Capítulo 2 – À procura de Heero
Um Wufei sério escancara a porta assustando ao loirinho e à mim.
- O Heero... desapareceu!
Um soco no estômago junto com uma apunhalada no coração teria doído menos.
- O quê houve? – Quatre teve que falar por mim pois aparentemente eu perdi a capacidade humana da fala.
- Houve uma grande explosão na base e hoje o Heero só deveria ter feito reconhecimento e não começado a explodir tudo. – Conforme falava o rosto do chinês ia ficando cada vez mais sério – O Gundam dele ainda está no esconderijo, mas não recebemos qualquer sinal de Heero por cerca de quatro horas. A Base foi totalmente destruída e Heero sumiu.
O chão simplesmente sumiu, na verdade tudo ao meu redor desapareceu. A única coisa na minha mente eram as últimas palavras de Wufei. "A base foi totalmente destruída e Heero sumiu.", "...destruída e Heero sumiu.".
Não... não podia ser... Ele deve estar escondido em algum lugar. Ele deve estar vivo em algum canto. ELE TEM QUE ESTAR VIVO...
"... totalmente destruída e Heero sumiu" - DUO! - "Totalmente destruída e Heero..." - DUO! - "... destruída e Heero..." –DUO, ACORDA!
Só então percebo que Wufei estava me chamando. Aliás, não só me chamando como segurando meus ombros e me sacudindo.
Eu estava de joelhos, mas não me lembro de ter caído ou qualquer coisa. Parece que Quatre foi quem me impediu de cair totalmente e Wufei era quem tentava me trazer de volta à realidade.
- Duo, precisamos achar o Heero! – Wufei falou quando percebeu que eu voltava à realidade.
Então foi como se uma coisa explodisse dentro de mim. Sim, precisávamos achar o Heero e ajudá-lo. Do nada minhas forças voltaram e eu levantei rapidamente, como se nunca tivesse ficado doente ou à beira de ter um colapso.
- Onde é a base? – Quatre se espantou com a minha recuperação quase que instantânea, mas Wufei parecia esperar isso.
- Trowa já está passando as coordenadas para os nossos Gundams, ele ficará aqui nos passando as informações necessárias enquanto Quatre, você e eu procuramos por Heero.
Dito isso eu fui no armário e pequei a minha jaqueta preta, meu boné e as minhas pistolas. Enquanto isso Quatre e Wufei saíram, provavelmente para fazer o mesmo que eu: se preparar. Heero estava desaparecido e isso costuma significar duas coisas: ou ele havia sido capturado, ou ele se encontrava morto. Eu torcia para que ambas as alternativas estivessem erradas.
Quando cheguei ao improvisado "centro de informações" no escritório da casa Winner, somente Trowa estava lá, concentrado na tela do computador. Quando ele se virou pude ver o estrago que eu tinha causado nele, uma mancha roxa estava no lado esquerdo do rosto, perto da boca.
Ignorando o machucado, Trowa começou a falar normalmente.
- Já terminei de mandar as coordenadas da base para seu Gundam. Segundo as informações que recebi do satélite, a base está vazia, creio que não terão muitos problemas – Ele disse se virando para o computador. – Você e Wufei vão buscar por Heero enquanto Quatre procura pistas sobre o que aconteceu na base.
A escolha por Wufei em vez de Quatre para a busca dizia claramente o que se passava pela cabeça de Trowa. Para ele Heero provavelmente foi capturado e Wufei seria de grande ajuda.
- Trowa eu... eu sinto muito pelo soco.
Ele desviou os olhos do monitor e me encarou.
- Está tudo bem, se fosse comigo eu provavelmente teria feito o mesmo só que ao invés de deixar uma mancha roxa eu teria nocauteado. – Ele sorriu e eu fiquei chocado.
Trowa nunca foi muito de mostrar seus sentimentos, embora depois que o loirinho entrou na sua vida (e na sua cama) ele parecia bem mais relaxado quanto a isso. Mas o que me assustou foi o fato de que ele fez uma piadinha... Isso é incrível já que normalmente ele só fica calado.
Passado o susto inicial eu comecei a rir... Mas fui interrompido por Quatre e Wufei que acabaram de chegar.
- O papo ta bom, mas temos trabalho para fazer. – Wufei disse fingindo estar sério. Acho que me ver sorrindo o alegrou um pouco, não sei dizer ao certo.
- É verdade, ta na hora! – Eu disse, mas estava falando realmente sério.
