Ciúmes- II parte
Pressentimentos e reconciliação
POR: Ayummi Hinotto
Naquela manhã Kurama saiu bem cedo, queria chegar logo na faculdade para não mais pensar nos problemas que lhe afligiam, resolveu pegar um caminho diferente do que costumava fazer , foi pelo parque, passou pelas cerejeiras onde havia encontrado Hiei pela primeira vez, e passando ali um enorme pesar tomou conta de todo seu ser. Hiei o havia abandonado e isso o deixava triste e chateado. Não demorou muito e já estava na frente da universidade, todas as garotas nigens como sempre estavam aos seus pés implorando por uma simples dose de sua tenção, mas naquele dia Kurama estava chateado e isso o fez ficar de mau humor, mas como sempre sua gentileza e educação o precediam e rapidamente desfez-se de todas as garotas com uma desculpa aceitável e um caloroso sorriso.
Correu sem rumo durante a noite inteira pensando e repensando no quê havia acontecido naquela tarde do dia anterior e no porquê de seu amado ter feito aquilo, correu tanto que nem tinha se dado conta de que o dia havia amanhecido, e que depois de tantas voltas acabara por voltar justamente no mesmo lugar onde passava a maioria das suas horas, estava parado em frente a janela de Kurama, a janela que havia lhe trazido tanta alegria e bem estar, mas que agora o havia trazido um sentimento, que diferente dos demais que até então já havia sentido, conhecia muito bem, a dor. Pela primeira vez ele estava maldizendo o dia em que conheceu Kurama, mas é claro que isso só ocorria da boca para fora, na verdade o seu maior desejo naquele momento era estar junto de seu youko e tendo o pensamento de que tudo que havia presenciado não passava de um pesadelo causado pela sua insegurança com relação ao seu relacionamento com kurama. Mas infelizmente esse pensamento não se sustentou muito em sua mente, afinal tudo aquilo havia acontecido e nada poderia mudar isso. Neste momento sua cabeça estava lotada de pensamentos, vontades, sentimentos, e uma grande dor e pesar que lhe confundiam ainda mais o que em vão tentava ordenar, tentou mover-se dali e ir para outro lugar mas seu corpo não lhe obedeceu e acabou por subir na árvore e ficar ali parado pensando mais um pouco até tomar uma resolução.
Já passavam das 09:00 horas e estava perto do intervalo de 30min entre a aula de anatomia e a aula teórica sobre o funcionamento dos músculos cardíacos, Kurama estava perdido em seus pensamentos e apenas seu corpo estava presente naquela aula, uma vez ou outra quando finalmente parecia voltar para o presente momento kurama olhava para o relógio implorando mentalmente para que o sinal soasse e que todos saíssem para o intervalo e finalmente conseguiria ficar a sós com seus pensamentos.
Como num piscar de olhos o sinal tão esperado soa e todos descem para o pátio, a sala estava quieta, Kurama estava sentado em sua carteira exatamente como o início da aula, mas suas preces não foram completamente atendidas, ele não estava a sós na sala como sempre, havia mais alguém, e esse alguém ele conhecia muito bem, era Ioko , a única pessoa que kurama não gostaria de ver naquele momento.
-Perdoe-me Shuichi. – Essas palavras foram ditas num tom calmo e sereno mas onde podia-se observar uma certa dose de arrependimento.
-Não se preocupe Ioko, não foi culpa sua, na verdade adoraria poder neste momento jogar em cima de você toda a culpa que é minha, vai ver desse jeito eu conseguiria de algum jeito acalmar meu coração.
-Não é verdade, você não é o único culpado, eu também tive uma parcela de culpa em tudo isso, se eu não tivesse me desesperado tanto, se tivesse tomado o controle sobre meus sentimentos, eu jamais teria feit... suas palavras foram silenciadas pelos dedos delicados de Kurama.
-Não se culpe de algo que não merece ser culpada Ioko, o erro foi todo meu, deveria ter pesado as conseqüências quando aceitei a sua proposta, além de quê eu já imaginava que isso iria acontecer, afinal a conheço bem e sabia que a qualquer sinal de perigo iminente você se desesperaria e não suportaria tal pressão, o que acarretou nos acontecimentos de ontem. Mas o que mais me dói é saber que fui desleal para com Hiei, nós sempre juramos que jamais mentiríamos um para o outro e acabei por quebrar nossa promessa.
-....
-Tenho que consertar meu erro de algum modo, mas ainda não sei como posso fazer isso. Meu maior desejo neste momento é estar ao lado dele e dizer-lhe que todo o amor que tenho é somente para ele, e que ninguém jamais nos separaria. – Essas palavras foram precedidas por um forte soluço que e grossas lágrimas que kurama tentou conter pressionando seus delicados dedos nas lágrimas, mas foi em vão, pois Ioko já havia percebido e com um movimento delicado mas preciso abraçou seu colega e afagou seus cabelos, não podia acabar com a agonia que afligia seu colega mais ao menos amenia-la um pouco estava entre suas possibilidades.
