Capítulo: Vinte e um
O Fim. Ou o início?
Os pensamentos estão Itálico
Era 03 de Setembro, haviam se passado três meses desde que o pesadelo acabara e agora todo o grupo comemorava o aniversário de Tomoyo. Estavam todos reunidos na casa de Sonomi, mas ao contrário do último aniversário, esse não tinha a pompa do anterior, era apenas uma simples reunião familiar, porque todos ali formavam um grande família. A única que não tinha gostado muito era Sonomi.
"Mamãe, ainda de cara feia?" – Tomoyo divertia-se com sua mãe.
"Querida, você sabe que eu queria fazer uma bela festa pra você, mas você quis essa coisa simplesinha. Sem graaaaaça."
"Pense por outro lado, você está se divertindo com a preparação do meu casamento."
"Isso é verdade. Mas festa nunca é demais."
"Sonomi, você não muda nunca." – Fujitaka aproxima-se.
"Não comece."
Tomoyo se afasta e deixa os dois discutindo, como sempre faziam.
"Nossos pais sempre discutindo, né?" – Sakura comentou quando a prima aproximou-se dela.
Sakura estava enorme, quase não se levantava do sofá, mais duas semanas e ela completava os nove meses de gestação, todos estavam ansiosos pois o bebê poderia resolver nascer a qualquer momento. Shaoran estava desesperado, dormia com a maleta de roupas ao lado e já ficava completamente vestido pronto pra ir ao hospital, os amigos se divertiam às custas dele.
"Fazer o quê. Acho que será assim eternamente." – Tomoyo senta-se a seu lado.
"E então, já se decidiu quanto aos padrinhos?" – Shaoran pergunta.
"Bom, os padrinhos do Eriol são vocês, é claro e os meus... Todos sabem quem eu quero pra padrinho, mas eu não quero levar o pacote completo."
"Você ainda tem problemas com a Kaho?" – Eriol a abraça por trás.
"Oi querido." – e eles dão um selinhos. – "Não é um problema, eu reconheço que ela foi maravilhosa durante todos os acontecimentos, ela foi de muita ajuda, inclusive salvou a minha vida. Eu serei eternamente grata por isso, eu até estou sendo 'coleguinha' dela mas mesmo assim..."
Shaoran aproxima-se de Eriol e lhe confidencia.
"Sabe Eriol, eu acho que isso é ciúme."
"E eu não sei. E o pior é que não é nem ciúmes de mim."
"Eu estou ouvindo vocês, ta legal?"
Tomoyo joga uma almofada em Eriol. Perto dali, Touya, Yukito e Kaho conversam.
"A Tomoyo ainda não te chamou oficialmente pra padrinho? Estou surpreso."
"Pois é Yuki, ainda não." – Touya dá uma olhada de esguelha para Kaho.
"Sabe o que é Yukito, ela não me quer para madrinha."
"Não é bem assim, Kaho..."
"É sim, Touya. E ela tem todo o direito, eu não posso querer que de uma hora para outra ela e eu nos tornemos amigas, seria forçado de mais. Que dirá que ela me chame pra sua madrinha, é uma coisa muito séria."
Touya e Kaho haviam iniciado uma espécie de namoro. Sakura costumava dizer que eles estavam se conhecendo novamente. Apesar de Tomoyo tentar, ela ainda não havia engolido completamente essa história, assim como Touya ainda não tinha engolido Eriol, essa implicância gerava situações cômicas.
"Mas então quem ela chamaria?" – Touya pergunta.
"Eu acho que ela gostaria de chamar a Nakuru." – Yuki responde.
"Ai não, a Nakuru não. Eu ainda tenho pesadelos com ela."
Yukito e Kaho riram com essa declaração, mas apesar de Touya ter trauma dela, a verdade é que Nakuru e Yukito estavam juntos há bastante tempo, inclusive já moravam juntos.
"E como é que você sabe disso?" – Kaho pergunta.
"Ela disse para o Yue. É por isso que eu não tenho certeza, vocês sabem que eu não lembro com clareza o que se passa enquanto é o outro quem toma conta do corpo."
"Então, Touya, conversa com ela, diz que eu não vou ficar chateada, porque de fato eu não vou."
"É. Eu vou falar com ela sim."
"A Nakuru vai ficar muito feliz." – Yukito diz com um sorriso no rosto que é substituído por uma expressão de susto quando ele sente algo pular em seu pescoço.
