- Entendo...então...por que eu deixo você me tocar? Por que não sinto medo ou nojo quando você me abraça? Eu...amo você?
(¯·..·¯·..·¯)
Cristo! Como eu queria que aquilo não fosse uma pergunta, mas uma afirmação!
Olhei seus olhos e vislumbrei toda a sua inocência. Realmente seria um pecado corrompê-lo.
- Duo... – Respirei fundo. – Você apenas confia em mim...quando a gente ama alguém, um abraço é sempre mais que um abraço...nós queremos beijar essa pessoa, estar sempre perto... – Sorri, tentando não parecer triste.
- Então é errado eu te abraçar?
- Não, Duo, porque você não tem maldade...mas quando você amar alguém o abraço vai ser diferente...seu coração vai disparar e você vai sentir vontade de nunca mais sair dos braços dessa pessoa.
- Acho que entendo um pouco. – Ele sorriu. – Obrigado por me explicar, Heero! Por que eu...bem...não pretendo me tornar padre...eu quero conhecer esse sentimento que você falou...eu quero...amar alguém um dia dessa forma. – Senti uma tristeza me invadir. – É bom amar, Heero? – Notei seu olhar curioso e sorri.
- Sim...é uma sensação maravilhosa, mesmo quando essa pessoa não te ama de volta. Ainda sim é muito bom observar quem se ama, admirar seu sorriso... – Me perdi em pensamentos e me calei.
- Então eu também quero amar!
- Certo, certo...mas agora seria bom você dormir, você pode amar amanhã! – Ele gargalhou e eu me levantei, caminhando até meu quarto, voltando em seguida com alguns cobertores e lençóis.
- Me leva a cidade amanhã?
- Por que? – Indaguei, curioso.
- O senhor Charlie me deu um emprego! Me chamou para trabalhar com ele! – Sorri com toda aquela alegria e assenti.
- Isso é ótimo, Duo! Quando eu tiver indo para a sede você vai comigo!
Juntos fizemos uma cama improvisada, bem perto da lareira. Tudo indicava que a noite seria bem fria.
- Heero, você ama alguém? – Me assustei com a pergunta.
- Eu...não sei... – Respondi de forma vaga.
- Hum...então você acha que essa pessoa ficaria triste se você dormisse aqui do meu lado? – Arregalei os olhos. – Essa sala é muito grande e está muito frio... – Ele abaixou a cabeça. – Eu gosto de ficar perto de você.
- Eu...eu...
- Desculpe...não deveria ter pedido isso. – Ele deitou e se cobriu me dando as costas.
O observei durante alguns minutos e me enfiei debaixo das cobertas em seguida, o abraçando por trás. Alguns movimentos incômodos depois, eu estava deitado de costas, com Duo abraçando minha cintura e com a cabeça apoiada em meu peito.
- Obrigado por ficar, Heero. – Ele sussurrou. – Boa noite.
- Boa noite, Duo. – Depositei um beijo em sua testa. – Meu Duo... – Murmurei baixinho.
Realmente eu estava me complicando, não deveria me deixar envolver daquela forma. Merda! Eu queria sentir apenas desejo por ele, mas não conseguia! Duo havia me conquistado de uma forma tão completa que quando Padre Maxwell apareceu dizendo que iria levá-lo tive ímpetos de matá-lo!
Droga! Eu não queria ficar longe daquele americano baka!
(¯·..·¯·..·¯)
Acordei com aquela sensação maravilhosa de proteção. Claro...era Heero! Eu sabia que aquele japonês sempre iria me proteger.
Realmente era como um irmão.
Me esgueirei dos braços que estavam em volta de mim e me levantei. Mais que rapidamente preparei o café da manhã e um banho quente para Heero.
Entranho...eu gostava de cuidar dele.
Voltei para a sala, me sentando perto dele. Quando acordado Heero conseguia amedrontar qualquer um com seu olhar quase assassino, mas dormindo parecia um menininho. Adorável.
Me peguei observando-o, mas era realmente impossível não olhá-lo. Heero era o tipo de pessoa que sobressaía em qualquer lugar. Alto, pele bronzeada, um rosto perfeito, olhos de um azul que eu nunca vira igual e também havia aquela boca. Como não reparar nele?
Senti meu rosto esquentar e tentei desviar meus pensamentos. Não era certo ficar observando-o, ele me via como um irmão...e bem, eu o via assim também.
