Disclaimers: (In)felizmente o anime e o mangá intitulado "Saint Seiya" ("Cavaleiros do Zodíaco"), assim como seus personagens, não me pertencem, do contrário, eles teriam namorado mais do que brigado! De qualquer forma, eles são propriedade de Masami Kurumada, Toei Animation, Bandai e Shueisha. O que se segue aqui é uma brincadeira de péssimo gosto com os personagens (sem ameaças de morte, graças a Deus...).

AI SHITTEIRU, DAISUKI...
Petit Ange

Capítulo 1 - Eiri

A brisa era calma, perfeita, parecia ter sido feita especialmente para aquele momento. Ele aproximou-se dela, e olhou aqueles olhos verdes que o deixavam tão fascinado. A cerejeira deixava cair pétalas, que enfeitavam a paisagem, deixando-a mais bela. E parecia que a cerejeira as deixava cair, por brincadeira, para aumentar o clima dos dois namorados.
Freiya sorriu, mas era um sorriso que não escondia uma profunda tristeza, e Hyoga pôde perceber isso.
- O que houve, Freiya (1)? – Hyoga pergunta, pousando carinhosamente sua mão no rosto macio de Freiya.
- Hyoga... Eu... – ela não o olhava, baixou sua cabeça, e sorriu levemente, como se tentasse não entristecer o rapaz. Mas não por muito tempo, logo o semblante de sorriso foi se tornando um semblante sério e triste novamente.
- Freiya, o que houve? – Hyoga pergunta, sentindo uma leve sensação de medo invadir-lhe o corpo inteiro.
- Me desculpe, Hyoga... Por amar você... – ela conseguiu dizer, antes de beijar Hyoga. Não era um beijo casto, era um beijo tão ardente e apaixonado, que Hyoga sentiu-se atordoado. Assim que se separaram, o rapaz a olhava assustado, e realmente, a moça nunca havia dado um beijo nele com tanto empenho.
- Freiya... – ele conseguiu dizer. – Onde quer chegar?
- Eu sinto muito, mas eu não posso mais amar você, Hyoga... – ela diz, abandonando o rapaz, que permaneceu imóvel, as pétalas de cerejeira invadindo seus cabelos e sua roupa, pois o vento tornou-se mais forte, como se quisesse soprar para longe a tristeza que invadia o local, mas sem sucesso.
- Haguen... – Hyoga murmura, ao ver o rapaz chegar, de trás da sakura (2).
- Hyoga, meu coração... Agora... Pertence a Haguen... – Freiya o abraça, sorrindo. – Desculpe, eu realmente sinto muito, mas... Por favor, esqueça-me... Esqueça tudo o que tivemos!
Freiya e Haguen se abraçam, para logo depois se entregarem a um beijo apaixonado, deixando Hyoga confuso, triste e furioso. Estava tudo acabado? Não... Só podia ser um sonho... Era um sonho!
O despertador acorda Hyoga, e ele se vê deitado em sua cama, totalmente suado. Viu, no espelho, uma frase que ele mesmo escrevera na noite anterior, com o sangue de seu dedo, que ele feriu nos estilhaços do vidro, quando quebrou parte dele, por fúria. E isso o fez sentir um estranho frio subir-lhe pelo estômago, indo em direção à garganta. Sentiu uma leve sensação de abandono, misturado ao desespero, à raiva e ao medo... Os sentimentos que tomavam conta dele eram conflitantes, pois ao mesmo tempo em que sentia raiva por ela ter-lhe abandonado, sentia-se feliz pela sua felicidade, mesmo que não fosse do lado dele que ela a encontrava.
Então, não era apenas um sonho... Aquilo foi mesmo real... "E o inferno abriu-se sobre meus pés, mas eu simplesmente cai".
Recordou-se no mesmo momento do sonho que teve, e das palavras de Freiya. Sonhou com as palavras que a mulher amada lhe disse, antes de sumir de sua vista. Não se lembrava de sua despedida ter sido debaixo de uma cerejeira, mas... Ele realmente havia perdido sua amada Freiya para outro rapaz.
E também percebeu que gastara preciosos 6 minutos com aquela distração toda, e saiu da cama no mesmo instante. Do que levantou ao que desceu as escadas, em passos curtos e abafados, seus pensamentos estavam todos voltados para Freiya, em suas palavras, o que faria agora que sua amada trocou-o por outro.
