N.A: É isso aí, povo! Acabou... Esse capítulo vai ser curto devido à minha mudança, mas tudo o que precisa para acabar em um Happy End (mesmo que nem para todos...) está por aqui! Obrigada a todos que acompanharam a fanfic, e até a próxima...

AI SHITTEIRU, DAISUKI...
Petit Ange

Último Capítulo:
Capítulo 10 - Aquela Que Eu Amo É...

Naquela noite, Hyoga teve um estranho sonho. Naturalmente e estranhamente, era igual aos outros que tivera. Sempre com uma cerejeira atrás de tudo.
- Não posso mais ficar com você, Hyoga... – a voz doce de Eiri provocava um eco no ar, fazendo os ares encherem-se de "Ficar com você, você, você". – ...Adeus...
- Espera, Eiri! – Hyoga grita, agarrando seu braço.
- Solte-me... Solte-me agora...! – ela pedia, seu rosto era triste e frio. A cerejeira desprendia pétalas magníficas cor-de-rosa, como lágrimas. Era como se a cerejeira estivesse chorando.
- Você não vai! – Hyoga grita.
- ...Desculpe... – ela diz, e as lágrimas cor-de-rosa fazem as mãos dos dois soltarem-se, e Eiri sumia rápido, no horizonte. – ...Adeus...
- EIRI, ESPERAAAAAA! – Hyoga grita. Despertou de seus sonhos, suado, arfando, com o despertador tocando, indicando o horário com o qual já estava acostumado a levantar. Estava cansado, mas não com sono. A noite passada havia sido extenuante. Ele e Eiri haviam discutido por causa da mudança, e no final, a moça havia dito adeus a ele com clareza, e pedindo para que não a procurasse.
Quem disse que ele obedeceria?
Desceu as escadas para o desjejum, e encontrou seus pais. Estavam esperando o filho, que desceu, e sua cara não estava das melhores.
- O que houve, filho? – pergunta Tojirou, preocupado.
- Nada pai... Não houve nada, só estou... Cansado... – Hyoga diz, esquecendo-se de agradecer pela comida, comendo simplesmente.
- Tem certeza de que quer ir para a escola? – pergunta Natasha, também preocupada.
- Mãe, pai, eu tô bem de saúde! Só estou um pouco cansado, mas eu posso ir pra escola, sem problemas! – Hyoga diz, irritado.
- ...Só não esqueça de se despedir de sua namorada hoje... – Tojirou diz.
Natasha, vendo a besteira que seu marido cometera, dá um chute em sua canela, por baixo da mesa.
- Ugh! O que eu fiz! – pergunta, irritado.
- Querido! – Natasha repreende-o, mas esta simples palavra o fez compreender a besteira que cometera ao mencionar a palavra 'namorada'.
- ...Tudo bem... – Hyoga diz, levantando-se da mesa e lavando sua louça. – Eu vou me despedir dela sim, hoje, no aeroporto...
- Eu também vou indo! Estou atolado de coisas no escritório. – Tojirou diz, dando um beijo em sua esposa e filho. – Vê se melhora, garotão!
- Tá bom... – diz Hyoga, vendo o pai sair de casa.
- Hyoga, querido, posso conversar com você...? – Natasha pediu, séria.
- O que é, mãe? – Hyoga pergunta, vendo que seria uma conversa longa, só pelo tom de voz que ela possuía.
É sobre Eiri... – ela diz. – ...E sobre Sakura-chan...
A menção destes dois nomes fez Hyoga se sentir muito estranho. Não estava com vontade de escutar nada sobre as duas.
- Depois, mãe, agora eu tenho aula... – ele inventa, pegando sua mochila e abrindo a porta da rua. – Quando eu voltar, você pode conversar comigo, ok?
Ele sai, deixando sua mãe sozinha.
- Que garoto teimoso... – ela suspira. – ...Só espero que não seja tarde demais...