Então da onde surgiam aqueles pensamentos estranhos? E por que aquela boca me atraía tanto? Eu sentia vontade me tocá-la, mordê-la ou quem sabe beijá-la. Arregalei meus olhos quando a idéia cruzou minha mente. Desde quando eu pensava em beijar alguém? Eu nem ao menos sabia como fazer isso e Heero, bem, ele deveria ter beijado muitas.
Definitivamente a imagem de Heero beijando outra pessoa não me agradou, mas obviamente empurrei isso para o fundo da minha mente. Desde que o conheci as idéias mais absurdas cruzavam minha cabeça. E aquilo deveria parar.
Mas, droga! Eu não conseguia tirar meus olhos daquela boca...Cristo! Aquilo ainda seria minha perdição! Depois teria que rezar algumas dúzias de Pai Nosso e Ave Maria para me redimir por aqueles pensamentos confusos.
Me rendendo a vontade de tocar aqueles lábios entreabertos, pousei meus dedos sobre eles suavemente. Já estava pecando em pensamentos mesmo...que mal teria tocá-los?
Aparentemente eu não deveria ter feito aquilo.
Em um movimento extremamente rápido Heero me prendeu sob seu corpo. Seus dedos foram fechados em meus pulsos e seus joelhos mantinham minhas pernas presas. Arregalei meus olhos e abri a boca, mas não consegui emitir nenhum som. Estava apavorado, a imagem do Heero que assassinou o próprio pai invadiu minha mente.
Ele piscou, confuso e então pareceu que algo estalou em sua mente.
- Duo... – Ele sussurrou para em seguida soltar meus pulsos e deixar seu corpo cair sobre o meu.
Ele afundou o rosto em meu pescoço, enquanto acariciava meus pulsos um pouco doloridos. Toda aquela proximidade me deixou arrepiado e por algum motivo desconhecido o abracei, deixando meus dedos acariciarem suas costas.
- Heero... – Chamei suavemente.
- Oh, Duo...me perdoe! – Senti o hálito quente em meu pescoço e suspirei. – Eu lhe machuquei...me perdoe, por favor. – A voz estava sufocada e senti algo molhado em minha pele.
Assustado, segurei seu rosto entre minhas mãos e notei seus olhos vermelhos. Cristo! Ele estava chorando! Sorri de forma calma e sequei suas lágrimas carinhosamente.
- Está tudo bem. – Assegurei, ainda sorrindo.
- Eu... – Ele voltou e apoiar a cabeça na curva do meu pescoço. – Eu deveria saber que era você, mas...por favor, Duo, não me toque enquanto eu estiver dormindo, é realmente perigoso.
- Eu entendo.
- Eu passei muito tempo com alguns pesadelos e me tornei um pouco...arisco. – Eu apenas assenti. – Mas...me desculpe, Duo, por favor, eu machuquei você. – Ele se apoiou em um cotovelo e pegou um dos meus pulsos, levando aos lábios e beijando delicadamente.
Eu suspirei, deliciado com aquele contato. Sem que eu percebesse meu coração disparou, ao mesmo tempo em que borboletas invadiam meu estômago.
Borboletas? Da onde aquilo tinha surgido?
- Heero. – Me remexi, desconfortável quando notei que uma parte de meu corpo estava ficando...diferente. – Eu posso lhe perguntar uma coisa? – Ele assentiu e sentou. Eu fiz o mesmo, pousando uma almofada em meu colo.
Eu não sabia do que aquela sensação se tratava, mas tinha a leve impressão que não deveria deixar Heero me ver...daquele jeito. Meu rosto esquentou e eu abaixei a cabeça.
- Pode perguntar o que quiser, Duo. – Ele segurou minhas mãos, acariciando meus pulsos.
- Esses pesadelos...eles tem a ver com a morte de seu pai?
(¯·..·¯·..·¯)
Eu gelei. Sem exagero algum. Senti todo o meu sangue fugir das minhas veias. Como ele sabia sobre a morte do desgraçado do meu pai?
- Duo, eu... – Procurei as palavras certas, mas não consegui.
- O senhor Charlie me contou. – Ele sussurrou como se estivesse com medo.
- Ah. – Respirei fundo. – Então você sabe que...eu o matei?
- Sei. – Eu apertei suas mãos entre as minhas.
- Eu vou entender se você não quiser ficar aqui comigo depois disso. – Larguei suas mãos. – Eu posso alugar algum lugar para você, eu não me importo, mas...
