AI
SHITTEIRU, DAISUKI...
Petit
Ange
Capítulo 7 - Encontre-me
Naquela noite onde as
estrelas brilhavam como se previam uma forte ventania, eram cerca de
20:30h, e todos os convidados da festa anterior, exceto por Minu,
estava lá.
- Ela está atrasada... Droga! – Takato
dizia, já ficando irritado.
- Relaxa Takato, ela vai
chegar logo, deve estar se "produzindo", como sempre... – Koji
tranqüilizava, ou pelo menos tentava, o amigo. E, num canto mais
afastado, Ikki conversava com Esmeralda.
- Vamos embora, isso não
vai dar certo... – o rapaz tentava convencê-la.
- Calma,
isso vai acabar rápido. – Esmeralda dizia, sabendo da
ansiedade do rapaz.
- Minu vai estragar a surpresa! – Ikki
dizia, desesperado.
Não estava preocupado com isso, e ela
sabia. O rapaz apenas queria ir embora, não gostava de
planejar festa, muito menos de ir nelas. Estava levantando-se para
sair, quando Minu chegou, bela e com um sorriso estranho na face.
-
Bem-vinda, madame, fizemos vossa senhoria perder muitos compromissos?
– Aya dizia, sarcástica.
- Poupe-me de seus infelizes
comentários, Yuki, pois temos mais é que comemorar
muito esse acontecimento histórico! – Minu sorria.
-
Acontecimento histórico? – Koji pergunta, sem entender,
assim como os demais.
- Ei pessoal, vocês não vão
acreditar, mas eu tenho uma surpresa para todos vocês! – Minu
grita, alegre e confiante.
- Surpresa? O que você andou
fazendo? – Takato pergunta, curioso.
- O que eu andei fazendo?
– Minu pergunta, com um tom inocente. – Eu não fiz nada,
mas uma pessoa aqui fez uma coisa e não nos contou!
- Do
que você está falando? – Miro pergunta.
- Fala
logo! – Takato não agüentava mais em si, de
curiosidade. Todos agora estavam em volta de Minu, Esmeralda puxou
Ikki até a roda de jovens curiosos, e Minu mirava os dois,
prestes a disparar seu ataque.
- Conta aí, Minu! – Yuki
pedia.
- Porque o Ikki não conta...? – Minu pede,
olhando para o rapaz. Todos os olhares se voltaram para ele, que
ficara paralisado, e Esmeralda olhava para ele com um misto de
preocupação e curiosidade nos olhos.
- Do que está
falando, Minu?! – Ikki pergunta, irritado.
- Tigrinho, está
se fazendo de sonso? – Minu deu um sorrisinho irritante. – Você
aceitou minha aposta e cumpriu!
- A... Aposta...? – ela
lembrou-se da festa anterior, mas não achou que fosse aquilo.
Não podia ser.
- O que? Ele transou com alguém só
porque vocês apostaram? – Miro pergunta. – Você fez
isso, Ikki?
Afrodite- E não foi com qualquer pessoa, ele
transou com a Esmeralda! – Minu disse, triunfante, vendo o rosto
dos dois. Todos ficaram chocados com a notícia, Ikki estava
suando frio, tremendo levemente, e Esmeralda estava paralisada.
-
É verdade, Ikki? – Yuki pergunta, assustada.
- Você
está mentindo, não é, Minu...? – Koji não
acreditava no que ouvia.
- Você fez isso mesmo, Ikki?! –
Esmeralda pergunta, sem esboçar nenhum semblante em seu rosto.
Todos calaram-se novamente, Ikki estava com um grande vazio e medo no
peito, uma grande dor lhe corroia o coração.
-
Não... Eu não... – o rapaz mal podia falar.
- Ele
podia escolher, e escolheu você, sortuda! – Minu deu uma
risada triunfante.
- Diga que não é verdade, Ikki!
Diga que não havia aposta nenhuma...! – Esmeralda pedia,
começando a chorar.
- Havia uma aposta sim... Mas, eu... –
a frase de Ikki foi interrompida por um forte soco que levara no
rosto. Esmeralda havia lhe batido com tanta raiva, nunca havia batido
em alguém tão forte assim antes, na verdade, nunca
havia batido em ninguém. Ikki estava caído no chão,
com a boca sangrando em um pequeno filete, os outros indivíduos
haviam entrado entre os dois, temendo mais um ataque da moça
contra o rapaz caído.
