Ciúmes – Parte VI

O poder de uma lembrança Por: Ayummi Hinotto

Entrara pela árvore, e viu-se flutuando em meio ao mais absoluto escuro e silencio, mas, sentiu-se de certa forma à-vontade, como se aquele lugar lhe fosse familiar. Deu uma checada rápida com os olhos pelo lugar, para certificar-se de que não havia nada que lhe fosse hostil. Ouviu o som de uma voz, a mesma voz que a pouco tempo o aconselhara, levou a mão ao bolso, e de lá pegou uma pequena adaga, o toque com o objeto foi mais do que necessário para faze-lo parar e fitar com muito cuidado o que estava em sua mão. Era uma adaga que tinha sua bainha de ouro cravejada de esmeraldas, com uma pequena inscriçãoEssa adaga havia lhe sido dada pela sua raposa, como presente de natal, não sabia bem o porquê, mas, ao toca-la as lembranças daquele dia lhe vieram a mente.

- "... vamos Hiei! Abra!!"

- "oras raposa! Mas por que tenho q abrir esse embrulho idiota?"

- "Não me faça essa desfeita Hiei! Abra, sei que você vai gostar, eu mandei fazer com tanto carinho..."

- "esta bem, esta bem, eu abro esse embrulho idiota. Hunf"-Hei contrariado abriu o embrulho que havido sido entregue por Kurama. Não sabia porque Kurama insistia em enche-lo de caixas enroladas com um papel engraçado, mesmo sabendo que ele detestava receber presentes.

-"Então? O que achou?

-"Kurama mas isso fez isso?"

-Você gostou?! Bom, pela sua cara acho que sim. Essa adaga eu mandei forjar num antigo ferreiro amigo meu. E a bainha, o que achou dela?"

Hiei estava tão atônito que nem havia percebido os detalhes da bainha, olhou com mais atenção e viu ali, em meio as esmeraldas cravejadas, uma pequena inscrição: "Itooshi, para que sempre se lembre de mim. De seu Kurama".

-"Kurama, eu...não sei o que dizer...você...Arigatou..."

Foi a primeira vez que Hiei agradecia a alguém por algo que havia recebido,e era também a primeira vez que Kurama via seu youkai com aquela expressão de felicidade estampada no rosto. Lágrimas rolaram dos olhos cor de esmeralda e nada mais foi dito, aquelas duas almas se entendiam apenas pelo olhar, ambos sabiam que o amor que sentiam um pelo outro era muito grande, e apenas a companhia um do outro era suficiente para faze-los felizes"

-Lembrando de coisas boas Hiei?

Hiei foi pego de surpresa, estava tão concentrado e absorto em suas lembranças que não havia percebido a aproximação de ninguém.

-O que... mas... como você sabe disso? E quem esta ai?

Gargalhadas foram ouvidas.

-Ora Hiei, sua expressão agora há pouco era de uma felicidade imensa. Me diga, lembrando de dias felizes?

-Pare com isso seu idiota! E afinal de contas, quem é você, como sabe meu nome?

-Hiei, ouça-me com atenção. Agora não temos tempo para muitas explicações. Você quer salvar o Kurama não quer?

Hiei estava atônito. Essa voz misteriosa o conhecia mais do que ele queria, sabia de suas lembranças, de seus desejos, e da pessoa que mais amava em todos os mundos. Mas resolveu parar para ouvi-lo, afinal, já tinha ido ate ali, não tinha mais nada a perder.

-Sim, é isso que eu quero. E como você pode me ajudar?

-Bom, estamos progredindo agora.

-Humpf!

-Escute Hiei, as lembranças que você acabou de ter não foram em vão ou mera coincidência, elas te serão muito úteis para salvar a pessoa que você ama.

-Como assim?! Você esta querendo me dizer que essa lembrança foi você que fez aparecer naquela hora?

-Sim.

-Como você ousa! Seu imbecil não te dei liberdade para ficar mexendo com meus sentimentos! É assim que pretende me ajudar!?

