Capítulo: Doze
Conversas difíceis
N/A: Desculpem por aqueles códigos horríveis que pareceram no último capítulo, eu não sei o que aconteceu. Mas agora eu já reenviei e está tudo direitinho. Vamos ao capítulo então.
" " – Fala dos personagens
' ' – Pensamentos
( ) – Alguma intromissões minhas
Todos já estavam na casa de Eriol ansiosos por entender o que afinal estava acontecendo. Não estavam na sala, como seria o normal para uma conversa, estavam em um dos quartos para que Sakura repousasse e ao mesmo tempo participasse. Shaoran estava super nervoso, ainda mais quando descobriu que Sakura estava grávida.
"Sakura você tem certeza de que está tudo bem? Quero dizer... Eu sei que você sabe se cuidar mas agora você está com um bebê na barriga."
"Eu não sou de fazer isso, mas tenho que concordar com o moleque. (Pois é gente, ele não perdeu a mania de chamar o Shaoran de moleque. Fazer o que não é?) Agora você vai ter que ter muita cautela, monstrega.(Essa ele também não perdeu.¬¬)" Disse Touya em um tom quase nervoso. (Mas por dentro gente ele estava arrancando os cabelos)
"Ai Ai Ai! Vocês dois! Eu já disse que eu estou bem. Que NÓS estamos bem!" Sakura choramingava com o excesso de zelo dos dois. Yue, que estava cuidando de Sakura, falou.
"É verdade os dois estão muito bem." Sakura deu um sorrisinho vitorioso. "Mas isso não significa que a senhora pode se descuidar."
"Ai Ai Ai!" Reclamou Sakura.
"É Sakura agora você vai ter vigilância constante." Tomoyo se divertia com a cena.
E foi nesse que clima que a conversa teve inicio. Eriol contou toda a sua história, desde quando ele retornou a Tomoeda e foi embora pela segunda vez, até o presente momento. Enquanto Eriol narrava, Touya olhava para Tomoyo, como se esperasse alguma reação que a denunciasse, ao perceber que estava sendo observada, ela olhou para Touya e lhe deu um doce sorriso. Ao contemplarem o sorriso Touya, e também Yue, decidiram que por hora estava tudo bem.
"Mas você não sabe mesmo o porque desta perseguição?" Perguntou Shaoran, ainda segurando a mão de sua esposa.
"Não Shaoran, sinceramente não sei. Ela simplesmente diz que vai se vingar de mim. Mas não me lembro de tê-la conhecido, muito menos de ter feito algo de ruim a ela."
"Você não Eriol, mas pode ser que sua antiga identidade sim." Disse Yue de braços cruzados e recostado a um canto da parede. (bem típico dele.)
"Você se lembra de alguma coisa Yue?" Tomoyo questionou ansiosa.
"Não me lembrei do que aconteceu, mas a achei muito familiar. Como se já tivesse visto ela antes."
"Engraçado que, quando eu a vi, eu senti uma tristeza muito grande. Afinal, Eriol, você não nos disse o nome dela." Touya perguntou. Mas antes que Eriol pudesse responder, Sakura se pronunciou.
"Cecíl." Todos olharam pra ela surpresos. "O nome dela é Cecíl."
"Você está certa Sakura. É este o nome dela. Mas como você sabe?"
"Acontece que, enquanto eu estava inconsciente, de alguma forma eu penetrei nas memórias dela e o pior é que eu sentia cada sensação que ela sentia. E não foi uma sensação muito agradável."
Sakura começou a contar toda a história que ela presenciou, a cada nova palavra que saía de sua boca, parecia que novas peças daquele quebra-cabeça começavam a se encaixar.
"Aquela garota... Sakura é o nome dela. Sinto que ela compartilhou de minhas lembranças. Melhor assim, agora ele vão entender por quais pecados pagarão."
Cecíl se encontrava em um aposento de cristal e extremamente frio. Estava sentada em um trono imponente de prata, incrustado de safiras reluzentes. Ela se levantou e se encaminhou a um grande espelho.
"Mas o que mais me impressionou foi o olhar da outra, Tomoyo. Aqueles olhos... Por algum motivo eu odiei aqueles olhos desde o primeiro instante em que os vi, aquela foi a primeira vez em que olhei em seus olhos. Sinto que meu ódio por ela não se dá somente por ela ser a amada de Eriolé algo muito maior."
Os pensamentos de Cecíl são interrompidos por um barulhinho ao longe.
