Título: Nightmare
Ficwriter: Kaline Bogard
Classificação: lemon, RA, terror, suspense, sobrenatural, crossover
Pares: AyaxYohji
Resumo: Uma missão vai levar os Weiss de encontro a um terrível pesadelo onde nada separa a ficção da realidade.
Aviso: essa fic faz parte de uma trilogia chamada "Viagens" e é equivalente ao episódio 01 da saga. Em cada 'episódio' os Weiss estarão viajando para um país diferente. Não é preciso ler as três para entender a história, ou seja, as três são independentes.


Nightmare
Kaline Bogard

Capítulo 02
Redemoinho do medo...

(Aya) Veja naquele quarto!!

(Yohji) Ok!!

Ambos se dividiram no longo corredor. Yohji correu para a primeira porta, escancarando-a.

Deu de cara com seus companheiros. Omi recomeçara a chorar ao ouvir aquele grito, e Ken tentava desajeitadamente acalmá-lo.

(Yohji) Está tudo bem aqui?

(Ken) O que foi que aconteceu?

(Yohji) Não sei!!

Deu meia volta se precipitando para a próxima porta.

Entrementes, Aya invadia o quarto de JeryLee, descobrindo que a loira estava profundamente adormecida.

(Aya) JERYLEE!! Você tem que acordar agora!!

Agarrou-a pelos ombros, sacudindo-a sem nenhuma delicadeza.

(JeryLee) Ahn...

Abriu os olhos, sentindo-se confusa e perdida. Nem havia começado a dormir e já era despertada...

(Aya) Rápido!!

Puxou-a da cama, obrigando-a a segui-lo. Estava tudo bem com a líder da Weiss americana, agora precisava conferir os outros dois.

(JeryLee) Ah, o que houve?

(Aya) Isso que trouxemos não é Hypnosinn. É simples remédio para dor de cabeça. Freddy Kruger atacou outra vez.

JeryLee despertou no mesmo instante. O sono se evaporou de seu corpo, e apesar da canseira, ela logo estava a pleno comando de suas faculdades mentais.

Saíram do quarto, notando que Yohji vinha puxando Wendy junto dele. Isso significava que...

(JeryLee) OH, GOD... PLEASE NO... FRANK!!

(Wendy) God damn!!

As duas garotas avançaram para o quarto do companheiro. Abriram a porta sem bater, mas seus piores medos se revelaram verdadeiros: a janela do quarto do rapaz estava quebrada. Ele não estava no local.

(Aya) Tarde demais.

Aproximou-se dos vidros quebrados e espiou lá embaixo. Viu o corpo de Frank caído entre cacos e pedaços da madeira que um dia fizeram parte da janela.

(Yohji) Está morto!

Era óbvio pela posição anormal do pescoço. Fora uma queda fatal.

(Wendy) Oh...

Soltou um débil lamento antes de desabar desmaiada no chão. JeryLee caiu de joelhos, e cobriu o rosto com as mãos, começando a chorar.

(JeryLee) Oh, God... oh God... oh, God... I didn't help him, God damn! He died because I'm a fucked stupid! Oh, God!! I'm so sorry, Frank!! I fail with you...

Aya e Yohji não entendiam o que a garota falava, mas com certeza ela estava descontando sua frustração por ter perdido não apenas um membro da Weiss americana, mas um amigo.

(Aya suspirando) Pegue Wendy, Yohji, leve-a para a sala e acorde-a de qualquer jeito. Não podemos deixar que fique desacordada.

(Yohji) Certo.

Tomou a garota ruiva nos braços e saiu do quarto. Precisava ainda dar uma olhada em Omi e Ken.

Aya sentou-se na cama de Frank e esperou que JeryLee se recuperasse. Imaginava que aquela era uma garota forte, ou não seria a líder da equipe. Depois que ela se sentisse melhor eles se reuniriam.

Precisavam decidir o que fazer daqui pra frente. Mas o principal era descobrir porque o Hypnosinn estava trocado...

oOo

(Policial) É o terceiro suicídio em menos de seis meses, JeryLee... acho que terei de fazer uma investigação mais a fundo.

(JeryLee)...

(Policial) Vou mandar meus rapazes terminarem o serviço logo. E... sinto muito, garota. Sei que Frank era um bom rapaz.

(JeryLee) Obrigada, chefe.

(Policial) Está tudo bem mesmo, JeryLee, ou você está me escondendo algo?

(JeryLee) Está tudo bem... chefe. Confie em mim...

(Policial) Você sabe que eu estou sempre por perto, não é?

(JeryLee) Obrigada, chefe.

Fechou a porta e se encostou nela. Respirou fundo, olhando as pessoas reunidas na sala de estar.

Yohji estava próximo a Wendy, ajudando-a a se recuperar do choque, sendo cuidadosamente supervisionado por Aya. Ken continuava ao lado de Omi, mas o chibi já se recuperava do susto, mostrando que era um Weiss acima de tudo.

(JeryLee) Então é isso. A polícia está meio desconfiada das versões. Mas o chefe vai fazer vista grossa... ele é meu tio...

(Ken) !!

(Omi) Oh...

(Yohji) He, facilita muito ter parentes na polícia, não é?

(JeryLee) Sim, e como...

(Wendy chorando) Desculpa, Frank... temos que declarar que você cometeu suicídio quando não foi assim!!

(Yohji) Tenha calma, Wendy. Tudo o que podemos fazer agora é vingá-lo.

(Aya) Devemos saber por que o Hypnosinn estava trocado...

(Ken) Mas ninguém daqui teve chances de mexer com os vidros de remédio...

(Aya) Omi, você acha que pode descobrir algo na internet?

(Omi) Como assim?

(Aya) Uma armadilha de Westing Hills... meses roubando o produto... talvez eles tenham desconfiado.

(Yohji) E trocado os conteúdos dos vidros...

(Ken) Hn, não seria mais fácil denunciar aos tiras?

(JeryLee) Não se eles desconfiarem da gente... eu sou sobrinha do chefe de polícia... os médicos de Westing Hills não gostariam de atrair atenção sobre eles...

(Yohji) Parece que eles têm algo a esconder...

(Aya) Isso não nos interessa. Nossa missão é deter Freddy Kruger, mais nada.

(Wendy) Mas precisamos de Hypnosinn para isso!

(Aya) Investigue isso também, Omi. Tente encontrar uma droga similar mas que tenha o mesmo efeito.

(Omi)...

(Ken) Da um tempo pra ele, Aya... Omi passou por maus bocados...

(Aya) Se ele acha que não pode concluir a missão, então que volte ao Japão... se ele vai ficar com a gente terá que ser útil.

(Ken)...

(Yohji) Ei, vai com calma, Aya.

(Wendy) Vocês não estavam preparados para Kruger e entendemos que seja difícil.

(Omi) Está tudo bem. Vou fazer o que Aya está mandando... sinto muito por tantas preocupações.

(Yohji) Tsc.

(Aya) Não se meta, Yohji. Dessa vez estamos lutando contra o tempo.

(JeryLee) Tenho que concordar com Aya. Cada segundo que perdemos é a fortaleza de Freddy. O desgraçado fica mais forte com nosso medo.

O silêncio caiu sobre eles. Já era quase hora do almoço. Haviam passado o fim da madrugada e toda a manhã sendo interrogados e aguardando que a morosa polícia da cidade se decidisse com os rumos das investigações.

Todos estavam cansados, e mesmo os Weiss recém chegados começavam a dar mostras do que a falta de descanso podia causar em seus corpos.

JeryLee ergueu-se, suspirando e deixando transparecer o quão afetada ela estava, pela morte do amigo e companheiro.

(JeryLee) Sei que parece ilógico e insensível da minha parte, mas... vou abrir a lanchonete... se eu ficar aqui, acho que enlouqueço!!

Passou a mão pelos cabelos de modo desanimado.

(Wendy) Entendemos o que sente, JeryLee. E vou com você.

(Yohji) Também irei...

(Aya) Hidaka, você vai com elas.

O ruivo cortou a frase do amante, impedindo-o de se oferecer a passar o dia na Dream's House.

