Queria dedicar este capítulo a minha amiga Aya no Miko (Tá vendo, essa parte não demorou tanto ^__^). Boa leitura!!!!!!

Destino - Capítulo 2

No intervalo das aulas fui direto pra sala de informática. Não contei, mas sou uma excelente hacker. Claro que não uso minhas habilidades com tanta freqüência, mas agora precisava delas. Sentei no último computador do local para que ninguém visse o que eu estava pesquisando.

Bem, ao trabalho. Passei uns bons quinze minutos procurando por alguma coisa que tivesse a palavra Weiss no meio. Foi quando achei uma informação de alguns meses atrás de que um grupo terrorista com esse nome estava aterrorizando o Japão. Resolvi checar.

Aquela informação era mínima, parecia que a polícia estava querendo encobrir o caso. Foi quando uma imagem de um homem veio a minha mente. Alguém o chamava de...Su...Suichi...Suichi Takatori!!! Ótimo!! Procurei por informações sobre esse nome e achei a foto dele. Também algo sobre grupos especiais de operações. Entrei nesse link e achei algo todo criptografado e pedindo a senha. Hora de colocar minhas habilidades em ação.

Coloquei um dos programas que criei para quebrar códigos. Logo um nome piscava na tela. "Kritiker". Pedia um nome de acesso. Coloquei Weiss e então uma página enorme abriu. Continha fichas dos integrantes desse grupo.

Devo confessar que o que li me assustou. Muito. Tinha detalhes da vida de cada um, desde o verdadeiro nome do ruivo, que era Ran, até que Ken havia sido quase morto após ter sido expulso da J-league. Mas o que mais me impressionou foi a ficha de Omi. Meu Deus!! Ele tinha sofrido tanto!!!

- Você está aí Seika!! - ouvi a voz de Hana se aproximando. Rapidamente fechei o diretório. Bem a tempo - Te procurei por todo o lugar!! O que estava fazendo?

- Estava...pesquisando...uns livros novos...é isso! Uns livros novos! - disse. Eu sei que sou uma péssima mentirosa. Mas parece que ela deixou passar dessa vez.

- Bom, vamos que daqui a pouco o sinal vai bater.

- Hai.

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Eu pensei que minhas preocupações iriam ficar pra outro dia. Parece que não. Adivinhem quem encontro na porta do colégio na hora da saída?

- Omi...

- Olá Seika-chan... - ele parecia meio intimidado por vir falar comigo. Também, depois do que vi ele fazendo e do que falei, ele deveria ficar assim!

- O...que faz aqui?

- Podemos conversar...a sós? - disse se referindo a Hana que estava do meu lado.

- Bom, eu já estou indo né? - disse ela saindo. Mas antes de ir embora sussurrou em meu ouvido - Me conte tudo depois ta? - me senti corar.

- Bem...o que você queria falar comigo?

- É...sobre ontem...

Imediatamente me sentir enrijecer. Ah não!!!! Senti que ia "sair do ar". Dito e feito. Logo me senti flutuar e vi meu corpo em frente com o de Omi. Ouvi minha voz respondendo-lhe:

- Falaremos sobre isso...mas com os outros junto...

- Cla-ro...venha comigo.

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Ao chegar na Koneko, senti os olhares dos outros três caírem sobre mim. Mas parece que o outro "eu" não estava preocupada com isso. Ela passou por eles e disse calmamente:

- Vamos conversar lá dentro.

Sem hesitar os quatro me seguiram, ou melhor, seguiram ela (nem sei mais quem é). Entramos numa espécie de sala com um sofá, um computador e uma enorme tv. Me ouvi dizer:

- Então é aqui que vocês recebem as missões...

- Que tal começarmos por isso? - disse Yoji meio nervoso - O que você sabe sobre nós?

- Tudo. E Seika também.

- Porque você fala como se não fosse Seika? - inquiriu Omi.

- Simplesmente porque não sou ela.

- Quem é você de verdade? E o que quer? - perguntou o ruivo que parecia meio descontrolado.

- Não se exalte caro Ran. - vi claramente seu rosto tomar um choque. Assim como os outros.

- Do...que você...me chamou?

- De Ran. Não é esse seu nome?

- O que você quer de nós? - falou Ken, se pronunciando pela primeira vez.

- Vim dar um aviso. Uma espécie de alerta.