"Já estou indo, meu amor. De forma alguma eu te deixaria por fora das novidades."
"Mas isto que você nos contou é horrível, Sakura. Quero dizer eu sei que foi necessário, mas ainda assim deve ter sido doloroso o bastante pra ela querer se vingar." Disse Nakuro postando uma bandeja de chá e biscoitos sobre uma mesinha.
"É sim, Nakuru. O pior é que eu senti na pele toda a dor que ela sentiu. O medo de ser pega e, principalmente, o desespero de presenciar a morte de um filho.
Neste momento Tomoyo não conseguiu mais se controlar, amargas lembranças lhe vieram a mente e ela se retirou do quarto sob os olhares de todos. Touya fez menção de ir atrás dela mas, com um gesto Yue o impediu e foi atrás de Tomoyo.
"O que houve, Touya? Porque ela saiu assim?" Eriol perguntou preocupado.
"Bom Eriol, acho que todos ouvimos quando Tomoyo nos contou o que Cecíl havia dito quando atacou Sakura, que precisava retirar algo dela. Você não tem idéia do que seja?" Esta, com certeza, era sim uma das preocupações dele e de Tomoyo, mas Touya sabia o quanto aquela história doeu, mortalmente, em Tomoyo.
Ao ouvir isso, Eriol e principalmente Shaoran, ficaram pálidos.
"Sakura agora você terá que ter muito cuidado. Nós todos iremos cuidar de vocêé claro, mas tenho que te pedir pra que fique em constante alerta." Kero disse muito sério e preocupado em sua forma falsa indo pra junto de sua dona.
"É verdade, pelo menos uma vez eu concordo com ele. Sakura não facilite as coisa tá?" Spi disse também indo pra junto de Sakura.
"É claro que eu vou me cuidar, não se preocupem. Até porque tenho certeza de que agora o Shaoran vai me controlar constantemente." Disse Sakura em um tom de falsa calma.
"Pode ter certeza de que vou sim. Eu não vou me arriscar a deixar que nada te aconteça, nem ao meu filho." Shaoran segurou mais firmemente a mão de Sakura
Eriol se aproximou de Sakura.
"Sakura eu jamais me perdoaria se alguma coisa acontecesse com vocês, afinal esta luta é minha e eu nunca quis envolver nenhum de vocês nela, justamente pra não causar dor pra vocês."
Ao ouvir isso, Touya soltou um muxoxo e saiu bruscamente do quarto.
'O que você não entende Eriolé que você já causou sofrimento.' Pensava Touya enquanto caminhava.
Ainda no quarto, foi a vez de Nakuru perguntar.
"Sabem, eu estou pensando numa coisa."
"Não sabia que isso era possível!" Spi alfinetou.
"Cala a boca Spi! U-hum Voltando. Eu estive pensando no porque dela ter se concentrado justamente em Sakura para atacar. Por causa do bebê? Pode ser. Mas ela nunca conheceu a Sakura, logo ela não ia querer se vingar dela, no máximo poderia usá-la pra atingir o Eriol."
"Até que tem um certo sentido nisso." Ponderou Kero. "Mas então o que você sugere, Nakuru."
"Sakura contou que Cecíl jurou se vingar de Ceres e de todos os descendentes dela e que, nas lembranças, ela nunca conseguia ver o rosto de Ceres. E se talvez Sakura fosse uma descendente de Ceres ou mesmo a reencarnação dela."
"O quê! Eu a reencarnação de Ceres?" Sakura tomou um susto.
"Faz sentido. Assim as coisas se encaixam, sendo você a reencarnação de Ceres, ela vai querer tirar seu filho assim como Ceres tirou o dela." Eriol concluiu.
"Sendo assim é mais um motivo pra proteger muito bem a Sakura. Vamos ter que começar a planejar desde já como iremos vigiar você de perto." Shaoran disse se voltado para Sakura.
"Calma Shoaran, também não precisa exagerar. Se esqueceu que ela é uma feiticeira tão forte quanto CLow?" Kero disse.
"Mesmo assim! Vigilância constante!" (Acho que ele conviveu um tempo com o olho tonto Moody)
"Ai Ai Ai! Já vi que não vou ter mais sossego." Lastimou Sakura.
Yue voava olhando atentamente para cada centímetro de terra daquela floresta a procura de Tomoyo, quando chegou perto de um arbusto cheio de amor-perfeito. Tomoyo estava lá sentada perto das flores com um olhar muito distante, Yue desceu pra junto dela.