Nos dirigimos para onde nossos Gundans se encontravam, mas não pude deixar de notar que Quatre ficou um pouco para trás, provavelmente para se despedir de Trowa.
Uma vez dentro do Deathscythe, eu pude ouvir a voz de Trowa:
- 02, Relatório...
- Tudo certo.
- Ok! Mantenha seu canal de comunicação com o 04 e 05 em aberto.
- Certo!
- Tragam eles de volta... – A Voz de Trowa estava séria. Ele estava falando tanto do Heero quanto do Quatre. Parece que Trowa está com um pressentimento ruim... Não posso culpá-lo, eu também estou.
Mas é a primeira vez que eu estou com medo...
A Base estava destruída não tinha qualquer movimentação. Na verdade a instalação destruída estava deserta.
- Duo! Melhor escondermos os nossos Gundans e fazer uma busca de campo.
- Você percebeu também, Wufei!
- Sim!
Para uma base que foi explodida à cerca de cinco horas a última coisa que se esperava é que ela estivesse vazia. Pelo menos aparentemente era isso que estava acontecendo.
- Duo, Wufei! Vocês poderiam averiguar a base? – Era a voz de Quatre – Eu preciso achar o Gundam do Heero.
- Ok. – Eu disse, mas eu queria mesmo era ver o Gundam Wing. Eu ainda tinha esperanças de que ele estivesse lá, são e salvo, só esperando a hora certa de voltar...
Entretanto, alguma coisa me dizia que eu deveria seguir o Wufei...
Enquanto eu e Wufei escondíamos nossos Gundans, Quatre foi com o Sandrock resgatar o Gundam de Heero.
Eu e o chinês estávamos escondidos, talvez houvesse guardas em algum lugar. Mas um barulho me tirou desses pensamentos.
O hangar destruído à nossa frente começou a fazer um barulho alto e todo o chão começou a tremer. O centro do hangar começou a se abrir, mostrando uma enorme porta, grande o bastante para que treze Móbile Dolls saíssem de lá.
- A base é subterrânea. – Murmurei e Wufei apenas assentiu.
- Duo, precisamos entrar lá.
- Não precisa falar duas vezes! – Eu disse já puxando minha arma e dando um sorriso de "a festa vai começar".
Depois que os Móbile Dolls saíram, nós entramos no hangar. Entrar por aquelas portas não seria sábio, afinar deveria ter um bando de gente olhando para lá.
- Deve ter uma outra entrada. – Disse Wufei confirmando meus pensamentos.
Achamos uma entrada no chão, no canto do hangar e entramos por ela. Nos vimos no meio de um corredor.
- Eu vou por esse lado, nos encontramos dos nossos Gundans. – Eu disse já seguindo pelo corredor, sem dar tempo para uma resposta. Não queria que Wufei tomasse as rédias da situação pois eu queria encontrar o Heero e Wufei provavelmente quer coletar informações para saber o paradeiro do japonês. Não que eu fosse contra isso, mas eu sentia certa urgência para achá-lo o mais rápido possível.
Continuei seguindo pelo corredor até chegar na última porta, a abri e me deparei com uma escada. Sem pensar duas vezes comecei a descer, vi quando a escada se fundia com uma outra que vinha da pista de pouso e decolagem dos Móbiles Suits.
Foi quando eu ouvi um grito. Não tinha como eu me enganar, aquele grito era do Heero. Corri feito louco com a arma já engatilhada pronta para matar o primeira que se meter na minha frente. Faz tempo que Duo Maxwell se fora, agora só restava o "Shinigami".
Dois guardas estavam na minha frente,mas eles não tiveram de entender nada: cada um estava com um buraco no meio dos olhos e caíam enquanto eu passava por eles.
Entrei por um portão e estava correndo pelas celas atirando nos guardas que entravam na minha frente.Um deles apareceu na minha frente e quando me viu seu rosto ficou branco. Era isso que significava ver a morte de perto e eu era personificação da morte.
Depois de deixar um rastro de cadáveres eu finalmente achei a cela onde Heero era mantido. Foi quando eu estanquei de puro choque...
Heero estava ajoelhado e o que o mantinha em desse jeito era as correntes nos seus pulsos presas ao teto. Suas pernas também estavam acorrentadas mas estavam presas à parede, de forma que ele não pudesse puxá-las para frente para dar um chute nem nada parecido. Sua cabeça pendia para frente como um morto.