"Alguém disse meu nome?" – Uma Nakuru muito sorridente aparece na conversa.
Mas, antes que algum deles pudesse dizer alguma coisa, Tomoyo se aproxima.
"Até que em fim, pensei que não vinha mais."
"Não tenho culpa se aquelas duas coisas são tão mal educadas."
Spi e Kero estavam muito agitados e não paravam quietos, foi quando Kero teve a infeliz idéia de dar doce para Spi, e apesar de ter sido só um bolinho, foi o suficiente para deixá-lo um pouco desequilibrado. Ele pegou a jarra de ponche e já ia bebendo tudo, mas Kero, indignado porque também queria beber do ponche pegou a jarra pelo outro lado, os dois ficaram em um cabo de guerra até que Kero soltou seu lado e Spi foi arremessado longe. A jarra, cheia de ponche vermelho, caiu certinho em cima de Nakuru. Os dois foram repreendidos por seus respectivos mestres e agora estavam de castigo no quarto de Tomoyo. Nakuru, completamente rosa, teve que utilizar um dos quartos para tomar um banho e trocar de roupa, Yukito teve que voltar em casa buscar outra roupa pra ela.
"O importante é que você chegou. Vamos todos jantar." – Sonomi anunciou.
Todos foram para a sala de jantar. Sonomi e Fujitaka ficaram cada um em uma cabeceira. À esquerda de Sonomi ficou Tomoyo com Eriol a seu lado, e à direita dela, Touya com Kaho. À direita de Fujitaka ficou Sakura e seu marido e à esquerda Yukito e Nakuru.
O jantar estava belíssimo, todos comendo e conversando em uma merecida paz, estavam todos bastante alegres e não haveria motivos para não estarem. Sonomi estava empolgadíssima, apesar de não ser uma festa de arromba, ela organizou os mínimos detalhes para que a noite fosse prefeita. Kero e Spi, apesar de ainda de castigo, tiveram seu jantar muito bem servido no quarto de tomoyo, nada de doces na sobremesa, é claro.
Já perto do fim, Eriol levanta-se.
"Apesar do nosso casamento já estar sendo preparado e até com data marcada, eu queria aproveitar a ocasião pra fazer uma coisa que eu deveria ter feito antes. Mas foram tantas coisas pra resolver e arrumar que nem deu tempo, e como todos estamos reunidos hoje, quero aproveitar para pedir oficialmente a mão de tomoyo em casamento."
Touya bufou um pouco.
"Gostaria de Pedir à senhora Sonomi e, como o pai de tomoyo não está presente entre nós, gostaria de pedir também ao Senhor Fujitaka, que o representa, a mão de minha doce Tomoyo em casamento."
"Não há nem o que pedir, mas se é para formalizar... é um orgulho pra mim, Tomoyo de fato é como minha filha, estou contente por representar este papel." – Fujitaka disse emocionado.
"Apesar de toda a minha implicância no início, eu só posso abençoar a união de vocês. É claro, acho que você tem que pedir pra mais alguém." – Sonomi respondeu emocionada e divertida também.
Todos instantaneamente olham para Touya que está emburrado.
"O que foi?"
"E então priminho, o que você diz?" – Tomoyo sorri.
"Se vocês querem se casar mesmo, acho melhor nem pedir pra mim."
Todos riram e a noite prosseguiu.
...ooO.Ooo...
Era madrugada, o jantar já havia terminado há um tempo e ficou decidido que todos dormiriam na mansão Daidouji naquela noite, de fato, todos dormiam, à exceção de três pessoas que contemplavam a noite do alto do telhado.
"Está feliz Tomoyo?"
"Muito. E você Touya?"
"Bastante."
Os dois viram-se para Yue que até então não havia se pronunciado, e perguntam juntos.
"E você Yue?"
"Digamos que estou feliz por todos e principalmente por vocês dois estarem bem, mas por outro lado, já estive melhor."
Touya e tomoyo não se aguentaram e começaram a rir.
Não era novidade pra ninguém que Yue não gostava do comportamento de Nakuru, o que tornava o relacionamento dos dois ainda mais divertido, porque ele adorava tomar o lugar de Yukito quando ela exagerava, o que deixava Nakuru muito irritada. Algumas vezes Ruby Moon entrava na história também, o problema é que a personalidade sedutora de Ruby, diferentemente da infantil de Nakuru, também não deixava yue em paz, ela adorava provocá-lo e muitas vezes Tomoyo recebeu em sua casa tarde da noite, um Yue todo marcado de batom e extremamente irritado.