(Ken) !!

(Yohji)...

(Aya) Nós ficamos aqui... acho que seremos mais eficientes que você...

O moreninho empalideceu um pouco, notando perfeitamente que Aya jogava a culpa do que acontecera a Omi sobre ele. O líder da Weiss insinuava que por causa de sua distração o chibi fora vítima de Kruger.

(Ken) Entendi, Aya...

Ninguém refutou o espadachim. A situação já era tensa o bastante para que criassem mais atritos entre eles. Isso seria apenas pra dar forças a Freddy.

Wendy olhou para JeryLee, mas a líder da Weiss americana fez um discreto sinal de cabeça para a amiga. Também não deviam se intrometer nos assuntos daqueles caras.

(Wendy) Vamos embora então.

(JeryLee) Rapazes, tem comida congela no freezer. Fiquem a vontade, por favor.

(Yohji) Ah, de comida congelada eu manjo tudo!! É só jogar no microondas e... pronto... rango instantâneo.

(Wendy)...

(JeryLee)...

(Omi sorrindo) Eu preparo o almoço.

(Wendy) Ok, adeus.

Pelo jeito o chibi já estava mais animado. As cenas do terrível pesadelo ainda nublavam sua mente, causando-lhe arrepios, principalmente ao lembrar do momento final, quando o olho de seu irmão estourara... eca, só de pensar nisso já tinha náuseas.

(Omi) Vou... ver o que tem na cozinha.

Ergueu-se do sofá e afastou-se, sem esquecer de pegar o laptop. Aya e Yohji se entreolharam e trataram de seguir o chibi. Não era aconselhável ninguém ficar sozinho nessa situação.

oOo

Logo a noite caiu, mais depressa do que todos gostariam.

Omi descobrira na net que havia uma variante do Hypnosinn, chamada de Hypnotroll, um remédio bem mais fraco, mas tão eficiente quanto seu antecessor. E o melhor: poderia ser adquirido em qualquer farmácia.

JeryLee ligara para o boticário da cidade, mas por puro azar, eles não tinham o remédio no estoque. Prometeram que trariam da afiliada ainda no dia seguinte.

Ou seja: mais uma noite as claras.

Sobre as trocas de remédios, o chibi não encontrara nada. Vasculhara o sistema do Westing Hills e todo o mar de informações digitais e não pudera apurar nada.

Agora estavam todos dispersos pela casa.

Wendy e JeryLee resolveram fazer uma faxina no porão. Sabiam que ficariam ainda mais cansadas, mas se sentassem e ficassem vendo as horas passar... morreriam de sono!!

O chibi e Ken estavam na sala, conversando muito. Era uma maneira de um manter o outro acordado.

Yohji subira pro quarto, dizendo que arrumaria suas coisas. Ainda não tivera tempo de desfazer as malas. E mesmo que não ficassem por muito tempo, era algo pra se distrair a cabeça.

Percebendo as intenções do amante, Aya foi atrás. Apreciara a iniciativa dos membros mais jovens da equipe de dialogar... talvez fosse o momento certo de acertar as coisas entre eles.

O ruivo entrou no quarto sem bater. Afinal, ele também dormia ali. Yohji estava deitado na cama (era uma cama de casal, e por esse motivo despertara mais a curiosidade dos americanos... os dois haviam escolhido o quarto de casal) olhando para o teto de modo distraído. Uma das mãos repousava sobre a cabeça, e a outra sobre o peito.

(Aya) Yohji...

(Yohji)...

Não deu mostras de ter prestado atenção.

(Aya) Precisamos conversar.

(Yohji) Sabe o que eu estava pensando, Aya?

(Aya)...

A voz do loiro soara fria e muito magoada. Ele ergueu o corpo e apoiou-se sobre os cotovelos.

(Yohji) Eu me dei conta do que você disse ontem... só agora minha ficha caiu, Aya... sou mesmo um estúpido.

(Aya) O que foi?

(Yohji) Já esqueceu o que me disse ontem? Noto que seu conceito sobre mim é o mais baixo possível. Sua desculpa pra não se envolver é por que eu posso, er... deixá-lo por uma coisinha qualquer?

(Aya)...

(Yohji) Então na sua opinião não passo de um puto insensível, não é?

(Aya) Não é nada disso.

(Yohji) Sei. Azar o meu... eu gosto mesmo de você, e achei que era correspondido. Vejo agora que me iludi...

(Aya) Não faça drama. Se eu achasse isso de você não estaríamos juntos.

(Yohji suspirando) Aya, existe uma diferença entre 'estar junto' e... a situação em que nos encontramos agora. O fato de eu ir pra sua cama todas as noites não edifica uma relação.

(Aya) !!

(Yohji) Achei que tínhamos... algo mais sério. Mas se você não se entregou e não confia em mim, então me enganei redondamente. E o melhor é que não precisamos terminar, porque nunca estivemos juntos de verdade e...

Parou de falar bruscamente. Gostava daquele ruivo frio e distante, e 'terminar' com ele doía demais! Alimentava a esperança de que pudessem se dar bem juntos... santo engano.

Aya suspirou de modo impaciente. Depois aproximou-se da cama e sentou-se na beirada, depositando uma mão sobre o ombro de Yohji. O playboy não se moveu, nem tentou fugir ao toque. Gostava de sentir o calor do corpo do amante.

(Aya) Yohji, eu não acho que você seja um puto insensível.

(Yohji)...

(Aya) Olhe pra mim enquanto falo.

O playboy obedeceu, mas não pela ordem propriamente dita, e sim pelo tom gentil das palavras.

(Yohji)...

(Aya) Assim é melhor. Yohji, você sempre demonstrou ser uma pessoa cheia de energia e vida... isso foi o que mais me atraiu em você... além do resto é claro.

(Yohji) Mas então porque não age do jeito que um amante normalmente agiria?

(Aya) Porque quando nos envolvemos, percebi que a cada dia eu gostava mais de você... e isso me assustou... me deixou inseguro.

(Yohji surpreso) Aya... mas porque?!

(Aya suspirando) Por seu jeito de quem não está nem aí pra nada. Fiquei com medo de que mais cedo ou mais tarde você percebesse que não quer ficar mais comigo... e...

(Yohji) Ah, como é bom saber disso. Aya eu gosto muito de você! Demorou para que eu abrisse meu coração e tivesse a coragem de deixar que você entrasse. Eu já sofri muito com a morte de pessoas que eu amo... e só decidi confiar por que você é importante pra mim.

(Aya) !!

(Yohji) Se não confiar em quem ama, é por que não gosta de verdade. Sair e se divertir é muito bom, e eu adoro! Mas agora que estou com você, eu não tenho saído muito... vai dizer que não percebeu?

Aya não respondeu. Yohji estava certo... a preocupação do espadachim desviara totalmente seu foco de atenção: Yohji não saia mais com a mesma freqüência de antigamente. Ele mudara apenas porque gostava muito do líder da Weiss... descobrir isso fez com o ruivo se enchesse de remorso. Deveriam ter conversado sobre isso a muito tempo atrás.

Pelo menos não era tarde demais.

(Yohji) Não vai mais dizer nada?

(Aya) Você não é idiota, Yohji. Eu é que sou...

(Yohji) Ora, Aya...

Mas o espadachim fez um gesto com a mão, pedindo silêncio.

(Aya) Não vai ser fácil manter um relacionamento comigo... mas se você foi capaz de mudar pra se adaptar a 'nós', creio que eu também sou capaz. Não será da noite pro dia que abrirei meu coração, porque passei os últimos anos aprendendo a me proteger. Mas apesar disso acredito que se você quiser mesmo ficar comigo, vai conseguir derrubar as barreiras... você... quer arriscar?

Os olhos verdes fixaram-se na face do assassino ruivo, surpresos por ouvir o pequeno e sincero discurso do amante. Aya estava pedindo uma nova chance. Uma nova oportunidade para o romance deles. Não era a maneira mais adequada de se pedir uma coisa dessas, porém ninguém afirmava que o ruivo era a pessoa mais simples do mundo.

(Yohji) Se você está falando sério... eu posso me arriscar mais uma vez...

