Ciúmes- III parte

Desespero entre carícias

Por: Ayummi Hinotto

Arrepios, gemidos, suspiros, tremores, declarações de amor...não havia palavras para descrever o que acontecera ali, naquele quarto durante toda a tarde, e a noite. Aquele dia os jovens amantes tiraram para se reconciliarem de vez e fazer sumir de uma vez por todas as incertezas e dúvidas que cercavam seu relacionamento.

Já estava amanhecendo, os primeiros raios do sol despontavam pelas brechas da janela e iam direto iluminar a cena mais angelical que já houvera em todo nigenkai. Kurama tinha seus braços em volta do corpo esquio e de pele macia do seu koorime, e este por sua vez estava com sua cabeça aconchegada entre o ombro e o pescoço de kurama, abraçando-o como uma criança faz com sua boneca mais preciosa, da qual ela jamais quer se separar.

Um raiozinho de sol toca levemente a delicada face de Kurama, numa caricia doce e terna, e acaba por dispertá-lo, abre seus olhos vagarosamente e aos poucos tornam a mente todas as cenas da noite anterior, os beijos, as carícias, as juras de amor trocadas entre ele e Hiei, e precedido por essas lembranças veio pairar nos lábios de Kurama um sorriso de satisfação e felicidade, respira fundo tentando absorver toda aquela atmosfera de amor, paixão e desejo que ainda pairavam no ar, sente um peso em seus braços e peito, com um movimento leve gira sua cabeça e se depara com o seu seu objeto de afeição, desejo, a pessoa que ele mais ama em todos os mundos, Hiei.

Uma tímida lágrima escorre pelo seu rosto, mas essa lágrima não era como as outras que havia derramado, eram lágrimas de felicidade, Kurama não cabia em si de tanta alegria, queria pular, saltar, e gritar para os quatro cantos do mundo que estava ali com o seu youkay de fogo.

Hiei estava belo, os raios do sol iluminavam seus negros cabelos e sua boca avermelhada, que podia ser tomada como um convite para um longo e delicioso beijo, e foi exatamente o que Kurama fez, beijou-o com todo carinho que tinha em sua alma, Hiei ainda um pouco sonolento retribui o beijo assustando kurama que esperava aquele beijo como um prazer solitário, afinal imaginava que Hiei dormia.

-Ohayo itooshi! Dormiu bem?

Um leve sorriso pode ser visto nos lábios de Hiei.

-Não.

-O que? –Disse Kurama surpreso

-Não dormi bem... dormi maravilhosamente bem! Você me deixou cansado Kurama, nunca pensei que alguém pudesse me deixar tão exausto dessa maneira.

Uma gargalhada pode ser ouvida por todo o cômodo.

-Eu te deixei cansadinho?! Isso é bom, mas você ainda não viu nada.

-Raposa!

Podia-se notar suavidade e desejo no que Hiei acabara de falar. Os dois ficaram ali abraçados trocando olhares cúmplices e apaixonados. Hiei acariciava as belas madeixas carmim que exalavam um indescritível perfume de rosas, enquanto a bela figura de pele alva e macia, percorria com seus dedos ágeis todo o tórax trabalho de Hiei. Os corações batiam aceleradamente em uma harmonia nunca dantes vista, era um momento de extremo amor e compreensão. Os amantes se entendiam apenas pelo olhar, sem a necessidade de palavras. O ambiente estava propício e convidativo a mais algumas horas de pura entrega de seus corpos ao prazer e amor intenso, quando um chamado os fez parar.

-Suuichi, poderia descer aqui meu filho?

-Claro mãe! Desço em um minuto!

-Hnf.

-Desculpe itooshi, já já eu volto!

Ao dizer aquilo Kurama beijou Hiei e rapidamente se vestiu e desceu para atender ao chamado de sua mãe. Hiei, é claro, ficou chateado com aquela interrupção, mas sabia que não podia dizer nada, afinal aquela nigen também era muito importante para sua raposa.