Quando chegou, estavam todos na escola, como sempre, com exceção de Sakura e Eiri. Parecia que os papéis haviam se invertido nas últimas semanas. As duas que mais costumam aparecer faltavam no mesmo dia.
- Bom-dia... – Hyoga os cumprimenta.
- Vamos poupar os bons-dias, e aí, já soube das novidades, né? – Seiya pergunta, sem rodeios, muito curioso.
- Qual? – Hyoga pergunta. Tinha um palpite, mas achou melhor não arriscar.
- Ora, cê sabe, a mudança da Eiri! – Seiya refresca a memória do amigo. – E então, pra onde ela vai, a que horas!
- Por que quer saber? – Hyoga desconfiava.
- Ora Hyoga-kun, para irmos nos despedir dela! – Shun se intromete na conversa.
- Ela não vai vir pra aula hoje, por causa dos preparativos... – Saori diz.
- ...Eu não sei... Ela me disse que iria mais ou menos às quatro, cinco da tarde... – Hyoga diz, um tanto atordoado por não vê-la na sala. – Foi o que ela me disse!
- Então, pessoal, hoje lá no aeroportoàs quatro e meia. Não se esqueçam os presentes, certo? – June informa, ao ver as informações completadas.
- Quatro e meia está bom! – Saori aprova.
- Melhor impossível! – Seiya também aprova.
- Eu também vou... – Hyoga declara.
- Mas é claro que você vai, seu bobo! Você é namorado dela, como não vai ir se despedir da sua namorada, não é! – Shun diz. – Quer acompanhar eu e o Seiya?
- Pode ser... – Hyoga sorri.
- Avisa a Sakura-chan! Pelo visto, ela não vai vir pra aula hoje... – Seiya diz. E novamente uma reação estranha acontece. Sempre, nas últimas horas, quando alguém mencionava o nome dela, era como se um vulcão dentro dele entrasse em erupção.
- Pode... Pode deixar... – ele conseguiu responder. – Eu vou avisar...

Ao chegar em casa, Hyoga encontra Natasha sentada na poltrona da sala, com um rosto sério, prontamente esperando uma conversa.
- Oi mãe, o que queria conversar comigo...? – pergunta Hyoga, largando a mochila no sofá e sentando nele.
É sobre Sakura-chan, e Eiri, meu filho... – Natasha começa. – ...Você anda muito estranho em relação às duas. Entendo que, com Eiri, seja natural, já que ela é sua namorada... Mas... E Sakura-chan? O que houve? Takako me ligou ontem de noite, e me disse que Sakura-chan está inconsolável... Chora pelos cantos, está muito triste, e ela ouviu-a murmurar seu nome... Quero saber o que acontece!
- Mãeé... Uma situação... Uma situação complicada, eu... – ele tentava arranjar uma desculpa rápida. Sabia que este assunto geraria uma grande encrenca.
- Não minta para mim, mocinho! – Natasha grita. – E me conte tudo, sinceramente!
- ...Certo... Você venceu... – Hyoga abaixa a cabeça. Respirou fundo, tentando encontrar ar e palavra certas, talvez neste ar inspirado, e não as achando, começou a falar o que vinha de sua própria cabeça. – É que... Eu gosto muito da Eiri... Muito mesmo... E, eu sempre tive a Sakura como uma irmã... Mas, eu descobri recentemente que... Sakura não sustentava o mesmo tipo de sentimento... Ela me amava, mãe... E, ao ver que eu e Eiri nos gostamos, isso destroça o coração dela... Eu também demorei bastante a entender isto... E, mesmo assim, nunca entendi direito... Ela me contou ontem tudo isso, desde quando eu gostava de Freiya Watanabe, até os dias atuais... Sakura-chan sempre foi como uma árvore... Sempre em no...
De repente, era como se uma luz brotasse em sua mente.
- Sempre em no, o quê? – Natasha perguntou, confusa.
- MAS É CLARO, COMO NÃO PERCEBI ANTES! – ele gritava, feliz com a descoberta. Era incrível, mas era verdade. – A CEREJEIRA DO SONHO DA FREIYA, A SAKURA ESPIONANDO-NOS NAQUELE MESMO DIA! A CEREJEIRA DO SONHO DA EIRI, SAKURA NOS AJUDANDO... Tudo se encaixa!
- Do que está falando, Hyoga...? – Natasha pensava que seu filho estava louco.
- Mãe... Obrigado! Obrigado mesmo! Graças a essas palavras, eu descobri... Eu nunca amei Eiri, eu pensava que amava ela... Eu acho que foi o fato de Sakura e Eiri serem idênticas! Acho que, sem querer, me apaixonei pela 'Sakura' errada... – ele refletia. – ...Pensei que amava Eiri, quando na realidade, eu sempre gostei da Sakura! Como fui tão tolo! Ah, como eu sou besta! Eu sou uma besta mesmo!
Hyoga batia em sua própria cabeça com força, culpando-se pelo sofrimento desnecessários que Sakura passara por culpa dele. Como pudera ser tão tapado?
- Hyoga, filho, do que está falando...? – Natasha pergunta, com um pequeno sorriso, ao ver o sorriso do filho.
- Mãe... Eu finalmente descobri! – ele diz, decidido. – ...Aquela que eu amo é... Sakura!
Natasha deu um grande sorriso. – Então, o que vai fazer agora?
- Primeiro, falar com Eiri e me despedir dela! Depois... Vou me redimir com Sakura, e, se ela aceitar, declararei meus sentimentos...! – ele sai correndo, mas não antes de dar um longo e agradecido beijo em sua mãe. – Obrigado mesmo, mamãe!
Natasha sorriu. Precisava comunicar aquilo para Takako, Akira e seu marido.