- Eu pensei que... Que você me
amava... – ela dizia, entre lágrimas.
- Eu amo... –
Ikki murmura.
- NÃO OUSE DIZER ISSO!!! – Esmeralda
grita, com a fúria estampada na face.
- É
verdade... Eu não estava me importando com a aposta... Eu...
Nem ao menos me lembrava dela quando estávamos juntos... –
ele tentava dizer.
- NÃO ME LEMBRE QUE EU JÁ ESTIVE
JUNTO DE VOCÊ UM DIA!! – a moça grita, mais furiosa do
que nunca. – EU QUERO ESQUECER TUDO ISSO!! QUERO ESQUECER DE
VOCÊ!!!
Esmeralda saiu da casa a passos largos, o rapaz,
sangrando e quase chorando, levantou-se e foi atrás dela, sem
se importar com os amigos que o repreendiam. Desceu as escadas da aos
pulos, até alcançar a jovem, que ia a sua frente,
pisando duro.
- Não vá! Eu te amo! – disse Ikki,
agarrando sue braço.
- Me solta! – ela grita.
- Não
vou soltar! Você pode me bater o quanto quiser, mas não
vou soltar! – Ikki grita.
- ME SOLTA, AGORA!! – Esmeralda
grita mais uma vez.
- Não... Eu te amo... Eu te amo mais
que tudo no mundo! Me perdoe! – Ikki tentava conseguir seu perdão,
o medo tomava cada movimento e fala. Mas, com um movimento brusco,
Esmeralda conseguiu o jogar nos degraus da escada, e desceu correndo,
Ikki não viu, mas ela também chorava.
Minu desceu
atrás de Ikki, e o abraçou com deboche.
- Ora doce
Ikki, a vida é assim... – ela dizia. – Você achou
mesmo que ia durar para sempre? Você fez tudo isso movido pela
aposta, bobinho...
O rapaz levantou com muita fúria, assim
como um ódio incontrolável, e deu um soco no rosto de
Minu sem dó.
- Eu... Nunca bati em mulheres antes, mas
hoje, eu... Eu... – Ikki dizia, com o rosto abaixado. – EU TE
ODEIO MAIS DO QUE NUNCA!!!
Ele partiu para cima da jovem, que
estava caída, e começou a bater nela com força,
nem lembrando-se de mais nada, de mais ninguém, esquecendo-se
de que batia numa mulher, mas nada mais lhe importava, de tanto ódio
que sentia. Os outros rapazes e Yuki ficaram olhando pasmos aquela
cena. Ikki batia em Minu com uma raiva que eles nunca haviam
presenciado antes.
- EU TAVA POUCO ME FODENDO PRA SUA APOSTINHA
DE MERDA!! VOCÊ ESTRAGOU TUDO!! Ikki gritava, enquanto a
golpeava. – EU TE ODEIO!!!
- Me larga! Sai de cima de mim! –
Minu gritava. Miro e Koji retiraram Ikki a força de cima da
menina, que estava caída no chão e com o nariz
sangrando. Não muitos hematomas cobriam seu rosto, mas a
expressão de vitória havia sido substituída por
uma expressão de dor e medo. Todos os indivíduos
estavam bastante assustados, nunca haviam visto tamanha fúria
nos olhos lacrimejantes de Ikki.
- DEIXEM EU MATAR ELA!!! – o
rapaz gritava. – DEIXEM EU MATAR ELAAA!!!
- Ikki! Se controle!
– Koji tentava acalmar o amigo, sem sucesso.
- EU TE MATO,
MINU!!! EU TE ODEIO!!! – Ikki gritava e esperneava, tentando se
desfazer dos braços de Takato e Miro, que o seguravam.
-
Yuki, alguém tem que ir atrás da Esmeralda!! Temos que
desfazer essa confusão! – Koji pedia para a jovem de olhos
castanhos, que entendeu o recado prontamente.
- Pode deixar,
vamos lá, Koji! – Yuki sorri.
- Vamos! – Koji e Yuki
partem para fora da festa. Enquanto Koji e Yuki foram à
procura de Esmeralda, Ikki ainda tentava partir pra cima de Minu, que
sangrava bastante, apesar dos poucos ferimentos. Esta se levantou com
sofrimento, equilibrando-se com dificuldade.