"Vocês riem porque não é com vocês."
"Oras Yue, procure relaxar você não é assim tão contido que eu sei, você é bastante divertido quando está conosco." – Tomy o abraçou.
"É verdade,só que você não dá uma chance." – Touya ponderou.
"Olha quem fala, você não dá uma chance pro Eriol ou pro Shaoram, também."
"Boa Yue."
"Nem a senhorita dá uma chance pra Kaho."
Tomoyo fechou a cara.
"Bom ninguém aqui pode falar de ninguém, não é?" – Ela disse por fim.
"Por falar na Kaho..." – Touya começou.
"O que tem ela agora?"
"Deixe eu falar, Tomy. Nós conversamos e chegamos a uma solução para o seu impasse com relação à sua madrinha."
"O quê? Ela já se meteu?"
"Calma. Eu sei que você não gostaria que ela fosse sua madrinha, mas ao mesmo tempo sente-se forçada a chamá-la porque quer que eu seja seu padrinho e eu estou namorando com ela." – Tomoyo assentiu ao que Touya disse.
"Bem, eu conversei com a Kaho e ela me disse que não ficaria chateada se você chamasse outra pessoa, e já que você quer que a Nakuru seja sua madrinha..."
"Como é que você sabe disso?" – Tomoyo pergunta a Touya enquanto lança um olhar inquisidor à Yue.
"Eu não disse nada, foi o Yukito."
"Isso não importa, Tomy, o que importa é que agora está tudo resolvido, você chama a Nakuru e nós dois seremos seus padrinhos."
"Simples assim, né?"
"É simples assim."
Os três ainda ficaram mais um tempo conversando, ou simplesmente contemplando a noite. No dia seguinte Tomoyo fez o convite a Nakuru, o grito que ela deu pôde ser ouvido a quilômetros de distância. E assim, o dia do casamento se aproximava.
...ooO.Ooo...
Tomoyo estava sentada de frente para o espelho de sua penteadeira, a maquiagem já fora feita, os cabelos arrumados, estava tudo pronto, só faltava pôr o vestido. Sakura, sua mãe e Nakuru se ofereceram para ajudá-la, mas esse momento ela queria passar sozinha, fora ela mesma, é claro, quem fizera o vestido e, até o momento, ninguém, nem mesmo Touya ou Yue, haviam visto ele.
Rika tinha voltado a Tomoeda recentemente. Não foi surpresa quando ela apareceu como a Sra. Terada, eles tinha um menininho de três anos. Ela, juntamente com Naoko e Chiharu, seriam as três damas de honra e aguardavam por Tomoyo juntamente com Fujitaka que faria o papel de pai e a levaria ao altar.
'Nem acredito que finalmente chegou esse dia, parece um sonho, principalmente depois de tudo.'
Ela olha sonhadora para fora da janela e uma lágrima começa a se formar em seus olhos.
'Gostaria que você estivesse aqui, minha querida.'
Ela seca a lágrima antes que esta caia.
'Mas hoje, não me permitirei ficar triste, é um dia muito feliz!"
Ela sorri, levanta-se e, como já estava vestida, coloca sua grinalda e prepara-se para sair.
Fujitaka aguardava na sala decorada, que Tomoyo descesse. Apesar de não ser sua filha, ele não podia deixar de estar nervoso, afinal ele a vira crescer. Quando a ansiedade já era tamanha, ele levanta-se e fica dando voltas pela sala.
"Me desculpe se o fiz esperar."
Fujitaka olha para o alto da escada e se emociona ao ver Tomoyo radiante naquele vestido de noiva. Ela termina de descer os degraus e ela a toma pelas mãos no último degrau.
"Você está linda. E me desculpe se meus olhos enchem-se de lágrimas, mas eu gosto muito de você."
Tomoyo o abraça.
"Eu só não o perdôo por completo porque agora me deu vontade de chorar, também. Eu também gosto muito de você, és o pai que não pude conhecer."
Eles se soltam do abraço.
"Então, vamos?" – Ele lhe oferece o braço. – "Tenho que entregar minha outra filha a um rapazinho que, a esta altura, já deve estar se descabelando."
Eles saem da mansão e se reúnem às três moças que os aguardavam. Entram na limusine e partem para a igreja.