Eiri olhava as pessoas passando de um lado para o outro no aeroporto. Sua mãe estava muito séria, como se também sentisse deixar o Japão. Eiri iria sentir muita falta de seus amigos e de seu amado, e nem pudera ir à escola para se despedir de todos... Foi surpreendida pela agraciada visão de seus amigos, que esperavam perto de uma lanchonete.
- Acho que está todo mundo aqui... – disse Saori, ao ver o povo.
- A Sakura-chan mandou entregar isto aqui... – June coloca a carta e um pequeno presente nas mãos de Seiya. – Ela me disse, quando passei na sua casa, que não podia sair porque se sentia mal, mesmo estando com muita vontade de vir, então, ela me pediu pra entregar este presente e a carta pra Eiri, por ela... E NÃO ABRA, SEIYA!
- Tá bom, não precisa ficar nervosa. – ele murmura.
- Você é uma ameaça aos presentes! Precisamos ficar de olho mesmo... – Shun disse, e todos riram, menos Seiya, que ficou emburrado. – Ahé, Ikki não poderá vir porque está trabalhando, mas mandou os votos de boa-viagem pra Eiri...
- Aquele Ikki... Aposto que está aproveitando, e namorando, agora que conseguiu uma namorada bonita...! – Shiryu ri.
- Não é verdade, Shiryu! Ikki é responsável, apesar de não parecer! – Shun defende o irmão, ofendido.
- Ok, ok, me desculpe, Shun... – Shiryu sorri.
- PESSOAL! – Eiri gritava, correndo, ao longe. – GENTE, VOCÊS VIERAM!
É a Eiri-chan! – Saori aponta.
- Pessoal, não acredito nisto... Vocês vieram se despedir de mim...! – Eiri arfava, mas ainda sim, estava emocionada. Era ótimo, muito bom ver seus amigos queridos ali, com ela, no último lugar que freqüentaria de Tóquio.
- Claro que sim, não iríamos deixar você sozinha num momento como este! – Shunrei sorri.
- Vê, nós lhe trouxemos presentes, para não se esquecer da gente... – Shun entrega seu presente, e o de Ikki. – Este aqui é do meu irmão, mas, mesmo assim... Obrigado por tudo, Eiri-chan, por tudo o que compartilhamos com você.
É isso aí! – Seiya lhe entrega seu presente. – Ah, menina, sentiremos sua falta...!
- Aqui está o meu, Eiri-chané algo simples, mas é de coração... – June lhe entrega o pequeno presente. – E, Seiya, não está se esquecendo de algo?
- Ahé! Toma Eiri, este é o da Sakura-chan! Ela não apareceu nem na aula hoje, disse que estava se sentindo péssima, e mesmo querendo vir, não pôde, então lhe mandou um presente e esta carta... – ele diz, estendendo-lhe os presentes.
- Este é o meu! – Shiryu sorri, entregando o seu presente.
- Obrigada gente, obrigada mesmo! Mas... – parecia triste ao perguntar aquilo. – ...E o Hyoga? Ele não veio...?
- ...
- Eu estou aqui...! – Hyoga, arfante, apareceu de repente. – Desculpe o atraso. Tive que fazer algumas coisas antes de vir pra cá... Eiri... Podemos conversar em particular...?
- Claro... – ela diz, se virando para os amigos. – Já voltamos!
Sumiram, deixando Seiya e os outros, juntamente com a mãe de Eiri, por ali.

