A Ressurreição do Anjo
Petit Ange

Capítulo I

A manhã era de sol, os pássaros cantavam e a brisa era calma. Tóquio estava tão normal quanto deveria estar, as mesmas pessoas nas mesmas ruas, todas ocupadas. . . Enfim, tudo estava perfeito. A não ser por um pequeno detalhe. . . Num bosque perto da cidade, repousavam no gramado manchado de sangue o corpo decapitado de uma jovem, juntamente com uma outra que fora cortada ao meio.
- Quando as vi, já estavam assim! – uma mulher dizia aos policiais.
- O que veio fazer aqui. . .? – pergunta a autoridade.
- Minha família e eu viemos fazer um piquenique aqui, já que este é um ótimo lugar para isso, e quando chegamos. . . Vimos esses cadáveres, e rapidamente chamamos vocês! – ela explica.
- Entendo. . . – o policial murmura.
- Eu não entendo! – enquanto isso, cinco jovens estavam analisando os cadáveres.
- O que não entende, Seiya? – Shiryu pergunta, já imaginando uma resposta.
- Por que nos chamaram até aqui, se nem policiais nem nada nós somos. . . – Seiya suspira, ainda olhando os corpos. – Além do mais. . . Isso me dá nojo!
- Não seja insensível, Seiya! – Shun replica. – Nós já vimos coisas piores!
- É verdade. . . – o rapaz concorda.
- Mas o que eu não entendo. . . Por que uma pessoa faria isso? Já é a décima quinta vítima só nessa semana! – Ikki comenta. – E, por mais que analisemos os fatos, não conseguimos deduzir nada!
- Vamos pensar. . . – Hyoga começa. – As vítimas têm idade aproximada entre 15 e 19 anos, todas são do sexo feminino, foram encontradas decapitadas, cortadas ao meio, esquartejadas, ou com outras atrocidades. . . Todas foram mortas por um objeto grande e cortante. . .
- E principalmente. . . – Shiryu termina. – . . .Uma estranha energia maligna está impregnada no corpo delas, e elas estão sempre estranhas, como se alguém lhes tivesse roubado a energia.
- Pronto! Encruzilhada de novo! – Seiya diz. – Ah, cara, nunca vamos solucionar isso. . . É coisa demais!
- Pensem, não pode ser uma pessoa normal, porque. . . – Shun pensa, e todos aprovam sua idéia. – Como uma pessoa normal suga energia, como se fosse um vampiro?
- Tem razão. . . – Ikki suspira.
- Bem, seja lá como for, acho que temos um caso para solucionar! – Shiryu sorri.
- Sem essa! Não faz nem duas semanas desde a batalha contra Poseidon, e você já quer que a gente se meta em confusão de novo?! – Seiya pergunta, irritado.
- Ora Seiya, você é um Cavaleiro ou não?
- Sou, mas eu também sou gente. . . Mereço um descanso de vez em quando! – ele responde.
- Você só pensa em descansar. . . – Ikki suspira.
- Não enche!