- Não! – Ele ergueu o rosto, me encarando. – Eu não quero sair de perto de você! – Arregalei meus olhos. – Eu senti um pouco de medo sim, mas...já passou. – Ele sorriu. – Eu não acredito que você seja uma má pessoa, deve ter tido seus motivos.
Ele poderia ser mais perfeito?
- O que aconteceu foi que... – Ele pousou os dedos sobre meus lábios.
- Não precisa me contar se não quiser, quando você estiver preparado para tocar no assunto, eu vou estar aqui para lhe ouvir.
- Mas se você vai morar comigo tem o direito de...
- Não tenho direito nenhum. – Ele retrucou. – É uma prova da minha confiança por você, Heero, eu não preciso saber de nada agora, sei que deve ser difícil.
Eu sorri. Como há muito tempo não sorria. Não um sorriso forçado ou um meio sorriso. Apenas...um sorriso sincero.
- Obrigado, Duo. – O abracei, deixando minha cabeça descansar em seu ombro.
Deixei meus braços circularem sua cintura, o trazendo para mais perto. Ele tinha o dom de me acalmar. E de me fazer sorrir.
- Oh, droga! – Ele se afastou do abraço rapidamente. – Eu tinha deixado a água quente para você tomar banho! Agora já deve estar fria. – Ele pareceu desolado e eu acariciei seu rosto.
- Não há problema. – Assegurei.
- Se você diz... – Ele deu de ombros levantando e começando a dobrar os lençóis. Eu sorri e caminhei até o banheiro.
Tinha muito em que pensar.
(¯·..·¯·..·¯)
Eu realmente não tinha medo dele...simplesmente não conseguia imaginar Heero como uma má pessoa, apesar do que fez.
Heero era tão...Heero.
Nos meses que se seguiram só conseguia reforçar ainda mais esse meu pensamento. Heero era...perfeito. No mais completo sentido da palavra.
Ele estava lá no meu primeiro dia de trabalho, estava lá quando precisei me esconder do Padre Maxwell...e também estava comigo quando perdi meu emprego. Ele sempre estava do meu lado.
E isso começou a mexer com algo dentro de mim.
Seus sorrisos eram apenas para mim, isso eu pude perceber logo nos primeiros dias. Suas gentilezas e brincadeiras também. Ele me fazia sentir...especial. Claro que isso não era problema...o problema era que eu o achava especial também, mas de uma forma...distorcida, eu diria.
Ter vontade de beijar um homem...não podia ser normal!
Li muitos dos livros que haviam em sua biblioteca e a partir do que consegui absorver, eu estava começando a achar que o amava.
Não que isso fosse certo ou moralmente ético. Mas...eu sentia isso dentro de mim, um sentimento que me engolia de dentro para fora...era tão estranho!
Como eu conseguiria encará-lo depois que admitisse aquilo para mim mesmo?
Eu estava apavorado!
(¯·..·¯·..·¯)
- Duo? – Chamei meu companheiro "de casa" assim que entrei em meu lar.
Sentia uma necessidade enorme de olhar aqueles olhos violetas.
Aquilo havia se tornado um vício...não diria um vício, mas um hábito. Claro que não era algo muito saudável encarar aqueles olhos e não poder tocar no dono deles. Mas sempre fui uma pessoa conformada.
Não podia tocar...mas podia olhar.
Estávamos há três meses morando juntos...Duo até tentou trabalhar, mas poucos dias depois foi demitido...aparentemente o bondoso senhor Charlie não gostou de ver seu espaço de trabalho ser invadido constantemente por menininhas afoitas, que só queriam ver o americano.
Charlie sempre foi gentil, mas jamais foi cego.
Nossa rotina era algo confortável...eu trabalhava, raramente passando algumas noites fora atrás de algum bandido, e Duo ficava em casa...apenas existindo. Era muito mais que o suficiente.
Claro que havia o agravante que só o fato dele existir era o suficiente para me fazer feliz.
Sim...eu o amava.
Claro que me mantinha calado, afinal Duo era um garoto apenas, um ex-seminarista, que mantinha idéias um pouco "fechadas" em sua mente.
Mas estranhamente algo havia mudado. Não algo estrondoso, apenas algo estava levemente diferente. E eu queria saber o que havia de diferente. Talvez...
Duo não olhava como antes.
Claro que ele me olhava...mas não havia mais aquele leve brilho inocente e perdido, havia algo muito diferente. Cristo! Duo havia não era mais o menino de antes...ele havia simplesmente crescido!