...ooO.Ooo...
Eriol estava bastante nervoso. Sempre falou que no dia de seu casamento não ia ficar tão preocupado com o atraso da noiva porque, afinal, era tradição ela chegar atrasada, certo? Errado. O fato era que ele estava sim preocupado, não via a hora de Tomoyo chegar e finalmente poder se unir a ela, depois de tanto tempo e sofrimento, mas apesar de estar se roendo por dentro, ele não demonstrava muito sua ansiedade, a não ser por que ficava se balançando o tempo todo.
"Calma ai, cunhadinho, não precisa tanto nervosismo." – Shaoran dá uma batidinha no ombro de Eriol.
"Eu não estou nervoso. Bem, não muito."
"Não precisa, logo ela estará aqui." – Ele o consola.
"Olha só quem fala. Se eu me lembro bem você quase foi buscar a Sakura pessoalmente em casa porque não estava mais agüentando esperar." – Touya disse de cara amarrada.
"E ainda ficou igual a um desesperado achando que tinha acontecido algum acidente, ou então achando que ela tinha desistido de se casa com você. O pior era que o Touya não estava na igreja o Shaoran achou que ele a tinha raptado." – Yukito disse rindo e todos riram também com os comentários.
Shaoran ficou muito vermelho e isso até que descontraiu um pouco Eriol.
"Pelo menos parou por ai, né?" – Eriol comentou.
"Parou nada." – Foi a vez de Sakura se pronunciar. – "Quando meu pai e eu aparecemos na porta, Shaoran saiu correndo pra me buscar a Tomoyo é que teve de arrastá-lo de volta para o altar e o segurou até chegarmos lá." – Ela sorri e dá um beijo nele.
"Vamos parando, acho que já se divertiram bastante às minhas custas, não?"
Mas não tiveram muito tempo mais para discutirem, pois o órgão começou a tocar anunciando a chegada de Tomoyo, que estava deslumbrante em um vestido simples mas belíssimo (desculpem pessoas, mas eu não consigo descrever roupas, usem a imaginação, certo?).
Eriol a olhava admirado, ele sabia que havia música, sabia também que a igreja estava lotada, mas ele não ouvia nada e não via mais ninguém além dela. E mais demorado do que ele queria e mais rápido do que ele se deu conta, Fujitaka estava lhe entregando a mão de sua noiva e depois apertou sua mão dizendo "Cuide bem dela." Ele não conseguiu responder, pois sua voz havia desaparecido mas acenou com a cabeça e Fujitaka teve sua resposta em seu olhar.
Após entregar a noiva, Fujitaka vai se postar ao lado de Sonomi que, apesar de se conter, mostrava sinais de estar muito emocionada.
"Ela está linda, não?"
"Está sim. Só quero que ela seja feliz."
"Será sim, Sonomi, será."
Eriol e Tomoyo se posicionaram no altar e a cerimônia começou.
O casamento já estava perto do fim, Sonomi finalmente havia se rendido às lágrimas e chorava emocionada no ombro de Fujitaka que cada vez mais ficava mais vermelho. Sakura se abanava ferozmente, de uns tempos pra cá ela sentia um calor imenso. Yukito sorria como sempre, mas por dentro um guardião se corroia e Touya, bem este ninguém conseguia dizer o que se passava em seu rosto, às vezes parecia que ele tinha comido mingau azedo pois sua pele ficava com uma coloração verde doente.
Conduzindo a cerimônia ao fim o padre diz a fatídica frase.
"Se há alguém que conheça algum motivo para que este casamento não se realize, que diga agora ou cale-se para sempre."
Passaram-se alguns segundos de suspense e eis que surge uma vozinha do lado direito do altar, baixa, mas alta o suficiente para as pessoas mais próximas ouvirem.
"Eu conheço um motivo pra eles não se casarem."
Todos se viraram ao mesmo tempo para Touya que estava junto com Nakuru.
"O que você disse?" – O padre pergunta.
Nakuru dá um tapa na cabeça de Touya.
"Ele não disse coisa alguma, seu padre, pode continuar."
O padre repete a frase, silenciosos segundos depois, ouve-se mais uma vez a voz de Touya.
"Eu tenho..."
Mas ele não consegue terminar a frase pois Nakuru, ajudada por Kaho, surgem com cordas e uma mordaça e o prendem.
"Pode continuar!" – Elas dizem sorrindo para todos.
