Disclaimer: Rurouni Kenshin e suas personagens não me pertencem. Direitos de autor são pertencentes a Nabuhiro Watsuki.


Kenshin POV

Tinha-se passado uma semana desde aquela noite na praia. Na tarde seguinte, quando fui à procura de Kaoru, o recepcionista disse-me que ela já tinha feito o check out. Fiquei bastante apreensivo, o que tinha acontecido? Quando fui falar com Misao ela disse-me que não sabia de nada. Mas minutos depois ela tinha conseguido tirar todos os bocadinhos de informação que ela tinha sido possível espremer do pobre recepcionista.


(Flashback)

- Ok. - Começou Misao que entrara no meu quarto sem sequer bater à porta – Isto foi o que eu consegui.

Fiquei a olhar para ela, os olhos piscando em confusão, com apenas uma toalha à volta da cintura. Tinha acabado de sair do banho.

- Misao eu...

Ela olhou bem para mim e riu.

- Oh, não te preocupes, não te tiro nenhum bocado!

- Bem que podias ter batido à porta!

- Deixa, eu não conto à Kaoru que te vi de toalhinha! – Disse ela, complementando o comentário com uma piscada maliciosa. Senti-me enrubescer.

- Eu...

- Esquece Himura, nem sequer tentes. Eu sei que algo se passou na cabana. Por isso fui ahn... pedir ao recepcionista para ele me dar mais informação acerca do desaparecimento de Kaoru. E espero que da próxima vez que eu falar com Kaoru ela tenha um sorriso de orelha a orelha.

- Misao...

Ela suspirou.

- Ela ama-te desde sempre sua ameba! Nem sei como a deixaste cair na estupidez de namorar Enishi! Só eu sei a vontade que tive de te enfiar a cara para dentro, mas enfim, Kaoru sempre insistia que estava feliz com Enishi... E pela amizade que tenho com ela não fiz nada. Mas agora... Não posso! Vais ter com ela e parar com esta parvoíce toda!

- Mas...

- Nem mas nem meio mas! Ela estava triste Himura! Nem te vou perguntar o que fizeste na cabana, mas tens de remediar tudo. E não me venhas com tretas do género que não a amas e tal porque...

O resto da frase não chegou a sair da sua boca, pelo menos de maneira percebível. Ela não se calava! Cheguei ao pé dela e tapei-lhe a boca com a minha mão. Ela olhou para mim com olhos arregalados.

- Ok, assim é melhor. Prometes que me deixas falar?

Ela acenou em concordância. Larguei-a.

- Bolas Himura, não era preciso fazer isso!

Não? Ela não parava, mesmo depois de ter tentado interrompê-la três vezes!

- Posso falar agora?

Ela olhou para mim com um ar amuado.

- Ok, podes falar...

- Muito obrigado. – Disse eu com falsa doçura e fazendo uma pequena vénia. – A única coisa que eu posso te dizer é que, ao contrário do que tu pensas, não fiz nada de mal a Kaoru a noite passada. E que sei que ela me ama. E que eu a amo também. Muito.

O queixo de Misao caiu.

- Desculpa?

- Eu amo a Kaoru.

Segundos depois, nem sei como, senti uns braços abraçarem-me pelo pescoço, quase a sufocarem-me.

- Ai! QUE BOM! Que LINDO!

Consegui rir-me um pouco e ela largou-me, olhando para mim com olhinhos brilhantes.

- Podemos casar-nos no mesmo dia e...

- Hei! – Interrompi eu, rindo. – Temos de ter calma. Além do mais ainda tem de ser resolvidos certos assuntos. O facto de Kaoru ter saído sem me ter dito nada, ou mesmo a ti...

- Ah! Isso lembra-me o que eu vim aqui fazer.

Ela sentou-se na cama.

- Kaoru fez o check out uma hora mais ou menos depois de termos entrado. Mas quando ela chegou tinha duas mensagens. Queres adivinhar de quem?

- Como é que raio sabes isso?

Ela suspirou, exasperada.

- Ok, nada de adivinhas... Foi o Enishi. Telefonou-lhe duas vezes entre as 11 e a meia-noite. Enfim, ela depois fez uma chamada para uma companhia aérea, pelo telefone do quarto. Passagem Tóquio – Londres.