"Desta vez você não se assustou." Disse ele tentando fazer com que ela dissesse alguma coisa.
"Eu notei sua aproximação." Respondeu ela simplesmente.
"Então nosso treinamento está dando resultado. Isso é um bom sinal."
"Apesar de eu não possuir poderes mágicos, o que resultará em não poder ajudar vocês na batalha que se aproxima, pelo menos eu vou poder sentir quando alguma coisa estiver se aproximando de mim e poderei me esconder pra não atrapalhar vocês." Disse ela ainda sem olhar para Yue.
"E quem disse que você nos atrapalha, você nunca atrapalhou. Lembra que você sempre esteve junto de Sakura quando ela teve que capturar e depois converter as cartas mágicas?"
"Mas era uma situação diferente. As cartas, por mais desgraças que viessem a causar, não tencionava matar alguém e o Eriol, mesmo que na época nós não soubéssemos, ele jamais faria algum mal pra nós. Mas aquela mulher, Cecíl... Ela tentou tirar o filho de Sakura."
"É eu sei."
"Mas você não veio aqui pra me falar sobre o treinamento ou sobre a batalha que se aproxima."
"Tem razão. Vim falar de você. Eu vi o quanto você ficou mexida com aquela história."
"Fiquei sim Yue. Me pus no lugar dela e não consegui imaginar o que eu faria se eu fosse traída pela pessoa que eu amo e depois ver alguém sacrificar meu filho. Eu perdi minha filha e ainda hoje me sinto uma morta viva. O que eu faria se, ao invés daquela fatalidade, eu descobrisse que foi uma pessoa que a matou? Será que eu também ia atrás de vingança? Será que ela é realmente a vilã?"
"Você está esquecendo de um detalhe que Sakura mesmo contou, ela já era uma feiticeira negra ao contrário de você que é uma pessoa boa."
"Você não entende Yue, não tem como entender. Só uma mãe pode entender outra mãe, seja ela boa ou não. Só uma mãe pode entender a dor de perder um filho."
"Você tem razão Tomoyo. Nenhum de nós pode entender a dor dela, só você porque você já sentiu." Touya surgiu tão de repente que nenhum dos dois pôde notar sua aproximação. "Você questionou se é ela a verdadeira vilã. Isso eu não posso responder eu só sei que se você decidir que ela não é somente porque você já sofreu como ela, então outra pessoa vai sentir essa dor que você sente. Me diz Tomoyo, se você descobrisse quem foi a pessoa que sacrificou o bebê de Cecíl, você a condenaria por um erro de outra vida?"
Tomoyo não respondeu. Seria justo absolver ou condenar uma pessoa se baseando em atos de uma identidade do passado?
"E se essa pessoa fosse a Sakura?" Completou ele.
"Como é?" Foi a vez de Yue se espantar.
"Foi o que você ouviu Yue. Vocês não estavam mais no quarto, mas Nakuru acha e eu concordo, que talvez Cecíl tenha atacado Sakura, por ela ser a reencarnação de Ceres. Eu tinha saído pra vir atrás de você, mas ao ouvir mencionarem o nome de Sakura, fiquei escutando." (que feio! Ouvindo atrás da porta!)
"É verdade, faz sentido. O Filho de Cecíl pelo o filho de Ceres ou Sakura." Yue olha para Tomoyo.
"Não se preocupe Touya, não estou questionando o fato de Cecíl ser má apenas fiquei sensibilizada com a história." Tomoyo arranca uma daquelas flores.
"É compreensível minha querida." Touya a abraça e beija sua testa.
"Vamos voltar. Eles ficaram preocupados quando você saiu de lá Tomoyo, eu senti." Yue disse.
Tomoyo se virou para ele mas não disse nada quando olhou pra ele, apenas sorriu.
"Puxa que dor de cabeça! O que vocês andaram aprontando hein? Não encham ele de preocupações, por favor, depois quem fica com dor de cabeça sou eu!" Yue já não estava mais ali, deu lugar para Yukito. "Você se exercitaram bastante pelo visto, estou com uma fome." Disse massageando o estômago.
Touya e Tomoyo riram do amigo. Sempre que Yue ou Yukito se viam no meio de problemas ou com muita coisa perturbadora na cabeça, eles trocavam de identidade pra esquecer um pouco de seus próprios problemas, sendo que Yukito conseguia sentir a extensão dos problemas de Yue pela intensidade de dor de cabeça que sentia ao assumir a identidade no corpo.
