Capítulo: Dezesseis

Acertando os ponteiros

O título do capítulo está terrível, não é?

N/A: Eu mereço morrer, né? Além de ficar séculos sem enviar um capítulo ainda não coloco todas as informações direito. Quem leu o último capitulo não deve ter entendido nada daquele festival doido, com Carpas de tecido e a fixação do Shaoran, a não ser aqueles que conhecem os costumes japoneses. Vou dar a devida explicação agora. Tango-no-sekku ou festival dos meninos, é comemorado todo dia 5 de Maio, os japoneses fazem Carpas de tecido para serem hasteadas, ficam parecendo pipas só quem em formato de Carpa que é um peixe e é feito de tecido, eles também expõem bonecos de guerreiro que representam a força e energia dos meninos. Tudo explicado, vamos a continuação da história.

" " - Fala do personagem

' ' - Pensamentos

( ) - Intromissões minhas

"Vocês vão se arrepender por atrapalharem nosso reencontro!!"

Uma gargalhada gélida tomou conta do lugar e a noite pareceu temer já que grossas nuvens cobriram o céu e tamparam o brilho da Lua.

"Largue o Touya agora, ou você vai se arrepender!!!" Tomoyo gritou não agüentando mais ver Touya nos braços daquela louca.

"O que você pretende fazer comigo sua mortal idiota?! Acha mesmo que você conseguiria me atingir. Eu sei que você ama este homem, eu posso ver nos seus olhos, mas você não vai tirá-lo de mim!!!" Ceres, com um movimento do seu braço, lança Tomoyo contra as árvores próximas.

"Ai!" Tomoyo se curva ao tentar se levantar, o impacto foi muito forte. "Eu não preciso tirá-lo de você, ele já é meu, eu já sou dele." Ao ouvir essas palavras, Eriol a olha confuso, mas ela não percebe pois seu olhar estava fixo em Cecíl. "O sentimento que nos uni é mais forte que seu desejo profano!"

Cristais cruzaram o ar atingindo o rosto de Cecíl de leve, ela estava distraída enfrentando Tomoyo e só pôde se defender no último momento, o que resultou em arranhões em uma das faces dela. Os cristais foram lançados por Yue.

"Maldito! Como ousas me tocar, eu vou..."

"Ceres." Touya sussurrou por entre seus devaneios.

Cecíl ficou atordoada, seus olhos foram ficando cada vez mais amarelos à medida que seu ódio aumentava, o ambiente em volta parecia refletir todo o estado de espírito em que ela se encontrava. Raios iluminavam o céu e desciam a Terra como anjos vingadores destruindo tudo a sua volta, gritos puderam ser ouvidos vindos do templo mas os trovões os tornavam inaudíveis, a ventania começava carregando tudo a sua volta.

"Vocês todos vão sofrer a minha ira! Este é o início do fim!"

Touya levitou por entre os braços de Cecíl, enquanto ela abria os braços, um manto negro crescia e se espalhava por todo o lugar, o manto se dividiu em diversas partes e quando cada uma delas envolvia os animais que estavam por ali, automaticamente o corpo do animal desaparecia e sua sombra emergia do chão.

Aquela malha negra tentava em vão atacar nossos heróis, eles tinham o dom da magia, Yue carregou Tomoyo pra junto de si a fim de protegê-la. Quando procuraram por Cecíl, esta já tinha desaparecido levando Touya consigo.

"Droga! Ela foi embora!" Shaoran disse enquanto rasgava a malha negra que vinha em sua direção.

"Temos que ir atrás dela e resgatar Touya." Eriol disse dissipando a última malha, ainda pensando nas palavras de Tomoyo.

"Esperem um momento." Tomoyo disse se botando a escuta. "São gritos! Estão vindo do templo!"

Gritos e choros ecoavam pela noite, eles correram até onde minutos atrás havia um festival e pessoas se divertindo, o que se observava agora eram pessoas correndo por todos os lados, fugindo daquelas estranhas malhas negras, e cada pessoa envolvida por ela sumia e sua sombra tomava vida. Uma mãe corria com seu filho de mais ou menos oito anos, mas não conseguiram dar mais nenhum passo, o menino que estava a frente da mãe foi pego e envolto e logo já não tinha mais sinal dele a não ser sua sombra, a mãe gritou e deu um passo a trás mas se encostou em outra malha e teve o mesmo destino de seu filho.

"Isso é terrível!"Sakura choramingava.