- Então esse tempo todo você estava apenas tentando se aproximar de nós? - perguntou Omi meio decepcionado. Senti-me angustiada, queria gritar-lhe que aquela ali não era eu!

- Não é verdade. Seika não sabia que isso ia acontecer.

- Quem é essa Seika que você tanto fala? - perguntou Yoji acendendo um cigarro.

- Este é apenas o corpo dela. Podem me chamar de Dora.

- Dora?

- Sim. - e vi meu rosto sorrir serenamente. Meu Deus, isso está ficando surreal!!

- Qual alerta você queria nos dar?

- Prestem atenção. Na noite em que Ártemis se refugiar nos braços de Apolo e Ares entrar em seu domínio, alguém vai morrer.

- Do que diabos você está falando? - disse Ken.

- Prestem atenção!!! Um e apenas um Weiss irá morrer pelo Brutus do seu coração.

- Um Weiss? Você está querendo dizer que um de nós irá morrer? - inquiriu Ran.

- Sim. Estejam preparados.

- Esperamos por isso todos os dias. Faz parte dos riscos da nossa...profissão. - disse Omi. Eu me assustei com a frieza dele.

- Eu sei. Mas essa morte não será "acidente de profissão".

- Isso tudo é besteira. Você acha mesmo que...ai!! - pude ver Yoji gritar de dor. Uma mancha vermelha aparecia no seu ombro.

- Yoji-kun você está bem?

- Mais ou menos...

- O ferimento reabriu! - informou Ken nervoso.

- Deixe-me ajuda-lo. - e então meu corpo se aproximou e pegou na sua mão - a dor física é apenas uma provação da experiência terrena. Você já passou por tanto sofrimento nessa vida não é mesmo Yoji Kudou? - ela afastou-se dele. O homem constatou de olhos arregalados que a mancha sumira. Ele mexeu o ombro sem qualquer dor.

- Mas...como?

- Preciso ir. Voltaremos a nos falar. - com isso meu corpo encostou-se no sofá e fechou os olhos. Me senti voltando à realidade. Tudo escureceu.

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Abri os olhos. Onde estava? Sabe quando parece que tem alguém te encarando? Pois é. Percebi que realmente havia alguém me encarando. Uma não, quatro.

- Você...está bem? - perguntou Omi com o semblante preocupado.

- Onde...estou?

- Nos fundos da Koneko. - informou Aya.

- Ah...e como vim parar aqui?

Eles me encararam surpresos. - Você realmente não sabe? - disse Yoji desconfiado.

- Me lembro de estar na escola falando com Omi e depois...

- Depois?

- Mais nada. Eu...fiz alguma coisa estranha?

- Muitas. - respondeu Ken naturalmente.

- Ah é? - me levantei abruptamente. Seja o que houve, não podia ficar ali nem mais um minuto. Aquelas revelações da manhã ainda estavam entaladas.

- Aonde vai?

- Pra casa. Adeus.

- Espere. - o ruivo me segurou pelo braço - Você pode fingir, mas sei muito bem que nos viu ontem.

- Vi sim! E daí? - me desvencilhei dele. Foi quando flashes vieram a minha mente. Via ele mais jovem correndo na chuva. Tudo começou a rodar. Então uma jovem fora atropelada e ele gritava por ela, desesperado. Tentei me apoiar em algo para não cair.

- O que aconteceu? - disse Yoji me segurando.

- Você... - os gritos recomeçaram. "ASUKA!!!!!! ASUKA!!!!!!". Aquilo estava começando a me deixar doente. Me afastei dele rapidamente. Mas pareciam dispostos a me cercar.

- O que foi? - perguntou o moreno. Mais imagens vieram. Dessa vez ele apanhando e havia fogo em volta. Muito fogo.

- Por favor...fiquem longe de mim!!!! - implorei com lágrimas nos olhos.

- Mas...porque? - disse Omi meio angustiado. Não, ele não!

- Suas lembranças... - disse quando algo sacudiu meu corpo. Via Omi pequeno, com sete anos provavelmente, fugindo desesperado. Então tudo apagou na minha mente. Só tive forças para sussurrar - São...fortes...demais... - e tudo escureceu.

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O mesmo sonho. Tudo se repetia, cada parte. Até mesmo eu abraçava aquele corpo sem vida. Só que então meu desespero aumentou: o corpo que segurava. Tinha um reflexo de luz nos cabelos. A pele pálida...era...era...