"Agora me conta Touya, como você e o Shaoran conseguiram chegar bem em tempo de nos ajudar?" Perguntou Tomoyo de braços dados com Touya e Yukito, enquanto voltavam pra casa de Eriol.
"É verdade Touya, eu posso não saber o que se passou enquanto Yue assumiu o corpo, mas vocês chegaram desesperados lá em casa e me arrastaram com vocês. E os dois juntos, sincronizados." Sorriu Yukito.
"Nós tivemos a mesma sensação na escavação e resolvemos voltar." Respondeu Touya.
Tomoyo e Yukito começaram a rir.
"Do que vocês estão rindo?"
"É que, pelo o que parece vocês estão bem sintonizados, hein?" Disse Yukito vermelho de rir.
"Quem diria que um dia vocês iam ser amiguinhos." Tomoyo se contorcia de rir.
"Nós não somos amiguinhos!" Touya estava vermelho, mas de raiva e saiu correndo atrás deles.
"Calma nós só estávamos brincando!"
E eles começaram a correr com um Touya muito indignado atrás deles. Quando chegaram a casa, estavam suados e cansados e Yukito com mais fome ainda.
No dia seguinte foram todos bem cedo para a faculdade. Como Shaoran chegou de surpresa, Tomoyo passou aquela noite também, na casa deles. Sendo assim os três foram juntos. Eles tinham ido cedo para encontrar-se com Fujitaka e dar a notícia de que ele seria avô. De fato ele ficou muito feliz e emocionado, agora só faltava contar para Sonomi, esta com certeza era a pior parte porque, mesmo inconformada com o casamento de Sakura até hoje, com certeza ela ia querer dar uma festa de arromba pra comemorar a ocasião, pra ela tudo era motivo de festa e eles não queriam uma festança, então Sonomi ia fazer chantagem emocional pra conseguir sua festa.
O dia se passava tranqüilo, menos para Sakura porque Shaoran fazia questão de acompanhar cada passo que ela desse. Tomoyo se divertia muito com a situação, porque chegava ao ponto de Shaoran ficar na porta do banheiro feminino esperando por Sakura, ela só não achou engraçado quando Shaoran parou o treino de Beisebol da equipe pra que as duas pudessem passar por ali sem o risco de serem atingidas por uma bola. "Vigilância constante!" Era o que ele dizia.
Quando Shaoran não podia ficar junto, ou melhor, grudado em Sakura, sobrava para Tomoyo catalogar os passos dela. Sendo que muitas das vezes as duas aproveitavam uma distração de Shaoran e fugiam dele. É numa dessas fugas que Eriol encontra as duas.
Eriol estava justamente procurando pelas duas, quando ouve barulhos vindos da sala escura que os alunos de Jornalismo utilizam para revelar suas fotos. Achando isso muito suspeito , já que naquele mês ninguém tinha autorização de usar a sala, ele resolveu conferir.
"Tem alguém aí dentro?" Mas ninguém responde. Ele resolve chamar um pouco mais alto.
"Tem alguém aí!" A porta se abriu e alguém tapou sua boca e o puxou para dentro.
Evidentemente ele não se assustou, pois assim que ele foi puxado ele soube que se tratava de Tomoyo que estava acompanhada por Sakura. Mas ele achou estranho as duas ali dentro.
"O que vocês estão fazendo?" Perguntou ele confuso.
"Shhhh! Fala baixo." Sussurrou Sakura.
"Estamos nos escondendo de Shaoran." Disse Tomoyo também com a voz baixa.
"Posso saber porquê?." Disse ele também falando baixo mas, mais por brincadeira do que por medo de ser pego por Shaoran.
"Porque! Simplesmente porque ele não me deu sossego hoje, você acredita que até me impedir de fazer uma biópsia num gato ele impediu. Disse que eu não posso ficar mexendo com essas coisas, 'vai que de repente a Cecíl enfeitiça um desses animais e os coloca pra te atacar'." Respondeu Sakura muito aborrecida imitando a voz de Shaoran.
Eriol não agüentou e começou a rir. Isso era bem típico de seu descendente tolo, exagerado até a morte.
"Do que você está rindo? Eu não vejo graça alguma." Disse Tomoyo.
"Você não acha graça agora porque ele começou a pegar no seu pé também. Mas você bem que estava se divertindo." Disse Sakura.
"E porque você deixou de achar graça Tomoyo?" Perguntou Eriol já imaginando a resposta.