Sakura havia dormido. Ainda cansada, abriu seus olhos, e seus olhos foram invadidos pela luz do sol. Levantou-se da cama e decidiu estivar as pernas.
O que mais poderia dar errado naquele dia?
Não tinha nada a perder. Abriu a porta de seu quarto, e lentamente, saiu de sua casa para tomar o bom ar fresco da tarde.

- ...O que houve...? – pergunta Eiri, curiosa e assustada.
- Precisamos esclarecer tudo agora, Eiri. Precisamos acabar com tudo isso aqui... Iremos acabar com tudo, ok? – ele pergunta, sério.
- ...Antes de... Antes de acabar comigo... Posso te dizer algo...? – Eiri parecia muito triste.
- Claro... – Hyoga permite.
- Por favor... Compreenda Sakura-chan! Eu sei muito bem que ela está muito abalada com aquilo que disse para você... Está com vergonha de olhar pra mim... Por isso não veio... Porque você é comprometido, e ela declarou-se para você! Ela me ajudou... Me ajudou a ter você... Me ajudou em muitas coisas... – Eiri dizia, lágrimas escorriam de seus olhos. – E eu preciso retribuir tudo isso de alguma maneira... E, então... Eu pensei bastante ontem de noite... E decidi... Por favor, Hyoga, tente compreender Sakura... Ela te ama muito! Isso é palpável há quilômetros...! Entenda que... Que...
- Eu já compreendi... – ele diz.
- O que! – Eiri não acreditava.
- Eu precisei de um pequeno empurrãozinho da minha mãe, das pessoas ao meu redor, da própria Sakura... Para perceber que... Não é você quem eu amo de verdade... Eu só estava fascinado por você, mas meu coração... Ele sempre... Sempre foi da Sakura, sem eu mesmo não me dar conta... – ele dizia, com um pequeno sorriso. – ...Desculpe-me Eiri, mas... Eu amo a Sakura, e não a você. Então, terminemos tudo aqui...!
Ela sorri. – Sim, tudo aqui... Mas, por favor, não a magoe mais... Apenas faça-a feliz, ok? E se você não o fizer, eu vou ficar P da vida com você!
- Farei o meu melhor! – Hyoga diz, animado.