Ela acabara de comer novamente. Seu corpo estava dormente, aquela luz era muita, e na rua, todos olhavam para ela, aquela mulher bonita, extremamente bonita, mas também sua beleza era tão grande quanto sua sede por vingança, seu ódio e sua estranheza. Precisava se esconder, e aquele beco escuro e vazio chegou na hora certa para ela, que se sentou no canto e descansou.
- Preciso de um corpo humano temporário. . . – Amakusa falava. – Esse lugar é cheio de luz demais, eu preciso de escuridão. Não adianta eu ficar comendo a energia e vida daquelas jovens todas, se de qualquer forma, meu corpo está decompondo muito rápido nessa luz. . .
- O que está resmungando sozinha? – uma voz pergunta.
- Quem está aí?! – a Deusa, por um momento, levanta-se. Mas ao sentir cosmo humano, voltou a se escorar na parede gelada.
- Fiz uma pergunta. . . – o rapaz disse, olhando secamente para ela.
- Não estou com vontade de responder. . . – a Deusa disse, somente. – Quem é você?
- Responda-me primeiro! – ele disse.
- Que impertinência! – Amakusa diz, mas recobra a serenidade, e como se ele fosse um conhecido, começa a conversar com o rapaz em tom mais civilizado. – Me chamo Amakusa.
- Que nome estranho. . . – o jovem comenta. – Parece um nome grego, ou sei lá!
- O que você acha que eu sou? – Amakusa pergunta, estranhamente se sentindo em paz com o garoto.
- Você, para mim, é mais uma pessoa esquisita, como tantas outras. . . Mas, pelo que entendi, você é uma grega. . . Legal! – ele suspira.
- Ficaria surpreso com o que eu sou realmente. – Amakusa sorri friamente.
- O que você é? – o rapaz pergunta.
- Sou a assassina em série das 200 jovenzinhas desse lugar. – ela diz, esperando uma reação do garoto que não aconteceu.
- Ah, eu vi seus crimes na TV. . . Você é talentosa! – o rapaz sorri.
- O quê? Você não está assustado comigo?! Não tem medo de morrer aqui, da pior maneira possível?! – a Deusa pergunta, totalmente surpresa.
- Não. Do que um fugitivo órfão teria medo? Não tenho nada, portanto, não devo nada. E além do mais, não sou uma garota. . . Você só mata garotas. . . – ele diz.
- Pois bem. . . É verdade. . . – Amakusa suspira. – Como se chama, garoto?
- Yo Anagizawa. – o jovem diz, parecendo um tanto arrependido.
- O que quis dizer com "órfão fugitivo"? – a Deusa volta a perguntar.
- Eu fugi do orfanato. Porque você acha que eu estou me escondendo nesse beco escuro aqui, moça? – Yo responde. – E você, está fugindo de algo?
- Não. . . Estou procurando um corpo. . . Quero transformar esse planeta num profundo mar de escuridão eterna. Mas, não sei porque estou conversando com você, afinal, você também é meu inimigo. . .
- Por que sou seu inimigo? – Yo pergunta, desafiando a Deusa.
- Você é um humano. – ela responde.
- Posso me unir a você? Também quero me vingar dos humanos, que só me fizeram sofrer a vida inteira. . . Estou sem ninguém, e por isso, posso fazer o que bem entender. Por favor, posso te ajudar. . .?
Amakusa ficou em silêncio por alguns instantes, antes de responder.
- Por mim. . . – ela suspira. – Só precisa de treinamento adequado. . .
- Quando começo? – Yo pergunta, esboçando um pequeno sorriso.
- Agora. Por favor, traga os Cavaleiros de Atena até mim, tenho a nítida impressão de que eles podem me ajudar a encontrar meu corpo. . .
- Certo. Mas, eu terei poderes? – Yo pergunta, com voz baixa.
- Pegue essa esfera. . . – ela lhe entrega uma esfera negra, a qual se transforma em um colar. – Contém um pouco de minha energia. Ela te dará uma de minhas Armaduras Caóticas. Não se preocupe. . . Traga-os para mim, no parque.
- Sim senhorita! – Yo diz, sumindo em seguida.