- Londres?

- Sim, Londres. Enishi está em Londres.

- Como sabes?

- O que raio iria ela fazer a Londres? Além do mais Aoshi disse-me que a empresa iria abrir uma filial em Londres. Por isso eu fiquei fula da vida. Pensei que ela tinha fugido para ir ter com ele de novo!

- Não é isso que eu estava a perguntar! O que eu queria saber é como é que raio conseguiste essas informações!

Ela cruzou a perna e sorriu maliciosamente para mim.

- Himura, eu trabalho num escritório de advogadosÉ preciso dizer mais? Mas o importante é saber o que vamos fazer agora!

Vamos? Esta menina é doida! Está a dar uma de Cupido…

- Absolutamente nada.

Ela ergueu-me uma sobrancelha.

- Nada?

Acenei, o que fez nela uma transformação tipo Dr. Jeckil e Mr. Hide. Os olhos faiscaram e juro que vi uma veia pulsar na sua têmpora.

- Himura… Tu estÁS DOIDO!

A voz dela ia subindo de tom até a palavra doido ter sido ouvida em Kyoto.

- Misao, acho muito bonito o que estás a tentar fazer, mas se Kaoru achou por bem ter saído sem nos dizer nada é porque tem um bom motivo. Além do mais, eu quero que ela venha ter comigo de livre vontade, e para isso ela tem de resolver as coisas com Enishi primeiro.

É... – disse ela, meio a contragosto. – Tens razão Himura. Então e agora?

- Bem, – Disse eu levando-a até a porta. – Agora vou voltar para casa.

(Fim de Flashback)


Agora estava sentado no sofá em minha casa, esperando por Kaoru. Ela tinha-me telefonado do celular, dizendo que estava em Tóquio. Senti o coração a mil quando ouvira a voz dela ao telefone.


(Flashback)

- Kenshin?

- Kaoru! Ahn… Onde tens estado?

- Em Londres. Estive a tratar de umas coisas. – Um suspiro do outro lado da outra linha. – Enfim, estou cá. Posso passar por tua casa?

- Claro que sim! Mas o que aconteceu? Há uma semana que não dizias nada. Estava a ficar assustado koishii…

A última frase tinha-me saído sem eu dar conta. Vinda do meu coração.

- Falamos quando eu chegar ai, pode ser? Quero ver-te, estou a precisar de te ver.

O tom sufocado dela fez-me deixar a minha teimosia de lado.

- Ok, fico à espera.

(Fim do Flashback)


Uma batida na porta.

Aproximei-me da porta e ao pousar a minha mão na maçaneta, constatei que a minha mão tremia. Nem precisei de perguntar quem estava do outro lado. Era ela, conseguia senti-lo.

Abri-a e os meus olhos violeta perderam-se na imensidão de uns belos olhos azuis.

- Kaoru…

Foram as únicas palavras que conseguiram passar pelos meus lábios dentro do turbilhão de pensamentos que me passavam neste momento pela mente.

- Posso entrar? – Perguntou ela, olhando ligeiramente para baixo. Ela estava embaraçada e esse pensamento fez-me sorrir. Também eu estava ansioso pelo encontro.

Afastei-me da porta de modo a deix�-la entrar e fechei a porta logo atrás dela. Por mais estranho que parecesse, tinha medo que fugisse e levasse a minha felicidade juntamente com ela.

Kaoru POV

Passei por ele e de novo aquele cheiro dele assaltou-me as narinas, fazendo-me respirar fundo. De facto, toda a casa dele parecia estar impregnada naquele cheiro delicioso.

Tinha uma decoração bem simples, e corei ligeiramente ao olhar para uma pequena secretária que estava na parede oposta a mim. Lembrava-me a secretária do meu sonho, aquele primeiro sonho. De repente a razão pela qual eu estava aqui assaltou todos os meus sentidos.

Eu tinha vindo para estar com Kenshin. Respirei fundo, sentindo o meu coração bater descontrolado.

Ele passou por mim e parou à minha frente, a sua mão aberta à minha frente. Sorri ao ver que ela tremia um pouco, e ao olhar para o rosto dele reparei num pequeno rubor nas faces, os olhos dele pareciam brilhar e o seu sorriso aqueceu-me o coração e fez-me sorrir também. Dei-lhe a minha mão, que ele apertou levemente e conduziu-me até ao sofá.