No avião, Eiri aproveitou para abrir a todos os presentes. Anéis, ursos de pelúcia, livros, roupas... Seus amigos eram muito, muito especiais mesmo. Quando terminou de abrir todos os presentes, parou ao ver a carta de Sakura.
Tomada por uma curiosidade natural, abriu, e leu-a:

"Querida Eiri,

Peço mil desculpas por não poder ir me despedir pessoalmente de você. Sinto-me muito mal com isso, mas mesmo assim, talvez isto seja um pouco bom, não é? Poupemos lágrimas. Já derramamos muitas, ou melhor... Eu já derramei mais lágrimas do que pensei ser capaz de produzir, e não gostaria de dizer adeus a você. Apesar de parecer, ou não parecer, eu te considero uma ótima, ume excelente amiga, e pode ter certeza de que você irá fazer muita falta para mim.
Quero te confessar uma coisa... Fui eu a pessoa por trás de tudo isso. Eu era a pessoa apaixonada por Hyoga desde os 11 anos, eu era a pessoa que tinha inveja de você e da Freiya, que como deve saberé a ex dele... E eu fui a pessoa que uni vocês, contra a minha vontade. Quem você acha que fez toda aquela 'coincidência' no parque acontecer! Aquilo não foi coincidência... Fui eu. Eu chorei, praguejei contra mim mesma, mas mesmo assim... Senti que, se vocês fossem felizes, eu seria. Por que eu gosto muito de você, gosto muito do Hyoga, e vocês mereciam ser felizes. E se encontravam felicidade um no outro, o que eu poderia fazer? Fiquei em silêncio, ajudando quando necessário... Sei que fui muito indiscreta, e por isso, peço seu perdão, o qual sei que será difícil de obter.
Não irei alongar muito esta carta, era só pra você saber de tudo o que eu tentei esconder. E para saber que você sempre terá um lugar no meu coração... Não percebeu as marcas? Desculpe, chorei em cima da letra... Espero que não tenha ficado borrado com o tempo! Ah, o que estou dizendo? Viu só o que você fez, sua boba! Me fez chorar... Eu vou me despedir aqui, antes que eu acabe encharcado a carta... Mas quero que saiba, Eiri, antes que vá embora e deixe todo mundo com saudades por aqui, que...
Eu te amo.

Atenciosamente,
Sakura-chan."

Eiri agradeceu aos céus por sua mãe estar dormindo, devido ao cansaço de arrumar a casa, malas, negócios. Três pequenos e brilhantes pingos d'água mancharam a letra de Sakura, e os olhos de Eiri estava marejados, prontos para derramar mais alguns.
- Obrigada Sakura-chan, e a propósito... – ela sorri. – ...Você acha que eu nasci ontem? Sempre esteve na cara o seu amor pelo Hyoga... Mas... Parece que eu perdi ele para você, sua sortuda!