Tomoyo só pode rir de toda aquela situação.
O casamento prossegue, sentindo que não há mais perigo, Nakuru retira a mordaça de Touya.
"Tomoyo. Você aceita Eriol Hiiragizawa como seu legítimo esposo?" – O padre pergunta.
"Aceito."
"Eriol. Você aceita..."
O padre não consegue terminar a frase pois Yukito, correndo, cruza o altar e entra na portinha da Sacristia. Mal ele fecha a porta e Yue toma seu lugar e começa a chorar alto. Spi e Kero também estavam na Sacristia, já que não podiam presenciar ao casório. Kerberus se transforma e vai consolar Yue, mas logo os dois estão chorando abraçados. "Duas crianças." Spi comenta, e seca discretamente, uma lágrima de seu olhos.
Do lado de fora todos estão parados atônitos ouvindo o berreiro que vinha da Sacristia, aqueles que sabiam o que estava acontecendo começaram a rir, incluindo os noivos, quanto aos outros convidados incluindo o padre, não sabiam o que fazer.
"Está tudo bem, pode terminar." – Tomoyo disse ao padre.
"É... Muito bem... Continuando. Eriol. Você aceita Tomoyo Daidouji como sua legítima esposa?"
"Aceito."
"Então eu voz declaro marido e mulher."
"Acho que estou passando mal." – E Touya se abaixa pálido no chão da igreja sendo amparado por Shoaran e Fujitaka, Nakuru começou a abaná-lo.
"P-pode beija a noiva. Que casamento mais complicado." – O padre sussurra.
Ainda rindo de tudo, Tomoyo e Eriol dão seu primeiro beijo como casados. Então eles ouvem um barulho de água.
Splach!
"O que foi agora?" – Tomoyo murmura para Eriol.
Eles olham para o lado e vêem Sakura com o rosto assustado e envergonhado.
"É, sem querer atrapalhar alguma coisa, mas... Eu acho que vou ter um bebê." – Ela dá um sorrisinho maroto.
Demora um tempo para todos assimilarem e eles são despertados pelo berro de Shaoran.
"Corre pro hospital!" – E ele sai correndo até a saída da igreja.
"Shaoran!" – Tomoyo o chama e ele pára. "Não vai adiantar você chega no hospital sem a Sakura, né?"
Depois disso começa um corre-corre na igreja. Shaoran preparado, estava com a maletinha no neném e de Sakura e, com a ajuda de Sonomi e Fujitaka, levam Sakura até o carro e partem para o hospital. Nakuru e Kaho, reanimam Touya.
"O que foi?"
"Você fez papel de bobo e desmaiou." – Nakuru lhe dá um tapa.
"E cadê todo mundo." – Ele olha o altar vazio.
"Foram para o hospital, Sakura está tendo um bebê." Kaho lhe responde.
"O quê! E me deixaram aqui! Eu sou médico, tenho que estar lá."
Ele sai correndo da igreja acompanhado das duas. Tomoyo e Eriol se olham e só podem sorrir.
"Que casamento, hein?" – Ela comenta com ele.
"Nem me fale. Mas o que vamos fazer com todo mundo?" – Os convidados estavam estáticos nos bancos.
"Deixa comigo." – Tomoyo vai para o centro e fala. – "Pessoal, como vocês viram, houve um imprevisto. A boa notícia é que agora vamos comemorar dois acontecimento e a má e que não poderá ser agora, nem amanhã. Os senhores nos desculpem, mas estamos indo para o hospital agora, em breve vocês estarão recebendo um convitinho para que possamos comemorar, certo? Agora podem ir, foi um prazer recebê-los, mas... Tchau!"
Ela pegou a mão de Eriol e eles entraram na Sacristia.
...ooO.Ooo...
Shaoran entra no hospital berrando.
"Preciso de um médico! Minha esposa está tendo um filho!"
Um médico se aproxima e tenta acalmá-lo, mas ele continua a gritar que precisava de ajuda, nisso Fujitaka entra com Sakura em uma cadeira de rodas e Sonomi tapa a boca de Shaoran com uma das mãos.
"O senhor, nos desculpe, sabe, é marinheiro de primeira viagem." – O médico lhe dá um sorriso simpático.
"Tudo bem, é compreensível. Por favor, alguém preencha a ficha que vamos providenciar um leito para ela." – Ele indica o balcão para Sonomi.