Ao descer, notou que seus pais não estavam em casa. Era natural, viviam saindo a negócios, e quase nunca paravam em casa, mas o rapaz já se acostumara. Resolveu tomar um simples café da manhã. Não que estivesse com pressa, mas simplesmente queria sair mais cedo para refrescar seus pensamentos, virar sua mente para outra coisa. Ao terminar, saiu de sua casa e a trancou, sem nem se lembrar se seus pais haviam levado a chave.
- Bom dia, Hyoga-kun! – cumprimentou uma mocinha de aparentes 16 anos (3), longos cabelos loiros, os quais ela prendia num rabo-de-cavalo, olhos azuis profundos e um sorriso de felicidade no rosto.
- Ah, bom dia Sakura-chan... – Hyoga diz, em tom distante.
- O que houve com você? Parece estar deprimido... – Sakura percebe o rosto triste e distante do vizinho, e sua face alegre dá lugar a uma face de preocupação. – Aconteceu alguma coisa?
- Não, nada... – Hyoga sorriu, tentando alegrar a amiga. Sabia que, apesar de Sakura ser durona e pavio-curto, se preocupava muito com ele. – Só estou meio distante hoje... Nem sei o porquê...
- Ah! Me engana, que eu gosto! – ela diz, irritada. – Pode desabafar se quiser, sabe que eu sou sua amiga desde pequena, e sempre vou te escutar quando precisar.
- Não se preocupe, Sakura-chan, eu estou bem. – Hyoga sorriu.
- Ok, se você diz... – Sakura resolveu não mais insistir. Conhecia Hyoga há muito tempo, tempo o suficiente para saber que, se insistisse muito, acabaria o irritando. – Posso te acompanhar até a escola?
- Claro. – ele diz.
Os dois jovens caminhavam pelas agitadas ruas de Tókio, onde todas as pessoas andavam com pressa. Viam os estudantes conversando animadamente, sorrindo. Tanto Sakura quanto Hyoga quiseram conversar algo, mas a tristeza pesava muito o ambiente, e não havia nada a conversar. Entre os estudantes, Hyoga pôde ver Freiya, sua amada, com Haguen. O rapaz se calou completamente, e abaixou mais a cabeça. Sakura percebeu isso e olhou na direção que Hyoga olhara, e viu também o casal que sorria alegremente, andando a caminho da mesma escola que eles.
- Ei, Hyoga-kun, aquela não é a Freiya, sua namorada? – Sakura pergunta, estranhando a cena.
- Realmente, ela era... – Hyoga diz, cabisbaixo. – Até ontem, realmente ela era... Mas agora, eu a perdi...
- Como assim?! – Sakura pergunta, assustada.
- Você ainda não está sabendo...? Freiya me deu um pontapé na bunda e me trocou pelo Haguen... – Hyoga sorriu, mas Sakura percebeu que, no fundo, o rapaz queria muito chorar, mas estava se contendo ao máximo. – Mas tudo bem, eu já superei isso tudo...
- Não é o que me parece. – Sakura rebate.
- Olha, Sakura-chan, chegamos! – Hyoga diz, mostrando para Sakura que eles haviam chegado na escola.
- É mesmo... – Sakura diz, suspirando. – Ah, pode ir na frente? É que eu tenho uma coisinha pra fazer antes...
- Pode ser. Até mais, então! – Hyoga sorri, entrando.
- Até. – Sakura também sorri, mas quando o rapaz desaparece, o sorriso dela se torna um grande semblante de raiva. – É... Então aquela vaca trocou o Hyoga-kun pelo bobão do Haguen, não...? Ela já tava merecendo uns sopapos há muito tempo!
Sakura caminhou até o pátio da escola, onde o lugar preferido para as moças conversarem era num banco, situado debaixo de uma grande cerejeira. A raiva estava estampada em seu rosto, e seus passos eram decididos e fortes. Alguns garotos que conheciam a fama de "TPM" da moça, começaram a segui-la, certos de que quando a menina andava daquele jeito, era porque ela estava muito irritada. Ao chegar perto da árvore, encontrou Freiya e suas amigas, conversando e rindo, e pôde ouvir um pouco da conversa.
