Título: O Dom da premonição

Autora: Lakinha

Sinopse: Gina Weasley descobre que tem um dom incomum. Ela é capaz de fazer premonições. Tudo vai bem até que tem uma premonição sobre um assassinato. O único problema é que é o assassinato do seu pior inimigo e ela tem que escolher entre o que é certo e o que importa para ela. D/G.

Disclaimer: Os personagens não me pertencem, pertencem a Rowling, Warner e etc, etc, etc... A fic não tem fins lucrativos e eu não ganho nada a não ser dor nas costas pela má posição no PC, tonturas a mais por causa da labirintite, o prazer de escrever e ler reviews que acabam compensando tudo. ;)


Capítulo Cinco – Mudanças de comportamento

Fechou os olhos quando seu ombro colidiu contra o ombro da outra pessoa e sentiu uma dor invadir sua cabeça, abafando um grito. "Lá vamos nós de novo", ela pensou.

Estava do lado de fora do castelo, sentada no chão, olhando a neve. Levantou-se de súbito, saiu correndo e entrou na Floresta Proibida. Viu Lúcio e Draco Malfoy discutindo. O pai apontou a varinha para o filho, um jato de luz verde saiu de sua ponta e um corpo caiu no chão. Lúcio desapareceu. Ela se aproximou e viu olhos cinzentos abertos, vidrados e sem vida.

Abriu os olhos e para seu horror, viu aqueles mesmos olhos cinzentos, embora agora estivessem bem vivos.

- Olhe por onde anda, Weasley.

Ela sentiu-se tonta, deu um passo para trás e encarou o garoto. Ele parecia bem. "É claro que ele está bem, Virgínia!", ela pensou, sentindo-se estúpida. "A premonição não aconteceu ainda! Oh céus... ele vai... ele vai morrer???"

Sentiu um gosto amargo na boca e seus olhos se encheram de lágrimas.

- Porque você está me olhando desse jeito?

Ela não respondeu, apenas saiu correndo, sentindo um aperto no coração e deixando um loiro muito confuso para trás. Não lutava mais contra as lágrimas, nunca tinha visto alguém ser assassinado. Aquela visão fora extremamente chocante. Mesmo sendo um Malfoy, ela não pôde deixar de sentir pena dele. Que tipo de pai mataria o próprio filho?

Saiu do castelo correndo e chegou ao seu lugar favorito, uma árvore perto do lago e da Floresta Proibida. Desabou no chão, chorando. Sua cabeça rodava, e ela se sentia tensa e cansada, como se tivesse andado quilômetros. A voz de Dumbledore ecoava em sua cabeça:

"Não se esqueça que mesmo não sendo sempre agradáveis, as premonições acontecem por um motivo, e pode ser que você tenha que passar por cima de alguns... Digamos, conceitos seus para impedir que alguma delas aconteça".

Será que era sobre isso que o diretor estava falando? Pois ele estava absolutamente certo, ela não se importaria se Malfoy morresse, ele sempre foi horrível com ela e era a terceira pessoa que ela mais odiava no mundo. Ou não era mais? Ela não sabia dizer, mas parecia não odiar mais o Malfoy, por mais bizarro que parecesse.

Fechou os olhos, amaldiçoando essas premonições. Nunca quisera esse dom. Claro, no começo ela se sentiu feliz, especial por ver coisas que aconteceriam no futuro, mas depois da premonição da morte de Malfoy, ela se sentiu a pessoa mais infeliz do mundo por possuir aquele dom.

Ficou sentada ali por horas, pensando, e só voltou para o castelo quando o sol já tinha desaparecido e a lua brilhava fortemente em seu lugar. Foi direto para o seu quarto, já que não sentia fome. Jogou-se na cama e dormiu logo em seguida, atordoada pelos acontecimentos do dia, mas com uma decisão tomada. Ela tentaria salvar a vida de Malfoy, mesmo ele sendo quem era, mesmo tendo todos os motivos do mundo para não fazê-lo. Ela simplesmente não podia deixá-lo morrer.


Gina acordou atrasada. "Ah, merda!", pensou enquanto saía correndo para tomar banho. Tomou uma ducha e se vestiu o mais rápido possível. Pegou sua mochila previamente arrumada e saiu correndo para o Salão Principal, pegaria umas rosquinhas e comeria a caminho da aula. A primeira aula do dia era...

- Poções! – ela disse, quase xingando novamente ao se lembrar do horário do dia.