Já estava deitado naquela cama desde o dia anterior, tudo bem, aquela cama sempre lhe dava alegria, prazer e bem estar, mas definitivamente não poderia ficar deitado ali para sempre. Resolveu ir ao banheiro e tomar um bom banho, assim quando Kurama retornasse, encontraria-o limpo e mais do que nunca disposto a satisfazer a todos os desejos daquela raposa fogosa. Levantou-se da cama, espreguiçou-se demoradamente e com passos curtos e preguiçosos dirigiu-se até a janela. O dia estava bonito, ensolarado e mostrava-se um poço de possibilidades infinitas para os casais apaixonados, é claro, que para Hiei, aquele dia não passava de mais um dia comum, como outro qualquer. Olhou a movimentação dos nigens lá em baixo,estranhou, pois a rua estava deserta, não havia ninguém, mas não perdeu tempo pensando no porquê, fez uma careta de desagrado, afinal já imaginava que com um dia tão lindo como aquele, certamente Kurama iria lhe propor uma volta pelo parque. Fechou as cortinas e dirigiu-se ao banheiro.

Ligou o chuveiro e ficou em pé embaixo do jato d'água, que mais parecia uma massagem de tão relaxante que era.

Kurama desce as escadas e procura pela sua mãe. Olhou na sala e não a encontrou, foi a cozinha e nada , percorreu todos os cômodos da casa e nada de sua mãe, resolveu voltar a sala para certificar-se de que não havia esquecido de olhar por lá, mesmo tendo certeza de que já o fizera. O seu coração estava cada vez mais angustiado, estava ali, parado em meio a sala tentando entender não só onde estava sua mãe, mas todos da casa, pois enquanto fazia sua busca notou que na casa só estavam ele e Hiei. O desespero dava menção de querer chegar, estava com a cabeça baixa, seus braços cruzados e em seus olhos já se notava a formação de algumas lágrimas, mas tentava controlar-se ao máximo quando ouviu:

-Suuichi meu filho! Estou te esperando por que esta demorando?

Kurama ouviu aquele chamado estático, tentando saber de onde vinha a voz de sua mãe. Após alguns segundos percebeu que o som vinha do jardim, "claro, o jardim! Por que não pensei em procurar lá." Pensou ele dirigindo-se ao jardim. Chegando lá viu sua mãe, irmão e padrasto de costas para ele.

-O que estão fazendo no jardim? – Perguntou Kurama

-Estávamos te esperando meu filho, por que demoro tanto? Desse jeito você só vai adiar o inevitável.

Aquelas palavras foram ditas num tom que Kurama jamais havia escutado ser pronunciado pela sua mãe. Ela falava com sarcasmo e ódio. Mais que rapidamente seu coração se apertou, e aquele mal pressentimento de antes voltara com mais intensidade ainda, começou a suar frio e suas pernas tremiam.

Tinha terminado seu banho e estava com a toalha enrolada em sua cintura, exatamente do modo como Kurama havia ensinado. Parado diante do espelho pegou aquele objeto de pontas finas que Kurama passava nos cabelos, lembrou que aquilo se chamava "pente" e que servia para arrumar os cabelos, não entendia a necessidade daquilo afinal, para que pentear os cabelos se iria desarruma-los depois?! Aquilo não fazia sentido, mas como era para agradar sua raposa faria o "enorme sacrifício" de pentear-se. Penteou a primeira mecha de cabelo, iniciou o mesmo com a segunda mas o pente ficou preso, pois seu cabelo estava muito embaraçado, entre puxões e pontadas de dor, acabou desistindo e olhando para o espelho. Fez uma careta, o pente estava preso em seus cabelos e sua tentativa de retira-lo dali falhara.

-Hnf! Eu deveria derreter essa coisa, mas a raposa gosta tanto de usar isso...

Em meio a resmungos percebeu uma presença que se aproximava, deveria ser sua raposa, não tinha certeza pois estava tão absorto na "luta" contra aquela coisa cheia de pontas que estava na sua cabeça, que não prestou atenção. Correu para o quarto mas chegando lá foi pego de surpresa por uma força que o paralisou e de um golpe só o levou ao chão. Tentou inutilmente levantar-se, percorreu todo o cômodo com os olhos mas não havia ninguém ali. Neste instante Hiei sentiu que a presença de sua raposa estava sumindo aos poucos, a raiva já se instalava, aquele pente no cabelo, não saber quem ou que o havia atingido e ainda por cima o yoiki de Kurama desaparecendo o estavam deixando louco.