- Seu idiota... –
Minu dizia, com sofreguidão. – Você machucou meu
rosto!
- CALA A BOCA!! CALA A BOCA!! EU NÃO QUERO TE
OUVIR!!! – Ikki gritava.
- Sabe, é um erro seu signo ser
representado por um leão. Você deveria ser representado
por um carneiro, pois você é tudo o que um é:
inocente, puro e burro... – Minu diz, com um sorriso de vitória
no rosto machucado.
Takato, ao ver tal cena, empurrou Minu, que
caiu no chão, rolando por alguns degraus.
- Isso é
pra você aprender a ficar quieta! – Takato diz, com raiva da
situação, mas principalmente de Minu. – Vamos levar o
Ikki pra minha casa!
Takako estava lá,
observando sua filha. Estava inconsciente, respirando e fazendo quase
tudo através de máquinas. Era doloroso ver seu estado e
não poder ajudá-la.
- Toma, senhora... – Hyoga,
que estava acompanhando-a, trouxe para a mulher uma bebida
refrescante. – ...Você está há tempos aqui, sem
fazer nada. Não está com sede?
- Estou sim. – ela
diz, bebendo o conteúdo do copo de papel. – Ah, obrigada,
Hyoga!
- E então...? – Hyoga pergunta, olhando para
Sakura.
- Nada, ainda... Nenhuma reação ou
mudança... – Takako volta a olhar para Sakura. – Sabe,
Hyoga, eu estou pensando... Acho que vou desligar as máquinas...
Já fazem quase duas semanas que ela está assim... Além
do mais... Eu não agüento mais vê-la nesse
estado...
- Pense melhor, senhora Yamamoto! – Hyoga pede. –
Mesmo em coma, ainda há chances dela sobreviver!
- Não...
Eu não quero mais isso... É doloroso vê-la desta
forma e não poder fazer nada... Você sabe Hyoga, a
Sakura não tem nada a ver comigo... – Takako dizia, como se
conversasse com um psicólogo. – Houve uma época em
que todos diziam que parecia que a Sakura não havia saído
de mim... Ela é forte e decidida, parecida com minha mãe
e irmã, e eu sou tranqüila, mas sou muito insegura e
fraca... Não consigo mais olhar para minha filha e... Vê-la
assim... Acho que, amanhã, daremos adeus de verdade para
ela...
- Mas, senhora... – Hyoga tentou argumentar, mas sua mãe
chega bem na hora.
- Hyoga, querido, vamos embora agora... –
Natasha diz.
- Certo... – suspira o rapaz. – ...Mas, senhora
Yamamoto, pense melhor a respeito. Sei o que está sentindo,
mas... Esta é uma situação delicada... Não
faça nada de cabeça quente, por favor, ou irá se
parecer com a Sakura... Veja o que aconteceu por ela ter feito algo
quando não deveria... Eu peço para a senhora que pense
bem, não faça nada que possa se arrepender depois,
porque não poderá traze-la de volta se isso acontecer.
Boa-noite.
- Boa-noite... – Takako diz, e sorri para os dois.
E, assim, Hyoga e Natasha saem do quarto.
- O que houve, filho?
Porque disse tudo aquilo a Takako? – Natasha pergunta.
- Não
é nada, mamãe... – ele diz, olhando pela janela do
hospital, vendo a bela noite refletida na janela. – Nada mesmo...
Mãe e filho
passeavam a pé, para voltarem para casa. Era gostoso sentir a
brisa da noite, e ver as estrelas e a lua no céu. Mas ambos
sabiam que nem tudo estava contente.
- Calor, não é...?
– Natasha quebra o silêncio que os envolvia.
- Pois é...
Faz tempo que não tinha uma noite quente destas. – Hyoga
sorri, olhando para o céu estrelado.
Alguns passos são
ouvidos, e junto com eles, um lamento. Correndo, uma jovem de cabelos
loiros passa, com um rosto abatido e nem prestando atenção
aonde corria. Bateu no ombro de Hyoga, sem querer, mas nem deu
atenção, e continuou correndo.
- Nossa! Como os
jovens ficaram estranhos e sem educação! – Natasha
suspira.