Suspirando cheio de alívio, Aya balançou a cabeça, e sorriu. Raramente o ruivo presenteava os outros com seu belo sorriso, e Yohji sabia dar valor a isso.

(Aya) Vamos começar as coisas da maneira correta dessa vez, não é verdade?

(Yohji) Sim!

O playboy esticou a mão e tocou na face de Aya. Depois abriu um sorriso dos mais maliciosos.

(Aya) O que foi?

(Yohji sorrindo) Conheço uma ótima maneira de ficar acordado...

E sem qualquer aviso tomou os lábios do líder da Weiss em um beijo inflamado de paixão... ajeitando-se melhor na cama, Yohji passou os braços em volta do pescoço de Aya e o puxou durante o beijo, fazendo com que o ruivo perdesse o equilíbrio e caísse sobre si.

Tanto tempo de desentendimentos quase fez com que o loiro se esquecesse do quanto era bom ter seu corpo em contato com o de Aya. A língua dele vasculhando cada canto de sua boca, degladiando-se com sua língua num beijo fervoroso, cheio de volúpia e paixão. As mãos cálidas passando por seu esbelto corpo, acariciando, apertando, deixando leves marcas avermelhadas por onde passavam.

- Oh, céus... Aya - gemeu Yohji libertando-se dos finos e agora vermelhos lábios do amante - Se soubesse que ia terminar assim, teria conversado antes com você!

- Ainda não terminou.

Aya voltou-se para o pescoço alvo do playboy, atacando-o com sua ávida boca.

- Heh. Então vamos lá... - disse com voz rouca.

Com um sorriso de dominador que Aya não viu, Yohji segurou-o pela cabeça com ambas as mãos e mais uma vez uniu suas bocas. Mas desta vez era um beijo lento e calmo, porém profundo e provocante. Em momentos o loiro chupava a língua do amante, e em outros apenas acarinhava, enquanto suas mãos continuavam na cabeça de Aya, aprofundando-se nas mechas vermelhas e sedosas.

Lentamente as posições foram se invertendo, mas nenhum dos dois deu grande importância ao fato, concentrados como estavam nas sensações que lhes eram provocadas.

O ruivo não ficava pra trás no que se tratava de excitar e provocar alguém, ainda mais se tratando de Yohji, a quem já conhecia tão bem. Além do visual estonteante tinha lá suas artimanhas. E uma delas era provocar arrepios pelas costas do loiro. Com toques leves, porém presentes, Aya conseguia fazer ficar de pé até o último pelinho, fazendo com que Yohji desse uma leve estremecida.

Cada vez mais, Yohji sentia que o volume entre suas pernas aumentava perceptivamente. Sua ereção ia despontando apertada dentro de suas vestes, que continuavam todas em seu invejável corpo. Precisava libertar-se... o quanto antes!

Desabrigando os dedos das mechas ruivas de Aya, levou as mãos ao próprio corpo, primeiro abrindo os botões da camisa que vestia e depois encaminhando-se para o fecho da calça. Tudo isso enquanto ajeitava-se melhor sobre o ruivo, posicionando-se entre as pernas dele. Com um certo esforço, livrou-se da calça e da cueca, assim como livrou-se da camisa, jogando tudo ou pro chão ou para o pé da cama. E com as mãos já livres, segurou Aya pelos pulsos e direcionou suas mãos para o colchão, para que ficassem quietinhas ao lado de seus corpos. Enquanto isso, ia atacando a curva entre o pescoço e o ombro dele, por vezes subindo até o pescoço ou descendo até o ombro, saboreando aquela pele lisa e macia, e inebriando-se com o perfume desprendido pelos fios vermelhos e pela própria pele alva.

Aya deliciava-se com cada toque dos carnudos lábios do amante em sua sensível pele. Já estava com o tronco nu, e Yohji agora trabalhava em seu peito, mordiscando e lambendo um dos mamilos, arrancando-lhe baixos gemidos e suspiros. Estava apoiado contra a cabeceira da cama, a cabeça pendendo para trás e os olhos semi-cerrados completamente submisso aos toques de Yohji, que não parava. Aquilo não passava de um delicioso jogo de provocação, que com certeza o espadachim não ficaria de fora, mesmo com os braços "imobilizados". Devagar, moveu sua perna direita um pouquinho para a esquerda, deixando-a entre as longas pernas do playboy, fazendo o tecido da calça que vestia roçar contra aquele pedaço de carne que se erguia quente e pulsante ali.

- Ah...

Um tremor percorreu todo o corpo do ex-detetive, espalhando o prazer em cada célula de sua forma esguia. Aya continuava a provocá-lo com a perna, evidenciando ainda mais seu estado de excitação.

Seus gemidos, abafava contra a pálida tez do abdômen do ruivo. Cada leve beijo que depositava ali, era um gemido abafado. Em sua trilha invisível com destino ao falo intumescido preso sob o tecido das vestimentas, um rastro de saliva ia sendo deixado para trás, marcando os caminhos que percorria, tal qual fizeram João e Maria ao jogarem farelos de pão para não se perderem na floresta. Mas era óbvio que Yohji não se perderia no corpo de Aya, já o conhecia muito bem. E conforme ia se aproximando mais do fim daquela trilha, suas mãos iam habilmente trabalhando no fecho da calça e em libertar seu objeto de desejo.

Primeiro, lambeu apenas a glande com a ponta da língua, saboreando lentamente seu gosto e apreciando os ofegos contidos de Aya. Então lambeu novamente mas desta vez com a língua toda, numa generosa lambida que fez Aya morder o lábio inferior. O ruivo segurava o lençol abaixo de si, apertando entre os dedos. Yohji estava a provocá-lo, mas não permitiria que fosse por muito mais tempo. Endireitando a cabeça que até então estivera jogada para trás, arriscou-se a olhar para baixo, vendo seu amante loiro agora com metade de seu pênis na boca. As mechas loiras caíam-lhe por sobre o rosto e sua cabeça movia-se para cima e para baixo. Aya sentiu-se pulsar dolorosamente com aquela visão, principalmente depois que olhou para todo o resto do corpo dele: deitado de bruços bem entre suas pernas, o quadril levemente erguido e as pernas separadas, como que prontas para...

-... Yohji.

Chamou, sendo completamente ignorado. Mas estava determinado a não gozar ainda, só depois de estar sobre ele, quadril sobre quadril, dentro dele, entrando e saindo, sentindo as paredes musculosas do reto dele pressionado seu membro e levando-o ao clímax de todo o ato. Não importava o quanto estivesse bom estar sendo chupado pela maravilhosa boca dele e sentir a língua dele dançando à volta de seu pênis, lançando-lhe faíscas por todo o corpo à medida que o orgasmo se aproximava.

Yohji estava mais que adorando ser o causador de todos aqueles sons que saíam por entre os lábios entreabertos do espadachim. O que no começo eram apenas suspiros, aos poucos se transformaram em ofegos entrecortados, que agora eram gemidos doces e melodiosos aos ouvidos do playboy. E com tal estimulo, não via necessidade de ouvir o chamado de seu amado, recusava-se a ouvi-lo. Antes queria tê-lo derramando todo o seu sêmen dentro de sua boca, saborear seu gosto enquanto deliciava-se com a visão de seu tremulo corpo após o orgasmo.

Este, entretanto não era o plano que Aya tinha para aquela noite. Já submetera-se o bastante para deleite do loiro, e agora já era hora de pôr um fim aquilo tudo, por mais que estive lhe agradando a idéia de ver seu loiro amante com a boca cheia de seu esperma e em seguida beijá-lo, sentindo o próprio gosto.

Respirando fundo, Aya levou a mão direita para o rosto de Yohji, fazendo uma leve carícia, para em seguida levá-la até quase a nuca, puxando para trás parte do cabelo que antes cobria parte do rosto do ex-detetive. Feito isso, segurou o que considerou ser o suficiente de cabelo e puxou a cabeça dele para trás, forte apenas para afastá-lo de seu membro sem machucar.