Havia se passado alguns momentos, desde a ida do novo integrante das trevas, Yo. No entanto, o jovem era espero, e rapidamente encontrara os Cavaleiros, os quais perseguiam Yo nesse momento.
- CÓLERA DO DRAGÃO!!! – Shiryu tenta acertar o rapaz, que desvia-se.
- Precisa ser mais rápido, Dragão! – Yo ri.
- Aonde você quer nos levar?! – Shun pergunta, mas tomando o devido cuidado. Já sentiram que o jovem não era nada ruim.
- Vocês logo verão. . . – Yo continuava a correr, e cada vez mais rápido.
- VOLTA AQUI! – Seiya grita. – METEÓRO DE PÉGASO!!!
- PÓ DE DIAMANTE!!! – Hyoga ajuda o amigo.
- Opa, dois contra um é covardia! – Yo desvia-se dos ataques, com uma certa dificuldade.
- Que tal três? AVE FÊNIX!!! – Ikki intromete-se na briga.
- PAREM COM ISSO! CHEGAMOS ONDE QUERIAM CHEGAR!! – Yo grita, tomando um tom autoritário na voz.
- O parque?! – Shun não entendia.
- Porque nos trouxe até aqui? – Seiya pergunta.
- Eu o ordenei. . . – uma voz doce, mas profunda, é ouvida por entre as verdes árvores, que em um passe de mágica, começam a ficar negras, murcharem, assim como toda a vida do parque sumia.
- QUEM É?! – Shiryu pergunta, assumindo posição de defesa, assim como os demais.
- Sou Amakusa, a Deusa das Trevas. Não se lembram de mim, Cavaleiros da Esperança? – ela pergunta, aparecendo.
- Amakusa. . .?! – Shun pergunta. – A Deusa que, nos tempos mitológicos, foi presa numa prisão de eterna escuridão, pois quis transformar o mundo em caos?
- Essa mesma, Andrômeda! – ela dá um sorriso.
- O QUE QUER?! – Ikki grita.
- Quero uma pequena ajuda de vocês. . . Só vai levar um momento, e nem vou me preocupar com Atena nesse momento. – ela dá um sorriso estranho.
- Ajuda. . .? – Hyoga, assim como os demais, não entendia.
- Só preciso que me ajudem a encontrar o corpo que deixei na Terra. Não sinto mais seu cosmo triste. . . Tenho a nítida impressão que, talvez, vocês saibam onde ele está. . .
- Não sabemos onde está sua outra identidade suja! – Seiya replica.
- É O QUE VEREMOS!! – e do nada, cipós negros cobertos de espinhos enlaçam os Cavaleiros, e raios de dor e raiva são eliminados deles, penetrando nas lembranças dos Cavaleiros, que agonizados, nada podiam fazer.
- Senhorita, não acha que já está bom. . .? – Yo via a cena, mas achava que estava demorando demais tudo aquilo.
- Ainda não Yo. . . Espere! – Amakusa vê uma pequena lembrança. – É meu corpo! Sem dúvida nenhuma! Só meu corpo teria esse cosmo tão. . . Único!
- Achou essa pessoa? – Yo deu um pequeno sorriso.
- Sim! – Amakusa solta os Cavaleiros, que caem no chão. – Vamos, querido Yo, temos uma pessoa a procurar. . .

- Senhorita Amakusa voltou a vida. . . – uma voz misteriosa dizia.
- Devemos servir a ela, como fizemos na antiguidade? – outra voz, um pouco mais infantil, perguntava.
- Sem dúvida! Vamos brincar, como antes! – mais uma voz feminina cortava o silêncio pesado da sala escura.
- Então. . . Esperemos que nossa senhora ache seu corpo terreno e. . . Vamos brincar como antes! – um sorriso diabólico estampava o rosto de uma garota, juntamente com outras duas.