"Preencher ficha! O bebê não vai esperar!"
"Será que o senhor poderia dar um calmante para o meu marido? Por favor." – Sakura, ainda sentada, faz o médico se abaixar até perto dela e faz cara de quem implora.
Em pouco tempo ela é encaminhada para um quarto e fica lá recebendo todos os cuidados, apesar de estar sentindo as contrações, o momento ainda não havia chegado.
"Vocês têm certeza que ainda não é a hora? E se o bebê nascer aqui, não tem UM médico aqui! Você sabe fazer um parto?" – Shaoran estava torrando a paciência da enfermeira que estava ao lado de Sakura cuidando dela.
"A senhorita tem certeza que não quer dar um calmante pra ele?" – Sakura lhe pergunta.
"Olha, eu estou tentada a fazer isso." – A enfermeira lhe responde.
"Eu não vou tomar calmante, quero ver meu filho nascer."
Logo após Shaoran dizer isto Fujitaka entra acompanhado de Sonomi.
"Têm certeza, Shaoran, olha que não é todo mundo que agüenta assistir a um parto." – Sonomi lhe avisa.
"Hum! Já passei por coisas piores."
Sakura dá um forte grito, a enfermeira chama o médico que após examiná-la...
"Muito bem, parece que chegou a hora!"
"Estou pronto!" – Shaoran aparece com uma filmadora que ninguém soube de onde veio e todos o olham estupefatos.
Ela é transferida para uma maca e é empurrada para a sala de parto, na metade do caminho Touya surge.
"Ei, ei, ei, pra onde vocês estão levando minha irmã?"
"Calma Touya" – Fujitaka lhe segura. – "Eles estão levando-a para a sala de partos."
"Eu vou também!"
"Sinto muito senhor, eu sei que ela é sua irmã, mas só o marido..."
Mas Touya interrompe o médico.
"Além de irmão eu sou médico." – Ele puxa sua licença médica do bolso. – "Estão vendo? Eu quero estar lá dentro pra me certificar que vocês estão fazendo um trabalho direito."
Touya pode não ter percebido, mas por um momento o doutor que cuidava de Sakura fez uma cara de quem estava prestes a matar alguém. Sakura dá mais um grito e agarra forte a mão de Touya.
"Touya eu só quero colocar isso pra fora, então não dê um Show!"
E ela morde o lençol.
"Você não me quer com você?" – Touya parecia ofendido.
"Vamos logo, isso já virou um circo mesmo. Deixe ele vir, doutor, eu quero é ter meu filho."
Confusão terminada, Touya foi encaminhado ao vestiário onde lhe deram uma roupa cirúrgica para vestir, depois ele saiu correndo atrás de Sakura. Shaoran já estava a postos com a câmera ligada.
"Faz força Sakura!" – ele lhe dizia. – "Isso. Só mais um pouco, respire, isso, arf, arf, arf. Força, Querida.!"
"Se você disser isso mais uma vez eu te mato Shaoran. AAAAAAIII!" – Shaoran ficou pálido mas logo estava gritando junto com Sakura, pois ela havia segurado sua mão e logo que a contração veio ela apertou a mão dele com todas as suas forças. E ele saiu sacudindo a mão depois.
Enquanto Shaoran se empenhava em tirar Sakura do sério, Touya, por sua vez, parecia decidido a tirar a paciência dos médicos. Rodeava o obstetra chefe dando palpites, e apontando falhas.
"Vocês querem matar minha irmã!"
O obstetra chamou um dos residentes que assistia ao parto e mandou que este desenhasse uma linha no chão em um canto da sala. Ele pegou Touya pelos ombros e o colocou dentro da linha.
"Você fique aqui dentro e não me atrapalhe mais." – O médico ameaçou e Touya pareceu acatar o aviso.
"Agora é com você." – O médico dizia à Sakura. – "Falta pouco, eu já posso vê-lo, só mais essa vez... Força!"
E Sakura forçou, logo depois um choro forte encheu toda a sala, Shaoran, misturando a emoção e o pânico de ver todo aquele sangue, ficou pálido e caiu desmaiado no chão. Sakura começou a rir.
"Ai esse Shaoran."
"É um menino." A enfermeira anunciou trazendo o bebê para o colo de Sakura.
"Ele é lindo."
Não se contendo, Touya sai de sua 'cela' e vai correndo abraçar a irmã, ele estava com os olhos cheios de lágrimas. Mas logo depois levantou-se de novo e foi ver o que os médicos faziam.