- Você tinha que ter visto a cara de bobo que ele fez quando eu disse que estava tudo acabado entre nós! – Freiya riu, enquanto suas amigas também riam muito.
- É, aquele Yukida é um bobão mesmo! – outra mocinha riu. Aquilo sacudiu de raiva todos as células de Sakura.
- Com licença...! – Sakura se dirige até Freiya, extremamente irritada, e muitas pessoas que passavam por ali notam a expressão "doce" da jovem, e param para ver. – Você é Freiya Watanabe (4), não é?
- Sou sim. O que deseja...? – Feiya pára e analisa a jovem. – Você não é a Sakura Yamamoto, a vizinha do Hyoga?
- Como... Como ousa mencionar o nome dele...? Sua maldita!!! – Sakura mal conseguia falar de tanta raiva. Há pouco tempo o insultava, e ela ouvira... Mas, mesmo não conseguindo falar direito de raiva, conseguiu gritou alto e claro, e todos escutaram.
- O que houve com você, menina?! – Freiya perguntou, envergonhada, diante da situação. Mas procurou manter a paciência. – Parece que eu fiz algo errado para você... Poderia me dizer o que fiz?
- PALAVRAS NÃO SERÃO NECESSÁRIAS!!! – Sakura grita. – APENAS UM GESTO SERÁ MAIS DO QUE SUFICIENTE PARA ALGUÉM COMO VOCÊ!!!
E, concentrando toda sua raiva e força em seu braço direito, Sakura fecha o punho e acerta um forte soco em Freiya, descontando toda a raiva que sentia, pensando que, se fizesse aquilo, poderia vingar Hyoga também. A boca e o nariz de Freiya começam a sangrar, e suas amigas gritam. Todos os rapazes ali presentes começam a venerar Sakura, e a gozar de Freiya, que estava muito irritada, assim como Sakura, ou talvez, até mais.
- Ora, sua maldita!! – Freiya tenta revidar, mas Sakura acerta outro soco nela, desta vez em seu estômago.
- Sabe, eu deveria te bater muito mais, mas eu estou com tanta raiva sua que... Se eu te pegasse pra valer, eu não sei se você sairia viva daqui... Watanabe, você não merece ficar na dúvida, e muito menos sofrer essa gozação toda, eu entendo... Eu vim aqui especialmente pra te dizer apenas quatro palavras... Fique longe do Hyoga-kun!!! Não mencione mais o nome dele e nada que seja dele! Você o magoou, e tem a cara-de-pau de gozar dele pelas suas costas! Isso é imperdoável. Eu... Eu não vou mais ficar perdendo meu tempo com você... Sua cara me dá nojo! – Sakura diz, retirando-se do pátio. Mas ao dar dois passos, pára e vira para Freiya, sorrindo. – Ah, e peça para seu amado Haguen que ele te cure desses hematomas todos... Pelo que vejo, esse soco não vai sair tão cedo! Só veja se ele irá ter coragem de chegar perto de uma... Deficiente, como você!
E, sorrindo animadamente, Sakura retorna para a sala de aula.
- SAKURA-CHAN!!! – Seiya corre em direção de Sakura, quando a menina entra na sala de aula. – O QUE VOCÊ FEZ NA FREIYA, SUA DOIDA?!
- O quê? Como assim...? – Sakura fingiu não saber de nada.
- Não se faça de boba! O Ikki viu tudo lá da faculdade, porque ele e os amigos doidos dele estavam conversando bem na hora que você e ela brigaram, e ele contou pro Shun, que estava por perto na hora, e que contou pra nós...
- Ok, eu já entendi! Eu admito... – Sakura sorri. – Eu bati na Freiya, sim! Mas, as notícias correram tão depressa assim?
- Claro! Já tá praticamente toda a escola comentando. – Shun intervém. – Até porque você é uma pessoa famosa por sua... Hã... "Doçura", e a Freiya também é famosa por ser uma menina muito rica e popular!
- Porque você bateu nela? – Seiya pergunta.