Chegou ao salão principal que já estava quase vazio, a não ser por dois ou três alunos sentados. Correu até a mesa da Grifinória, pegou umas rosquinhas e saiu. Se não estivesse tão preocupada em se atrasar, teria reduzido a velocidade ao descer as escadas para a masmorra, mas ela não se lembrou que algo ruim iria acontecer.

Desceu o primeiro lance de escadas, e foi para o segundo, pulando alguns degraus, mas o chão parecia ter mudado de lugar naquele momento. Gina pôde sentir seu pé esquerdo virar e uma dor aguda no tornozelo. Usou a mão para absorver o impacto da queda, deixando as rosquinhas caírem e segundos depois, ela bateu no chão. "Por Merlin, o que pode piorar esse dia?", ela pensou e teve sua pergunta respondida logo em seguida, quando uma risada fria ecoou à sua frente. Olhou para ver quem era o idiota, e sentiu-se mais miserável ainda. Alguns degraus abaixo, ela pôde ver Draco Malfoy rindo muito.

- Ai! Isso não foi engraçado, Malfoy.

- Ah, foi sim.

- Não foi não! Ai, merda. – ela levou a mão até o tornozelo. Doía muito.

- Acredite Weasley, de onde eu assisti, foi muito engraçado.

- Dor é engraçada para você? – ela perguntou, histérica. Ele a olhava com seu ar debochado de sempre, e subiu os degraus que os distanciavam, encarando-a ameaçadoramente.

- Quando é em outra pessoa, é sim. – ele sussurrou em seu ouvido, com a voz fria.

Ela tentava não se lembrar da premonição no dia anterior, tentava não pensar em como o cheiro gostoso dele estava deixando-a tonta, tentava reunir forças para gritar e mandar o garoto embora, mas a única coisa que conseguiu fazer foi arrastar-se no chão para longe dele, até bater as costas na parede de pedra. Podia sentir seu tornozelo torcido pulsando quando ela mexia, mas queria a todo custo ficar longe de Malfoy. Seu rosto queimava e suas orelhas estavam vermelhas. Porque ele sempre tinha que ser tão idiota?

- Quer saber, Malfoy? Vá se foder.

- Ui. Onde está a sua educação, Weasley? – ele perguntou, sarcástico, então se aproximou dela novamente, agachou-se e a encarou. Podia ver que ela estava sentindo dor, apesar de tentar disfarçar. Sentiu uma sensação estranha percorrer seu estômago. Odiava isso nela, essa fragilidade que ela tentava por tudo esconder. Não, ele não odiava, ele gostava. Não, ele não gostava. Não tinha nada para gostar em uma Weasley.

Ela segurou na parede e tentou se levantar. Soltou um grito ao tentar colocar o pé machucado no chão. Era inútil, teria que ficar ali e esperar alguém ajudá-la. Já estava cansada disso, de ser socorrida por todos sempre, mas nessa hora não havia muito que fazer. A única coisa que queria é que Draco fosse embora e a deixasse ali. Não, ela não queria isso. Sim, ela queria! Claro que queria. Uma coisa era prometer para ela mesma que tentaria salvar a vida dele, outra era ter que conviver com o garoto tão odiado.

Draco fez então uma coisa inesperada para os dois: colocou um braço em volta da ruiva e começou a puxá-la para cima.

- O que você pensa que está fazendo? – ela gritou, mais histérica ainda. Se ele não tivesse se assustado com o grito, teria rolado de rir da cara dela naquele momento, que estava muito engraçada.

- O que parece pra você? Estou tentando te ajudar a levantar.

- Porque você está me ajudando, Malfoy?

Ele não sabia responder. Nunca tinha ajudado ninguém sem ganhar algo em troca, mas havia alguma coisa nos olhos dela que o fez esquecer de seus instintos naturais.

- Porque sim, Weasley. Não acho que seja legal deixar uma garota sozinha e com o pé torcido, nas masmorras. – ele respondeu friamente.

- Você alguma vez se preocupou em ser legal? – ela perguntou, levantando uma sobrancelha.

- Não muito. Mas se você quiser, eu posso simplesmente te deixar aqui. – ele disse, secamente, começando a se levantar. Xingava-se mentalmente por ter esquecido quem ela era, quem ele era. Mas não ficaria ali escutando desaforos ao tentar ajudar a garota. Ela que ficasse ali e esperasse o Santo Potter aparecer para salvá-la.

Ela o encarou como se suplicasse para que ele ficasse, mas ele não ia ceder aquele olhar encantador dela. Mesmo que aquilo lhe custasse todo o seu autocontrole, como estava custando. Depois de um tempo, para o desespero da ruiva, ele se virou e começou a andar.