E assim transcorreu o restante do tempo do intervalo, logo o segundo sinal soou e todos os alunos voltaram para os seus lugares. E assim seguiu-se o restante da manhã.
Enquanto tudo isso acontecia Hiei continuava perdido em meio aos seus pensamentos, estava tão entorpecido pelos mesmos que nem notou as horas passarem, e acabou por adormecer.
Chegou cansado e muito triste em casa, sua mãe o esperava como sempre, mas é claro que como mãe já havia percebido a tristeza que pairava nos olhos e na face de seu amado filho. Ao entrar Kurama gentilmente tentando não transparecer a tristeza que sentia deu um beijo na testa de sua mãe e disse-lhe que no momento não se sentia disposto á descer e almoçar com todos, e disse-lhe também que passaria o restante do dia em seu quarto, pois precisa refletir e estudar em um lugar calmo e silencioso.
Entrou em seu quarto e fechou a porta colocou seus livros sobre a escrivaninha e com passos curtos e calmos foi se encaminhando em direção ao banheiro, mas quando já estava próximo a entrada sentiu o ioki de Hiei. "Ele está aqui!" pensou Kurama para em seguida correr a janela para certificar-se de que seus pressentimentos estavam certos. Sim Hiei estava lá, deitado nos galhos dormindo como um anjo, mais que depressa Kurama saltou de encontro ao galho e pegou Hiei nos braços para em seguida leva-lo para a cama onde este ficaria mais acomodado e poderia descansar melhor.
Duas horas se passaram desde que Kurama havia encontrado Hiei deitado sobre os galhos, Kurama já havia tomado um bom banho e para surpresa de sua mãe desceu para buscar uma gostosa refeição, mas enfatizou que gostaria de privacidade o resto da tarde, afinal seu youkay estava ali em seu quarto e a única coisa em que pensava era aproveitar aquela prazerosa companhia, sua mãe concordou sem fazer nenhum questionamento e até deixou claro para seu filho que ela estaria a sua disposição caso sua ajuda se fizesse necessária, Kurama agradeceu gentilmente e mais que depressa recolheu uma gostosa refeição que havia preparado para seu youkay de fogo.
Chegando ao quarto pode perceber que Hiei ainda dormia, um sono pesado mas que lhe passava tranqüilidade, Kurama deixou a bandeja no criado mudo que fica ao lado da cama e sentou-se bem próximo a Hiei. Com delicadeza afagou os cabelos negros e a pele macia de Hiei, sentia vontade de beija-lo e abraça-lo com todo o amor e saudade que sentia para que nunca mais Hiei voltasse a deixa-lo. Derrepente Hiei abre os olhos e vê Kurama de olhos fechados bem em sua frente, e sente suas mão macias afagando-lhe com movimentos amorosos. Por um instante sentiu-se bem, protegido e amado entre os braços de sua querida raposa, mas logo lhe veio a mente a cena fatídica, e seu comportamento logo mudou, num único movimento brusco empurrou as mãos de Kurama e sentou-se na cama fitando o outro com olhar de poucos amigos. Kurama percebeu a fúria que envolvia aquele olhar e resolveu falar algo na tentativa vã de apaziguar as coisas:
-Tome – Disse kurama estendendo a bandeja para Hiei – Preparei seu almoço, ou melhor seu lanche já que já passam da 14:00horas, você dormiu bastante então pensei que quando acordasse estaria com muita fome.
-Não lhe pedi nada. Como vim parar aqui? Eu estava do lado de fora não estava?
-Perdão itooshi, não quis deixa-lo com raiva, só queria que se acomodasse melhor, afinal essa cama também é sua.
-Nada aqui é meu sua Raposa estúpida, nada!
-Não diga isso Hiei, tudo que está aqui é seu, inclusive eu. – essas duas últimas palavras foram ditas num sussurro, e podia-se ver uma lágrima tímida caindo pelo rosto de kurama.
-Se você fosse meu jamais teria feito o que fez Raposa, você me usou, sempre disse que jamais me deixaria e acabou por faze-lo! Isso eu não perdôo. Eu fui só mais um passatempo não foi Raposa? Diga! Para você eu não passei de um brinquedinho! Essas palavras foram ditas com todo rancor e rispidez que havia em Hiei.
-Não...Hiei não...
-Diga a verdade Kurama, não minta mais para mim!
-...Não é verdade Hiei, eu o amo e nada nem ninguém vai mudar isso. Por favor acredite em mim, você se tornou tão importante quanto o ar que respiro, sem você jamais conseguiria viver Hiei acredite!
-Que inferno Kurama! Por que você mente deste jeito! Para você eu sempre fui o outro não é? Eu ficava aqui me iludindo achando que eu realmente era amado por você enquanto você sua Raposa estúpida, ficava lá com sua namoradinha nigen não estou certo?!