O que está acontecendo aqui?

Uma gargalhada ecoou, um vento gélido o envolveu enquanto presenciava a transfiguração das pessoas a sua frente.Os corpos de sua mãe, seu irmão, e seu padrasto estavam se desfazendo e dando lugar a seres de aparência maléfica, aparência esta, que conhecia perfeitamente, aquelas criaturas só poderiam vir do makai. Deu um passo a frente, mais rapidamente foi preso por correntes muito fortes que o impediam de se movimentarem, debateu-se na esperança de livrar-se das mesmas, mas, sem êxito. Tentou transformar-se para sua forma de youkay e para sua surpresa não conseguiu. Notou que aos poucos suas forças iam se esvaindo e suas pálpebras estavam ficando pesadas, não estava mais agüentando ficar de olhos abertos.

Sentiu uma dor dilacerante em seu abdome, olhou para cima e viu uma das criaturas a atacar-lhe, esmurrava seu estômago e seu rosto. Por que faziam aquilo? Quem eram eles? O que estava acontecendo? Essas eram perguntas que Kurama tentava encontrar a resposta, mas nada que fizesse sentido lhe vinha a mente. Foi neste instante que sentiu que seu peito estava sendo cortado por seus agressores, seu tórax sangrava muito, estava perdendo seus sentidos, só havia uma única coisa a ser feita antes que desmaiasse:

-Hiei!!!!!!

-Cale-se!- disse um de seus agressores que deu um último golpe em sua nuca, fazendo Kurama perder totalmente seus sentidos. Foi posto no ombro de uma das criaturas e foi levado para um lugar desconhecido.

Hiei lá em cima tentava se libertar quando ouviu:

Vais ficar só demônio maldito! Não permitirei que tenhas nenhum tipo de felicidade nem neste nem no outro mundo!

Hiei ouvia aquelas palavras impaciente, aquela força poderosa que o impedia de se levantar, aquela voz que lhe falava, nada fazia sentido, até que lembrou do acontecimento do dia anterior. Havia sentido a presença de alguém próximo ao lugar onde costumava ficar esperando Kurama. Começou a raciocinar quem poderia estar fazendo aquilo quando ouviu o grito de Kurama chamando por seu nome. Notou o desespero naquele chamado e a dor nele presente. Suas tentativas de se libertar tornaram-se mais ávidas. E para sua surpresa após ouvir os gritos de Kurama a força que antes o impedia de se levantar não mais o prendia ao chão, aquela presença havia sumido, mas junto com ela sumiu a de sua raposa.

Pulou a janela que dava acesso rápido ao local onde havia sentido a presença de Kurama, o jardim. Chegando lá não havia nada nem ninguém, o tempo havia mudado, estava tudo escuro, o céu totalmente tomado por nuvens, anunciando que uma grande tempestade se aproximava, um vento frio tocava sua pele e uma culpa enorme tomou conta de todo seu ser. Gritou por Kurama e só obteve como resposta um silêncio aterrorizador. Seu coração apertado, seu corpo que não respondia a seus comandos o fizeram cair de joelhos na grama, estava confuso e furioso, numa tentativa desesperada de retomar o controle sobre si socou o chão o mais que pode.

A chuva pesada caia sobre seu corpo, seus olhos voltados para o chão e seu pensamento com o único objetivo de resgatar Kurama.

Continua...

Nota: Oie!!! Está fic é o meu presente p a D. Espero que goste!!!!

Nota2: Desculpe se os fatos não condizem com a estória de Yu Yu, é que não assisti ao anime..¬¬.... e estou escrevendo baseada nos resumos que já li a respeito , mas vou me informar mais para melhorar em 100 esta fic!

Nota3: afê! Quantas notas...acho q vcs já estão cansados, mas vou dizer assim mesmo...hehhehe...desculpe a demora, é q estava sem inspiração e, bom, tempo n é uma coisa q se pode comprar no supermercado né!

Por Ayummi Hinotto

Novembro/2002