Kenshin POV

Sentamo-nos lado a lado no sofá e um milhão de perguntas assaltaram-me a mente. Como tinha corrido tudo? Sabia que se calhar este não era o momento indicado, que eu devia de seguir com tudo o que tinha planeado esta noite, mas por outro lado sentia também que devia de encerrar este capítulo das nossas vidas antes de começarmos um novo.

Olhei bem fundo nos belos olhos cor de safira que eu tanto amava.

- Kaoru?

- Sim?

Pigarreei.

- Sei que se calhar este não é o melhor momento para te perguntar seja o que for mas…

Ela sorriu para mim, um sorriso meio triste enquanto acenava ligeiramente com a cabeça.

- Eu entendo.

Kaoru POV

Estava à espera que Kenshin quisesse saber o que se tinha passado. Afinal, eu não lhe tinha dito nada desde que tinha saído do Hotel em direcção ao Aeroporto.

Suspirei. Contei-lhe tudo, de cabeça baixa e mãos pousadas sobre o colo. O que se tinha passado na recepção, o telefonema para a casa de Enishi, e depois a minha decisão de ir ter com ele. Sinceramente não conseguia adiar mais esta questão, por isso tinha ido sem ter dito nada a ninguém.

- Bem. - Disse ele. – Eu sabia que estavas em Londres.

Olhei para ele surpresa. Ele apenas sorriu para mim.

- Misao.

Entendendo tudo sorri também.

- A detective.

Ele acenou afirmativamente.

- E deu-me uma descasca descomunal, pensando que eu te ia deixar fugir.

Pensei nela. Misao. Era mesmo típico dela.

- Então ela sabe que nós…

- Sim. Eu disse-lhe. – A mão dela pousou no meu queixo, fazendo-me encar�-lo. – Disse-lhe que te amo.

Senti as minhas faces pegarem fogo e a minha mão encontrou a dele que tinha encontrado pouso na minha face.

Ficamos assim durante um pouco, apenas saboreando a proximidade. Mas eu tinha de falar tudo.

- Kenshin, não te contei tudo.

Kenshin POV

Senti o meu coração falhar uma batida ao ouvir as palavras dela. Será que ela não tinha conseguido? Será que não tinha encontrado Enishi, e por isso tinha ficado tanto tempo em Londres?

Ela notou o meu medo. Pousou a mão na minha em cima do meu colo e apertou-ma.

- Não te preocupes Amor. Apenas tenho de contar isto.

Kaoru POV

Encostei-me no sof�, respirando fundo, mas sem nunca largar a mão de Kenshin. O seu calor e o contacto com a pele dele era tão asseguradora que eu não a queria largar.

- Quando cheguei a Londres deixei uma mensagem junto do recepcionista, para avisar Enishi que eu estava l�, e que depois falaria com ele. Fui para o meu quarto, ainda meio zonza com o jet lag, por isso deitei-me um pouco…


(Flashback)

- Kaoru…

Ouvi uma voz chamar o meu nome, puxando-me do mundo do sonho para a realidade. Ao reconhecer a voz os meus olhos abriram-se rapidamente e levantei-me, olhando nuns profundos olhos azuis.

- Enishi?

Ele sorriu para mim, mas pude ver um toque de tristeza nos seus olhos.

- Olá Kaoru. Vi a mensagem que deixaste para mim na recepção, por isso decidi vir ver o que se passa.

Sentei-me na cama, ele afastou-se um pouco e depois sentou-se num pequeno cadeirão que estava perto da janela.

- Então, o que vieste fazer a Londres?

- Enishi, eu…

Ele levantou a mão fazendo-me parar a frase e de novo aquele sorriso triste apareceu-lhe nos lábios.

- O que aconteceu na noite passada Kaoru? Tentei contactar-te mas não me atendeste o celular. Telefonei para o Hotel a horas, devo de dizer, impróprias, apenas para me dizerem que estavas fora.

Mas isso ainda escapa. O problema é que, quando perguntei se por acaso o Sr. Kenshin Himura se encontrava no Hotel, eles me disseram que não. Que saíra ao mesmo tempo que tu e também não tinha voltado.