Muito a contra gosto, afinal não conseguiu o que queria, Yohji foi se mexendo junto com Aya, até que estava deitado de costas, com o ruivo sobre si, esfregando a coxa ainda coberta com a calça contra o membro do ex-detetive.

- Aya... ah... - o loiro gemeu, arrependendo-se por não tê-lo despido direito.

Mas Aya não pretendia provocá-lo por muito tempo. Seu falo doía pela necessidade de alívio.

Então colocou dois dedos na cavidade quente e molhada que era a boca do loiro, fazendo movimentos de vai e vem, simulando uma penetração, molhando-os bem com a saliva dele. Yohji chupou aqueles dedos como se fossem o sexo de Aya por alguns momentos, e depois levou-os para perto de seu ânus, enquanto suas pernas eram separadas.

Deliciado, o ruivo iniciou uma série de beijos pelo peito do playboy, alternando com lambidas e chupões que marcavam de vermelho a pele clara. Ao mesmo tempo, com seus dedos buscava a entrada que o mandaria ao clímax, tocando e sentindo a região até finalmente encontrá-la e invadi-la lentamente. Também muito lentamente, Aya preparou-o, relaxando o músculo ao entrar e sair com seus dedos. Quando achou já ser o suficiente e que ambos já não suportariam ficar naquela situação por muito mais tempo, retirou-os e posicionou-se melhor entre as pernas de Yohji, erguendo-as até apoiá-las sobre seus ombros.

Completamente exposto e vulnerável, Yohji preparou-se para o que viria a seguir, mesmo sendo sempre cuidadoso para não machucá-lo, não importava o quanto mais alto o desejo estivesse falando. Franziu o cenho ao sentir o ruivo se empurrando para dentro de seu corpo, devagar e continuamente, mas dado certo ponto, Yohji não sentia dor, e sim o princípio daquilo que o levaria ao orgasmo.

Controlando-se bastante e procurando dominar as sensações que passavam por seu corpo ao ter o pênis engolido pela entrada de Yohji, o ruivo espadachim forçou-se até o fim e parou respirando pesadamente.

Gotículas de suor brotavam de suas peles, ambos tensos e pensando em nada mais além de aliviar essas tensões.

- Rápido, ruivo.

O ex-detetive quebrou o momento com suas palavras carregadas de luxúria e um olhar brilhante e desejoso.

Num consentimento mudo, o ruivo moveu o quadril para trás, libertando-se quase completamente das paredes que agarravam seu membro. Em seguida repetiu o movimento, porém em sentido oposto ao anterior, mergulhando-se num mar de sensações agradáveis a ambos.

A cada nova investida contra seu corpo, Yohji apertava mais e mais o tecido fino do lençol que cobria a cama, agarrava-se a ele como se fosse o último fio de sanidade antes de deixar-se levar completamente pelos prazeres da carne.

Uma nova estocada, um ofego, um suspiro, um gemido. Entre idas e vindas, entradas e saídas, Aya sabia: o ápice não tardaria muito a chegar, sentia isso, e como reflexo, seu corpo movia-se ágil e veloz, mas ainda assim, sabia também que só isso não era suficiente.

Yohji foi pego de surpresa quando sentiu que não tinha mais o sexo rijo e quente do amante a acariciar as paredes de seu reto, provocando sua próstata. Teve as pernas abaixadas, uma de casa vez, e então seus lábios se tocaram, seguidos pelas línguas. Um beijo breve devido a falta de ar que se deu em certo ponto, mas que servira apenas como uma pequena distração, enquanto seus corpos encaixavam-se numa outra posição.

Agora, o loiro playboy encaixava-se de costas para Aya, sentado sobre seu baixo ventre. E mais uma vez, seu corpo era invadido, mas com uma penetração mais profunda. Com a ajuda das mãos de Aya, subia e descia o corpo, encaixando-se com graça e perfeição a cada descida.

O ruivo gemia, baixo, tanto que sua voz só era ouvida porque tinha a boca bastante próxima do ouvido de seu koibito. Vez ou outra, lambia-lhe o lóbulo e beijava-lhe o pescoço, instigando ainda mais o loiro.

- Aya...

Yohji chamou no que mais pareceu um sussurro. Seu pênis pulsava dolorosamente, negligenciado como estava, pedindo por um estímulo que o levaria ao alívio tão desejado.

Então, sem parar com nada, Yohji pegou uma das mãos do ruivo que lhe ajudava a subir e descer, e levou-a até seu membro. Fez com que os dedos se fechassem em volta da carne intumescida e iniciou uma masturbação, movendo a mão dele por toda a extensão de sua ereção.

No mesmo ritmo que as estocadas, não foi preciso que muito mais tempo se passasse para que o clímax alcançasse primeiro ao playboy. Ondas de sensações deliciosamente prazerosas percorreram todo o seu corpo durante o orgasmo como em busca de uma saída, ao tempo em que contrações involuntárias arremetiam seus músculos e um líquido viscoso o deixava através da ponta de seu sexo, melando a mão de Aya que não parou até que a última gota saísse.

O ruivo espadachim sentiu-se extasiado assim que o corpo de Yohji começou a dar mostras do orgasmo. Pequenas contrações faziam as paredes que o envolviam ondularem em volta de seu membro, estreitando a passagem já apertada e fazendo com que perdesse o controle sobre si. O clímax chegou como uma explosão, mandando para bem longe o que quer que estivesse pensando no momento, deixando claro apenas o que era sentindo durante ele.

E antes que qualquer coisa o abatesse, Yohji ergueu-se e ficou de frente para Aya, tendo a estranha sensação de sêmen escorrendo entre as pernas.

- Creio que agora sim terminou, não é? - disse, para logo em seguida beijá-lo e deitarem-se juntos, do jeito que estavam mesmo. Estavam cansados demais para um banho no momento, recuperariam um pouco de energia ali e depois de alguns minutos iriam, se nada impedisse.

oOo

Aya abriu os olhos e scanneou o local. Parecia que estava em uma espécie de galpão. Uma ampla estrutura de ferro e madeira muito sólida. Haviam pilhas de caixas de vários tamanhos. E uma escada que levava ao segundo andar do balcão. Não pode visualizar nenhuma porta de saída, nem mesmo janelas.

(Aya)...

Estranhou aquilo. Sua última lembrança era de ter feito amor com Yohji... um sexo maravilhoso e logo após... então o ruivo apertou os olhos com força, recriminado-se por tamanha falta de cuidado.

(Aya irritado) Nós adormecemos!

E com isso se jogaram de cabeça nas garras afiadas de Freddy Kruger. O ruivo se pôs em guarda. Estava em um dos pesadelos do maldito demônio. Sua preocupação imediata foi Yohji... onde se encontrava o companheiro? Talvez preso em um pesadelo também? Estaria sendo atacado pelo Kruger?

Tal pensamento tingiu o peito do espadachim com uma urgência sufocante. Tinha que dar um jeito de acordar e socorrer o amante!

Antes que fizesse qualquer coisa, ouviu uma risada diabólica, tomada de completo escárnio ecoando pelo galpão.

(Freddy) Buahahahhhahahahahaahah!!

(Aya) Kruger...

Só podia ser o desgraçado!

Confirmando suas suspeitas, Freddy saiu de trás de uma pilha de caixas de madeira, e veio caminhando até Aya. Gingava o corpo como um malandro desinteressado de tudo o mais.

O líder da Weiss analisou friamente o ser que vinha em sua direção. Freddy era mesmo muito feio! A própria imagem do terror com aquelas cicatrizes de queimaduras profundas, e as navalhas nas luvas brilhando e tinindo de encontro umas das outras.

(Freddy) Muito prazer mister Ran... você é uma pessoa deveras interessante!

(Aya)...

O demônio levou uma das navalhas ao queixo e 'coçou-o' durante um segundo. Depois estreitou os olhos de modo divertido.

(Freddy) Você é um durão, não é seu sacana?

(Aya) Se você diz.

Então Kruger balançou a mão como se rejeitasse uma idéia muito ruim, enquanto torcia os lábios queimados.

(Freddy) Maldição. Por que não me mandam uma piranha bem gostosa pra eu ferrar? Esses moleques a lá sushi não me interessam!!