"Porque quando eu estava saindo da aula indo me encontrar com Sakura para o almoço, ele apareceu e disse na frente de todo mundo que não era pra eu comer a comida da cantina que ele mesmo tinha trazido minha comida." Disse Tomoyo.
"Não vejo motivo pra você ter ficado com raiva." Disse ele em tom incrédulo.
"Não se você resolver não fazer o que ele disse e depois ele chega na cantina, tira praticamente a comida da sua boca e sai correndo te carregando no colo pra fora da cantina. –A comida pode ter sido envenenada pela Cecíl- Disse ele." Tomoyo terminou seu relato muito contrariada.
Eriol riu descontroladamente, chega saia lágrimas de seus olhos.
"Fica quieto Eriol!" Disse as duas.
"Me desculpem mas é muito engraçado. Mas afinal é só por isso que vocês estão se escondendo?" Disse ele secando os olhos.
As duas lançaram um olhar mortal para Eriol, por breves instantes ele chegou a temer. Nunca se sabe o que uma mulher irritada é capaz de fazer. (É o que o meu primo sempre diz.)
"E você acha pouco!" Disse Sakura exasperada.
"É que nós duas estamos querendo dar uma saída, sabe. Só nós duas." Disse Tomoyo.
"Entendo e se ele souber vai querer ir junto." Concluiu Eriol.
"Isso se ele não estipular um horário certo pra chegarmos em casa." Disse desanimada Sakura.
"Depois que ficaram de maior vocês estão sendo controladas pelo Shaoran!" Eriol recomeçou a rir.
Neste momento a porta da salinha se abre.
"Então vocês estão aquiÉ alguma reunião? Porque vocês não me chamaram?" Era Shaoran que foi guiado até ali graças as gargalhadas de Eriol.
"Muito obrigada Eriol!" Disse as duas com um olhar mortal pra ele.
Após o incidente da sala escura, Shaoran, como já previsto, disse que jeito algum deixaria as duas andarem sozinhas pelo Shopping. Estamos vivendo tempos difíceis, dizia ele. Como nenhuma das duas queria a companhia dele no Shopping, teve que agüentar a companhia dele até suas respectivas casas, sim porque ultimamente ele também estava dando uma de babá da Tomoyo. Eriol fez companhia ao trio, e agora ele chega em casa.
"Oi Eriol! Você chegou tarde. O que houve?" Perguntou Nakuro animada.
Mas Eriol não respondeu, passou direto por ela sem ao menos dirigir uma palavra, mas ela sabia pra onde ele ia, pra sua sala se sentar na antiga poltrona vermelha. Spi fez menção de ir atrás dele mas Nakuro não deixou, disse que para o problema dele somente uma criatura quase-humana poderia ajudá-lo.
TOC, TOC, TOC! Nakuro bateu na porta mas não esperou autorização para entrar. Como ela já imaginava, ele estava sentado na poltrona admirando o céu noturno.
"Algum problema Eriol?" Disse ela se aproximando.
"Problema nenhum." Disse ele se virando pra ela e estendendo a mão pra que ela segurasse. "É só que quando o assunto não envolve magia e batalha eu sou um fracasso."
"Já entendi. Você não falou com Tomoyo, não é?"
"Não."
"E porque não! Vocês já estão namorando, daí pra uma coisa mais séria é um pulo!"
"Não é tão simples assim Nak. Eu me sinto culpado por todos aqueles anos tristes que eu a fiz passar, e não foi a primeira vez que eu fiz isso. Eu sei que ela já me perdoou e que agora sou eu quem tenho que me perdoar, mas acontece que ela tem pessoas que a amam e que eu não sei como reagirão a uma nova aproximação minha."
"Bem, Sakura e Shaoran aceitaram numa boa."
"Mas não é deles que eu estou falando, estou falando do Touya que nunca foi com a minha cara e depois então que ele e Tomoyo ficaram mais próximos a antipatia dele aumentou ainda mais."
"Não se preocupe Eriol, do Touya eu cuido!"
Eriol deu um sorrisinho e continuou.
"Além dele, fiquei sabendo que Yue também gosta muito dela e que sempre a protege e obedece até mais do que a Sakura. Mas além desses dois a pessoa que mais temo e que, tenho certeza dará muito mais trabalho pra convencer de que eu estou disposto realmente a fica com Tomoyoé a mãe dela Sonomi."
"É verdade, ela nunca gostou de você."
