo... – o Sr. Weasley fez uma careta – ...de Você-Sabe-Quem.

-De qualquer forma, é melhor ver o que ele fez, não acha? Pode ser que seja sério.

-Duvido.

Damien abriu a pasta novamente e retirou um pergaminho amassado. Ajeitou-o e chamou o Sr. Weasley para examinar com ele.

-Conhece essa língua, Damien?

-Oh, conheço. É italiano.

Seus olhos correram pelo pergaminho rapidamente, enquanto empalidecia um pouco. A atenção dos dois se prendeu em um desenho, no fim do que estava escrito. Era um cajado, envolto por uma espécie de anel, com inscrições antigas. Damien soltou uma exclamação de surpresa. Levantou-se rapidamente e pegou seu casaco, seguido pelo Sr. Weasley.

-Arthur, sabe onde Dumbledore está?

-Não, provavelmente está em Hogwarts, ou na casa dele. Não tem aparecido ultimamente.

-Temos que mostrar isso para ele. Parece que Júlio não estava brincando dessa vez.

O jantar estava quase terminado. A Sra. Weasley resmungava o porquê do marido não Ter aparecido ainda. Fred, Jorge, Carlinhos e Gui já tinham ido se deitar, e Lupin, Tonks e Quim já haviam ido embora há tempos. Harry, Rony, Hermione e Gina estavam na sala, envoltos em uma partida de xadrez bruxo. Quando Rony já vencera cada um pelo menos duas vezes, resolveram jogar com Snap Explosivo. Só perceberam que já estava tarde quando a Sra. Weasley espantou todos para seus quartos.

-Mamãe, onde papai está?

-Não sei, Gina. Mandei uma coruja há um tempo, e ele ainda não respondeu.

-Talvez esteja no Ministério. – sugeriu Rony

-A essa hora?! Só se ele resolveu fazer acampamento por lá! – cortou Hermione

O fogo da lareira se acendeu, e todos se calaram. Segundos depois, o Sr. Weasley apareceu, o cansaço espalhado pelo seu rosto. A Sra. Weasley deu um gritinho de alívio, porém logo começou a interrogar o marido.

-Onde você estava, Arthur?

-Agora não, Molly. Harry, Rony, Hermione, Gina... vão deitar, está tarde.

-Mas papai...

-Sem mais nem meio mais Ronald! Ouviu seu pai, vá deitar!

Os quatro subiram as escadas, despedindo-se de Hermione e Gina e seguindo para o segundo andar. Adentraram o quarto e puseram logo os pijamas, deitando na cama fria.

-Só posso imaginar onde papai estava. – disse Rony, enquanto se cobria – Mamãe ficará furiosa se ele estava no trabalho. Ultimamente tem ficado até tarde lá.

-Será que não é nada com seu irmão? – questionou Harry, apenas o rosto descoberto.

-Se fosse ele falaria, não?

-Talvez.

Não prolongaram muito a conversa. Rony logo dormiu, seus roncos ecoando pelo quarto, e Harry permaneceu acordado um pouco mais. Quando se cansou de contemplar as paredes e o teto do quarto, adormeceu lentamente.

O sol entrou forte pela janela , anunciando que já amanhecera. Harry se revirou na cama, cobrindo o rosto, afim de dormir um pouco mais. Não tivera sonhos com Lord Voldemort ou com seus pais. Desta vez, não tivera sonho algum, para falar a verdade. Mas ele não ligava para isso. Queria dormir mais um pouco, só um pouco.

Um ronco particularmente alto de Rony o despertou de vez. Levantou, sentindo os olhos inchados de sono. Porque o amigo tinha que roncar? Vestiu-se e caminhou até o relógio na parede. Seis horas, ainda era um pouco cedo. Abriu o malão e pegou o livro de História da Magia e pôs-se a folhear. " A mesma chatice de sempre. " . Jogou-o de volta no malão e desceu para a sala. O Sr. Weasley, a Sra. Weasley, Carlinhos, Gui, Fred e Jorge estavam acordados.

-Ora, ora! – exclamou Fred – Bom dia, Harry!

-Bom dia. – respondeu sonolentamente

-Acordado tão cedo, querido? – indagou a Sra. Weasley – O que houve?

-O ronco do Rony te acordou? – sugeriu Jorge

-É. – Harry bocejou, enquanto se sentava perto dos gêmeos

-Acho que ele herdou isso de você, hein Carlinhos? – provocou Gui

-Não enche. – respondeu, mal-humorado

-Hum, nada amigável... – censurou Gui, em meio a risadinhas – está assim mal-humorado desde que aquela namorada romena sua te deu um fora...

-Querem que eu chame um dragãozinho para fazer vocês pararem?

-Não precisa apelar! – disse Fred

-Oh, por Merlin! Vocês já são grandinhos para ficar de implicância!

-Ah, mamãe... – Jorge disse - um pouco de brincadeira entre irmãos...

A Sra. Weasley deu um muxoxo de impaciência. O Sr. Weasley puxou Carlinhos para um canto.

-E então? – indagou

-Consegui recrutar algumas pessoas. – informou – Talvez virão em outubro.

-Ótimo.

-Voltaram para perto do grupo.

-Hum, querida, vamos dar um pulinho na casa de Damien.

-O que vão fazer lá tão cedo? – indagaram Fred e Jorge juntos

-Nada de mais.