(Aya) Viemos do Japão apenas pra acabar com você.

O vilão olhou assombrado para Aya por alguns segundos, depois começou a rir de modo desvairado, jogando a cabeça pra trás, as mãos na cintura com jeito insolente.

(Freddy) Ahahahahahaha!! Você é ridículo, ruivo desgraçado!

(Aya)...

(Freddy) Não está com medo de mim, não é? Seu porra de nada. Mas o titio Freddy tem uma surpresinha pra você...

(Aya) !!

Imaginou que aquele ser maldito traria imagens de sua irmã, tentando atormentá-lo. Não devia temer. Aya chan não estava ali. Estava em segurança, no Japão. E pela primeira vez na vida, o ruivo deu graças a Kami sama por ela estar em coma e assim estar protegida de pesadelos.

(Freddy) Que sorrisinho de triunfo é esse? Ahhh, achou que o tio Freddy ia trazer aquela infeliz da sua irmã? Uma putinha inútil daquelas não me interessa.

(Aya)...

Não cairia num truque desses.

(Freddy) Eu adoro garotinhas mas você... não é chegado na coisa, não é, Ran? Só temos algo em comum... cabelos loiros nos atraem... e muito! Buahahahahaa!!

Ao ouvir isso, Aya empalideceu extremamente, sentindo um arrepio de medo.

(Aya) Yohji...

(Freddy) BINGO!!

Começou a sapatear e rodar em volta de si próprio.

(Aya) Onde ele está, maldito?!

Freddy cruzou os braços e virou as costas para o líder da Weiss japonesa.

(Freddy) Não digo! Não digo! Não digo!

(Aya) Ora, seu...

Então o demônio se moveu tão rápido que Aya não pode ver. Quando percebeu, Freddy estava bem junto a si, cravando-lhe as navalhas em ambos os braços.

A surpresa foi tão grande, e a dor tão intensa, que Aya não teve tempo de reação. Arregalou os olhos ao ver a pele queimada do rosto de Kruger se aproximando... seu hálito fétido entrando por seu nariz, lhe causando náuseas.

(Freddy) Porque vocês não gritam?? Malditos Weiss!! Quero uma putinha escandalosa, que chore, grite e implore perdão!!

(Aya)...

Os olhos de ametistas estavam fixos em seu inimigo. Não tinha esperanças. Sabia que os outros Weiss não entrariam no quarto que dividia com Yohji, logo não havia ninguém para acordá-los! Se o amante estava mesmo naquele pesadelo...

Freddy adivinhou-lhe os pensamentos, e sorriu de maneira zombeteira.

(Freddy) Não tenha medo. Sua 'mulherzinha' ainda está viva... vou me divertir com o loiro depois que acabar com você.

(Aya) Não se aproxime dele!

(Freddy) !!

Ficou surpreso com a audácia de seu prisioneiro ruivo.

(Aya) Maldito!!

Kruger puxou as mãos com força, retirando as laminas da carne de sua vítima, causando dor nos braços de Aya, e fazendo o espadachim trincar os dentes. O sangue esguichou pelos ferimentos.

(Freddy) Acho que mudei de idéia. Vou dar um jeito no canalhinha loiro... deixarei o mais machão pro final.

(Aya)...

Freddy apontou para a escada. Yohji estava sentado no piso do segundo andar, com as costas apoiadas na parede, olhando fixamente para baixo, na direção do amante e seu algoz predador.

(Freddy) Não vai se despedir dele?

Ignorando a própria dor, Aya correu pelas escadas, aproximando-se do ex-detetive. Abaixou-se pra certificar de que ele estava bem.

(Aya) Yohji, tudo bem com você?

Yohji abriu a boca e tentou falar, mas não conseguiu emitir nenhum som. Era evidente que não podia respirar direito, e a falta de oxigênio estava afetando todos seus sentidos.

(Yohji)...

Os olhos de jade embaçados se desviaram de Aya e fixaram-se em Kruger.

(Aya) Entendo. Temos que derrotá-lo.

Era a única maneira de acordar do pesadelo.

(Freddy) Me derrotar? Buahahahahahah! Pirralho fodido!! Vem...

Chamou o líder da Weiss com o dedo do meio, num gesto evidente de deboche.

Aya ergueu-se e fixou os olhos violetas em Kruger. Não deixaria que aquele demônio fizesse mal a uma pessoa que amava.

Deu um passou a frente, mas sentiu que uma mão se fechava em volta de seu tornozelo.

(Aya) !!

Era Yohji, que havia esticado o braço com certa dificuldade e prendera o amante, apertando-lhe o tornozelo com força.

Yohji acabara de ter uma idéia. Não estavam preparados para enfrentar Kruger, não naquele momento. E pelo menos o ruivo tinha que se safar dessas. Claro que Yohji sabia que assim que despertasse, Aya o acordaria também só tinha que pedir duas coisas: que seu plano desse certo, e que o ruivo fosse rápido o suficiente...

Aya percebeu que Yohji murmurava algo como "acorde"... e não entendeu, até que o ex-detetive deu um puxão violento em sua perna, fazendo com que perdesse o equilíbrio.

(Aya) Mas...

Começou a cair e ia rolar a escada. Seria uma queda fatal... mas antes que seu corpo tocasse o chão, Aya desapareceu.

Yohji suspirou aliviado. Seu plano dera certo.

Por sua vez, o demônio bufou de raiva. Aqueles garotos japoneses sempre conseguiam se safar de suas garras! Se pudesse pegar um deles, descontaria suas frustrações! Queria sangue, muito sangue!!

(Freddy) Malditos!! MALDITOSSS!!

Socou o ar diversas vezes.

Então Kruger parou por um segundo e deu um tapa na própria cabeça.

(Freddy) Quase me esqueço do outro... he, he, he... como isso foi acontecer...?

Virou-se na direção de Yohji, e começou a caminhar, subindo os degraus sem pressa alguma.

(Yohji)...

Ainda não podia falar, mas seu sangue gelou nas veias. A maldade que cintilava nos olhos estreitos era quase palpável... Freddy Kruger estava furioso e encontrara a vítima perfeita para descontar a raiva...

(Freddy) Muito bem, loirinho... ou prefere loirinha? Visto que gosta de gemer feito uma piranha... BUAHAHAHAHAHAH... vou me divertir a pampa ferrando com você!!

(Yohji) !!

Freddy moveu as mãos, e o playboy sentiu como se uma força poderosa o erguesse do chão de encontro a parede.

O inimigo moveu as mãos novamente, simulando tapas, fazendo com que o Weiss virasse o rosto de um lado para o outro, como se estivesse sendo agredido a distância.

Se Aya não o acordasse logo, poderia ser tarde demais!

oOo

Aya abriu os olhos fixando-os no teto. Deu-se conta de que estava caído no chão... pelo menos metade dele, visto que as pernas ainda estavam sobre o colchão, apenas o resto de seu corpo rolara para o assoalho frio.

Provavelmente se debatera tanto que caíra da cama. Isso e a ajuda de Yohji.

(Aya) YOHJI!!

Tentou erguer-se, mas ao apoiar os braços no chão sentiu uma dor lacerante em seus braços. Lembrou-se de que Kruger o havia ferido...

Repetiu a operação, porém com mais cuidado dessa vez. Levantou-se do piso e voltou os olhos para a cama. Empalideceu profundamente ao ver o que acontecia: Yohji estava com as costas impressas contra a parede, o corpo erguido quase um metro do chão. Apenas uma força sobrenatural poderia fazer aquilo acontecer.

O belo rosto virava violentamente de um lado para o outro, evidenciando que seu amante estava levando a pior nas garras de Kruger.

Os lábios do assassino adormecido se partiram e um pouco de sangue espirrou na parede. Tal visão fez com Aya recuperasse o senso prático e saltasse sobre a cama, agarrando e balançando os ombros de Yohji.

(Aya) Acorde logo, Yohji!!

Sacudiu com mais força finalmente fazendo com que o amante arregalasse os olhos, despertando e conseguindo quebrar o poder de Kruger.