"Todos diziam que era um ciúme natural de mãe pra filha e que o mesmo aconteceu quando Nadeshico se casou com o pai de Sakura e depois quando a própria se casou com Shaoran. Mas eu sinto que é diferente por algum motivo, ela pode não ter gostado do casamento de Sakura mas, pelo o que eu soube, ela foi ao casamento e também sempre recebe Shoaran calorosamente em sua casa. Além do mais, ela não olha pra ele como me olhava, ela me olhava com um olhar ódio o mesmo olhar que ela tinha quando falava de Fujitaka ou quando o via."
"E porque será isso?"
"Se eu soubesse eu já teria encontrado um jeito de remediar isso."
"O negócio então é você jantar com a Tomoyo!" Disse Nakuro com a voz animada tencionando animar Eriol também. Ele a olhou com cara de quem não tinha entendido nada. "É isso ai Eriol. Convida a Tomoyo pra vir jantar com você no próximo fim de semana, sabe, luz de velas, comidas requintadas, uma música suave... Aí vocês conversam e resolvem seus problemas."
"Pra você é tudo tão fácil, não é, Nak?" Disse ele sorrindo.
"Você é quem complica tudo! Além do mais não custa tentar não é?"
"Tudo bem, Nak. Eu vou chamar a Tomoyo pra jantar aqui."
"Ótimo! Eu vou preparar tudo!"
E assim Eriol ia convidar Tomoyo pra um jantar romântico assim que a visse na faculdade no dia seguinte, ou quem sabe no outro dia, ou no outro...
Terça-feira
Eriol está esperando por Tomoyo na hora da saída, seria a segunda tentativa dele falar com ela sobre o jantar, ele tentara mais cedo mas alguns incidentes o impediu, por isso ele resolveu marcar com ela de irem embora juntos. Nesse exato momento Tomoyo surge correndo, indo de encontro a ele.
"Eriol, me desculpe pelo atraso, mas eu tive que terminar um projeto e não deu pra vir mais cedo." Disse ela ofegante.
"Tudo bem Tomoyo, eu não tenho nada pra fazer mesmo. Poderia te esperar um dia inteiro." Enquanto ele falava, só um pensamento lhe passava. 'Céus! Como ela consegue ficar tão linda, mesmo após um dia exaustivo.' "Vamos indo." Disse ele por fim.
Eles iam caminhando até a casa de Tomoyo, já haviam completado mais da metade do caminho conversando sobre tudo e nada de Eriol falar sobre o bendito jantar, na verdade ele estava apavorado, já que ele tencionava, no jantar, firmar um compromisso sério com ela. 'E se de repente ela rir da minha cara achando isso tudo uma loucura. Loucura ou não eu tenho que arriscar... E tem que ser agora se não eu não tenho mais coragem.'
"Tomoyo?"
"Fala Eriol."
"Eu queria te perguntar uma coisa, mas não sei como fazê-lo."
"Quem diria que um dia eu veria Eriol Hiragizawa sem palavras." Ela disse com um sorriso no rosto.
"É verdade, eu sempre tenho palavras pra tudo. Bom eu vou direto ao assunto, eu queria saber se..."
"Tomoyoooooo!"
'AI!' Pensou Eriol com uma gota enorme. Quem veio gritando desesperado era Shaoran.
"O que foi Shaoran! Algum problema?" Perguntou Tomoyo já aflita.
"A Sakura saiu antes de mim e não me esperou daí eu achei que ela pudesse ter ido pra casa então eu fui atrás dela só que chegando lá ela não estava e não tinha nenhum bilhete ou recado e o Kerberus disse que ela não tinha aparecido em casa e eu pensei, ela deve ter saído com a Tomoyo eu liguei pra sua casa e me disseram que você ainda não tinha chegado eu resolvi ir até a sua casa pra ver se te achava pelo caminho e te encontrei. UFFF!" Disse ele em um único suspiro.
"Calma Shaoran respira. Pelo que eu pude entender, e não foi uma tarefa fácil, já que você disse tudo de uma vez só, a Sakura sumiu e agora você está desesperado atrás dela." Disse Eriol, meio preocupado com Sakura e meio frustrado por mais uma vez não conseguir falar com Tomoyo."
"Isso! E você acha que eu não devo me preocupar, com aquela ameaça a solta por aí!"
"Shaoran, se controla! Vai ver não aconteceu nada de mais!" Gritou Tomoyo já acostumada com os chiliques dele. " Vamos até minha casa."
Chegando lá Tomoyo foi direto ligar para Touya.
"Obrigada Touya, e boa noite."