"Não é hora de chorar, temos que ajudar essas pessoas." Kerberus correu e se pôs em frente a uma família prestes a ser atacada, uma rajada de fogo saiu de sua boca atingindo os atacantes.

"Desse jeito as pessoas vão descobrir a magia." SpinelSun hesitou.

"Se não agirmos logo, não existirá pessoas pra nos descobrir." RubyMoon também partiu e logo Sakura, Shaoran, e Kaho estavam lutando e protegendo as pessoas daquele templo.

Yue, que segurava a mão de Tomoyo forte, também estava se preparando pra entrar em batalha levando-a consigo, Eriol se adiantou e segurou a mão livre de Tomoyo fazendo com que os dois parassem.

"Vem comigo." Eriol disse como uma ordem mas soava como um pedido.

Tomoyo olhou nos olhos do rapaz e viu alguma coisa errada ali, depois olhou para Yue que lhe sorriu com os olhos. Ela soltou a mão que a ligava a Yue e este seguiu para a batalha.

"É claro Eriol, eu vou contigo."

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Stephen chegava em casa sorrateiramente, cruzou a sala o mais silenciosamente possível, ele ia direto para o quarto trocar de roupa que estava suja, ele sabia que sua irmã Ceres o esperava para o chá e ele já estava atrasado, por isso trocaria de roupa e diria que estava dormindo pra que a irmã não brigasse com ele por ter saído e se atrasado. Ele coloca o pé no primeiro degrau da escada que leva aos quartos, quando é interrompido por uma voz feminina vinda do jardim.

"Não vai tomar um chá comigo, meu irmão?" A voz era divertida.

Ele saiu de perto da escada e foi até a porta de vidro, que se encontrava aberta, uma mesa de chá estava posta para duas pessoas, sentada de costas para a porta, estava a figura de uma mulher jovem e esguia que usava um vestido lilás e tinha um gracioso chapéu que escondia seus cabelos.

"É claro que eu vou maninha." Stephen deu um beijo na bochecha da irmã e se sentou na cadeira de frente a ela, mas a imagem permaneceu como se a tela de um filme só mostrasse as costas da mulher e o rosto de Stephen que agora se servia de um pouco de chá.

A mulher permaneceu parada e ele percebeu que era observado.

"Já vai brigar comigo por eu ter me atrasado?"

"Desta vez não, eu só quero saber quem é a jovem que fez meu irmão esquecer da irmã dele pra ficar com ela." Um tom zombeteiro era notado na voz.

"Não sei do que você está falando, Ceres." Ele coloca um biscoito na boca.

"Você sabe muito bem que não pode me enganar, está com um olhar brilhante e sonhador ultimamente, está mais alegre, mais vivo." Ela toma um pouco de chá.

"Bobagem sua. Por acaso se eu estou feliz é porque tem alguma mulher no meio?"

"Não estou dizendo isso, mas nesse caso eu tenho certeza que sim."

Stephen se levantou e deu as costas pra Ceres, ela agora repousou a xícara no pires e esperou que seu irmão continuasse.

"Não nego que tenha uma mulher sim, mas não é nada de mais."

"Nada de mais... Agora mudou de nome? Eu costumava chamar de paixão, amor." Ela se divertia.

Ele pareceu se irritar pois jogou com violência o guardanapo que ainda estava em sua mão enquanto se levantava e ficava de costas para Ceres.

"Não diga bobagens Ceres, você não me conhece tão bem assim."

Ela se levantou e abraçou seu irmão por trás.

"Tem razão, eu não te conheço tanto assim, me desculpe." Ela deu um beijo na bochecha do rapaz. "Só porque você guarda um lenço de uma mulher embaixo do travesseiro pra sentir o cheiro dela não significa que está apaixonado."

Ela correu para o jardim com ele atrás dela.

"Você não tem o direito de mexer nas minhas coisas!" Apesar das palavras, ele não estava irritado. "Eu vou te pegar maninha!"

Risos ecoavam por entre as lembranças.

Uma lágrima rolou pelo rosto de Touya, Cecíl ainda permanecia com ele em seus braços, estavam caminhando agora por um bosque coberto por gelo, o lugar parecia que era outro lugar, já que no Japão agora é verão, portanto aquela paisagem branca e cheia de neve não combinava.

"Você está a chorar por ela meu amor. Por ela que matou nosso filho e nos separou. Mas agora estamos juntos nos três."