Quando isso aconteceu, Yohji caiu sobre Aya e ambos se esparramaram em cima do lençol. O ex-detetive segurou no rosto do ruivo com ambas as mãos. Os olhos de jade fixos na face pálida. Aliás, ambos estavam pálidos.

(Yohji) Obrigado, Aya...

(Aya)...

O alívio que tomou conta de ambos foi tão grande, que perderam as forças por alguns instantes.

(Yohji) Acho que nunca mais vou dormir de novo...

Um pouco do sangue que escorria por seu queixo pingou no pescoço de Aya.

(Aya) Graças a sua idéia. Venha, vamos cuidar disso.

(Yohji) Seus braços precisam de tratamento também, Aya.

O ruivo não respondeu. Empurrou o loiro com cuidado, tirando-o de cima de si, depois ergueu-se e puxou Yohji pela mão. Trataram de recolher as roupas e vesti-las.

(Yohji) Precisamos de um plano, antes de enfrentá-lo. E tem que ser um plano muito bom...

Disse isso antes de sair do quarto, ao olhar para a parede e visualizar o seu próprio sangue que espirrara na mesma.

oOo

Aya fuzilou Ken com o olhar pela milésima vez consecutiva. Estavam todos reunidos na sala, já passava pouco do café da manhã, e eles aguardavam que a farmácia se abrisse, para comprar Hypnotroll.

Depois de tratar as feridas dos companheiros, Ken não se privara de espetar o líder da Weiss japonesa sempre que possível, lembrando-o que qualquer pessoa poderia cometer um erro, e se Ken era culpado pelo que ocorrera a Omi, logo Aya era tão culpado quanto, permitindo que não apenas Yohji, mas o próprio ruivo se ferissem, ao adormecer sem nenhuma preocupação.

O espadachim estava furioso com as indiretas, mas não podia rebatê-las, visto que dessa vez Ken tinha razão. Preferia lançar-lhe os tão famosos olhares fatais e fulminantes, e torcer para que o moreninho suicida se tocasse de que Kruger era o perigo da noite, mas Aya era o perigo do dia.

(JeryLee) A primeira coisa que devemos fazer depois de comprar Hypnotroll é dormir um pouco.

(Aya) Faremos turnos.

(Wendy surpresa) Porque?

(Aya) Pra garantir que a droga não vai falhar.

(Omi) Se pelo menos um de nós permanecer acordado, pode vigiar os outros.

(JeryLee) Faz sentido. Se todos nós tivéssemos ingerido o Excedrin... céus tenho medo de pensar nisso!!

(Wendy) Seria desastroso... cairíamos todos no pesadelo de Kruger e não haveria ninguém pra nos salvar.

(Omi) Oh, temos que vencê-lo de qualquer maneira.

(Yohji) Ele deve ter um ponto fraco qualquer.

(JeryLee suspirando) Se ele tem... eu não sei.

(Aya) Vamos pensar em algo.

(Wendy) A farmácia já deve ter aberto. Eu vou lá buscar o remédio.

(Ken) Vou com você.

(Omi) Eu também.

(JeryLee) Enquanto isso vou terminar de limpar o sótão.

(Aya) Yohji e eu vamos ajudá-la.

Precisavam fazer alguma coisa, pra distrair suas mentes.

O porão da casa já estava mais ou menos arrumado. Algumas coisas ao fundo ainda davam a aparência de bagunça. Haviam dois grandes sacos de lixo encostados na parede, e uma grande caixa de papelão bem no meio do caminho, o que parecia atrapalhar um pouco a passagem.

(JeryLee) Wendy e eu deixamos essa caixa aí porque...

Mas Yohji não permitiu que a loirinha continuasse a frase.

(Yohji) Imagino que é muito pesada pra vocês duas. Deixa que EU pego...

(JeryLee) Não! Espera...

O ex-detetive abaixou-se e segurou a grande caixa, levantando-a sem problema nenhum. Porém o fundo de papelão não agüentou o peso e se partiu, fazendo dezenas de livros e cadernos se espalharem todos pelo chão.

(Yohji) !!

(Aya) Veja o que você fez, Yohji.

(JeryLee sorrindo) Eu tentei avisá-lo: Wendy e eu percebemos que o fundo estava solto e achamos melhor não arriscar. Íamos arrastar essa caixa...

(Aya) Junte isso logo.

(Yohji) Mas... não tive culpa!

(JeryLee) Há, há, há!!

A garota não agüentou ver a cara de coitadinho que o ex-detetive fazia: como se carregasse todos os males do mundo nas costas. Mas o líder da Weiss era imune aquele charme, e foi irredutível.

(Aya) Se começar a arrumar logo vai terminar logo.

(Yohji)...

Olhou para toda a bagunça que se espalhara no chão. Algumas folhas de livros e cadernos se soltaram, espalhando-se ao redor.

(JeryLee) Vamos nos concentrar ali.

Os lideres das equipes se voltaram para os fundos do porão e começaram a organizar as coisas de lá.

(Yohji) Merda, não sei pra que juntar tanto lixo assim! Vocês deviam jogar esses livros velhos fora!

(JeryLee) Quando nos mudamos pra cá, isso já estava aqui. Nunca tivemos curiosidade de olhar.

(Aya) Trabalhe mais e fale menos.

(Yohji) Mas...

(Aya) Está nos atrapalhando.

(Yohji) Ninguém merece isso.

Fungou, tentando manter alguma dignidade e voltou a se concentrar nos livros. Fez uma pilha com os mais velhos e empoeirados.

JeryLee olhou pra trás e acabou sorrindo diante do esforço do ex-detetive.

(JeryLee) Yohji está certo. Que tal fazer isso: você separa os livros mais velhos dos mais novos. Assim podemos jogá-los fora, e doar os outros para a biblioteca.

(Aya)...

(Yohji sorrindo) Eu venci! Ótima idéia!! E o que eu faço com esses cadernos?

Balançou um nas mãos. As folhas do mesmo já estavam amareladas e começavam a despregar do arame.

(JeryLee) Ah, pode jogar tudo fora! Nem sei de quem é.

(Yohji animado) Ok! Vou jogar!!

(Aya suspirando) Céus.

Durante algum tempo os três se distraíram. Aya já estava desconfiado do súbito silêncio do playboy. Resolveu conferir o que ele fazia, voltou-se com intenção de observá-lo, quando quase caiu pra trás com o que viu: Yohji não estava mais separando os livros. Fizera uma pilha e sentara-se em cima deles, enquanto lia atentamente um dos cadernos.

(Aya irritado) YOHJI! Que pensa que está fazendo?

(Yohji) !!

(JeryLee) !!

Ambos estavam tão concentrados que levaram um baita susto.

(Aya) Porque não está trabalhando mais?

(Yohji) Ah... er... achei um diário... eu tava lendo...

(Aya bufando) Um diário?! Por isso parou de fazer o que lhe foi ordenado?

(Yohji)...

(JeryLee) Diário de quem?

(Yohji) Nem imagino. A menina só assinava com um "E" e um "R".

(JeryLee) Deve ser da antiga moradora.

(Aya)...

(Yohji sorrindo) Ela estava muito preocupada com o baile de formatura. Comprou um vestido azul claro e recebeu um convite de um tal de Gregory. E parece que o cara era namorado da melhor amiga dela!!

O ex-detetive compartilhava as informações do velho diário com tanta seriedade, como se fossem dados de uma missão.

(Aya)...

(JeryLee) Oh! E o que aconteceu?

(Aya) !!

Surpreendeu-se quando JeryLee parou de trabalhar e guiada pela curiosidade aproximou-se do playboy, tentando descobrir o que acontecera com a jovem que se auto-intitulava "E".

(Yohji) Ainda não sei. Parei na parte que ela estava experimentando os sapatos.

(JeryLee) Sapatos de que cor? Aposto que brancos.

(Yohji) Acertou! Como você sabia?

(Aya)...

(JeryLee) Chute! Toda debutante A-DO-RA sapatos brancos!

(Yohji pensativo) Que combinação estranha: azul com branco...

(JeryLee) Você não entende nada de...

(Aya) Acho melhor que AMBOS voltem ao trabalho.

(Yohji)...