- Hum... Acho que eu conheço essa moça de
algum lugar... – Hyoga diz.
- Mesmo? – sua mãe estava
curiosa.
- Não deu pra ver porque ela tava correndo com a
cabeça baixa, mas eu tenho quase certeza de que a conheço.
– ele diz.
- Estranho... – Natasha suspira de novo, cansada.
- Tomara que a Esmeralda não tenha ido pra nenhum outro
lugar! – Koji dizia, correndo rapidamente, assim como Yuki.
-
Ela também não deveria ter perdido o controle, a
situação está se complicando! – Yuki quase
gritava de raiva e medo.
Os dois corriam o trajeto das alamedas e
ruas próximas à festa, passavam pelas casas escuras,
onde todos provavelmente já estavam dormindo, esperando
encontrar a jovem em sua casa ou nas redondezas, mas quando estavam
passando por uma rua, encontraram Hyoga com sua mãe.
- Oi
Koji, oi Yuki! O que estão fazendo aqui, a essa hora? –
Hyoga pergunta.
- Conhece eles, filho? – Natasha pergunta,
apreensiva.
- Ah é, esses são alguns amigos de um
amigo meu! – Hyoga os apresenta. – Pessoal, esta é minha
mãe, mamãe, esses são meus amigos!
- Prazer.
– Koji e Yuki dizem em coro.
- Ah, o que estão fazendo?
– Hyoga pergunta novamente, tomado por curiosidade.
- Hyoga,
amigo, você viu uma menina loira, de blusa comprida verde-água
e saia preta passar por aqui?! – Yuki pergunta.
- Hã...
Eu vi sim, uma menina passou correndo por aqui agora há pouco,
né mamãe?
- Sim, parecia abatida... – Natasha
comenta.
- Pra onde ela foi?! – Koji pergunta.
- Foi
praquele lado lá! – Hyoga apontou a esquina escura, onde viu
a menina pela última vez, antes dela sumir.
- OBRIGADO!! –
Koji e Yuki disseram, começando a correr para lá. – E
adeus!
- Que coisa estranha... – Natasha comenta.
- Eu
assino embaixo... – Hyoga afirma.
Mais tarde, na casa de
Takato, todos estavam reunidos. O rapaz havia pegado ataduras e
outras coisas necessárias para os primeiros-socorros. A única
que não estava ali era Minu, esse havia sido deixada sozinha
em sua própria casa, onde não receberia a visita de
ninguém naquela noite.
Ikki lutava muito para não
chorar, mas estava quase fazendo isso. Queria ir atrás de
Esmeralda, não importa onde ela estava, não importava
se ela já não estivesse nas redondezas, iria atrás
dela. Os amigos tentaram acalmá-lo, mas fora em vão.
Quando Koji e Yuki chegaram, pois ficaram sabendo por uma ligação
de Takato no celular de Koji, o rapaz correu para eles, procurando
informações.
- Ela foi... Arf! Arf! Embora, Ikki...
Arf... – Koji disse, arfando. – ...Sinto muito.
O olhar de
Ikki se tornou molhado mais uma vez, e desta, não segurou mais
as lágrimas. Caiu deitado na cama, chorando sem soluçar,
sentindo uma grande dor.
- Nós descobrimos como ela ficou
sabendo tudo... – Yuki disse. – Parece que ela vira vocês
dois na sua casa, quando foi de surpresa lá... Você e
ela estavam fazendo o trabalho de Química juntos, lembra-se?
- Ela viu...? – Ikki pergunta, num sussurro.
- Sim, e isso
deixou a Minu se corroendo de ciúmes... – Koji explicava. –
E ela, na raiva, acabou arquitetando este plano, que infelizmente,
deu certo... Ah, mas nós encontramos Hyoga no meio do caminho!
- Ele viu para onde Esmeralda foi? – Ikki perguntou,
esperançoso.
- Ele disse que a viu passar correndo, numa
rua próxima da festa, mas... – Yuki nem conseguia falar
direito, tudo foi tão repentino. – ...Não deu muita
atenção, porque não a reconheceu no momento...
- Ninguém viu onde ela foi? Ninguém sabe? – Ikki
pergunta, novamente sentindo o mundo desabar sobre seus ombros.
-
Não, amigo... – Koji diz, cabisbaixo.