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"Não está adiantando!!! Pra cada pessoa que salvamos cinco é atingida!!" Kaho dizia enquanto se livrava de uma malha.

"O pior não é isso, mesmo depois que salvamos as pessoas e elas saem do templo as malhas vão atrás delas e as capturam." Yue estava espantado.

"São como gafanhotos atacando uma plantação, não deixam nada fugir e só vão embora quando tudo está devastado." Tomoyo tinha o olhar perdido. Quase já não tinham pessoas além deles ali, e como que ouvindo suas palavras tudo ficou silencioso, já não tinha aquelas estranhas malhas, mas também já tinha ninguém além deles ali.

O lugar estava deserto.

"Droga! Não conseguimos proteger as pessoas."Shaoran estava frustrado.

"Se prepare, as coisas ficarão piores." Eriol bateu uma das mãos no ombro de Shaoran e este assentiu com a cabeça.

Mas o silêncio não durou muito tempo, logo pôde ser ouvido gemidos e soluços, lamentos terríveis que arrepiavam até a alma e logo o templo não estava mais vazio, sombras começaram a vagar por ali.

"Fantasmas!!!" Sakura gritou e se abrigou nos braços do marido.

"Não são fantasmas." Kaho tranqüilizou. "São as sombras das pessoas, ou melhor, acho que as pessoas foram transformadas em sombras e agora ficam vagando pelo lugar aonde foram transformadas."

"Exatamente, Kaho." Eriol disse.

"Fantasma ou não, os sons que eles estão fazendo não são lá muito agradáveis." Sakura gemeu. E todos tiveram que concordar. Os lamentos cresciam.

"Vamos pra minha casa." Eriol os chamou.

Chegando na casa de Eriol, ninguém disse nada foram todos dormir, precisavam pensar sobre tudo o que tinha acontecido. No outro dia Tomoyo e Yukito saíram pra comprar alguma coisa pra comerem, mas antes de chegarem a padaria ela estava sendo atacada pelas malhas e tudo em um raio de dois metros a volta dela também. Yue apareceu.

"Vou avisa aos outros através da magia."

Logo todos estavam reunidos. Eles se espalharam pela cidade e logo perceberam que vários pontos dela eram atacados e tal qual no templo, o ataque só parava quando a última pessoa era atingida. Em determinado momento quando todos estavam juntos de novo perceberam que algumas malhas estavam se locomovendo para outro lugar, provavelmente para um novo ataque.

"Espere um pouco," Eriol começou. "Se seguirmos a direção em que elas estão indo, o próximo ataque será..."

"A minha casa!" Tomoyo gritou.

Todos correram apressados pra casa de Tomoyo, as malhas também iam pra lá, quando estavam perto da casa notaram Akizuki atravessando a rua para chegar na mansão, uma das malhas negras se precipitou até ela.

"Akizuki cuidado!" Tomoyo gritou mas foi tarde demais, logo Akizuki tinha sido totalmente engolfada e depois apenas sua sombra restou. "Não!"

"Calma Tomoyo, nós temos agora que pensar em proteger sua casa." Yue a abraçou.

Eles seguiram o olhar até a casa de Tomoyo e se surpreenderam quando viram que nenhuma das malhas conseguiam penetrar uma espécie de barreira que circundava todo o terreno da mansão. Algumas batiam e eram lançadas longe, outras eram eletrocutadas e outras eram dissolvidas pela barreira. Ainda espantados ele entraram pelo portão e seguiram para a casa, encontraram Sonomi e os empregados reunidos na sala de visitas, todos olhando pelas janelas.

"Mamãe o que está acontecendo?" Tomoyo perguntou. Sonomi simplesmente se sentou em um sofá e pegou uma xícara de chá.

"Acho que você e seus amigos é quem podem explicar melhor, não?"

Todos estavam cada vez mais intrigados, poderia Sonomi também possuir magia?

"Mamãe eu não entendo..."

"Não é o momento para explicações, como devem saber, apenas tenha em mente que todos aqui estamos seguros e concentre-se em acabar com tudo isso." Tomoyo abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas foi interrompida de novo por sua mãe. "Você também, Sakura. Seu pai está seguro, ele sabe se cuidar." Ela deu um olhar para Eriol. "Vão agora. Tomoyo eu prometo que te explico tudo, se tudo terminar bem."

"Vai terminar tudo bem." Yue interrompeu.