(JeryLee)...

Os dois observaram o líder da Weiss japonesa. Aya estava com os olhos fechados, e massageava as têmporas com os dedos. Parecia bem irritado. Tanto Yohji quanto JeryLee acharam por bem obedecer sem questionar.

O loiro ergueu-se da pilha de livros e deu uma folheada rápida no diário. Queria tanto saber o desfecho do baile. Aya percebeu a intenção do amante, e já ia dar mais uma bronca.

(Aya) Yohji... eu disse que...

(Yohji) Ei!

Seus olhos captaram algo no diário que lhe chamou a atenção. Mas antes que fizesse qualquer coisa, Aya aproximou-se com a visível intenção de tomar-lhe o pequeno caderno das mãos.

(Aya) Deixa que EU jogo isso fora!

(Yohji) Não Aya!! Essa menina ta falando do...

Aya arrancou-lhe o bloco das mãos e ia rasgar a página quando...

(Yohji)... Freddy Kruger...

A menção de tão odiado nome fez o líder da Weiss se paralisar imediatamente, antes que arrancasse a preciosa página do livrinho pessoal.

(Aya surpreso) O que?

(JeryLee) Como assim?

A loira também se interessou pelo fato.

(Yohji aliviado) Olha aí. Comecei a ler, mas não tive tempo de terminar.

Aya fixou os olhos de ametista nas linhas de letras meio infantis e começou a ler.

(Aya)... é verdade.

(Yohji)... CLARO QUE É.

(JeryLee) Deixa eu ver.

Pegou das mãos de Aya e começou a ler em voz alta.

(JeryLee) "Nosso pesadelo estava ficando cada vez pior. Sei que me descuidei de meu diário, mas ter a mente dominada por Freddy me fez esquecer de tudo o mais. A morte de Margot me deixou deprimida. Tenho a sensação de que serei a próxima... por sorte Gregory diz que tem um plano que pode nos salvar. Ele insiste em afirmar que há um modo de derrotar esse desgraçado. Talvez seja apenas um delírio mas... marquei um encontro com ele essa noite..."

(Aya) Interessante.

(Yohji sorrindo) Aham... ham. Ham...

(Aya)...

(JeryLee) Que bom que Yohji prestou atenção nisso!

(Yohji sorrindo) Ah! Se o Aya tivesse rasgado...

(Aya) Já entendi, Yohji.

O ruivo pegou o caderninho novamente e guardou no bolso da calça.

(Yohji) Ei! Eu também quero saber!

(Aya) Vou estudar isso com calma e depois relato a vocês.

(Yohji)...

(JeryLee) Ok.

Sem outra opção, continuaram com o trabalho.

oOo

Finalmente Ken, Omi e Wendy retornaram com o remédio inibidor de sonhos. Estavam todos reunidos na sala, prestes a decidir quem seriam os primeiros a descansar. O vidro com Hypnotroll estava em cima da mesinha de centro.

(Aya) JeryLee, Ken e eu tomaremos a droga primeiro. Yohji, Omi e Wendy fazem o turno de vigia. Se falhar e nós ficarmos presos no...

(Yohji) DE JEITO NENHUM!!

(Aya) !!

Não apenas o ruivo, mas todos os outros se surpreenderam.

(Yohji) Sei muito bem o que pretende fazer. Mas não vou permitir que corra o risco de enfrentar Kruger com os dois braços machucados.

(Aya) Isso não é questionável.

(Yohji) É questionável sim senhor. Estou em melhores condições que você, Aya.

(Aya) Não.

O loiro ficou em pé e sem qualquer aviso apanhou o vidro com a droga. Aya percebeu quais eram as intenções do amante e ainda tentou impedi-lo, mas não foi rápido o suficiente. Yohji abriu o vidro e pegando três pequenas pílulas jogou-as na boca, engolindo sem nem mastigar (como era seu costume) ou mesmo beber água.

(Yohji) He, he... tarde demais.

(Aya bufando) YOHJI!!

(Ken) Esse aí não tem jeito mesmo!

(Omi) Mas ele está certo. Os riscos pra todos são menores se Aya ficar acordado no primeiro turno.

(Yohji bocejando) E você aproveita pra... ahhhhnnnn... ler o diário...

A dose tripla do remédio começou a fazer efeito quase imediato. As pálpebras do playboy estavam pesando de sono. Aliado ao fato de todo o stress e canseira anteriores.

Mais que depressa Aya aproximou-se dele, ajudando o amante a se manter em pé.

(Aya suspirando) Ken, JeryLee... tomem logo esse maldito remédio e venham para o nosso quarto. É melhor que os três permaneçam juntos em um único quarto.

(JeryLee) Ok.

(Ken) Certo.

Ambos imitaram o ex-detetive, engolindo três pílulas cada um. Porém engoliram um tanto de água junto apenas pra facilitar. Depois seguiram Aya, Omi e Wendy.

Quando os encarregados da vigília saíram do dormitório seus companheiros já dormiam como verdadeiros anjinhos.

oOo

Wendy se dirigiu a cozinha, disposta a cozinhar algo para que comessem enquanto faziam os turnos. Omi estava no quarto, vigiando seus companheiros.

E Aya, por sua vez, sentara-se na sala, folheando calmamente o diário da garota de assinatura "E".

Várias horas depois, Yohji, Ken e JeryLee despertaram, completamente refeitos, sem ter tido nenhum problema com Freddy Kruger. A droga Hypnotroll era realmente eficaz.

Aya, Omi e Wendy trocaram de lugar com eles, e puderam descansar longamente, desfazendo-se de todo o cansaço e exaustão.

Agora sim, sentiam-se capazes de bolar um bom plano contra Kruger.

oOo

(Yohji) E o diário lhe deu alguma idéia, Aya?

(Aya) A "E" descreveu qual era o plano deles.

(Ken) E deu certo?

(Aya) Ela não diz se deu certo ou não. Os relatos simplesmente se acabam.

(Wendy) Oh... deve ter falhado.

(JeryLee) Mas qual era o plano?

(Aya) Uma armadilha pra Kruger: eles adormeceram e cronometraram o tempo. Tentaram agarrá-lo acreditando que ele seria trazido pra esse mundo caso despertassem com ele preso.

(Wendy) Faz sentido.

(Omi) Prender Kruger e trazê-lo pra cá...

(Yohji) Então ele é mortal no nosso mundo?

(Aya) "E" acreditava que sim.

(JeryLee) Acho que vale a pena arriscar.

Aquela era uma fraca luz no fim do túnel. Mas era a última esperança de sair de tão grande enrascada. Tudo levava a crer que "E" e Gregory haviam falhado... talvez as duas equipes de assassinos tivessem mais sorte que aqueles garotos.

(Omi) Isso quer dizer que... alguns de nós terão de enfrentar Freddy...

(Ken) E é óbvio quem vai.

(Aya) Não.

(Yohji suspirando) Não começa Aya. Não adianta você querer ir no meu lugar. Ferido do jeito que está não vai adiantar de nada.

(Aya)...

Yohji estava coberto de razão. O líder da Weiss teria que deixar seu amante ir de encontro aquele desgraçado do Kruger... por mais irritante e angustiante que fosse.

(Wendy) Mas eu vou no lugar de JeryLee.

(JeryLee) Ora, Wendy.

(Wendy sorrindo) Confie em mim, JeryLee. Eu vou no seu lugar.

(JeryLee) Certo. Vamos dar início a missão de extermínio do Freddy Kruger.

(Ken) Essa noite daremos o primeiro passo, e estaremos preparados para tudo.

Da Weiss oriental, apenas Ken não havia enfrentado Kruger ainda. Ele não sabia o que esperar, mas o moreninho entendera que podia esperar qualquer coisa da parte do ser maldito... as experiências de Aya, Yohji e Omi eram mais que suficientes para assegurar isso.

(Aya) Faremos o seguinte: vamos cronometrar o tempo de Balinese, Siberian e Kansas. Daremos a vocês 15 minutos para prender e capturar Kruger.

(JeryLee) Depois de 15 minutos vamos despertá-los e trazê-los de volta.