- Enishi, eu posso explicar…

- Kaoru, tu traíste-me?

Fiquei muda perante aquela pergunta tão directa. Não era algo que não estivesse à espera, mas mesmo assim tinha-me deixado estupefacta e indignada.

Ele olhou bem fundo nos meus olhos e devia de ter lido o que lá estava, porque um suspiro saiu dos seus lábios.

- Não. – respondeu ele por mim. – Então o que aconteceu?

Como explicar? O que dizer?

- Bem, perguntaste se a Misao estava no hotel? Ou o Aoshi?

O ar embaraçado dele deu-me a resposta.

- Não.

- Nós ficamos presos. Numas cabanas.

- Numas cabanas?

Cristo, isto era difícil…

- Sim. Olha Enishi, eu…

Comecei a sentir as lágrimas formarem-se nos meus olhos. Olhando para ele, conseguia perceber que ele tinha percebido, consegui perceber que estava magoado.

- Eu não consigo…

Nesta altura as lágrimas corriam-me livremente pelas faces. Ele levantou-se e abraçou-me. Chorei durante um pouco e quando os soluços terminaram ele começou a falar.

- Kaoru, eu entendi tudo. Finalmente as coisas resolveram-se entre ti e … ele. Não foi? Deixa, escusas de responder.

Ele empurrou-me ligeiramente, fazendo-nos ficar frente a frente e limpou-me as lágrimas dos olhos, continuando.

- Eu sabia que ia acabar por acontecer. Talvez eu pensasse que as coisas podiam resultar entre nós, mas no fundo do meu coração, eu sabia que nunca poderias ser minha.

Um meio sorriso nasceu nos seus lábios.

- Eu sei que o amas. Sempre o vi. Espero que sejas feliz. Desculpa se não for ao casamento, ok?

- Oh Enishi… Desculpa…

Ele apenas sorriu. Levantou-se e parou apenas ao pé da porta.

- Adeus Kaoru.

Saiu e fechou a porta.

(Fim de Flashback)


Sabia que as lágrimas estavam de novo a subir-me aos olhos e vi o ar doce de Kenshin.

Ele apertou-me a mão carinhosamente e depois abraçou-me.

Saboreando o calor dos seus braços e o apoio e amor que sentia no seu abraço terminei.

- O problema depois foi arranjar passagem para Tóquio de novo. Só conseguiu hoje.

Kenshin POV

Com o corpo de Kaoru nos meus braços, apenas um pensamento reinava na minha mente. Ela era minha. Totalmente minha. Sorri. Tinha terminado. O nosso amor tinha vencido e agora nada se interpunha entre nós e o nosso futuro juntos.

- Agora estamos juntos. Já passou Koishii.

Larguei-a e os meus olhos mergulharam nos dela. A minha mão pousou de novo sobre a sua face alva. Macia.

- "Cristo, como eu amo esta mulher!"

Kaoru POV

A sua mão na minha face era uma carícia tão leve, e ao mesmo tempo tão intensa que me senti tremer por inteiro. Fechei os meus olhos, para sentir melhor o seu calor, secretamente esperando sentir os seus lábios sobre os meus.

Ela aproximou-se de mim, conseguia sentir a respiração dele a acariciar-me a face e tremi em antecipação. Senti o rosto dele contra o meu, face esquerda na minha direita, os lábios roçando no lóbulo da minha orelha.

- Kaoru abre os olhos.

Demorei um pouco a perceber o que ele me tinha dito.

Abriu-os e deparei com ele sorrindo. Ele levantou-se e deu-me a sua mão, coagindo-me a levantar-me.

Com o cenho franzido perguntei-lhe:

- O que foi?

- Vem comigo, eu tenho uma surpresa.

- Uma surpresa?

Agora sim estava completamente perdida. Uma surpresa? Que surpresa?


O meu computador em casa pifou, por isso tou postando de um computador no meu part-time!

Vou tentar postar o próximo capitulo o mais depressa possível, talvez na segunda feira, ou mesmo agora de seguida se tiver tempo...

Respondo depois aos reviews do último capitulo e deste, ok?

Mais dois capitulos e termino. E desta vez é mesmo.

Não deixem de comentar!

Esperando por palavras vossas.

CleoKat