"Não era nem pra ter começado, mas as pessoas gostam de sofrer." Ela olhou para Tomoyo. "Agora vão." O tom de conversa encerrada fez com que todos fossem embora.

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"Você bem que nos disse que sua mãe estava estranha, Tomoyo, e agora isso." Yue disse.

"O mais estranho é que eu não sinto nenhuma magia em sua mãe." Eriol disse.

"Eu sei, isso tudo é muito estranho." Tomoyo foi até a janela da sala de Eriol. "Eu só queria que o Touya estivesse aqui." Lágrimas rolavam de seus olhos agora.

"Acalme-se, Tomoyo, ele é forte vai ficar bem." Kaho se aproximou dela e a abraçou.

"Não encoste em mim!! Ele não teria sido pego se não estive com você, você é a culpada por ele não estar aqui!" Ela secava os olhos mas novas lágrimas caiam, agora lágrimas de raiva e tristeza. "Não bastou fazer ele sofrer uma, duas vezes e agora o lança nas mãos daquela mulher! Eu te odeio Kaho Mizuki!!"

Tomoyo subiu correndo as escadas até um dos quartos, Yue foi atrás dela deixando Kaho espantada e Eriol cada vez mais abalado.

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Uma semana se passou e os ataques continuaram, a cidade agora estava quase toda deserta, mesmo não entendendo o que se passava as pessoas agora temiam sair de casa, ma não adiantava quando um ponto da cidade era visado, nada escapava, não sobrava ninguém. Eriol, Tomoyo, Sakura, Shaoran e todos os outros, lutavam ferozmente mesmo sabendo que tudo aquilo era inútil, Cecíl não apareceu desde então, muito menos conseguiram notícias ou pistas que os levassem até Touya, parecia que ele tinha desaparecido no tempo e espaço.

O clima na casa de Eriol não podia ser pior, a todo momento a expectativa de mais destruição, Tomoyo não falava com mais ninguém a não ser Yue e Eriol, ela andava cabisbaixa e seu olhar triste e Eriol sabia que era pela ausência de Touya. Sakura estava cada vez mais cansada, mesmo com o barrigão ela lutava bravamente e isso a desgastava. Shaoran sempre que podia fazia de tudo pra que ela se sentisse confortável e segura.

"Ai Shaoran, estou tão preocupada com meu irmão."

"Eu sei Sakura, mas vai dar tudo certo."

"Também estou preocupada com a Tomoyo, ela está definhando, parece até que ela é a irmã dele."

"Você sempre com ciúmes, lembra quando você explodiu quando descobriu que além de seu irmão ela estava querendo roubar seu guardião."

"Lembro sim, ela, Yue e o Touya ficaram muito unidos e eu sinto ciúmes sim. Mas ao mesmo tempo eu me surpreendo, é claro que estou preocupada com meu irmão, mas eu não estou tal mal quanto ela, o amor entre eles é tão grande que eu não posso mais me irritar com isso só posso entender."

"Sabe que eu não me lembro de ver a Tomoyo assim nem quando o Eriol foi embora depois do aniversário dela, ela ficou triste e tudo, mas agora parece que ela está morrendo a cada dia longe do Touya."

"Nós temos que cuidar muito bem do Yue."

"Não entendi, Sakura."

"Se ela ainda está inteira é porque o Yue está ao lado dela, se alguma coisa acontecer a ele não sei se ela vai resistir."

Eriol estava ouvindo tudo da porta da biblioteca, seu coração apertou, se ela amava tanto assim o Touya, porque ela estava com ele? Porque aceitou se casar com ele? Seus sentimentos estavam confusos. Esperaria tudo isso acabar pra falar com ela e esclarecer tudo, até lá ele mesmo se encarregaria de proteger Yue, se a integridade Tomoyo dependesse da segurança de Yue ele mesmo providenciaria que nada acontecesse ao guardião. E também ele ia até o inferno atrás de Touya se disso dependesse a felicidade dela.

Yukito e Nakuru estavam relaxando junto com Kaho e os dois, agora bonecos, Kero e Spi. Mesmo nos momentos de tenção como os que estavam vivendo, Nakuru se mantinha alegre e fazendo com que todos, de alguma forma, risse. Ela tinha acabado de fazer uma de suas palhaçadas arrancando risos de todos, quando Eriol se aproxima guiado pelo barulho.

"Que bom que chegou Eriol, acabei de preparar um lanchinho." Nakuru disse.

"Muito obrigado, Nak, mas não estou com fome." Ele olhou na direção de Yukito. "Yukito, será que eu poderia conversar com você?"