- Se há uma coisa que eu não perdôo, é uma pessoa ferir os sentimentos da outra, uma pessoa esnobar outra, quando essa pessoa faz de tudo para que você seja feliz. – Sakura diz, irritada, colocando sua mochila na classe. – Esse foi o principal motivo que me levou a bater naquela imunda.
- Nenhum motivo pessoal? – Shun pergunta.
- Ah, sim... Há alguns motivos pessoais sim, mas nada que eu não tenha descontado nela naquela hora! – Sakura sorri, mas logo fica fechada de novo. – Motivos muito, mas muito pessoais... Pessoais o suficiente para eu não contar.
Hyoga chega com uma cara estranha, não podia-se distinguir se era de raiva ou amargura, até parecia tristeza. Mas, mesmo com qualquer desses sentimentos, Hyoga chega até os amigos que conversavam e agarra o braço de Sakura.
- Sakura-chan, é verdade o que comentam por aí?! – Hyoga pergunta, furioso.
- Em primeiro lugar, me solte! – Sakura se solta grossamente do apertão de Hyoga. E, tão irritada quanto ele, continua a falar, se controlando para não chorar de raiva. – E em segundo lugar, você deveria me agradecer por eu ter tido a paciência de ir até lá e perder meu tempo com ela, e a culpa foi toda sua, ou não te contaram isso também?!
- Não me falaram nada disso, não! – Hyoga diz.
- ENTÃO NÃO JULGUE PRECOCEMENTE A SITUAÇÃO!!! VOCÊ NEM SABE O PORQUÊ DE EU TER IDO LÁ BATER NELA!!! – Sakura grita.
- Sakura-chan... – Shun intervém na conversa, sorrindo. – Sorte sua que apenas nós estamos na sala... Você faz um bom barraco, sabia!
- É... – uma Sakura um pouco envergonhada concorda.
- Com licença. – um dos professores abre a porta da sala 1-A, surpreendendo-os. – Sakura Yamamoto está aqui...?
- Sim! – a moça responde, sem um pingo de medo ou culpa na voz. – Estou aqui!
- Nossa! As notícias se espalharam rápido mesmo... – Seiya comentou, num sussurro, com Shun, que concordou.
- Por favor, me acompanhe até a diretoria, senhorita Yamamoto. – o professor pede.
- Sim, senhor. – ela sorri, abanando para Hyoga, Seiya e Shun. – Até mais tarde, amigos...
- É sério Sakura-chan, porque bateu na Freiya? – Hyoga insiste.
- Eu pensei que você ainda se importava com ela, porque toda a vez que alguém fala ou algo que te lembra ela, você fica triste e acaba também entristecendo a todos, sem nem mesmo perceber... – a moça diz, de costas para Hyoga. – Mas, se você quiser resumir meu motivo de ter batido nela, simplesmente use três palavras: por Hyoga Yukida...
- Senhorita Yamamoto, não irei chamar duas vezes! – o professor a chama.
- Ah sim, perdão! – ela sorri para Hyoga, mas desta vez, foi o rapaz que percebe que ela queria chorar. – Bem, eu já vou indo... Talvez, com sorte, eu volte pra aula de Artes.
- Até mais Sakura-chan, se cuida! Os Watanabe são perigosos... – Seiya diz.
- Ah, não se preocupe Seiya-kun, nada me mete medo!!! – Sakura sorri, antes de fechar a porta e sair com o professor.
E o tempo passou, mas Sakura não chegava. E nem o professor. Os três rapazes, assim como a sala inteira talvez, pensaram que, talvez todos os professores pudessem estar envolvidos com a briga de Sakura e Freiya, mas seus pensamentos foram interrompidos pelo professor, que finalmente chegara.
- Bom dia alunos, desculpem-me o atraso... – ele diz, abrindo a porta. – Pode vir, Shinohara!
Uma linda moça de cabelos longos de tonalidade loiros, com profundos olhos azuis, e um sorriso envergonhado, vestindo o uniforme feminino da escola Anima Mundi, cruza os olhares de toda a sala. A mocinha sorria para todos, como se quisesse passar uma boa impressão, mas sua face estava toda vermelha, parecia que iria desmaiar.
- Pessoal, essa é Eiri Shinohara (5), ela foi transferida de Osaka com seus pais, e espero que todos possam fazê-la se sentir a vontade, já que ela é nova na cidade... – o professor diz, e sai da sala. – Eu vou pegar umas coisas para começarmos, me aguardem, por favor! Ah, podem conversar com a nova aluna, mas sem bagunça...