Tomoyo repousou o fone no gancho.
"O que foi que eu disse. Ela está na casa do pai dela tendo uma conversa muito agradável com o irmão e tomando chá. Depois ele vai levá-la pra casa. Está tudo na mais absoluta paz." Disse ela se divertindo um pouco.
"É mas poderia ter acontecido alguma coisa, né?"
"Você está ficando neurótico, Shaoran." Disse Eriol bebericando uma xícara de chá recém servida.
"O Eriol tem razão, agora vai pra casa esperar sua esposinha, e aproveita e toma um banho quente pra relaxar."
"Desculpe ter incomodado Tomoyo." Disse Shaoran meio envergonhado.
"Tudo bem, as primas servem pra isso."
"Então eu acompanho o Shaoran, tudo bem." Disse Eriol se levantando.
"E aquele assunto que você queria me falar?" Perguntou Tomoyo curiosa.
"Não é nada importante. Deixe para outro dia."
"Puxa vida! Eu atrapalhei mesmo, né? Me desculpem." Disse Shaoran se dirigindo até a porta também.
"Tudo bem Shaoran. Agora vamos embora antes que a senhora Sonomi chegue e nos trucide." Disse Eriol já com seu calmo sorriso.
"Que maldade, Eriol." Tomoyo retrucou. " Então boa noite rapazes, amanhã nós nos veremos. E Shaoran pede pra Sakura me ligar, tudo bem!"
E assim eles se foram sem que Eriol pudesse falar com Tomoyo, esse era só o começo de uma looonga semana.
Quarta-feira
"Tomoyo!" Gritou Eriol no fim de um corredor pouco usado aonde Tomoyo fora para compor uma canção, pois achava o lugar tranqüilo para uma composição.
"Oi Eriol, como me encontrou aqui?" Respondeu ela.
"Tenho meus métodos. Podemos conversar agora? Acho que aqui ninguém nos atrapalhará." Disse olhando para os lados.
"É claro Eriol."
"Bem eu queria te perguntar..." Dizia ele com os olhos fixos em suas mãos que retorciam ferozmente um par de luvas negras. "Te perguntar se você..."
CABUM!
Uma barulhenta explosão veio de uma das portas do corredor "aparentemente" vazio.
"O que foi isso!" Tomoyo saiu correndo em direção ao local da explosão.
Eriol revirou os olhos e a acompanhou. 'Lá se foi minha chance.' Pensou ele desanimado.
A responsável pela explosão era Sakura que estava treinando sua magia com Shaoran. Ele insistiu pra que ela aumentasse seus poderes e assim suas defesas, e escolheram aquele lugar justamente por ele ser calmo e pouco habitado.
Eriol mais uma vez falhou no seu intento.
Quinta-feira
Encontramos Eriol em mais uma tentativa de convidar Tomoyo para um jantar em sua casa no Sábado. Ele resolveu apelar para a magia a fim de terem privacidade. Ele criou uma barreira mística que não permitia que ninguém a penetrasse em um raio de 1Km.
'Acho que desta vez eu consigo.' Pensava ele em tom vitorioso.
"Puxa Eriol, o assunto deve ser importante mesmo pra você conjurar uma barreira mística." Tomoyo dizia enquanto olhava a sua volta sem ver ninguém mais, além dos dois.
"Como você sabe que eu conjurei uma barreira?" Foi a vez dele se espantar.
"Se esqueceu que o Yue está me ensinando a detectar a magia em diversas formas? Ele está me ensinando também a me defender delas."
"Entendo." Na verdade ele sabia mas estava tão empenhado em conseguir falar com ela que se esqueceu. " Mas vamos ao assunto principal."
"Sim vamos. Eu já estou super curiosa."
"Tomoyo, minha querida. Você gostaria..."
CATAPLOF!
"Yue!" Tomoyo gritou ao ver o guardião caído no chão. "Eriol!" Só que ele tinha caído em cima do Eriol que agora estava desacordado e "amassado" por Yue.
A visão de Eriol começou a desembaçar e ele viu duas pessoas ao seu lado, Tomoyo e...
"Yukito!" Ele se levantou bruscamente.
"Oi Eriol. Me desculpe pelo acidente." Disse Yuki com a mão nos cabelos e aquele sorrisinho inocente.
"O que aconteceu aqui? O que ele faz aqui se eu coloquei uma barreira?"