As ondas do mar batiam no rochedo há décadas, mas ele nunca sucumbiu ao tempo, assim como a temida ilha. A paisagem era seca, e não ajudava a aliviar o clima do local. Isso era antes. Agora, nada mais era do que alguns pedaços de terra dentro do mar, graças à erupção do único vulcão, mas perigoso, que aquela ilha maldita possuía. Amakusa e Yo estavam flutuando numa espécie de pena de pássaro, em cor negra.
- Senhorita. . . É aqui onde encontra-se seu corpo. . .? – Yo desconfiava demais do lugar. Já ouvira boatos sobre a ilha do inferno. Era horrenda, quem entrasse ali não mais sairia.
- Sim. Eu senti. . . Realmente, esse é um lugar perfeito para a boa evolução do meu corpo, mas. . . – ela observa o mar, com raiva nos olhos. – . . .O DESGRAÇADO DO MEU CORPO TERRESTRE NÃO PASSA DE CINZAS DA TERRA, AGORA!!! Maldição. . .
- Você pode ressuscitar? – Yo pergunta, sentindo medo, no fundo, da Deusa.
- Oh. Boa-idéia. . . Meu corpo verdadeiro não serve, aquelas humanas de nada adiantaram. Só serviram para manter minha jovem aparência por alguns instantes, e logo, tudo volta a ser como antes. . . Preciso do meu corpo, o único capaz de suportar meu poder, de sobreviver, de odiar e amar com facilidade. . . Me arrependo de tê-la feito uma humana, e a libertado para o mundo. . .
- Mas, agora, já é tarde, minha senhora. . . – Yo diz.
- Não. Eu tenho uma solução. . . – ela sorri.
- Qual? – Yo sabia que a Deusa era alguém perigoso, portanto, seria algo arriscado, no mínimo.
- Ressuscitarei-a, e apagarei todas as suas memórias! Ela será como um morto-vivo, será apenas o meu abrigo temporário, como sempre foi destinada a ser. . . – Amakusa riu.
- Irá fazer o que com a alma. . .? – Yo pergunta.
- Destruirei. Ela não existirá mais em lugar algum do universo! – Amakusa riu do próprio plano. Era perfeito. Não imaginou que seria tão fácil recuperar o corpo. – Vamos Yo, me ajude. . .
Ambos concentraram suas energias, formando uma poderosa esfera negra que desce em direção do mar, e some neste. Então, uma forte fagulha de escuridão sai do mar, indo em todas as direções, e finalmente, um corpo sai do mar. Não estava morto, mas também não estava vivo. Boiava na água como se estivesse nadando.
- LÁ ESTÁ, SENHORA!! – Yo grita.
- Sim. . . Meu corpo. . . Minha vingança. . . O começo do fim está próximo! – ela diz, recolhendo o corpo da água e partindo em direção de um caminho escuro.

Em uma espécie de castelo, lá escondia-se o mal que em pouco tempo se revelaria.
- E então, senhorita, como está indo. . .? – Yo perguntava.
- Tudo muito bem. Estou quase terminando, e em pouco tempo, esse corpo será meu para sempre! – Amakusa riu.
- Ela é bonita. . . – Yo comenta.
- Não queria que ela tivesse tomado essa aparência. Parece uma pessoa frágil. . . – Amakusa suspira. – Yo, por favor, me dê licença, esses raios não são bons para humanos. . .
- Certo. – Yo sai da escura sala, e sente um estranho calafrio. Ouve barulhos de passos, e sentiu o medo invadir suas sensações. Era estranho, e ao mesmo tempo, prazeroso. Eis que, da sala escura, não era mais a Amakusa mulher, de cabelos verdes e vestido ousado que Yo conhecia. Era uma menina de cabelos loiros, um sorriso que, apesar da maldade, não escondia a bondade.
- Pronto, Yo. . . – Amakusa diz. – Avise as Jitostsu Onii que a guerra pode ser iniciada. . .
- Senhorita. . . Está diferente. . . – Yo murmura.
- Eu vou me preparar para receber meus aliados. . . Esse corpo não me agrado muito, ainda bem que é temporário. Mas, por outro lado, sinto que irá me ajudar muito. . .
- Sim, senhora. . . – Yo diz, saindo do ambiente.
- Agora eu sou. . . – ela olha para seu corpo novo. – . . .Uma nova pessoa que nunca mudou. . .

Continua. . .

Notas Finais: Sim, estou adiando muita coisa, porque essa é uma fic curtinha. Só por diversão. Mas não se enganem: botei fé nessa história! Perdão pela super demora, mas cá estamos. Esperem pelo próximo capítulo!