Ao dizer isso Hiei começou a chorar compulsivamente, Kurama já não agüentando a tristeza que estava em seu peito a matar-lhe pouco a pouco, e ainda por cima ver Hiei pela primeira vez em toda a sua vida juntos chorar como uma criança que necessitava de proteção e carinho, correu e abraçou seu youkay de fogo o mais forte que pode.Hiei tentou se desvencilhar em vão, pois Kurama era realmente muito forte, e a cada investia de Hiei para se soltar Kurama abraçava-o mais forte.
-Me solte Raposa.
-Não vou saltá-lo até que toda essa estória seja esclarecida
-Não há nada para esclarecer Kurama, o que está feito, está feito. Eu vi com meus próprios olhos.
-Eu o amo itooshi, e ninguém pode mudar isso será que não entende o que estou dizendo? Hiei você se tornou a razão do meu viver, e sem você prefiro a morte! Se não puder tê-la ao meu lado nada mais fará sentido para mim e será melhor que eu morra, você entendeu Hiei será melhor que eu morra!
Ao ouvir aquelas palavras Hiei ficou paralisado com o tom forte com que elas foram ditas, ele podia perceber nas palavras de Kurama que ele estava falando sério e que estava cheio de convicção a fazer o pior caso algo mais grave ocorresse.
Hiei sentiu o que aquelas palavras significavam e tentando conter algumas lágrimas retribuiu o abraço de Kurama.
-Mas se me ama tanto quanto diz, por que se deixou beijar e abraçar por aquela nigen raposa? – Essas palavras já foram ditas num tom mais amável.
-Ah itooshi, fiz aquilo para ajudar Ioko, somente para isso, jamais em momento algum pensei em deixa-lo.
-Ajudar?e por acaso se ajuda beijando alguém daquele jeito Kurama?
-Koibito, deixa eu te explicar melhor...
Kurama começou a explicar a Hiei o real motivo daquele beijo, explicou-lhe que Ioko havia lhe pedido um favor, havia pedido-lhe que fingisse ser seu namorado para a sua mãe deixá-la em paz, pois ela não aceitava seu relacionamento com Itako, uma garota de sua sala. Explicado tudo a Hiei este se sentiu mais calmo e entendeu o motivo.
-Entendo. Por isso ela estava tão nervosa quando aquela velha apareceu.
-Hhaha..isso mesmo itooshi, ela só queria assim como nós deixar seu relacionamento seguro.
-Raposa não ria de mim!
-Não fique chateado itooshi...eu o amo e quero que fique ao meu lado sempre.
Ditas essas palavras ambos ficaram ali se olhando ainda abraçados.
-Não faça mais isso raposa. Por favor, eu não suportaria mais sentir toda a dor que senti, me prometa que jamais vai fazer isso de novo, prometa.
-Não se preocupe meu amor, não vou mais,isso eu posso te prometer.
Ao ouvir aquilo Hiei sentiu que seu coração estava mais calmo e que teve a nítida certeza de que sempre ficariam juntos. Com todo o amor e carinho que pairavam na atmosfera daquele cômodo, os dois se deitaram na cama e ficaram ali, sentindo a presença e os corpos um em cima do outro. E ali desejaram poder ficar para sempre. Mas o que eles não haviam percebido era uma figura, da qual só se podia ver uma sombra através da janela, era uma figura familiar, mas que tinha más intenções, uma risada abafada foi liberada e apenas uma frase foi dita:
-Vocês não perdem por esperar, logo logo toda essa felicidade acabará, isso eu lhes posso garantir.
Hiei sentiu uma presença maligna e muito poderosa e derrepente se desvencilhou dos braços de kurama e ficou a fitar a janela, mas nada havia lá.
-O que foi koibito? O que aconteceu?
-Senti uma presença maligna vindo dali de fora.
-Mas não há ninguém lá itooshi, vamos deixe disso, com certeza foi alguém que passou lá em baixo na rua.
-Ora não me subestime Kurama, sei o que senti e não foi nenhum nigen.
-Tudo bem itooshi, não vamos brigar por isso, venha deite-se aqui comigo, não tem nada ali, vamos aproveitar nosso tempo juntinhos.
Kurama disse aquilo com um olhar e sorriso maliciosos, Hiei entendeu aqueles sinais e um leve sorriso pode ser visto brotar de seus lábios. Ele resolvera seguir o conselho de sua raposa e parar de se preocupar tanto, deveriam aproveitar bem aqueles momentos de privacidade, afinal raramente os tinha. Iam aproveitar aquela tarde para se amarem muito.
-Isso mesmo Hiei, aproveite enquanto você pode, pois depois de hoje não terá mais toda essa felicidade.
Essas palavras foram proferidas pela mesma sombra, antes de desaparecer totalmente entre as copas das árvores.
Continua...
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Bjs Ayu-chan