Mas o que me chocou não foi como ele estava amarrado, mas sim o estado em que ele se encontrava. Por todo o corpo havia cortes, hematomas, arranhões e... mordidas. Sua camisa estava rasgada ao meio e sua calça jeans em melhor estado que a camisa, mas com várias manchas avermelhadas e aberta... Heero se encontrava quase nu.
Um som metálico me tirou do meu estado estático e busquei a fonte do som. Me deparei com um soldado segurando as próprias calças com uma mão e com a outra apontava a arma para a minha direção.
Tudo foi rápido demais. O soldado atirou enquanto eu me jogava pro lado apontando dando um único tiro nele. Senti uma pontada no meu braço esquerdo o que fez eu perder o equilíbrio e cair. Quando me recuperei do susto o soldado jazia imóvel no chão e meu braço sangrava pelo ferimento: a bala tinha passado de raspão, mas foi o suficiente para que o ferimento tivesse uma aparência pior do que realmente estava.
Me levantei e fui em direção do Heero. Conforme eu me aproximava meu coração ia sendo esmagado. Agora eu podia ver os ferimentos claramente e estes estavam piores do que quando eu vi pela primeira vez. Eles o tinham torturado até o limite da capacidade humana, mas fizeram isso de modo que ele não morresse ou sequer desmaiasse...
Me ajoelhei com as lágrimas já brotando dos meus olhos e afastei uma mecha do seu cabelo para poder ver o seu rosto. Eu não obtive nenhuma reação pelo toque, mas vi que ele ainda respirava. Heero ainda estava VIVO.
Mais uma vez Shinigami tomou conta de mim. Precisava tirá-lo dali e salvá-lo. Soltei a corrente que prendia os pulsos e ele tombou para cima de mim. Mesmo desacordado ele soltou um gemido de dor, ver a pessoa que amo sofrendo daquele jeito me destruía por dentro.
Depositei Heero no chão mas ele não parava de gemer de dor, seu corpo estava tenso. Qualquer movimento que eu fizesse, por menor que seja era doloroso demais para ele. Depois de colocá-lo no chão e livrar seus pés das correntes eu o coloquei nas minhas costas. Seu corpo reclamava de dor, mas o perigo ainda não tinha acabado. Eu precisava tirá-lo dali. Foi então que o barulho de uma explosão me tirou dos meus pensamentos.
O alarme estridente fora ligado. Um ataque! Uma distração!
Era o que eu precisava para tirar Heero dali. Com os Soldados ocupados seria mais fácil eu passar despercebido.
Antes de sair olhei para o corpo do último que eu tinha matado. Aquele filho da puta tinha um buraco no centro da testa. Eu apenas levante a minha arma e atirei nele mais uma vez, era uma forma de eu extravasar todo o ódio que eu sentia no momento.
Uma vez fora da base pude ver o que, ou melhor, quem tinha feito todo aquele rebuliço na base. Wufei, com o seu Gundam, atacava impiedosamente a base.
Nessa hora eu fiquei profundamente grato por ter wufei ao meu lado. Não sei como ele descobriu do que eu precisava, mas pouco importa agora. Agradeceria à ele quando o encontrasse. No momento, eu precisava tirar o Soldado Perfeito dali o mais rápido possível.
Quando cheguei ao meu Gundam, vi que a plataforma dele estava no chão, me esperando. Mais uma coisa que eu tinha que agradecer ao chinês.
Dentro do Dethscythe, eu tentei de tudo para Heero não sofresse mais do que já estava, mas aparentemente isso era impossível. O menor movimento, o menor contato era o bastante para que um gemido de dor saísse de sua boca. Ele estava no meu colo e eu rezava, depositava minhas esperanças num Deus que não acreditava que existisse, tudo para que Heero sobrevivesse e não sofresse mais.
Depois de acomodar Heero o melhor possível. Liguei meu canal de comunicação com o Shenlong.
- Wufei?
- To aqui!
- Heero está comigo e estamos voltando para a mansão. Saia logo daí antes que as coisas piorem...
- Não se preocupe – Ouvi uma explosão do outro lado – Já terminei meu trabalho. Estou voltando também.
- Wufei...
- Pode falar!
- Obrigado!
- Heh! Trate de levar logo o Heero para a mansão. Quatre já está lá esperando por vocês.
- Certo!
Eu comecei os procedimentos para voltar. Mas não sem escutar os gemidos de Heero... Aquele sofrimento todo estava me matando e o pior é que eu não podia fazer nada...
- Calma, amor... Logo tudo vai ficar bem...