- Você veio de Osaka, né? Meus avós moram lá! – uma moça diz.
- Ah, que cabelo bonito! – Saori Kido, a menina mais rica e bajulada da escola, intervém na conversa. – O que você usa? Quero usar também!
- É? Nem no dia que os mares secarem você vai estar bonita como ela! – Seiya diz, gozando, e irritando Saori, que pula em cima dele com uma cadeira.
- VOCÊ VAI VER, SEU DESGRAÇADO!!! – Saori corre atrás de Seiya.
- Você é doida ou coisa parecida?! – Seiya grita, rindo, correndo o máximo possível para se afastar de Saori. – Foi uma brincadeirinha inocente!
- brincadeirinha será o que eu vou fazer com você agora!!! – ela grita, fazendo Eiri rir.
- Ah, não dê bola pra esses dois... Eles vivem brigando... – Shun diz.
- São divertidos... – Eiri sorri.
- Ei, olha só! – June diz, olhando atentamente para Eiri. – Mas a semelhança com a Sakura-chan é indiscutível!
- É mesmo! Agora que você falou, elas se parecem mesmo... – Shun comenta. – Elas se parecem mesmo... Até a cor dos olhos é igual. Os cabelos, então...
- Só que a Eiri é calma... – June ri, e Shun também.
- Quem é "Sakura-chan"? – Eiri pergunta.
- Vamos, Yamamoto... – o professor abre a porta, e Sakura entra. – Você tem sorte de que o pai de Freiya Watanabe não tenha vindo aqui pessoalmente, pedir explicações, ou até mesmo processar sua família!
- Já disse, professor, ele não me mete medo. – Sakura diz, voltando para a classe. Ao ver Eiri, rodeada pelos colegas, estranhou a convidada. – Quem é você, garota?
- Ah, você deve ser a Sakura Yamamoto... Prazer, meu nome é Eiri Shinohara! – Eiri sorri, e é correspondida com o sorriso de Sakura.
- Bem vinda. – ela diz. – Ah, você é parecida comigo, né? Era só trocar seu coque por meu rabo-de-cavalo, e iríamos parecer até gêmeas, não acha?
- Pois é, já me disseram isso... – Eiri concorda. – Mas é que não pude afirmar com certeza, porque só agora conheci você.
- Ei, eu vou sentar do seu lado, quando precisar de algo, pode falar comigo. – Hyoga sorri, e Eiri também sorri para ele, que se sente um pouco envergonhado.
- Muito bem, vamos começar a aula! – o professor chama todos, que se sentam em seus lugares, e iniciam mais um dia longo de estudos. E, assim, passa-se o tempo, até que chega a hora do recreio, e Seiya, Shun e Hyoga, com Shiryu Suiyama, que estudava na 1-B, juntamente com Saori Kido, June Muramatsu (6), Sakura Yamamoto e Shunrei Aohima (7) foram até a cafeteria, esperarem pelos outros.
- Ai, aula de História é uma tortura... – Shiryu reclama.
- Eu que o diga... É horrível... – Seiya concorda, também cansado. – Mas aula de Artes também é um saco!
- Me diga uma matéria que, para você, não seja um saco... – Saori pergunta.
- Educação Física é bom! – Seiya diz, com um sorriso maroto. – Muito melhor que Culinária, por exemplo... Toda a vez que eu saio da Culinária, meu estômago dói pra caramba... Parece até que vou vomitar ele... E olha que eu não tenho dor de estômago antes de você me obrigar a experimentar sua comida...
- O QUÊ??!! – Saori grita. – ESTÁ INSINUANDO QUE MINHA COMIDA É RUIM?!
- Só percebeu agora, Chata Kido? – Seiya pergunta, rindo, assim como todos os outros da mesa.
- Saori, olha o vexame... – Shiryu tenta controlar a menina.
- VEXAME UMA OVA!!! – Saori grita, correndo atrás de Seiya. – ESSE DESGRAÇADO VAI ME PAGAR!!!
- Fala aí, gente! – Ikki Amamiya chega, e se senta numa cadeira, junto com os amigos. – Como vai a Sakura?