"É claro!" Yukito se levantou e seguiu Eriol até a estufa.

Kero e Spi agora brigavam por algum motivo banal, Kaho e Nakuru observavam os dois rapazes se distanciando, Nakuru permanecia com um sorriso nos lábios, Kaho desviou o olhar para Nakuru.

"Você está sempre sorrindo, não é Nakuru?"Kajo disse calmamente.

"O que disse?" Nakuru tinha uma expressão intrigada.

"É surpreendente como, mesmo nos momentos difíceis, você se mantém alegre, e disposta a motivar a todos, às vezes parece que nada te atinge."

Uma nuvem negra cobriu os olhos de Nakuru e ela abaixou a cabeça.

"É verdade. Não me surpreenderia se todos pensassem que sou fria, infantil e que não levo nada a sério. Mas a verdade é que meu coração sangra diante dos problemas que enfrentamos." Nakuru levanta a cabeça e dá um belo sorriso que ilumina todo o seu rosto. "Mas alguém tem que alegrar um pouco essa casa, do contrário ficaremos melancólicos como aquelas sombras e vamos perder as esperanças."

Kaho olhou seriamente para Nakuru que permanecia sorrindo.

"Você tem razão." E Kaho deu um sorriso para a outra. 'A verdade é que ela deve sofrer muito mais por ter que parecer estar sempre alegre mesmo diante ao caos.' Kaho pensava.

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Eriol já estava a sua espera quando Yukito fechou a porta.

"Na verdade, eu gostaria de..." Eriol começou.

"Falar com o outro, não é?" Yukito completou e antes que Eriol pudesse assentir, Yue já tinha aparecido. "E então, sobre o que gostaria de falar."

"Eu gostaria de falar sobre Tomoyo."

Yue assentiu pare que ele continuasse.

"Eu sei o quanto ela gosta de você e o quanto ela gosta do Touya, sei também o quanto ela está sofrendo por ele estar longe e correndo perigo."

"Eu não acho que ele esteja correndo perigo." Yue interrompeu.

"Como você tem certeza?"

"Eu não tenho. É apenas um palpite."

Eriol deu uma risada e se encaminhou até uma prateleira de Orquídeas.

"Palpite. Você mudou bastante Yue. Minhas lembranças como Mago Clow são poucas, mas em nenhuma delas vejo você trabalhando com palpites. Suponho que essa mudança se deva ao seu convívio com Tomoyo."

"Ela tem o dom de tocar as pessoas." Yue cruzou os braços.

"Mas o que eu vim dizer é que você precisa se cuidar e não deixar que nada te aconteça, Tomoyo está mal com o sumiço de Touya não sei como ela reagiria se algo te acontecesse." Eriol terminou com a voz cansada.

"É claro. Ela e Touya são muito amigos."

"Acho que na relação deles não cabe apenas amizade, é muito mais que isso." Eriol não sabia porque estava dizendo essas coisas, mas sentia que precisava falar com alguém.

"Muito mais." Yue repetiu e caminhou até uma mesa ali perto e ficou de costas para Eriol enquanto mexia em alguma coisa. "É você tem razão, é muito mais que amizade."

"Eles se amam. Só não entendo porque ela aceitou se casar comigo." Eriol se sentou em um banco se sentindo derrotado.

"Amizade também é amor. Eu amo a Tomoyo porque ela é uma amiga insubstituível e eu sei que ela me ama, nós somos grandes amigos. Mas ela e o Touya possuem algo muito maior, um amor que ultrapassa a amizade. Mas, Eriol, existem vários tipos de Amor, porque você não conversa diretamente com ela ao invés de ficar inventando teorias. Eu não tenho muitas lembranças de quando eu vivia com o Mago Clow mas eu não o vejo cismado com uma teoria e não ir atrás de uma resposta concreta."

Eriol sorriu ao ouvir suas palavras vindas de Yue, seus olhos se iluminaram e ele caminhou até Yue parando a poucos centímetros, Yue se virou e deixou a mostra um belo arranjo de Tulipas nas mãos.

"Tulipas. São as flores favoritas de Tomoyo."

"Obrigado, Yue."

Ele pegou as Tulipas e foi atrás de Tomoyo.

