7 – Uma surpresa
Ele abrira a porta, parecia que havia saído do banho, estava com os cabelos molhados, apenas com um short ate a altura do joelho bem folgado e segurava um toalha na sua mão direita, seus olhos se arregalaram quando vira quem estava na sua frente
-KAMUS...
-Boa noite Miro...
-Kamus, como você veio parar aqui?
-É uma longa estória, posso entrar?
Miro não tinha como negar, uma mistura de sentimentos entraram em confronto , quando ele avistou Kamus. Mesmo que Miro tivesse acabado de revê – lo depois de uma semana, ele pode perceber que o amigo estava diferente. Ele não estava tão bem quanto costuma estar no Santuário.
Seu rosto estava pálido, sua camisa rasgada na altura do ombro, por causa da queda que teve, e parecia que a urna de sua armadura parecia mais pesada do que costumava estar. Kamus entrou e logo se sentou, suas pernas não estavam mais suportando seu peso, mesmo para ele sendo uma cavaleiro de Ouro, ficar todos esses dias do jeito que estava , era difícil estar melhor. Miro se sentou ao seu lado e logo, pode perceber que o amigo estava realmente cansado. Mas seu coração ficou bem mais alegre quando ele viu a pessoa de que mais estava precisando no momento
-O que aconteceu Kamus? – ele estava tentando se mostrar sério.
Kamus contou tudo o que havia acontecido, inclusive de ter mentido na carta que enviou aos cavaleiros no Santuário.
-Eu sabia tava na cara que você tava mentindo, por que você fez isso Kamus? – Miro perguntou olhando indignado para o amigo.
-Pois eu queria ficar sozinho, se eu dissesse que não tava nada bem, vocês viriam atrás de mim, e eu queria um tempo para mim.
-Por que um tempo para você? Você nunca foi disso. – Miro não entendeu o que Kamus queria dizer, mas percebia que realmente o amigo estava cansado.
-Eu sei, mas precisava...
-Precisa tanto que ta do jeito que está... – Miro disse fitando Kamus da cabeça aos pés.
O Aquariano não queria dizer nada a ele sobre seus sentimentos, tinha medo do que o amigo poderia dizer ou pensar, ou ainda pior, nunca mais querer vê-lo, sem ele perceber Miro se aproximava cada vez mais, Miro tentava se controlar mas a presença de Kamus ali era inesperada , ainda mais ele estando vulnerável daquela maneira.
-Você esta com fome? – ele perguntou numa tentativa de quebrar aquele silencio incomodo, e tentar abaixar o fogo que estava se formando dentro de si.
-Estou, faz tempo que eu não como direito, essa casa é sua aqui na Ilha de Milo?
-Não, é do meu mestre na verdade, mas não sei por que ele não está na Ilha, perguntei para um morador e ele me disse que há tempos não o vê.
-Ahh... – mas Kamus não parecia muito animado , e nem muito interessando em ficar discutindo sobre o que poderia ter acontecido com o mestre de Miro.
Miro arrumou alguma coisa para eles comerem, mas ele não era aquele "mestre" na cozinha.
-Você não quer tomar um banho Kamus alguma coisa, você ta com uma aparência...
-Bom, se não for incomodar...
-Não, pode ir...é ali em frente...
Kamus foi até lá e bateu a porta. Miro ficou olhando para a pequena cozinha da "casa". Na verdade era uma casinha bem pequena, com apenas um quarto, a sala com um único sofá e uma cozinha com uma mesa pequena , junto com um fogão bem rústico, apesar de tudo faziam com que Miro se sentisse bem a vontade. Uns quinze minutos depois, Miro havia preparado dois omeletes, afinal, era o que ele sabia fazer de melhor.
A mesa já estava arrumada e nada de Kamus sair daquele banheiro... ele pensou em ir ate lá, mas se deteve. "É melhor deixar ele sossegado", dito isso, Kamus abrira a porta. Agora sim estava o verdadeiro Kamus que ele conhecia os cabelos molhados jogados para trás, com um short e uma camisa azul que trouxe do Santuário para sua "viagem", estava mesmo com a aparência faminta.
-Não sei se está tão bom... – Miro comentou quando se se sentaram à mesa
-Quando se esta com fome, qualquer coisa vai.
Kamus comeu com gosto, sua aparência já estava bem melhor, mas eles não trocaram nenhuma palavra enquanto comiam. Miro estava aparentemente nervoso com a presença de Kamus ali...mas notou perfeitamente cada movimento do francês, Aquario era sensual ate na hora de levar um garfo a boca.
-Bom Miro, obrigado por tudo mas...eu já vou.
-Para onde? Kamus você esta exausto, como eu poderia deixar você dormir ao relento novamente, não, você vai dormir aqui.
-Obrigado Miro, mas...
-Não adianta, você vai ficar aqui e pronto Kamus de Aquário...
-Mas...aqui nem tem espaço direito.
-Olha, como você esta mais cansado, dorme na minha cama que eu durmo aqui no sofá.
-De jeito nenhum...você é praticamente dono da casa, e eu durmo aqui no sofá.
-Não...eu durmo...
Pronto mais uma discussão, como poderiam ser diferentes e chegarem a se amar? Ficaram nessa implicância até que Kamus cansado não resistiu mais.
-Tá bom...ta bom...eu durmo na sua cama então...mas não quero incomodar.
-Você não me incomoda... "Pelo contrario" - ele pensou.
Miro pegou seu travesseiro, seu cobertor e deitou no sofá... mas o quarto não tinha porta, portanto era possível ver todos os movimentos de Kamus ali dentro.
Ele ficou ali deitando um tempão, pensando que o amor de sua vida estava ali a menos de meio metro de distancia. Kamus dormira rápido, ao contrario de Miro que apenas observava o corpo perfeito do cavaleiro de Aquário. Kamus era lindo dormindo, possuía um corpo muito bem modelado, Miro não estava resistindo mais, tinha que ao menos tocar nele, para ter certeza de que não estava sonhando, ou melhor poder sentir aquela pele que a tempos não sentia.
Miro levantou – se cautelosamente e se sentou na cama onde Kamus estava ao seu lado, passou levemente seus dedos sobre a face do talvez futuro amante, e em seguida desceu para seus cabelos, sentiu sua respiração aumentar e Kamus tremer ligeiramente, parecia que não estava completamente adormecido ainda. Miro ia se levantando quando sentiu algo o segurar pelo braço, ele se virou e viu os olhos de Kamus bem abertos, não estava dormindo como suspeitou. O francês deu-lhe um puxão e antes que Miro pudesse de segurar, estava sobre Kamus, sobre aquele corpo quente , que apesar do cosmo frio, não era nada frio.
Miro o olhou nos olhos sentindo Kamus escorregar suas mãos pela sua cintura. Escorpião não se segurando mais, o beijou, num beijo brusco, mas com amor. Kamus não demorou para entreabrir seus lábios e permitir que Miro fizesse o mesmo.