- Vou bem... Melhor que nunca! – Sakura resmunga, voltando a tomar seu suco. – Até você já sabe?!
- Eu estava com o Koji e o Takato no pátio da faculdade, quando você socou aquela menina... Parabéns, devo admitir que você tem vocação para o boxe. – Ikki brinca.
- Ah, não me diga...? – Sakura pergunta, em tom irônico.
- Onde está aquela menina que vive no seu pé? – pergunta Shiryu, tentando mudar de assunto ao ver a cara que Hyoga fez ao ouvir Ikki falando de Freiya.
- É Minu o nome dela... Não é? – June lembrou-se da jovem.
- É melhor nem falar dela... – Ikki diz, olhando para os lados. – Sabe como é... Ela pode ouvir você, ou pior... Pode me ver...
- Você não gosta dela? – pergunta Shunrei.
- Eu tenho cara de quem gosta dela?! – Ikki pergunta, um pouco furioso. – Eu preferia me casar com um poste do que namorar aquela doida... Além do mais, ela é oferecida demais pro meu gosto...
- Arf... Arf... Pessoal, me ajudem! – Seiya pára de correr e senta, arfando. – Aquela chata... Arf... Não sai do meu pé! Parece até que eu fiz algo muito ruim pra Deus pra merecer algo assim...
- A propósito, Seiya, sua irmã me pediu para te avisar que você pare de causar problemas para a Kido. – Ikki avisa, para logo depois voltar a comer um enorme sanduíche.
- Não enche, cara! Aquela chata mimada já é um problema na minha vida...! – Seiya grita. – Diga pra minha irmã parar de defender a Saori, só porque elas são amigas, e defender seu irmãozinho mais novo e indefeso...
- Não me pareceu que você era indefeso, ontem, por exemplo... – Hyoga interfere.
- Concordo. – Shun diz.
- Só porque eu coloquei um prego na cadeira da professora e ela me mandou pra diretoria depois disso... Ah, eu tava sem nada pra fazer! Foi um pequeno deslize... – Seiya tenta se redimir, mas os outros riram.
- Seu relatório de desempenho escolar esse ano vai ser muito bom! – Shunrei comenta.
- Tão bom quanto as notas de matemática dele... – Shiryu complementa. E todos riem novamente, enquanto Seiya estava muito vermelho, e bufando.
- Com licença... Eu... – Eiri interrompe a conversa. – Eu vi que vocês estão... Quero dizer, vocês me parecem... Bem animados, e eu pensei que... Que talvez eu pudesse... Eu pudesse me juntar a vocês... Posso...?
- Ah, vamos pessoal! – Sakura sorri. – Liberem! Aposto que a Eiri-chan vai se comportar, né?
- É sim... Vou ficar bem comportada.
- É impressão minha, ou você e a TPM aí são "irmãs gêmeas"? – Ikki pergunta, sem rodeios.
- QUEM É TPM??!! – Sakura grita.
- Calma Sakura-chan... – Eiri acalma a amiga, para logo depois responder à pergunta de Ikki, rindo comicamente. – Pois é... Todos estão dizendo isso... Será que somos tão parecidas assim?
- Não, só na aparência física, mas a Eiri-chan é mais doce e paciente, e por isso, mais bonita! – Seiya diz.
- TÁ ME CHAMANDO DE FEIA, SEU RETARTADO?! – Sakura grita de novo. – QUER SABER, O QUE A FREIYA LEVOU VAI SER FICHINHA EM COMPARAÇÃO AO QUE VOCÊ VAI LEVAR, E...
- Ai, tô tremendo de medo, e que se dane a... – Saori, que havia chegado também, tapa a boca de Seiya. – Mmmmfff!!!
- Seiya, seu panaca...! – Saori grita. – Cala a boca!
- Toma. – Eiri estende um lenço cor-de-rosa com estampas de ursinhos para Hyoga, e sorri. – Primeiramente, tente respirar fundo... Depois, vê se esse lenço tem uma utilidade pra você... Mas, por favor, faça isso bem longe daqui, porque eu não quero ver tristeza na hora de comer!
- Não, não se preocupe...! Ele não tem utilidade nenhuma... – Hyoga devolve o lenço para a moça, que suspira aliviada.