"Cuidado com esse pontos, hein?"
O médico levantou o bisturi ameaçadoramente para ele que voltou correndo e se refugiou atrás de Sakura.
"Desculpem o meu irmão!" – Sakura gritou antes de cair na gargalhada.
...ooO.Ooo...
Na Sacristia, Kerberus já estava recomposto a não ser por seus olhos que ainda estavam inchados, mas Yue ainda soluçava alto. Eriol se controlava pra não começar a rir.
"Você está ridículo Yue." – Tomoyo havia colocado a cabeça dele em seu colo e agora acariciava seus cabelos. Ela, ao contrário de Eriol, começou a gargalhar assim que entrou na Sacristia.
"Em todas as minhas lembranças não me lembro de ver o Yue nessas condições." – Eriol sussurrava para Spi que só observava a tudo.
"Não é impressionante?" – Spi respondeu.
"O que vocês estão cochichando, hein? Estão rindo de mim! Eu não acho isso engraçado."
Eriol olhou para Yue, entre o riso e o espanto, pois ele havia se levantado, e no estado de sandice em que ele se encontrava, sua aparência estava assustadora.
"Mas eu acho! Pare com isso Yue, comporte-se com o guardião contido que você sempre foi." – Tomoyo deu-lhe um tapinha nas costas.
Yue deu uma fungada. E depois de alguns minutos disse com a voz abafada.
"Mas o que vocês estão fazendo aqui? Não era para estarem na festa?"
"Nós viemos buscar vocês. Sakura foi para o hospital, o bebê está nascendo."
"O QUÊ!" – Os três guardiões gritaram.
"Não comecem vocês, três. Chega de Show por hoje, vamos logo."
Ela se levantou e dirigiu-se à porta acompanhada de Eriol. Spi e Kero pularam pra dentro da bolsa que Nakuru havia esquecido e Tomoyo a estava levando e Yue voltou a ser Yukito, a visão foi muito engraçada pois, apesar de serem pessoas completamente diferentes, assim como Yue, Yukito estava com os olhos vermelhos e inchados.
"Engraçado, estou sentindo meus olhos quentes... Parecem inchados." – Yuki diz sonhador pondo as mãos nos olhos.
"Eles estão inchados." – Tomoyo retira um espelho de dentro da bolsa e mostra rindo para Yukito.
"Puxa, estou medonho."
"Vamos logo." – Eriol os apressou.
No carro, Eriol perguntou se Tomoyo não queria passar em casa para trocar de roupa, mas ela quis ir de vestido noiva mesmo, não queria perder tempo.
...ooO.Ooo...
Quando eles chegaram ao hospital, o bebê já havia nascido e tanto ele quanto a mãe dele, estavam no quarto sendo paparicados por todos. Logo que entraram no quarto privado, Spi e Kero saíram literalmente voando de dentro da bolsa que Tomoyo trazia, para perto de Sakura.
"Ei vocês dois, e se alguém ver vocês?" – Sakura diz baixo por causa do bebê.
"Não tem ninguém aqui." – Kero diz sacudindo uma das mãos. – "Puxa! Ele tem cara de joelho."
"Olha lá como você fala do meu filho!" – Shaoran sacode Kero.
"E você, mais respeito comigo, moleque, ou eu me transformo e você vai ver."
Enquanto isso Spi observa a criança que dormia mesmo com toda a agitação, mas ainda não havia se pronunciado.
"E então? O que me diz?" – Sakura lhe pergunta.
"Com certeza é uma graça."
E ela lhe sorri.
Sonomi e Fujitaka tinham saído para providenciarem a saída deles do hospital, que seria em alguns poucos dias, e ainda trazerem alguma coisa para todos comerem. No quarto Kero e Shaoran ainda discutiam.
"Crianças acalmem-se! Eriol dá uma ajudinha aqui!" – Nakuru tentava separá-los, enquanto Kaho apenas sorria ao lado de Sakura.
Eriol, que até então estava parado à porta junto de Tomoyo e Yukito, foi ajudar Nakuru com os brigões. Touya aproximou-se de seus dois amigos.
"Não vai ver meu... Ou melhor, nosso sobrinho? Afinal você é quase uma irmã para Sakura."
"Vou sim, só estou contemplando essa alegre cena e pensando."
Touya a abraça.