-Podemos ir, então? – perguntou Jorge

-Não! – respondeu a Sra. Weasley – Aposto que é um assunto da Ord...

-Molly, tudo bem. Vocês vão, mas comportem-se. – disse o Sr. Weasley

-Legal! – exclamaram os gêmeos

-Então vamos logo. – sentenciou o Sr. Weasley – Tenho que ir para o trabalho mais cedo hoje.

Harry cochilava. Jorge deu um tapinha na testa dele, fazendo-o acordar assustado. O grupo saiu, deixando Harry, Gui e a Sra. Weasley sozinhos.

-Hum, mamãe, estava pensando... seria bom se Fleur pudesse vir jantar aqui um dia? Conhecer vocês?

Ela ficou pensativa por um momento. Pelo jeito ainda não havia superado a surpresa. Depois de refletir um pouco, ela suspirou e disse:

-Ela teria que nos conhecer de qualquer forma. Mas realmente acho que não seria uma boa idéia jantar aqui. Num restaurante no Beco Diagonal, talvez.

-Excelente! – exclamou, radiante – Ela vai gostar de ver você de novo, Harry!

-Eu? Porquê?

-Vai me dizer que você esqueceu que salvou a irmã dela, Gabrielle?

-Ah. - disse, recordando-se – Não foi bem necessário...

-Mas ela não se esqueceu disso até hoje. – falou, um sorriso no rosto

Carlinhos bateu na porta do número três. Fred e Jorge não pareciam impressionados com a aparência exterior da casa. Esperaram um pouco. Um vento frio começou a soprar. Kate abriu a porta, surpresa.

-Bom dia. – cumprimentou – Entrem!

O queixo dos gêmeos e de Carlinhos caiu.

-Vocês não são os primeiros a se surpreender. – disse Kate

-Caramba, é muito diferente! – exclamou Jorge

-Bem, - continuou ela – não podíamos Ter uma fachada arrumada aqui, não é? Seria suspeito demais.

-Evidentemente. – concordou o Sr. Weasley

-Papai e James estão na sala de jogos.

Ela os conduziu até lá. Carlinhos pareceu se interessar pelos quadros imóveis. Kate explicou que eram trouxas. Ela os introduziu pela porta dupla. James e Damien jogavam sinuca. James encaçapou a última bola, soltando um grito de triunfo.

-Papai... – chamou Kate

-Quê? Ah, olá Arthur! – disse, apertando a mão do Sr. Weasley, em seguida a do resto do grupo – Carlinhos, Fred, Jorge. James me disse que a loja de vocês é muito interessante.

-Obrigado. – agradeceram em coro

-Querem jogar uma partida de sinuca? – convidou James

Logo engataram em mais uma partida, assistida por Kate e Carlinhos, que prefiriram não jogar. Passaram um tempinho distraindo-se, até que um homem de barba extremamente longa apareceu na porta, acompanhado por Jane. Seus olhos cintilavam enquanto observava o grupo.

-Dumbledore! Não teve problemas com o Flu?

-Não, - disse animadamente – foi bem tranquilo. Estão jogando sinuca? É um dos meus jogos favoritos...

-Quer entrar na rodada? – perguntou Damien

-Talvez mais tarde. Vamos nos reunir primeiro? – sugeriu o velho bruxo – Alastor, Quim, Remo, Ninfadora, Héstia e Dédalo estão a caminho.

-Claro, o escritório é por ali.

Dumbledore e o Sr. Weasley sumiram pela porta, deixando os gêmeos e James terminando a partida de sinuca. Jorge era um pouco bom no jogo, ao contrário do irmão.Só quando uma bola de Fred acertou a testa de Carlinhos é que resolveram jogar algo menos perigoso.

-Olhe pelo lado positivo, - falou Jorge – sua testa estará enfeitada naturalmente!

-Por um galo, não é? – respondeu Carlinhos, esfregando o local acertado vigorosamente – Oh felicidade!

-Quer um pouco de gelo? – perguntou Kate

-Seria bom.

Ela foi até a cozinha, com Carlinhos em seu encalço. Abriu a geladeira e retirou uma boa quantidade de cubos. Pegou uma espécie de sacola de pano, e depositou o gelo ali. Foi até o rapaz, que estava sentado na mesa, a mão ainda esfregando a testa. Ela posicionou a bolsa em cima do galo.

-É frio demais! – exclamou ele

-O que você queria? – perguntou – A intenção é desinchar seu cabeção.

-Cabeção? Minha cabeça é normal. – exclamou ele, enquanto tirou a bolsa de gelo da testa.

-Que seja, mas aposto que vai ficar grande se não colocar o gelo. – comentou, empurrando a bolsa para a testa do rapaz. – Aí, Fred e Jorge não largarão do seu pé.

-Cabeção... – disse – ninguém me chama assim desde Hogwarts...

-Pelo menos não na sua frente. – respondeu Kate, rindo

Carlinhos sorriu.

Uma coruja bateu na janela da cozinha. Kate foi até ela e a abriu para que o pássaro pudesse passar. Ela pousou em cima da mesa, e estendeu a perninha. A garota desamarrou o Profeta Diário e pagou a coruja, que saiu logo em seguida. Folheou um pouco o jornal, até que sua atenção se prendeu em uma página.

-Carlinhos...

-Que foi?

-Notícias, do seu irmão.

N/A: Gente, acho que esse capítulo não está tão bom ... mas mesmo assim, comentem!!! Quero saber a opinião de vocês!!!