-Perdoe-me mas foi necessário. Hiei, Kurama esta preso num lugar pior que qualquer calabouço, sofrendo as piores torturas que alguém poderia sofrer. Ele esta preso em sua própria mente.

-Em sua própria mente? Como isso pode ser?!

-Ele foi aprisionado em sua mente por alguém que não quer que ele esqueça.

Aquilo tudo soava como loucura para Hiei, como pode alguém querer aprisionar sua raposa, tão meiga, gentil e encantadora? Até ele sabia que era um crime prender aquele ser tão exótico e selvagem.

-Quem está fazendo isso?

-...

-Responda!! Quem esta fazendo isso?

Hideioshi havia sido pego de surpresa por aquele youkai, mal teve tempo de processar a melhor resposta e sua boca impulsivamente respondeu "Kuronue".

-Quem?

-Isso mesmo Hiei, mas não o culpe, isso tudo foi uma mera fatalidade ele..

-Mera fatalidade..?Você chama isso de "mera fatalidade"? – Disse Hiei num tom que mistura sarcasmo e ódio.

-Isso mesmo, Kuronue sofreu muito no dia em que sacrificou-se para que Youko-kurama conseguisse se salvar. E desde esse dia, ele ficou com uma fixação em obter o grande amor de sua vida depois que aquilo tudo tivesse passado.

O youkai parado em meio ao nada se pegou num estado de extremo nervosismo, ódio, duvidas e um sentimento que havia conhecido a pouco tempo, porém, ele já conhecia muito bem, o ciúme. Hideioshi se esmerava em contar-lhe que Kuronue dera sua vida por Kurama quando eles roubavam jóias mágicas no Makai e acabaram sendo perseguidos pelos protetores das mesmas. Porém, de todas as palavras que ele pronunciara até ali, as que mais lhe feriram foram "obter o grande amor de sua vida". Ele sabia que Kuronue havia sido um grande amigo e parceiro de Youko-Kurama no passado, mas aquilo lhe fez sentir uma pontada fina em seu coração, mesmo sabendo que Kurama nunca tinha se envolvido com seu antigo colega, sabia, sentiu ciúmes de não ter tido oportunidade de construir um passado ao lado de sua raposa.

-Já chega! –disse Hiei com ar de contrariedade – Me leve ate esse Kuronue, quero levar Kurama daqui o quanto antes.

-Mas ainda não acabei de explicar tudo, deve esperar mais...

-Não! Não quero nem vou esperar mais, vim aqui com um propósito e quero cumpri-lo logo! –Enquanto dizia isso a lembrança de uma tarde com Kurama lhe veio a mente, e como um passe de mágica viu-se num corredor enorme e apenas iluminado por algumas velas suspensas. Em estado de alerta como de costume, Hiei observou o novo cenário e chamou pelo homem que a pouco estava a lhe contar tudo o que se passava, mas não houve resposta. Porém, achou ate melhor não ter a companhia daquela estranha criatura, ele mais o distraia do que, de fato, ajudava.

Hideioshi voltou do transe que se encontrava num estalo. Estava num quarto escuro, rodeado por velas, e suava bastante, abriu os olhos e vislumbrou que estava de volta ao seu lugar. Foi neste momento que pensou: "Ele é mais forte do que pensei. Acho que finalmente meu mestre será salvo."

Kuronue estava sentado num trono, no final de uma enorme sala, onde enquanto bebia uma taça de vinho admirava a beleza de sua mais nova aquisição, Kurama. Sim, sua vida estava quase completa pensava ele, agora só faltava acertar um último detalhe, matar Hiei que certamente seria um empecilho para a sua plena felicidade. Porém, sentia-se satisfeito em ter aquela visão a sua frente, e isto o fez esquecer por um tempo os planos d assassinar aquele youkai que ousara roubar seu amado.