"Lhe trás lembranças, não é?" – Yukito lhe pergunta.
"Trás sim. E me faz imaginar como teria sido se..." – Ela solta um soluço.
"Ei, não é momento pra isso certo?"
"Tem razão, Touya, hoje me casei com o homem que amo e o filho de Sakura nasceu. É um dia de festa."
"Ei, Tomoyo, Yukito, venham ver meu filho!" – Sakura os chamou.
Eles se aproximaram da cama.
"Seu filho é lindo." – Yukito comenta.
"Verdade. Será que posso segurar um pouco meu afilhado?" – Tomoyo pergunta.
"É claro!"
E Sakura lhe passa o bebê. Tomoyo o toma nos braços e sente um pequeno aperto no peito, olha para Yukito e Touya que lhe sorriem.
"Afilhado?" – Nakuru começa. – "Então quer dizer que você é o padrinho Eriol."
"Verdade. Ainda nem tinha me tocado disso ainda."
"Como assim? Maninha e EU? Pensei que EU fosse ser o padrinho?" – Touya reclama.
"Touya, você já é o tio, o que você quer mais?"
"Mas... Mas..."
"Não comece Touya, você sempre quer tudo." – Tomoyo balançava o bebê e, devolvendo-o para a mãe, pergunta. – "Mas então, Sakura, qual será o nome dele?"
Todos ficam calados, até o momento ninguém havia se pronunciado sobre isso, mas logo perceberam que ainda haviam divergências pois Shaoran fez uma cara de desgosto.
"Qual o problema?" – Kaho diz.
"Bom, o nome dele será Shido." – Sakura declara sorridente.
Todos olham para Shaoran.
"Parece que você não gostou muito, não é Shao?" – Nakuru diz cautelosa.
"O problema não é o nome, mas de onde ela tirou a idéia." – Ele diz contrariado.
"De onde você tirou esse nome?" – Kero pergunta incerto.
"Foi de um anime que eu assisti quando não tinha nada a fazer depois da batalha. Eu estava ficando cada vez mais imensa e não podia me mexer muito, então eu ficava horas assistindo TV. Shido é o nome do personagem principal."
"Sakura, ele é um vampiro." – Shaoran tenta argumentar.
"Mas ele é tão... AI AI AI! "
CATAPLOF geral.
Após isso todos começam a rir. De fato o ambiente estava muito feliz como não se via há muito tempo, como se nada, nunca mais, pudesse atrapalhar tanta felicidade. O céu estava limpo, a noite logo vinha, mas ainda era possível ver os raios de sol a iluminar o céu. Uma brisa suave passou espalhando as folhas do parque em frente e o anoitecer encheu-se com um riso de criança.
FIM
...ooO.Ooo...
Finalmente, três anos após eu ter escrito o primeiro capítulo, essa história chega ao fim. Eu sei, eu sei, eu fui muito relapsa e preguiçosa me desculpem mesmo mas... hehehe, vocês me perdoam, né? '
Eu sei que pode parecer um pouco presunçoso de minha parte, mas eu amei muito essa fic, apesar de toda a demora, gostei muito de tê-la escrito e gostei do resultado, os primeiros capítulo ficaram muito bons e eu espero que, na minha pressa e vontade de entregar logo a história pronta, eu não tenha caído com a qualidade da história eu gosto muito de escrever e quem me conhece sabe que gosto de fazer tudo bem feito.
Puxa já estou com saudades essa foi minha primeira fic publicada e principalmente, minha primeira fic terminada, eu tenho um monte de histórias iniciadas e todas sem um fim. Mas alguns vão perceber que essa história não está tão terminada assim, algumas coisas não foram resolvidas e, tenho certeza, vocês estão perguntando: "Como assim? Acabou e o Eriol ficou mesmo sem saber que tem um filho com a Tomoyo?"
Calma, calma, não me matem. A verdade é que tem uma continuação sim, já estou escrevendo 'reconstruindo o passado' que encerrará de vez a saga de nossos heróis, pelo menos na minha fic, portanto, aguardem. Espero sinceramente que não aguardem demais, tentarei (sei que já falei isso antes) a todo custo não demorar muito para publicá-la.
Beijos a todos foi um prazer ficar com vocês, àqueles que leram no período em que comecei a publicar e que tiveram que esperar muito e,espero, não tenham desistido de chegar até o fim, e aos novos leitores, obrigado a todos.
Lillith.