- Eu quero ela de
volta! Quero ela de volta pra mim! – de repente, uma idéia
passou em sua cabeça. Era arriscada, mas tentaria. – Eu vou
atrás dela!
- Nada disso! Você não está
em condições de sair sozinho por aí! – Takato
dizia, fazendo-o deitar na cama de novo.
- Não quero
saber! Eu quero ela de volta! – Ikki grita.
Ele chorava
novamente, apesar de estar rodeado pelos outros, sentia-se
completamente só. Queria sair dali correndo, ir atrás
de Esmeralda onde quer que fosse. Então, lembrou-se do local
que a amante lhe mostrara um dia, e com uma pequena distração
dos outros, tomou a chave do quarto do bolso de Takato e saltou da
cama. Os outros impedi-lo, mas ele fora mais rápido, e
trancara a porta.
- "Isso é somente entre eu e ela!"
– pensou o rapaz, enquanto corria.
Takako e o Doutor que a
atendia estavam ali, diante da cama de Sakura. Takako implorou para
que o médico desligasse as máquinas, queria voltar para
casa naquela noite, sem se preocupar com nada.
- Tem certeza
disto, senhora Yamamoto? – o doutor pergunta, apreensivo.
-
Toda... Pode desligar! Eu me responsabilizo por tudo! – Takako diz,
decidida. Neste momento, Sakura deu um leve gemido. – Por favor,
rápido!
- Certo! – o médico, lentamente, se
aproximou da tomada, ouvindo novamente um gemido da menina, e num
rápido movimento, desligara o sistema-geral.
O silêncio
estalou-se ali, até que...
- NÃO
DESLIGUEEEEEEEEEEEEM!!! – Sakura grita, dando um salto da cama.
O
médico e Takako se assustaram, mas rapidamente, quando Sakura
deu um sorriso para ambos, Takako abraçou a filha e o médico
suspirou, aliviado.
- Sakura! Que bom, que bom que está
bem! Que bom...! – Takako dizia.
- Mãe, mãe...
Pára com esse mico, eu estou bem... Ó! Tô bem! –
Sakura dizia, afastando a mãe dela.
- Mas, como...? – o
médico pergunta, pasmo.
- Sei lá doutor, sei que eu
queria gritar, mas a voz não saia... Daí eu disse pra
mim mesma que era pra mim me esforçar, e foi o que eu fiz, daí
eu gritei... – Sakura diz.
- Não se lembra de nada? –
Takako pergunta.
- Só de sentir uma forte dor na cabeça,
depois tudo ficou preto e eu apaguei... Aí eu acordei agora,
aqui, mas eu já tava acordada, só não conseguia
abrir os olhos... – a menina diz.
- Que milagre! – o médico
suspira.
- Mãe, quero ir pra casa, eu tô bem! –
Sakura diz, levantando-se. – E não vou aceitar um não
como resposta!
- Nhhn... Ela pode...? – Takako pergunta ao
médico.
- Desde que, amanhã, venha para fazermos
alguns exames finais, eu a libero hoje.
- OBAAA!! – mãe
e filha gritam.
Esmeralda observava a
paisagem noturna do local. As águas calmas refletiam o luar, o
vento balançava as árvores calmamente, mas o coração
dela não estava calmo. Queria ir embora da cidade, ir embora
pra longe, nunca mais voltar, nunca mais se apaixonar, nunca mais
amar... Queria morrer. Poderia se suicidar, ali mesmo, no "seu
lugar secreto". Pena que agora não era apenas seu, ele havia
estado ali, ele sujara seu local, seu cantinho. Marcara seu corpo,
sua boca, tudo! O cheiro dele estava em suas narinas, sua pele estava
na sua, sensações que ela já adorara, agora lhe
davam nojo. Queria voltar no tempo, naquele mesmo dia e deixar tudo
de lado. Porque se entregara daquele jeito? Amara aquela pessoa a
vida toda e agora, o que era aquele amor? Era ódio!
Amara
uma pessoa que havia feito uma aposta com o coração
dea, uma aposta de jogo. Se entregara a alguém que não
devia sentir nada por ela. Teve seus pensamentos interrompidos por um
barulho.
- Sabia que você estava aqui... – Ikki diz.
-
Não acha que você já me fez sofrer o bastante? –
Esmeralda pergunta. – VOCÊ NÃO SE CANSA, NÃO?!