- Ô Ikki, é verdade que você tá de olho numa menina aqui do 3-A? – Shiryu pergunta.
- Cof! Cof! Cof! Não... – Ikki tosse, vermelho, mas logo recobra a serenidade, mas olhando maldosamente para Shun. – Quem te contou isso? Não tem meninas interessantes aqui na sua escola... Ela anda pobre nesse ponto...
- E na faculdade? – Shun pergunta, divertindo-se por encurralar o irmão num beco-sem-saída.
- Ultimamente anda tudo na moita por lá... – Ikki diz, olhando para o lado e se afogando com o suco. – Gente! Eu tô com muita pressa, sabe, eu preciso ir terminar um trabalho importantíssimo sobre a China e Coréia, preciso correr!
- Mas você disse que não tinha deveres extras...! – Shun replicou.
- Eu menti! – Ikki diz, levantando-se rapidamente da cadeira. – Estou super atrasado! Prometi ao Koji e ao Takato que estaria lá, mas essas palhaçadas de vocês me atrasaram.
- Essa sua cara de medo... – Seiya olha para o amigo. – Ah tá, Ikki... Conta outra!
- TCHAU!!! – ele corre tão rápido que eu pouquíssimo tempo já havia sumido de vista. E, logo depois, uma mocinha de cabelos azuis, presos em um coque, de olhos castanhos e um sorriso jovial, aparece arfante na mesa deles.
- Ah! O Ikkizinho não está aqui?! – ela pergunta, olhando para os lados. – IKKIZINHO, ONDE VOCÊ ESTÁ?!
- Minu... Poupe-nos dessa vergonha! – Shiryu suspira. – O Ikki saiu voando daqui não faz nem cinco minutos...
- Se você correr, ainda alcança ele. – Saori diz, rindo.
- Aaahh! Obrigada, até mais! – Minu sai correndo. – IKKIZINHO, NÃO FUJA DE MIM!!!
- Minu... Agora eu sei o porquê desse "Trabalho sobre China e Coréia" do Ikki... – Hyoga suspira.
- "Ikkizinho"... – Seiya goza do apelido. – Ikkizinho... Eca! Pobre Ikki, eu não gostaria de estar na pele dele...!
O sinal bate, e os alunos entram. E o dia corre normalmente, e no final, Hyoga e Eiri pareciam velhos amigos. Quando as atividades escolares encerraram, Hyoga e Sakura, que sempre iam juntos para casa por serem vizinhos, desta vez estavam levando Eiri para casa. Hyoga e Eiri conversavam sobre tudo, e quanto a Sakura, a menina ficou atrás deles, pensativa.
- Ah! Você mora por aqui, então? – uma rua de classe média-alta, onde todas as casas eram lindas, se destacava uma casinha simples, amarela, com os detalhes e o telhado marrom (8).
- Sim, na verdade... Antes eu só passava as férias por aqui, mas depois, quando nos mudamos pra cá, a casa de Osaka, a que eu vivia, foi vendida, e essa ficou sendo nossa moradia agora. – Eiri explicou, sorrindo.
- É... Engraçado, eu não me lembro de ter te visto nas férias... – o rapaz comenta.
- É mesmo... Talvez nós estivéssemos no lugar errado, na hora errada! – Eiri ri da coincidência. – Ah, mas o importante é que agora somos amigos, né?
- É mesmo! – o rapaz sorri, e Eiri pára na casa amarela. Abre o portãozinho de ferro e entra.
- Tchau Hyoga-kun, até amanhã... – ela entra. – Obrigada por me acompanhar!
- Tchau Eiri-chan, até mais! – Hyoga sorri, abanando.
- Ah! – Sakura acorda de seus pensamentos e sorri, abanando para a amiga. – Tchau Eiri-chan, até amanhã.
- Adeus... – Eiri entra para dentro de casa, e Hyoga e Sakura decidem seguir em frente para suas casas. Durante grande parte do caminho, apenas os barulhos dos passos dos dois eram ouvidos, pois ambos se calaram.
- Sakura-chan...? – Hyoga começou.
- O quê? – Sakura pergunta, um pouco avoada.