(Yohji) Ok. Creio que esse tempo é suficiente.

(Ken) E qual será nossa estratégia?

(Yohji suspirando) Ken Ken, acho que contra Kruger não adiantam muitas estratégias...

(Wendy) Vamos meio no improviso. Ele não deve desconfiar de nossos planos.

(Ken) Certo.

Não havia mais nada a fazer, a não ser esperar.

oOo

JeryLee entrou no quarto sem se preocupar em bater. Levava uma xícara com café em cada mão, para Omi e Aya.

O quarto fora arrumado com três camas de solteiro, de modo que quem estivesse acordado pudesse controlar tudo ao redor.

Ken, Yohji e Wendy haviam acabado de adormecer (cada um em uma cama), graças a uma forte dose de sonífero. Mas do sonífero comum, e não do que inibia sonhos, assim Kruger teria liberdade total de criar os seus terríveis pesadelos.

As coisas pareciam calmas... por enquanto. Porém eles não se descuidariam nem por um segundo.

oOo

(Ken) Balinese... você acha que estamos em um sonho?

(Yohji suspirando) Sim...

(Wendy) E agora?

Os três estavam em uma espécie de plantação. Enormes pés de trigo se espalhavam por todos os lados, quase encobrindo os três assassinos. Não viram Freddy em lugar algum.

(Yohji) Siberian, de cobertura a Kansas.

(Ken) Entendido.

(Wendy) Não se preocupem, sei me cuidar.

(Yohji) Kansas, Kruger tem um... er... fetiche por garotas... ele vai adorar vê-la aqui...

(Wendy)...

Nesse instante ouviram um barulho atrás deles. Parecia que alguma coisa se aproximava correndo...

(Ken) Vamos dar o fora daqui!

Grudou no braço de Wendy e saiu em disparada, quase arrastando a garota com ele. Yohji seguia bem de perto, olhando pra trás de vez em quando.

Podia ver os pés de trigo balançando, sendo movidos por algo... algo incrivelmente veloz na verdade!

(Yohji) Está se aproximando!!

(Ken) Mas que merda!!

Acelerou o passo, fazendo com que a jovem ruiva tropeçasse e quase fosse ao chão. Felizmente ela conseguiu se manter em pé e continuar a corrida.

(Wendy) O que é aquilo?

Saíram em um espaço aberto, dominado por uma construção de madeira. Era um velho celeiro usado para armazenar feno e trigo.

(Ken) Vamos pra lá!! Rápido!

Os assassinos praticamente voaram até a grande porta, escancarando-a e se escondendo lá dentro.

Yohji não perdeu tempo em correr a tranca e assegurar que a criatura que estava lá fora permanecesse fora.

(Freddy) Por que demoraram tanto?

(Yohji) !!

(Ken) !!

(Wendy) !!

O susto foi geral.

Movendo-se de modo extremamente rápido, Kruger aproximou-se dos três assassinos. Primeiro acertou um golpe com as costas da mão no rosto de Yohji, jogando-o contra uma parede. O playboy caiu no chão, sentindo-se meio tonto.

(Ken) Balinese!!

Mas não teve tempo de contra atacar. Logo Freddy estava quase em cima de si, acertando um chute no estômago de Ken, usando uma força extraordinária que o jogou de encontro a parede contrária. O moreninho ficou sem ar, caído no chão, tentando encontrar forças para erguer-se. Aquele monstro era forte.

Vendo que dois de seus inimigos estavam praticamente fora de combate, Freddy limpou as mãos na blusa listrada num gesto de deboche e voltou os olhos maldosos na direção de Wendy.

A ruiva engoliu em seco e recuou um passo.

(Freddy) Enfim... sós... buahahahahahhahahhaahha!!

oOo

(Omi) Freddy Kruger deve ter entrado em ação!!

Disse isso ao ver que o corpo do playboy balançara um tanto, antes de se aquietar, pra logo em seguida ser imitado pelo moreninho.

(JeryLee) Oh, Wendy!!

A amiga estava se debatendo, agitando os braços de modo desesperado.

A líder da Weiss americana tentava segurá-la e aquietá-la, porém era inútil.

(Aya) Tsc.

Não poder fazer nada lhe punha doente. Olhou no relógio, mas havia passado apenas três minutos. Ainda faltava muito tempo para despertar os companheiros. Mais de dez minutos!!

Fitou o rosto do amante. Yohji parecia ter se acalmado um pouco, assim como Ken. E o que isso queria dizer?

(Aya) Não podemos acordá-los ainda.

(Omi) Temos que dar mais tempo.

O jovem hacker fez uma careta de desgosto ao dizer isso. No entanto sabia que se despertassem Yohji, Ken e Wendy antes do tempo, seria um plano desperdiçado...

(Wendy) AHHHHHHHHHHH!!

Freddy a prendera pelo pescoço, e erguera seu corpo quase meio metro do chão.

(Freddy sorrindo) Ahhh... o doce som de uma voz em pânico... sim, como isso faz bem! Grite mais cadela... deixe o tio Kruger feliz!!

(Wendy) Maldito!!

Começou a acertar pontapés nas pernas do inimigo, mas ele nem mesmo se abalou.

Enquanto isso, Yohji já se recuperava, levantando-se do chão, sentindo o rosto dolorido. Ken também se ergueu, apertando o abdômen pra tentar aliviar a dor que queimava-lhe o corpo.

Ambos trocaram um olhar e concordaram com um gesto de cabeça sem precisar pronunciar palavras. O primeiro a se mover foi Yohji, correndo silenciosamente até o Freddy e atacando-o pelas costas. Num gesto ágil passou-lhe o garrote pelo pescoço e puxou com força.

Pego de surpresa, o demônio soltou Wendy e levou as mãos até a garganta, tentando arrebentar o fio de arame.

Ken aproximou-se da ruiva, aproveitando a distração do inimigo e a ajudou a se refugiar longe de Freddy.

(Ken) Fique um instante aqui, está bem, Kansas? Balinese e eu cuidamos dele.

Wendy não respondeu. Fixou os olhos assustados na luta que desenrolava entre Yohji e Kruger a certa distância dali.

Ken percebeu que ela não estava bem, mas não podia fazer nada. Deu as costas a garota e foi socorrer o companheiro. Armou a bugnuk e partiu pra cima de Freddy pronto para acertá-lo de frente.

Kruger sorriu se divertindo muito. Estava com o pescoço preso no fio de arame mortal, e aquele moreninho vinha pra cima de si, pronto para cravar-lhe as garras em sua carne queimada. Não poderia ser mais perfeito.

Um segundo antes do jogador acertá-lo, Freddy simplesmente desapareceu de onde estava. Pegos de surpresa, nenhum dos Weiss reagiu a tempo e Ken acabou acertando Yohji em cheio no lado direito do peito, ao invés de seu real inimigo.

(Ken) YOHJI!!

(Yohji)...

Com os olhos arregalados de espanto, Yohji caiu pesadamente pra trás, sem pronunciar uma palavra sequer.

(Ken) MALDIÇÃO!!

Ia abaixar-se para socorrer o companheiro, quando ouviu a voz de Freddy.

(Freddy) Ei, seu pirralho da porra...

(Ken)...

(Freddy) Tenho um presentinho pra você... espero que agora aprendam a não me interromper quando converso com uma... er... dama...

(Ken) Desgraçado!!

Ia atacar Kruger de frente outra vez, mas o inimigo ergueu uma das mãos e agitou os dedos.

(Freddy) Acho que vai chover...

(Ken)...

Então uma espécie de raio varou o teto de madeira do celeiro, causando um estrondo e acertando Ken em pleno peito. O Weiss moreno recebeu uma descarga de energia pura, que o arremessou contra a parede, tirando-lhe os sentidos no mesmo instante.

Com dois dos inimigos vencidos, Freddy Kruger voltou-se para Wendy, sorrindo de modo insano e ansioso.

(Freddy) Onde foi que paramos mesmo, sua maldita puta...?

continua...


N/A: Muito obrigada a Kemi, por esse lemon MA-RA-VI-LHO-SO!! Ficou tudo de bom!! T.T Que emoçaum!!