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Tomoyo estava distraída passeando pelo quarto que, no momento, era seu. Em sua mente, vários pensamentos passavam, pensamentos sobre os recentes acontecimentos, toda essa confusão, o rapto de Touya, o segredo de sua mãe, mas também se passavam pensamentos de um passado não muito distante mas que, mesmo que se passassem mil anos, Tomoyo jamais esqueceria e se perguntava se todo esse caos não tinha iniciado naquele passado.

Ela agora caminhava lentamente em direção a uma bonita penteadeira a um canto do quarto, tinha um espelho grande nela e Tomoyo parou em frente a ele. Seus cabelos, antes tão compridos, estavam na altura dos ombros, ela os havia cortado depois do nascimento e morte de sua filha, os prendeu em uma trança e colocou em uma urna, enterrou em um canto do jardim e em cima plantou várias Tulipas, ela não pôde enterrar o corpo de sua filha mas tinha providenciado um túmulo simbólico.

Tomoyo nunca se esqueceu de sua filha mas, com os recentes acontecimentos, ela não tinha parado um momento para relembrar até agora que se mirou no espelho, ela pegou uma mecha de seu cabelo e brincou com ele em seu rosto, ela não teve oportunidade de vê-la, mas Touya disse que, apesar dos olhos azul meia-noite como os do pai, os cabelos eram como os dela. Os olhos como os do pai, o pai que nunca soube de sua existência, que não sofreu por perdê-la justamente por não saber que um dia, mesmo que por pouco tempo, ela existiu, e se dependesse dela ele nunca saberia, não adiantava trazer sofrimento pra uma terra que não provou da tempestade.

"Tomoyo? Posso entrar?" - Eriol perguntava do outro lado da porta.

"É claro Eriol, entre!" 'Hora de voltar para a vida real.' - Pensou tomoyo.

Eriol entrou no quarto e Tomoyo permaneceu sentada no banco em frente à penteadeira. Ele apenas sorriu pra ela e foi até a janela, depois sentou na cama de frente a ela, se levantou e retornou à janela. 'Como iniciar uma conversa como aquela?' Era o que ele se perguntava.

Tomoyo nunca tinha visto Eriol desse jeito, talvez apenas quando ele foi pedi-la em casamento, ela teria achado engraçado se não tivesse percebido que fosse o que fosse era sério, pelo menos pra ele, quando ele refez o caminho pela segunda vez ela resolveu quebrar o gelo.

"E então, você tem alguma coisa pra me falar ou só queria decorar o caminho da minha cama até a janela?"

Eriol sorriu pra ela imaginando como deveria estar ridículo e voltou a se sentar na cama e de frente para Tomoyo.

"Me desculpe é que eu não sei direito como começar esta conversa, na verdade desde que eu saí da estufa que eu comecei a achar o motivo da conversa completamente sem fundamento." Eriol começou nervoso, era incrível como ele sempre ficava nervoso perto dela, logo ele que sempre tinha o controle da situação.

"Engraçado, eu já vi isso antes. Ah! Lembrei, foi quando você me pediu e casamento! Você estava assim enrolando, enrolando e nunca chegando ao ponto final." Ela sorria, não de divertimento, mas de uma forma que o encorajasse. "O que você estava fazendo na estufa?"

"Eu estava conversando com o Yue, sobre você, sobre o Touya." Ele olha fixamente para ela que começa a entender aonde a conversa estava chegando. "Tomoyo, você ama o Touya?" Foi muito duro para Eriol fazer esta pergunta, mas ele tinha que fazê-la, ele precisava de uma resposta mesmo que ela o fizesse sofrer como nunca.

Tomoyo tomou as mãos de Eriol nas suas e respondeu com o olhar bem firme nele.

"Eu amo o Touya com toda a minha alma."

Eriol engoliu seco e baixou a cabeça, seu coração pesava e sua alma gritava. Tomoyo levantou o queixo dele com uma das mãos, ele olhou pra ela e pôde ver muito amor naquela face, amor voltado pra ele.

"Mas VOCÊ é o HOMEM que eu amo. Ninguém entende, eu não esperava que você entendesse, mas eu amo incondicionalmente o Yue e o Touya mas é um amor de irmão. Não, não é um amor de irmão." Tomoyo balançou a cabeça e se pôs a pensar. "Eu não sei explicar, não sei se conseguiria explicar... Mas é diferente do que eu sinto por você, você é a pessoa que eu quero ao meu lado, quero acordar com você, descobrir seus defeitos me irritar e aprender a lidar com eles, te ver além de sua aparência impecável, com a cara amassada e com a boca cheia de pasta de dente..."