- Malfoy... – ela disse baixinho, e ele parou de andar, mas não se virou. – por favor. – ela pediu docemente, e ele finalmente se virou.

E agora, mesmo que ele quisesse, não conseguiria continuar andando e ignorar a ruiva que estava no chão, com os olhos cheios de lágrimas, parecendo extremamente frágil e desprotegida. Respirou fundo e aproximou-se dela novamente. Ela colocou um braço em volta do ombro dele e ele a segurou pela cintura, ajudando-a a se levantar.

Seguiram vagarosamente pelo corredor. Ela andava apoiada apenas no pé direito e no ombro dele, e por mais estranho que isso lhe parecesse, sentia-se segura. Tentava não olhar para ele, mas era impossível, acabou cedendo a tentação e se virando várias vezes para ver o loiro. Ele parecia concentrado no caminho que eles faziam e ela não pôde deixar de pensar em como ele era bonito. As lembranças do garoto caído no chão, morto, iam sendo tomadas levemente pela lembrança do olhar dele quando ela pediu que ele ficasse. Não era um olhar cínico, de desprezo ou de ódio, como costumavam ser os olhares que ele lhe lançava, mas sim um olhar suave, quase carinhoso.

Ele a segurava pela cintura e tentava ao máximo não prestar atenção no cheiro gostoso de lírios que vinha do cabelo dela, no rosto frágil que estava levemente corado, na sua mão pequena e quente apertada contra o seu ombro, mas não estava tendo muito êxito. Pôde perceber que a ruiva olhava para ele de vez em quando, então achou melhor manter seu olhar fixo num ponto qualquer a sua frente.

Chegaram no corredor da Enfermaria, muitos minutos depois, felizes por não terem encontrado ninguém pelos corredores. Não queriam dar explicações diante daquela situação, mesmo porque ela pareceria muito estranha para qualquer um que a visse. Um Malfoy e uma Weasley, juntos, sem gritos, feitiços ou socos? Aquela situação definitivamente era muito estranha.

Draco bateu na porta e finalmente olhou para a ruiva.

- Acho melhor eu ir antes que ela chegue. Você consegue ficar de pé? – ele perguntou calmamente.

- Se eu me apoiar na parede, consigo. – ela respondeu.

- Certo... Então... Até mais.

- Até mais.

Ele ia começar a andar, mas ela subitamente puxou o braço do garoto impedindo-o, e lhe deu um beijo na bochecha. Ele sentiu seu rosto queimar, e pela primeira vez na vida corou, desconcertado com aquilo. Levou apenas alguns segundos para retomar seu controle e voltar a ostentar sua habitual expressão de indiferença no rosto.

- Obrigada. - ela disse baixinho, com um sorriso.

- Já estou me acostumando a salvar sua vida, Weasley. – ele deu um sorriso maroto. – Mas não pense que eu não vou cobrar depois.

E dizendo isso, ele saiu pelo corredor, sem olhar para trás. Não estava acreditando nos acontecimentos dos últimos dias. Desde quando ele era gentil com uma Weasley? Desde quando ela retribuía essa gentileza? Estavam agindo totalmente contra seus instintos? Ou será que eles estavam se deixando levar pelos seus instintos? Isso, Draco não sabia dizer. Só sabia que precisava pensar e fazer qualquer coisa para tirar aqueles olhos brilhantes e aquele lindo sorriso de sua cabeça.


NA.: Mais um capítulo! E eu gostei bastante de escrever esse... o/ o próximo deve demorar um tempo, porque ainda não está escrito, só meio formulado na cabeça... : / geralmente eu gosto de postar um capítulo quando o outro já está no caderno, ou no pc, mas dessa vez não deu e eu não podia deixar aquele capítulo horrível por muito tempo, sem atualizações... mas espero não demorar tanto, torçam para a inspiração vir. ; )

Ana Luthor, Kika Felton, Vivian Malfoy, Miaka, Luna-br, Kirina-Li e Biba Evans, BRIGAAADA por mandarem reviews fofas que me animam bastante. Espero que vcs tenham gostado desse capítulo.

Beijão pra Ana Luthor, que continua betando a fic e mandando reviews e e-mails fofos. xD

Beijo tb pra Kel Minylops, que anda sumida e pra Nairinha HP, que continua me animando e sendo fofa como sempre. o/

Mandem reviews, please! e leiam outra fic "meio" D/G que eu postei aqui, Lembranças de um Amor. xD

beijoks