Não sei porquê, mas precisava dizer isso. Chamá-lo daquele jeito não era do meu feitio, mas dizê-lo me acalmou um pouco. Não sei se foi imaginação minha, mas me pareceu que o corpo de Heero ficou menos tenso...
Quando eu e Heero chegamos na mansão, Quatre e Rashid estava nos esperando com uma maca. Quando desci do meu Gundam com Heero nos meus braços Quatre veio ao nosso encontro.
- Duo! Você conseguiu... – Ao ver o estado de Heero o sorriso do loirinho morreu. – Ele...
- Ele ainda está vivo. - Eu disse caminhando para dentro da mansão com Heero. Eu não iria colocar o Heero numa maca para depois colocá-lo numa cama. Qualquer movimento parecia que ele estava sendo rasgado pela dor.
Não olhei mais para Quatre, mas ele me seguia depois que deu instruções para Rashid providenciar o que precisaríamos para tratar de Herro.
Quando entrei na mansão encontrei Trowa. Ao ver o estado de Heero ele simplesmente fechou os olhos. Não sei o que se passou pela cabeça dele, mas eu não tinha tempo de descobrir.
Finalmente eu cheguei no meu quarto e depositei Heero na minha cama. Vi seu rosto se contorcer pela dor e depois ele se acalmou...
Mais uma vez retirei uma mecha de cabelo da frente dos olhos do japonês. Apesar de ter Heero de volta, eu ainda não me sentia aliviado. Eu temia por ele, temia e tremia. Eu realmente o amava, mais do que eu supunha que pudesse amar. Daria a minha vida de bom grado se eu pudesse apenas fazê-lo se sentir melhor.
Já era noite e luz da lua penetrou pela janela, iluminando o semblante daquela criatura que tanto amava. Apesar de todos os cortes e hematomas, ele estava ali, vivo. Me inclinei... Não pude me controlar, meu corpo agiu sozinho.
Dei um leve beijo naquele que tanto desejava. O contato com a pele quente acabou por me acalmar ao mesmo tempo em que meu coração batia acelerado e descompassado...
Não sei por quanto tempo eu fiquei assim, com meus lábios naquele leve toque, mas um barulho na porta foi o que me despertou. Virei e me deparei com um Wufei estupefato. Em outras circunstâncias eu teria rido e tiraria alguma piadinha da situação, mas eu mesmo não estava para piadinhas.
Eu apenas o olhei sem emoção alguma no rosto.
- Onde está Quatre?
O chinês ficou ainda mais chocado. Não sei se foi a frieza na minha voz ou o meu rosto livre de qualquer emoção, mas apesar disso ele respondeu.
- Ele está vind...
- Cheguei! – O loirinho apareceu na porta com Rashid logo atrás. Seu rosto demonstrava grande preocupação e seus olhos grande tristeza - Demorei porque eu não esperava que ele estivesse... nesse estado.
Quatre e Rashid colocaram os remédios, as gazes e toda a parafernália médica que trouxeram ao lado da cama.
- Rashid! Pegue a água quente. – Dessa vez o loirinho passou a parecer um médico de verdade. Nunca duvidei da capacidade dele, até porque vejo Quatre salvando vidas e não tirando. Só que a guerra acabou por torná-lo bom em ambas as coisas: curar e matar.
Me adiantei para ajudá-lo, mas Wufei me segurou.
- Ele dá conta. Além do mais Heero não é o único precisando de atendimento aqui. – Ele disse apontando para o meu ferimento.
Só agora me dei conta da dor do ferimento. A adrenalina e a pressa por salvar Heero, me fizeram ignorar
completamente o fato de que eu estava ferido.
- Eu estou bem. O tiro pegou de raspão. Além do mais isso não chega aos pés do que ele deve estar sofrendo. – Eu disse apontando para o ferido na minha cama.
- Quatre já está ajudando ele e você também precisa de cuidados, afinal o ferimento pode...
- EU NÃO ME IMPORTO! – Eu comecei a dizer entre lágrimas. O "Efeito Shinigami" tinha passado e agora todos os sentimentos acabaram por explodir dentro de mim. – Eu só quero ajudá-lo... Eu preciso fazer alguma coisa por ele... – Abaixei a cabeça para mais uma vez esconder meus olhos na minha franja.
Foi quando eu senti uma mão amigável no meu ombro. Levantei a cabeça e me deparei com um compreensivo Wufei.