"Aconteceu que o Yue veio voando e caiu em cima de você." Disse Tomoyo começando a rir. "Eu tinha combinado de me encontrar com ele, só que eu esqueci. Como eu me atrasei ele ficou preocupado e veio atrás de mim. Ele sentiu a barreira e deduziu que era mais um ataque da Cecíl e usou suas energias para romper a barreira, quando ele chegou até mim já estava cansado e acabou caindo em cima de você." Ela já estava gargalhando.
"Eu não acredito!" Eriol disse transtornado.
"Você está bem EriolÉ que eu ainda tenho que falar com Yue." Disse Tomoyo.
"Eu estou bem sim." Ele se levantou. "Eu vou indo tá? Amanhã agente se vê."
"Espera Eriol! Termina de me falar o que você ia falar!"
"Outro dia Tomoyo." 'Acho que nunca vou conseguir falar com ela.
Sexta-feira
A semana havia praticamente terminado e Eriol ainda não tinha conseguido convidar Tomoyo para jantar. Ele havia tentado naquela tarde, mas quando estava prestes a falar, o celular dela tocou. Era o Touya lembrando de uma coisa que Tomoyo tinha que fazer, e lá foi ela atrás de Touya e com ela mais uma oportunidade de convidá-la.
Agora estavam os quatro, ele, Tomoyo, Sakura e Shaoran indo embora da faculdade. Já estavam caminhando há um tempo.
"Agora nós vamos deixar vocês a sós, porque nós dois vamos dar uma saída hoje. Consegui convencer Shaoran a ir se divertir um pouco comigo." Disse Sakura piscando para Tomoyo.
"Já não era sem tempo né, Shaoran. Você só vive pra trabalhar e estudar." Disse Eriol.
"Pois é. Faz tempo que Sakura e eu não saímos juntos." Disse Shaoran vermelho de vergonha.
"Então divirtam-se os dois." Disse Tomoyo.
E assim Sakura e Shaoran foram embora deixando nosso casal continuar o caminho a sós. Um pouco mais a frente, Tomoyo parou de caminhar e Eriol a acompanhou.
"O céu está tão bonito hoje." Disse Tomoyo subitamente olhando para o céu.
"É verdade. A Lua está cheia e o céu salpicado de estrelas." Disse Eriol olhando para o céu também. Tomoyo Tirou os olhos do céu e passou a observar Eriol. Ao sentir que estava sendo observado, Eriol voltou seus olhos para ela.
"Posso te perguntar uma coisa, Eriol?"
"Claro Tomoyo."
"Gostaria de jantar comigo amanhã a noite, na sua casa?" Ela sorri pra ele.
Eriol dá uma sonora gargalhada.
"Eu adoraria jantar com você."
E então eles se beijam a luz da Lua sob aquele céu estrelado.
N/A 1: Resolvi que o Eriol e a Nakuro se tornaram amigos além de mestre e criatura, por isso ele não tem formalidades com ela até a chama por um apelido.
N/A 2: na frase que o shaoran chega desesperado pra atrapalhar o Eriol eu coloquei sem vírgulas mesmo pra dar a sensação de que ele falava tudo corrido, e não porque eu não sei regras de pontuação. Tudo bem que minha pontuação não é das melhores, mas também não chega a tanto.
N/A 3: Vocês notaram que eu coloquei o Shaoran ficando envergonhado toda hora, né? Mas é que eu imagino ele assim, sempre tímido justamente por ele ser uma pessoa fechada.
N/A 4: Para as pessoas que acharam o comportamento dos personagem estranho, só queria lembrar que eles estão OOC, na verdade eu acho que eles nem estão tão diferentes assim.
N/A 5: Puxa eu sou a rainha dos N/As. Bom gostaria de me desculpar pela demora na atualização, mas agora eu sei como é um bloqueio criativo, eu simplesmente não conseguia terminar o capítulo, eu acho que não ficou muito legal porque eu me senti na obrigação de terminá-lo essa semana. Não prometo que os próximos capítulos sairão rápidos, eu tenho que estudar para o vestibular como já havia dito e também, caso eu não tenha dito, eu estou fazendo um curso de enfermagem e agora vai começar a complicar, mas vou tentar ao máximo não me demorar muito. Obrigada pela paciência.
Obrigada a todos que me mandaram Reviews. Gostaria de lembrar que eu continuo gostando de REviews, hein? Portanto não hesitem em apertar o botãozinho lá embaixo.
Só mais uma coisa. Desculpem o título, mas o bloqueio se estendeu até ele, já que eu crio o título depois de terminado o capítulo.
Beijinhos