Acordei lentamente. Decidi não abrir os olhos até saber onde estava. Pude ouvir vozes. Reconheci uma. Graças a Deus! Hana estava aqui!!

- O que houve com ela?

- Ela desmaiou. Está assim por um bom tempo. Achamos melhor chamar alguém. - disse uma outra voz que percebi ser de Ken.

- Ela...por um acaso...não agiu estranho...agiu?

- Mais ou menos...porque? - disse a outra voz, que era de Yoji.

- Era o que eu temia... - disse Hana. Ela que não ouse falar algo pra eles!!!!!

- Porque? O que você sabe? - perguntou Omi.

- Só mais uma pergunta: ela deu algum nome estranho?

- Deu sim. Dora. - respondeu o ruivo.

- Ah Deus!!! Isso nunca tinha acontecido antes! - como assim?

- Fala logo de uma vez!

- Ta bom. Ai, ela ainda me mata por isso, mas tudo bem. Seika não gosta que ninguém saiba disso, mas ela é uma médium.

- Médium? Você acha que vamos cair nessa?

- Mas é verdade. Quando ela age assim meio estranha, não é ela que está falando, e sim Dora, a, bem, "guia" dela. Deu pra entender?

- E como você pode provar?

- Bom, se vocês falaram com ela, ou melhor, com a Dora, e viram ela fazer alguma coisa estranha, tipo, sei lá, curar alguém...

- Ela me curou... - murmurou Yoji. Do que diabos ele estava falando? E eu ainda iria matar Hana por isso!!!

- Pois então!!! Ela tem esse dom desde pequena. Ela também pode ver os sentimentos de alguém apenas por tocar nela e ter premonições.

- Premonições?

- É.

Já era o bastante!! Abri os olhos abruptamente, fazendo todos virarem para mim assustados. Hana suspirou aliviada.

- Seika?? Ah, que bom você acordou!!! - ela disse me abraçando. A impedi no meio do caminho.

- Não chegue perto, sua...sua...traidora!!! - disse quase gritando. Ela paralisou. Levantei da onde estava brava - Pensa que não ouvi? Eu estava acordada!!!

- Mas...Seika...

- Não venha com "Seika" pra cima de mim!!! Você contou tudo a eles!!!!

Ela saiu correndo dali. Magoada, aposto. Mas não senti nenhum remorso pelo que tinha dito. Provavelmente, sentiria mais tarde, mas isso não importava muito agora.

- Então...é verdade? - disse Omi, provavelmente fazendo a pergunta que todos queriam fazer.

- Você quer saber? Se eu sou uma estranha, esquisita que não pode tocar nas pessoas que já fica contaminada pelas suas emoções mais íntimas? - disse começando a parecer uma descontrolada.

- Calma... - começou Ken.

- Você pede calma? Eu já estou cansada de ficar calma. Você acha que é agradável Sentir as emoções dos outros? Vou dar um pequeno exemplo pra você Hidaka Ken.

- ......... - todos ficaram mudos de repente. Aquilo só me deu forças pra continuar minha explosão.

- O que acha de ouvir barulhos de tiros na sua cabeça enquanto ela quase explode com os gritos que ecoam: "ASUKA!!!! ASUKA!!!".

Yoji olhara surpreso.

- Ou quem sabe sentir no seu corpo dores de estar apanhando e depois ver colocarem fogo no local onde você está, enquanto seu melhor amigo é levado por alguém.

O moreno desviara o olhar.

- Ou melhor ainda, sentir os respingos de chuva na pele, enquanto uma garota que você nunca viu na vida é atropelada por um carro e seu coração se aperta de desespero?????

Finalmente o ruivo demonstrara alguma expressão.

- E pra terminar... - olhei diretamente para Omi. Ele estava com a expressão de quem sabia o que estava por vir. Mas de repente algo me parou. As imagens do sonho voltaram. Então olhei para Omi assustada. Sem me dar conta do que estava fazendo, corri até ele e o abracei.

- O que...

- Não...quero...não...você não...

- Diga... - ele timidamente retribuiu o abraço. Me senti mais desesperada.

- Não quero que morra!!!!! - gritei com todas as minhas forças. Finalmente tinha lembrado de ter reconhecido o corpo sem vida no meu sonho. Era Omi.

Fim da segunda parte

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