- Apenas me prometa que depois que cuidar dele você deixará que eu cuide de você. – Ele disse secando as minhas lágrimas. Eu apenas assenti.
Fui ajudar Quatre a cuidar dos ferimentos de Heero. No momento, minha mente estava tomada por ele e tudo que eu consegui fazer foi seguir as instruções de Quatre. Tarefa que se tornava cada vez mais difícil.
À cada ferimento limpo outros apareciam por debaixo do sangue seco e toda a vez que iríamos limpar algum, o corpo do japonês se contraía de dor. Cada vez que eu via seu corpo se contrair, cada vez que ouvia um gemido de sofrimento sair de sua boca, eu mesmo me contraía, era como se eu fosse esfaqueado à cada contração, à cada gemido.
Não sei por quanto tempo eu iria agüentar, mas eu precisava. Meus olhos ardiam por eu tentar conter as lágrimas. Meu peito parecia estar sendo estraçalhado por dentro.
A camisa rasgada e suja estava no chão, assim como as calças estraçalhadas, pois Quatre as cortou para poder cuidas dos ferimentos das pernas, várias gazes sujas de sangue estavam junto da pilha de trapos. Heero agora estava limpo e com os curativos.
- Terminado! – Ouvi Quatre dizendo. – Rashid, coloque ela ao lado da cama.
Só então percebo Rashid entrando no quarto com uma cama dobrável. Olho para Quatre com confusão.
- Achei que você gostaria de dormir perto dele, por isso pedi que Rashid trouxesse essa cama depois de termos tratado do Heero... – Ele disse sorrindo, mas não era um sorriso de alegria, era um sorriso que só ele sabia fazer, um sorriso para dar forças à quem o visse.
Sorri de volta, tentando transmitir a mesma força que ele emanava, mas devido ao meu estado mental, não creio que fui muito feliz na tentativa...
- Vou pegar mais gaze e antiséptico. Volto já! – E ele saiu com Rashid, como sempre, atrás.
Olhei para a cama que Rashid trouxe, mas não queria me deitar nela, ao invés disso eu pequei a cadeira da escrivania e a coloquei ao lado da cama onde Heero se encontrava e me sentei.
Fitei ele... Eu apenas o observava. Ele estava pálido, tanto pelos ferimentos quanto pela luz da lua.
Toquei a sua mão. Precisava sentir ele, precisava sentir que ele estava ali. Como eu queria acabar com todo o seu sofrimento... Lá vinham elas de novo! Acho que vou desidratar de tanto que choro.
Deus! Eu o amava tanto e mesmo sendo rejeitado do jeito que fui esse amor não diminuiu, pelo contrário. Quase perdê-lo me fez ver que eu não conseguiria ficar longe dele. Mesmo ele não me amando, mesmo que eu não signifique nada para ele, eu ficaria ao seu lado, zelando por ele.
Foi nessa hora que Wufei entrou no quarto com os curativas na mão.
- Hora de cumprir a sua promessa, americano – Apesar do tom divertido da voz, seus olhos emanavam uma grande tristeza.
Eu sorri para ele. Um dos meu sorrisos clássicos.
- Prometi, tenho que cumprir...
Ele apontou para a cama e eu me dirigi a ela, me deitando. Ele pegou a cadeira que eu estava sentado, a colocou perto da minha cama improvisada e começou a limpar meu ferimento.
Apesar da dor, o contato com a cama e a possibilidade de descansar fez com que eu relaxasse e começasse a adormecer. Superestimei meu corpo pois já não conseguia mais me mover, o esforço fora grande demais. Mas antes que eu me entregasse ao sono ouvi um murmúrio.
- Eu irei cuidar de você...
Depois disso eu apaguei.
Caramba!!! Quando eu comecei a escrever esse capítulo eu não sabia ainda o que eu iria fazer com o Heero... Admito que a fic da Missão-chan, "Blurry Arc", me inspirou muito (pra não dizer totalmente). Isso pq é uma das minhas favoritas!!!!!!!!!!
Sobre o Wufei e o Duo: eu não sei se vai ter um 5x2 até pq essa situação apenas surgiu, não tive controle..... Por isso eu não posso afirmar nada.
Ah! Devo avisar que eu sou péssima pra terminar as coisas, por isso eu não garanto que eu vá terminar essa fic, mas vou me esforçar pra isso....... se bem que eu estou bastante empolgada com ela...
Bom! É isso.....
Obrigada a todos que leram... e podem criticar à vontade!!!!!!!!!!