Sakura olhava o sol e o céu. Ambos eram tão belos... Apenas olhando para esses dois componente maravilhosos do universo, ela podia esquecer todos seus problemas. Percebeu que sua mãe saíra de casa, indo em direção da casa dos Yukida.
- Oi mãe, vai fazer o que na senhora Yukida? – perguntou Sakura, desconfiada.
- Conversar um pouco, fofocar, isto é proibido? – pergunta Takako, rindo.
- De maneira nenhuma... Queira fazer o favor de fofocar bastante, menos sobre mim... – ela sorri também.
- Vou pensar no seu caso! – sua mãe brinca, tocando a campainha. Natasha atende, com um sorriso de orelha a orelha, e as duas, animadas, entram.
Sakura ouve, então, passos. Era alguém correndo... Alguém com pressa. Para que? Voltou a olhar para o sol, talvez olhando para ele, para o céu azul, esquecesse de tudo o que pensava. Os passos ficavam cada vez mais perto, até que o dono deles chega.
- Oi... Sakura... Sakura-chan...! – Hyoga diz, arfante.
- E aí, qual maratona você correu? – ela perguntou, rindo da própria piada, e ele também riu, aproximando-se mais dela. – Ei, qualé a sua!
- O que? Não posso chegar perto de você...? – ele pergunta, inocente.
- Não é isso, mas é que... – o olhar penetrante que ele lançava-lhe era perturbador demais. Chegava a lhe tirar o fôlego. Lembrou-se de Eiri. – E aí! Como foi com a Eiri! Ela foi embora! O que aconteceu...!
- Calma, uma pergunta por vez! Sim... A Eiri foi embora, mas entregamos nossos presentes, o seu e a sua carta sem problemas... E, eu... – ele olhou para o chão ao dizer aquelas palavras que, pensando bem, não o machucavam muito. – Eu terminei... Acabei de vez com a Eiri... Eu e ela... Não iremos mais nos encontrar, nos escrever... Esqueceremos um do outro...
- Por que! – Sakura, por dentro, estava feliz, mas ainda sim, preocupada.
- Porque eu... Aquela que eu amo não é a Eiri... Infelizmente, eu percebi isto tarde demais, e fiz esta pessoa sofrer desnecessariamente... – ele dizia. – ...Mas eu finalmente compreendi... Eu sei quem eu amo agora...
- Quem é esta pessoa? – Sakura forçou-se a perguntar. Mais uma vez, estava totalmente destroçada e quebrada por dentro. Era sempre assim, já estava acostumada...
Ele aproximou-se dela, devagar. – Aquela que eu amo é...
É? – Sakura estava muito curiosa. Queria saber quem era a sortuda, sua rival. Certamente estava sentindo muita inveja desta pessoa, mas o que se podia fazer? Nada.
- Ai shitteiru... – ele inclinou-se ternamente, abraçando sua cintura. – ...Daisuki...
No instante seguinte, seus lábios se encontraram num terno e carinhoso beijo, que traduzia todos aqueles anos de mentira. Sakura tentou resistir, surpresa, mas seu corpo não obedecia. Entregou-se à seus sonhos... Era bom, mesmo sendo um sonho.
- "Isso é um sonho? Ou é a realidade? Mas... Isso é um sonhoÉ claro que é um... Porque Hyoga iria perder seu tempo me beijando? Eu, a Sakura-chan, a amiga... Não mais do que amiga... Mas, mesmo sendo um sonho... Eu não quero acordar, se for um sonho... Está bom, está ótimo, do jeito que sempre sonhei... E estou sonhando agora... Não parece sonho. Parece a vida real... Vai ver que eu estou dormido. Eu vou acordar daqui a pouco, e tudo vai continuar na mesma... Nada irá mudar. Continuarei sendo a Sakura, e não aquela que ele ama. Mesmo assim, enquanto este sonho durar, que seja sempre assim... Porque eu... Porque ele é a pessoa que eu amo..."
Separaram-se por falta de ar. Sakura queria continuar, mas também precisava respirar. Como fora bom... Com toda a certeza do planeta, fora a melhor sensação que já sentiu.
- Pronto... Já posso acordar... – ela murmura.
- Isso não é sonho... Acrediteé a realidade... – ele diz, abraçando-a.
- Não é sonhoÉ real? Você me ama de verdade? – ela perguntava, sentindo inúmeras emoções transbordarem dela. – ...Você me beijou de verdade...?
- Sim... Perdão, Sakura, perdão por eu ter sido um tapado... Por não ter percebido antes o quanto você era importante para mim... – ele dizia.
- Esqueça, eu perdôo os seus erros, porque você é um tapado, mas é o meu tapado! Pode deixar, tudo isso é passado agora... – ele diz somente, sorrindo de felicidade. – Sonho ou não... Agora, pouco me importa isto... Você poderia me abraçar? Você é tão quente... Adoro quando você me abraça...
- Claro... – ele atende o desejo dela, apertando-a ainda mais de encontro ao seu protetor corpo. Nunca em sua vida Sakura sentiu-se mais feliz e completa. Ainda não acreditava que aquilo tudo estava acontecendo.
- Eu te amo, Hyoga... Na verdade, eu sempre quis dizer isto, mas... Eu tive que trancar este sentimento lá no fundo, mas... Eu amo você... Mais do que tudo... – Sakura declara, sincera. Essas palavras, que há tanto tempo estavam trancadas em sua garganta, ao saírem, causaram um ótimo bem-estar à jovem.
- Também te amo, Sakura... Muito... De todo o coração... – Hyoga diz, ternamente.
- Vamos ficar juntos de agora em diante, não é...? – ela pergunta, com a cabeça encostada no peito de Hyoga, sentindo seu coração bater fortemente. – Você não vai me abandonar de novo, não é...?
- Sua bobaÉ claro que não... Nunca mais irei me separar de você de novo... – ele diz, sorrindo. Ela fechou os olhos, e Hyoga a beijou novamente. Aproveitou, e a abraçou de maneira gentil e apertando-a ternamente contra seu corpo mais uma vez, para ter certeza de que ela não iria fugir, nem ele iria soltá-la. Sakura não oferecia mais medo, apreensão ou resistência alguma, pelo contrário, entregava-se totalmente, pois era aquele pelo qual havia esperado uma vida inteira. O futuro estava ali, e nada mais iria destruí-lo.