Óbvio que não se cresce de uma hora para outra, mas o brilho em seus olhos me dizia algo que eu não sabia identificar. Algo novo...meio confuso, mas ainda sim intenso.
Ele não era mais um menino.
(¯·..·¯·..·¯)
- Aqui! – Saí correndo da biblioteca quando ouvi aquela voz grave.
- Pensei que tivesse saído. – Ele sorriu e caminhou até mim.
Estremeci como das outras vezes, mas não consegui disfarçar. Abaixei a cabeça e mirei meus joelhos...e percebi que tremiam.
- Eu...eu...estava lendo no seu escritório. – Segurei a ponta da minha trança, enrolando em meu dedo. – Algum...problema?
- Claro que não, americano baka! – Eu me permiti sorrir. Heero só me chamava assim quando estava de muito bom humor.
E sim, eu sei que ser chamado de "americano idiota" não parecia ser algo agradável, mas o sorriso estampado no rosto daquele japonês valia por qualquer insulto.
- Ah... – Suspirei. – Você deve estar com fome, eu vou... – Ele pousou a mão em meu ombro.
- Você não precisa agir como uma dona de casa, Duo. – Corei, mas afastei sua mão.
- E o que eu sou, Heero? – O mirei, magoado. – Eu nem consigo um trabalho... – Segurei as lágrimas.
Eu não estava ali sem trabalho por escolha própria...eu queria realmente trabalhar, mas os incidentes com as meninas histéricas no ateliê do senhor Charlie se espalharam pela cidade e ninguém gostava da idéia de ter um jovem que atraísse confusão...claro que haviam estabelecimentos que me queriam...mas Heero jamais permitiu. "Não são lugares decentes" Dizia.
Eu tinha apenas uma vaga noção que tipo de lugares eram.
- Não se preocupe com isso, Duo. – Ele segurou meu rosto entre as mãos.
- Mas eu queria te pagar por...
- Você paga...todos os dias aqui. – Eu o mirei confuso. – Com sua presença, seu sorriso e sua preocupação. – Não consegui conter as lágrimas, mas sorri.
- Obrigado, Heero.
- Duo, nós podemos conversar depois do jantar? – Eu pisquei, confuso, mas assenti. – Há algo que quero lhe perguntar.
- Claro. – Sorri de forma mais ampla e me afastei, caminhando até a cozinha, enxugando minhas lágrimas.
Aquelas palavras...acho que finalmente eu havia admitido que o amava.
Cristo! E agora? E agora? E agora?
(¯·..·¯·..·¯)
Duo realmente estava bem nervoso e algo me dizia que eu tinha alguma coisa a ver com seu comportamento.
Talvez fosse a história do meu pai.
Suspirei dentro da banheira e decidi que contaria-lhe a verdade. Toda ela.
O jantar transcorreu em um silêncio palpável e eu me sentia muito mal...eu realmente gostava e precisava ouvir a voz doce e a risada alegre dele. Mas Duo havia guardado suas palavras naquela noite e me oferecia somente seu silêncio.
Era assustador.
Ignorei aquele momento horroroso e terminei minha refeição, me sentando em frente à lareira em seguida, esperando que ele me acompanhasse, mas Duo apenas permaneceu de pé, parecendo incerto sobre o que fazer.
- Senta aqui, baka! – Brinquei e ele esboçou um sorriso, sentando ao meu lado.
- Então...o que você queria me perguntar? – Ele me sorriu, mas não era o sorriso de sempre...havia um pouco de medo.
- Hum...deita vem. – Bati em minha coxa e ele pareceu indeciso. – O que há, Duo? Sempre ficamos assim. – O mirei, tentando não parecer chocado ou magoado. E falhei miseravelmente.
- É que...eu...eu... – Coloquei um dedo sobre seus lábios.
- Tudo bem, eu esperava que isso acontecesse. – Passei a mãos pelos meus cabelos.
- O que? – Ele me olhou como eu tivesse ganho mais um olho no meio do rosto.
- A história sobre a morte do meu pai. – Respondi pacientemente.
- Mas não é isso...quer dizer...não nada que... – Balancei a cabeça.
- Fique calado, Duo. – Disse de forma suave. – Se não é isso, o que há? Por que você está tão estranho? Me olhando dessa forma tão diferente? Como se – Toquei seu rosto delicadamente. – É você quem quer me perguntar algo?
- Heero, – Ele cerrou os olhos e respirou fundo. – Como sabemos que amamos alguém?
Cristo!