Tomoyo não terminou de falar, Eriol a abraçou com força.

"Não precisa explicar nada, eu que estou sendo idiota e inseguro." Ele sorri pra ela, se senta de novo na cama e a coloca em seu colo. "O que você sente por ele é diferente do amor entre homem e mulher é quase como o que eu sinto pela Kaho e confundi com o que eu sinto por você."

Tomoyo se levantou rápido e foi até a janela.

"Não gosto dessa mulher!! Ela é insuportável!!!" Tomoyo cruzou os braços e fez uma cara zangada, Eriol sorria zombeteiro.

"É impressão minha ou você tem ciúmes dela?"

"Não é ciúmes! Talvez um pouco. Mas não é pra menos ela me roubou você uma vez, e ainda fez o Touya sofrer."

"Como?!" Eriol fez uma cara surpresa.

"É verdade, ele a amava quando ela foi embora da primeira vez."

"Foi quando nos conhecemos e ela começou a me ajudar com os preparativos para que Sakura se tornasse dona das cartas."

"Pois é. E ela ainda inventou aquela desculpa ridícula de que quando ela retornasse ambos estariam apaixonados por outras pessoas." Ela deu uma olhada significante para Eriol que sorriu. "Pode ser que ela estivesse apaixonada mas tenho certeza que ele não, ele continuou a amá-la, e sofreu quando ela foi embora de novo, já que ele achava que ela gostava de outro, e esse outro seria você."

"Mas não era verdade, ela achou, na verdade nós achamos que seria muito melhor ir embora daquele jeito, na verdade eu sabia que quando eu viesse pra Tomoeda eu ia sentir uma coisa que mudaria minha vida, por isso eu tomei providências pra que eu não ficasse preso a isso e a Kaho também tinha medo de se prender a alguém, então nós fizemos o acordo de nos fingir apaixonados."

"Pelo menos você voltou pra mim."

"Ela também voltou, só não teve tempo de se entender com ele. Mas será que uma certa garota, muito ciumenta vai deixar eles se entenderem."

"Eu não acredito que eu vou ter que aturar ela."

Eriol a abraçou e eles se beijaram apaixonadamente. Terminado o beijo Tomoyo olhou pela janela.

"Pelo menos o Yukito encontrou alguém muito legal e que também não vai com a cara da Kaho."

"Como é que é?" Eriol também olhou.

Yukito e Nakuru passeavam de mãos dadas pelo jardim, ambos estavam sorrindo e conversavam animadamente.

"Quem não vai gostar muito dessa história é o Yue, estou até imaginando a cara..."

"O Yue!!" Eriol correu até a cama e pegou o buquê esquecido em cima dela. "Ele mandou que eu te entregasse isso, na verdade era pra parecer que fui eu quem trouxe por iniciativa própria, mas..."

"Isso ia ser difícil, apenas o Yue e o Touya sabem que eu gosto de Tulipas."

"É verdade, eu sempre achei que suas flores favoritas fossem Sakura e Magnólia. Acho que estou desatualizado sobre você."

Tomoyo o enlaçou pelo pescoço.

"Mas você vai ter muito tempo pra se atualizar." Ela o beijou longamente.

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O salão estava iluminado e cheio de rostos sorridentes, suas vozes e risos eram acompanhadas por uma suave mas vibrante melodia que a orquestra tocava. Stephen estava conversando com seu amigo Clow, era uma conversa animada e eles, como todos no salão, sorriam largamente.

"O barão está muito contente com o retorno da filha." - Comentou o imponente homem de cabelos azuis e um sorriso gentil.

"É o que parece tendo em vista a pompa deste baile." - Stephen estava de frente para o amigo por isso não pôde ver que uma bela mulher se aproximava deles.

"Mas eu acho que existe mais um motivo pra todo esse baile." A mulher se apoiou em um dos braços de Stephen.

"Irmãzinha?! Achei que não fosse chegar mais." Stephen beija a testa de sua irmã.

"Não vai me cumprimentar Read?"

"Me perdoe a grosseria Senhorita Ceres." Read tomou uma das mãos de Ceres e a beijou.

"Estou quase te perdoando, agora você me chama de Senhorita Ceres, quando me chamar apenas de Ceres te perdoarei por completo."

Uma linda melodia tomou conta de todo o salão e vários casais começaram a se espalhar pela pista de dança.

"E então irmãozinho, não vai me convidar para dançar?" Ceres perguntou, acordando Stephen de um devaneio, ele parecia que estava em outro lugar.