Kurama encontrava-se sentado no chão encostado a parede, olhava fixamente para algo que nem mesmo ele sabia se estava de fato enxergando. Desde que sentira uma dor lascinante em sua cabeça estava num local escuro, onde ouvia vozes conhecidas e recebia ordem de uma delas que lhe era, em sua opinião, conhecida e querida, porém, autoritária.

O frio imperava neste local lúgubre, sentia-se confuso, pois tinha a nítida impressão de que ele não deveria estar ali. Neste momento,viu um fresta de luz iluminar um canto onde estava depositado um objeto estranho. Examinou com cuidado e sem ao menos ordenar as idéias falou: "Xícara... essa é...minha...Xícara". Assustou-se, porém não teve tempo de relembrar mais nada, pois a mesma voz autoritária lhe fez sentir novamente a dor de algumas horas atrás e tudo voltou a ficar escuro e confuso.

Já haviam se passado duas horas desde que chegara ao corredor, aquele corredor infindo pensava Hiei, pois quanto mais andava mais parecia que ainda tinha por andar. Já estava ficando impaciente, não sentia a presença de sua raposa, nem de guardas.

-Merda! Onde se meteram todos? E que lugar estranho é esse que me enfiaram?

Transtornado era a palavra certa para descreve-lo naquele momento. Depois de tantos acontecimentos, caíra em outro lugar que querendo ou não, lhe dava arrepios e ráiva. Tivera seu final de semana especial com sua raposa interrompido, e agora via-se na obrigação de adentrar no território de alguém que, por ter seqüestrado Kurama, tornara-se seu inimigo número um. Tivera um pente preso em seu cabelo durante horas. Ah! O que mais poderia lhe acontecer? Continuaria vagando pelo corredor, ate que encontrasse alguma pista que o levasse ao local onde estava Kurama.

-Onde quer chegar?

-Hã?!

-Perguntei onde quer chegar! – Falou uma voz que surgira do nada. Já estava se acostumando com aquelas vozes que apareciam do nada, afinal, foram justamente essas vozes vindas de "não se sabe onde" que o levaram aquela situação.

-Quero chegar ate o tal Kuronue.

-Hum... você é o famoso Hiei.

-Como sabe quem sou? Humpf...não fala não..todo mundo aqui já parece me conhecer... mas vamos ao que interessa, eu quero saber onde acho esse Kuronue ai.

-Apressadinho e irritado..é, é o Hiei sim.

-Vamos! Pare de falar asneiras e me fale! Onde posso achar o Kuronue?

-Calma Hiei...Tudo tem seu tempo..não se preocupe..o seu está para chegar também....

-O que quer dizer com isso?

-Você vai entender quando chegar a hora certa...No momento, eu só posso lhe desejar boa sorte..porquê andando, que assim, encontrará seu destino...

-Quem é você? Por quê está falando essas coisas? Onde estou?

-Já falei..Você logo vai saber...

falando isso, a misteriosa voz sumiu deixando Hiei novamente só, e mais irritado ainda naquele momento.Por quê aquilo estava acontecendo? Porquê no meio de tantos seres, pegaram justamente sua preciosa raposa? Por quê estava tendo lembranças dos dias felizes que passara com Kurama? Aquelas lembranças felizes agora estavam parecendo mais um vídeo de despedida que agora deixava-o angustiado.Mas porquê? Essas e muitas outras perguntas e pensamentos não paravam de vir em sua cabeça e ele não podia pensar em outra coisa desde que chegara aquele corredor senão:Kurama..minha raposa...aconteça o que acontecer...eu irei buscá-lo....

Continua...

P.S.:Gente! Como vão vc's? sou eu de novo, a Ayummi! Eu estou falando com vc's hoje para contar que (apenas nesse capítulo) por motivo de força maior, a minha mana You-Chan escreveu na fic a partir da fala "-Vamos! Pare de falar asneiras e me fale!..." . Agora, minhas palavras de sempre: Espero que estejam gostando da fic! Era só! Críticas são muito bem vindas! Tchau!

Por Ayummi Hinotto