(¯·..·¯·..·¯)
Ele arregalou os olhos e eu me arrependi da pergunta. Não estava nos meus planos entrar naquele assunto...mas ele estava tão perto, com aquela mão quente em meu rosto...e me olhava de uma forma tão fascinante.
Pro inferno!
Eu ia ter que me confessar e rezar muitas e muitas dúzias de Pai Nosso e Ave Maria.
- Duo, você...acha que ama alguém, é isso? – Registrei vagamente uma pequena pontada de dor em sua voz, mas logo desapareceu.
- Eu não sei...eu apenas penso nessa pessoa sempre...quero estar junto, abraçar..e até mesmo... – Abaixei o rosto, sentindo minhas bochechas esquentarem. – Beijá-la.
- Deus, Duo...eu... – Não tive coragem de olhá-lo, temendo que descobrisse que me referia a ele. – Eu não sei como...apenas...fale com essa pessoa...diga que a ama.
- Mas eu não sei se amo! Eu quero saber como posso descobrir isso! – Sua mão forçou meu queixo, fazendo-me olhá-lo.
- Lembra-se que eu te disse que quando você amasse alguém um abraço ia ser mais que um abraço? Que você iria querer ficar sempre junto e beijar essa pessoa? – Eu assenti. – Você acabou de me dizer que sente essas coisas...então apenas fale para essa garota que você a ama. – Ele suspirou longamente. – Ninguém teria coragem de te rejeitar.
- Não é uma garota. – Murmurei. – É um garoto...um homem.
(¯·..·¯·..·¯)
Deus que me ajudasse a não matar o homem por quem Duo havia se apaixonado!
Quem poderia ser? Bem...o americano não trabalhava, mas havia feito diversas amizades na cidade, tanto que às vezes passava horas conversando com algum rapaz ou alguma menina.
Merda! Merda! Merda!
Meu coração foi duramente pisado, esmagado e dilacerado...que dramático...mais dramático ainda porque era a verdade. Eu não queria admitir naquele momento, mas eu o havia perdido.
Eu havia perdido Duo.
Fosse para um rapaz ou para uma moça...ele nunca iria me amar como eu o amava. Realmente eu era um idiota, Duo me via como um irmão.
Então eu deveria agir como um.
- Duo. – O puxei para perto, abraçando-o. – Não importa que seja um rapaz, o que importa é que você o ama e deve falar isso para ele.
- E se...ele me rejeitar...ele pode não gostar de rapazes e também...
- Arrisque. – Sussurrei o abraçando mais forte. – Se ele não corresponder seu sentimento você pode...
- Eu não quero pensar nisso! – Ele praticamente gritou, afundando o rosto em meu pescoço. – Eu quero...que ele me ame também...quero ser feliz ao lado dele.
Cristo! O mundo era uma grande merda mesmo.
- Fique calmo, sim? – Afaguei suas costas. – Se ele não te quiser eu ainda vou estar aqui para te ajudar a se reerguer.
- Promete? Promete que o que quer que aconteça você vai estar aqui? – Ele se afastou e olhou em meus olhos.
Era aquela a hora. Eu deveria dizer que não poderia prometer porque eu o amava com todas as malditas forças que eu tinha. Mas...eu jamais comprometeria sua felicidade.
- Prometo, Duo. – Sussurrei, fechando meus olhos firmemente.
Dor. Dor. Dor. Era só o que eu sentia. Aquela mesma dor que eu havia sentido há sete anos atrás...eu estava perdendo alguém que eu amava...e mais uma vez eu era covarde o bastante para não fazer nada.
Duo sairia da minha vida...fosse com esse rapaz ou com outro, ele não permaneceria puro e casto para sempre...eu...o perderia.
Aquela constatação me fez soltar um gemido sufocado, na tentativa de conter minhas lágrimas e meus soluços. Eu não podia perdê-lo. Eu precisava dos seus sorrisos, do som da sua voz, de sua presença.
Os soluços escaparam e eu cerrei mais firmemente os olhos, mas um toque hesitante em meus lábios me fez fitar a figura em minha frente.
Céus!
Duo estava me beijando!
Continua...
Céus agora digo eu!
Muito, muito, muito obrigado pelos reviews!!!!!!!!!!!!!!! Nossa...kuase chorei de emoção!
Bem...esse cap vai em homenagem a quem me deixou reviews e a quem lê meu fic...fico toda boba quando recebo elogios como os que recebi!
Espero que tenham !
Bjus!
Arsinoe