- No que está pensando? – Hyoga pergunta, sem rodeios. – É que durante a minha conversa com a Eiri, eu praticamente nem senti que você estava lá... Ficou o tempo todo quieta, pensando... Eiri me comentou que você andava estranha, no recreio e no começo da aula você deu um show de extrovertimento, e agora, está tão calada. Ela me disse que anda preocupada com você... E me pediu pra perguntar se tem algo errado com você. Tem?
- Eu só estava pensando... Como a "boa-sorte" que todos procuram pode estar tão perto de nós, mas ao mesmo tempo, mais distante que as estrelas. – ela começou. – A Eiri é o próprio exemplo... Eu percebo nos olhos dela muita felicidade quando olha pra você... Aquela felicidade verdadeira, sabe...? E, eu estava pensando, a sorte vem tão depressa pra alguns, e para outros, esperamos uma vida e nada dela! (9)
- Não estou entendendo direito... – Hyoga diz.
- Alguns poderiam entender como ciúmes, mas está longe disso... – Sakura abre a porta de sua casa, já que haviam chegado em seus lares. – O que quero dizer é que... Tem vezes que nós simplesmente não nascemos pra desfrutar de certas coisas, mesmo estando muito próximas de nós...
- Eu acredito que a "boa-sorte" vem pra todos. É só procurar e não desistir jamais, e você achará! – Hyoga discorda.
- Eu também acreditava nisso, até hoje, até ontem... Pra falar a verdade, nem sei quando perdi a fé nisso... – Sakura sorriu tristemente. – Mas a verdade, é que eu creio que minha felicidade não é tão fácil de se obter. Duvido até que eu a consiga um dia...
- Sakura-chan... O que você quer dizer com isso?! – Hyoga perguntava, confuso.
- Deixa Hyoga-kun... São apenas bobagens! – Sakura abre a porta de sua casa e entra. – Há coisas que ficam melhores do jeito que estão, mesmo que alguém acabe saindo triste...

Continua...

Notas Finais: Esse é um romance que me desafiou, pois desde quando iniciei a fazer essa estória, ela me trouxe muita insegurança. Mas o que posso dizer? Que meus amigos me apoiaram, me ajudaram, me deram a força para que eu seguisse adiante esta história... Eu quero agradecer a todos eles por me ajudarem a escrever essa história. Muito obrigada amigos, saibam que vocês têm um lugar especial no meu coração.
Ah, a estória sai um pouco dos padrões reais do anime... Experimentem ler a fic "Indo de Encontro ao Amor", da minha amiga Palas Lis. Se um dia tiverem a oportunidade de ler, por favor, leiam... É uma ótima fic! Devo confessar que me inspirei, em grande parte, nessa fan-fic pra fazer a minha, portanto, se encontrarem algo de muito anormal nessa estória, não se assustem. (In)felizmente, essa fic é puro OOH (Out of Original History).
Fanfic especialmente dedicada a Dark Knight, Arthemisys, Battousai, e Juli.chan... Se não fosse por esses grandes amigos, eu jamais teria iniciado essa estória!

Espero por reviews! Ah, se quiserem me mandar críticas, sugestões, elogios... Qualquer coisa, é só escreverem, mas eu peço que comentem, please!

­­Glossário:
(1 )No original japonês, seu nome é Fler. É que eu resolvi usar a versão redublada do nome, ficou mais clássico;
(2) Significa "cerejeira";
(3) Como o senhor Kurumada nunca deixou explicada a idade dos personagens, eu acredito que o Hyoga tenha uns 18 anos, mais ou menos... Mas cada um com suas impressões;
(4) Sobrenome fictício. Eu não sabia o verdadeiro, então usei esse;
(5) Também é um sobrenome totalmente fictício. Na verdade, eu fiz meio que um "trocadilho" com a pronúncia "Eiri Shinohara" com a pronúncia de "Emi Shinohara", uma famosa seiyuu do Japão;
(6) Sobrenome fictício de novo;
(7) E de novo!
(8) No estilo da casa da Sakura Kinomoto, de Card Captors Sakura;
(9) Conversas do tipo são todas inspiradas na BGM de Inuyasha (aquela usada nas cenas entre Inuyasha e Kagome). Seria uma boa se ouvissem ela enquanto lêem essa parte. Não é uma exigência...