"Me desculpe nem prestei atenção. Vamos dançar sim minha querida, com licença Read."

"Fiquem à vontade."

Eles foram para a pista se juntar aos os outro pares, eles dançavam muito bem tinham uma sintonia perfeita, mas parecia que Stephen fazia tudo automaticamente, seu olhar estava perdido e sua mente a muito já não estava ali.

"Eu devo estar muito chata mesmo, meu irmão nem ao menos me olha nos olhos enquanto dançamos." Ceres se fazia de ofendida.

"Eu sinto tanto Ceres, eu estou um pouco desligado hoje." Stephen se voltou para a irmã um pouco envergonhado.

"Fiquei sabendo pelos criado que neste exato momento está acontecendo uma festa pagã no interior da floresta. Aposto como lá está muito mais divertido do que aqui, não é?"

"Porque diz isto Ceres?"

"É lá aonde você gostaria de estar. Acompanhado por uma mulher que com certeza não é sua irmã."

"Isso não é verdade!" Ele ficou nervoso.

"Você pode mentir pra mim mas por favor não minta pra si mesmo."

Stephen baixou os olhos e se deu por vencido, ele simplesmente não conseguia esconder nada de Ceres.

"Eu não posso. Nós dois não podemos ficar juntos, Read mesmo disse que..." Ceres tapou a boca de Stephen com um dedo.

"Read é um cético quando o assunto é o coração, ele ainda não acredita nesse sentimento bonito que une as pessoas por mais diferentes que elas sejam. Ouça sua irmã, as pessoas passam a vida procurando a felicidade plena mas isso não existe, nós temos que aproveitar a felicidade que nos é oferecida hoje, mesmo que esse hoje dure pouco tempo, no fim contará apenas o somatório deles e se você soube aproveitá-los, é isso que dirá se você foi feliz."

"Eu te amo minha irmã, vou sempre te amar."

"Eu também, eu também. Agora me leve até o Read que eu vou arrastá-lo para a pista por bem ou por mal." Ela sorriu, ele lhe sorriu de volta e a olhou sério.

"Tenho certeza que você pode ensiná-lo a acreditar."

"Vamos ver."

Eles caminharam até um grupo de pessoas que conversavam animadamente.

"Senhor Read, meu irmão hoje está dançando muito mal, meus pés foram massacrados mas eu ouvi dizer que você dança muito bem, então poderia me ajudar a aproveitar o resto da noite?"

"Oras, a Senhorita está muito moderna, que eu saiba os Cavalheiros convidam as Damas." Read disse divertido.

"Quando os Cavalheiros são muito lentos as Damas tem que tomar uma atitude, vamos logo." Ela puxou Read por um braço, antes de seguir para a pista ela foi até seu irmão deu um beijo em sua face e sussurrou baixinho. "Seja feliz por este instante."

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"Ceres!!!"

Touya acordou bruscamente, seu rosto estava suado e ele estava muito agitado.

"Foi apenas um sonho. Mas parecia tão real." Ele olha a sua volta e se vê em um ambiente estranho. "Afinal onde eu estou?"

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Onde será que o Touya está? E como ele conseguirá escapar dessa?

N/A: Estava com saudades das minhas N/A's, vocês não? Eu estava relendo meus mangas de CCS e ví a escrita correta do nome da Kaho, mas me deu preguiça de concerta no capítulo anterior então vou escrever certo somente a partir deste capítulo, quando a fic terminar eu vou republicar com todos os erros que eu encontrar devidamente corrigidos pra eu poder botar a outra fic de continuação, eu falei que ia ter continuação? Depois eu falo mais sobre isso.

N/A: Não sei se vocês perceberam, mas eu detesto a Kaho!!!! Vocês já devem imaginar o porquê. Porque roubou Eriol da tomoyo e também por ficar com aquele sorrisinho inabalável na boca, agora eu sei porque a Sonomi tem raiva do Fujitaka, mas eu gosto dele tá gente.

N/A: Eu achava que era coisa apenas da minha mente muito fértil esse sentimento da tomoyo para com o Touya, mas eu ví também, relendo os mangas, que a Tomoyo também admira o Touya e até fica sem graça perto dele, vocês podem comprovar lendo os primeiros volumes.

Até que eu não demorei tanto não é gente? Vamos torcer pra eu não demorar muito com o próximo capítulo.

Beijinhos ^_^