Não muito longe dali, três pessoas observavam a cena.
- Ah, eu não acredito! Que droga... – Akira puxava a carteira do bolso, dando um pequeno maço de dinheiros para Takako e Natasha. – Vocês ganharam a aposta mesmo! Aqueles dois estão juntos...
- Isso não vale, foi trapaça! Vocês usaram a intuição feminina de novo! – Tojirou diz, também puxando um pequeno maço de dinheiro do bolso.
- Viu só? Eu disse que eles iriam superar tudo! – Natasha sorri, triunfante.
- Eu estava com você, Natasha! – Takako diz, beijando o dinheiro. – Mas... Aqueles dois não são uma gracinha juntos?
- Por que será que apostamos neles, Takako? – Natasha pergunta. – Por que será...?

Fim...

Notas Finais: Obrigada, muito, muito obrigada por lerem toda a fanfic. Agradeço de coração a todos que acompanharam cada emoção, cada lágrima, cada capítulo, enfim... Os fãs que sempre torceram por um final feliz, o qual lhes apresento acima, e espero que tenha agradado a todos os paladares ansiosos pelo Gran Finnale (que não saiu grande coisa, mas foi feito de coração e emoção)!
(In)felizmente, este capítulo não vai ser dedicado a ninguém, especificamente, mas a todos que lêem a fanfic. Leitores invisíveis ou não. Talvez algum dia eu faça uma continuação disto, uma oneshot, não sei... Mas por enquanto, isso é tudo. Ouvi falar muito da Sakura, alguns comentários como "Ela é legal...""Gosto de ver ela ajudando os dois e esquecendo de seus próprios sentimentos""Esse jeitão dela foi o que me conquistou", e até "Ela é bem parecida com você, Petit-chan". Isso me deixa muito feliz. A concepção original da Sakura, como alguns já sabem, fui eu mesma! Mas que fique claro que eu não conheço o Hyoga pessoalmente (uma pena!), nem nunca ajudei uma amiga a ficar com alguém que eu gostasse, porque eu nunca me apaixonei mesmo... Mas, enfimé ótimo ver que muitos gostam desse fic e da Sakura.
Hã... Deu branco!
Como eu estou com pressa e, no frenesi da emoção, branco total, não vou ficar enrolando muito nessas notas... Uma pena, tinha alguns assuntos pra falar sobre essa fanfic, mas vamos deixar pra lá então. Mais uma vez, obrigada, MUITÍSSIMO OBRIGADA a todos que acompanharam Ai Shitteiru, Daisuki... Nos vemos por aí, algum dia, em algum lugar.

Petit Ange
A autora.