-
Eu te amo... Me perdoa! – Ikki pedia.
- Vá embora! –
Esmeralda pede, virando seu rosto.
- Não... – Ikki diz,
em tom decidido.
- Por favor... – ela pede. – ...Vá
embora!
- Eu não te deixaria ir! Nunca! – Ikki diz,
aproximando-se dela.
- SAIA DAQUI!!! – Esmeralda grita,
levantando-se do banco onde estava sentada.
O rapaz chorava, e
ela também, mas não recuou, pelo contrário,
atirou-se por cima dela, abraçando-a e pedindo perdão.
- Eu não vou embora...! – Ikki dizia.
A frase de
Ikki foi cortada por um beijo, mas não era qualquer beijo. Era
um beijo violento, uma língua que adentrava em sua boca com
tamanha força, que seu lábio foi cortado.
- SE NÃO
VAI POR BEM, VAI POR MAL!!! – Esmeralda grita, tirando de sua bolsa
uma pequena faca.
Ela começou a atacar Ikki, tentando
perfurá-lo com a arma, mas o rapaz era rápido, e
desviava-se dos ataques. Mas, nem por isso a moça parava, pelo
contrário, continuava a atacar Ikki cada vez mais,
consumindo-se na própria raiva.
- Pára, Esmeralda!
– Ikki nunca tinha a visto tão louca.
- AGORA VOCÊ
VAI VER!!! NÃO ERA ISSO QUE VOCÊ QUERIA??!! HEIN??!!
POIS AGORA VAI TER!!! – ela recomeçou a atacar, sem
cansar-se. Conseguiu, por sorte, perfurar o braço do rapaz.
-
Por favor, está doendo! – Ikki pede, com medo dela.
-
Você acha que não doeu comigo?! – Esmeralda grita. –
Você acha que não doeu quando você me enganou?!
Ikki não queria machucá-la, mas se não
fizesse algo logo, em meio à loucura e na raiva, Esmeralda com
certeza poderia até matá-lo, se ele não fizesse
alguma coisa. Nada lhe passou na cabeça, tudo o que podia
fazer era continuar tentando dizer a ela que fora tudo uma armadilha.
- Eu não te enganei... – Ikki diz. – Eu te amo...
Foi
nesse momento que Esmeralda olhou para Ikki fixamente, seu olhar
assustado. Sentia uma vontade de abraçá-lo, pedir
desculpas, beijá-lo e pedir perdão.
- Você é
um demônio... – ela diz, parando de atacar Ikki, se afastando
lentamente.
- Esmeralda... – Ikki murmura.
- Você é
uma coisa tão demoníaca, que nem consigo te machucar...
– ela diz, sorrindo, olhando para a grama.
- Não diga
isso. Me perdoe! – Ikki diz, aproximando-se dela em passos lentos,
e a beijou. Não soube o porquê, mas Esmeralda
correspondeu, e depois se afastou.
- Eu... Eu... Eu preciso ficar
sozinha! – ela diz, apontando a faca para o rapaz. – E não
me siga, se não quiser morrer!
E, assim, ela correu do
local até sumir de vista.
No dia seguinte, na
escola, todos mais uma vez iniciariam as aulas. Como sempre, nas
últimas duas semanas, sempre estava um pouco vazia, e
novamente eles iriam dizer "ausente", quando o professor
dissesse "Yamamoto".
Na verdade, seria naquele
instante.
- Yamamoto... – o professor diz, mas já sabia
a resposta.
Barulhos de alguém correndo fazem o professor
e todos pararem, e a porta da sala de aula se abre. Nela, se
encontrava uma menina de cabelos loiro-escuros, olhos azul-profundos
e um sorriso maroto.
- SOU SAKURA YAMAMOTO, PROFESSOR,
PRESENTE!!! – ela diz, sorrindo.
- SAKURA??!! – todos os
alunos, assim como o professor, gritam.
Continua...
No próximo capítulo: Finalmente, depois de tanto tempo, chegamos a umas daquelas partes esperadas pelos leitores! Como vai ser a declaração de Sakura para Hyoga? E como ficará todo o resto? As últimas emoções de "Ai Shitteiru, Daisuki..." (calma, ainda tem mais um pouco de fic...), em "A Promessa Eterna".
