Observação1: Os personagens de Cavaleiros do Zodíaco ( Saint Seya ) não me pertencem. Yong Li é material ficcional de minha autoria.
Observação2: Yong Li e os nomes que utilizo para os personagens 'extras' são de minha autoria. Já ouvi alguns nomes usados para Máscara da Morte, mas este em particular é de minha autoria.
Observação3: Alguns detalhes e argumentos foram idéias generosamente doadas por Nana Pizani, colaboradora, crítica, camarada das minhas escritinhas despretensiosas.
A Gênese
Capítulo 8
O Vale da Morte
- Aioria, não faça isso.
- Pelo amor de Deus, Aioria. Saori é uma criança. Deixe ela dizer o que quiser por enquanto, depois nós mesmos vamos forçá-la a entregar a armadura pra você.
- Shaka, Mu, sinceramente, vocês acham que depois de colocar a minha armadura o Fênix vai tirá-la?
- Não interessa. Se Athena der a ordem...
- Se eu não vou obedecer à Athena, porque ele obedeceria?
- Aioria, porque não conversa com ela?
- Eu? Conversar com Saori? Pra quê? Ela não conversou comigo antes de decidir que eu não podia vestir minha armadura. E eu não vou perder tempo conversando!
- Ikki é orgulhoso, não o enfrente, por favor.
- Quer que eu ajude ele a se vestir?
- Não lute com ele, convença-o.
- Ele quer a armadura. Não vou dá-la.
- Desista, Mu. Vamos assistir a uma tragédia hoje.
- Aioria, onde está Yong Li?
- Na arena. Com Ishiro.
- Trouxe o menino para ver você morrer? Ou matar alguém?
- Ele vai ter que aprender cedo a lidar com sua deusa cheia de vontades e com cavaleiros pelo que quer.
- E Li, o que acha?
- O mesmo que vocês, por isso não a ouvi. Li está pouco se lixando para mim ou qualquer coisa. Ela que volte para as montanhas e fique lá suspirando por Shiryu.
- Está querendo se matar para mostrar a Li o quanto você é forte e másculo?
- Não.
- Você é incrível, Aioria! Nunca se morreu por tão pouco no Santuário.
- Vocês acham que eu vou morrer? Que eu não posso derrotar um cavaleirinho de bronze?
- Esse não é o ponto.
- Não é mesmo. – Horemheb aproximou-se. – Nosso herói vai matar ou morrer para mostrar para chinesinha que ele é melhor do que Shiryu. Uma pena que Saori não deu a armadura de Leão para ele, não é, Aioria? Ia adorar matá-lo na frente da Li.
- Vocês me julgam um covarde, um cretino. Não vou matar um homem ou morrer pelo amor de uma mulher que não me quer – ele baixou a cabeça. – mas também não importa. O que importa é manter aquilo que sempre foi meu. Meu primeiro amor, esta armadura.
- Aioria, por deus, não faça isso. Sabe o que está plantando? Se nós nos indispusermos com os cavaleiros de bronze, que foram fiéis à Athena antes de nós, vai haver uma guerra interna aqui. Já pensou no que ela pode decidir?
- Deixa eu adivinhar: será que ela poderia decidir tomar minha armadura e dar ela para um cavaleiro de bronze? O Ikki, que tal parece? Será que ela faria isso? Não! Essa não é a Saori que conhecemos! Seria capaz a nossa deusa de fazer tamanha injustiça? Será?
- Sabemos que está magoado, nós entendemos...
- Entendem mesmo? Acho que não.
- Aioria, espere, por favor.
- Eu não vou ficar assistindo a Saori desmoronar a minha vida, fazer pouco de nós, que guardamos este Santuário quando alguns dos cavaleiros de bronze nem tinham desmamado, eu não vou deixar ela tomar posse da minha vida como bem entender. Eu sou o cavaleiro de Leão, Aioros me deu essa armadura e ninguém vai tirá-la de mim, ninguém!
- Bem, se é assim que pensa, nem eu, nem Shaka, nem ninguém vai pode ajudá-lo.
- Eu não preciso de ajuda. Posso com Ikki e com quantos cavaleiros a deusa puser entre mim e minha armadura.
Quando chegou a Arena, onde tinha marcado de se encontrar com Saori, já havia uma pequena aglomeração. Aioria não havia esquecido em duas semanas o que fora toda a sua vida; ele costumava dizer que 'fizeram a acrópole redonda para as fofocas circularem melhor.' E era difícil manter qualquer coisa que fosse em segredo. Cavaleiros, amazonas, Marin... ela atirou-se contra ele com tanta força que ele pensou que ia cair. Ela levantou a máscara e beijou-o apaixonadamente, parando aos poucos ao perceber que os lábios do seu amante não ferviam mais de desejo como no passado. Era uma boca sem gosto, sem calor, sem nada. Furiosa, ela olhou em volta, ignorando Aioria, até achar Yong Li, próxima das grades, com Ishiro no colo, os longos cabelos rosa mate presos no topo da cabeça e amarrados numa trança à moda dos monges do Dragão.
- É ela, não é, Aioria?
- Ela quem?
- Quem? A mulherzinha!
- Ah, Li. Não, ela não tem nada com isso.
- E por que você está assim?
- Querem tirar minha armadura, acha pouco?
- Acho. Para você não me beijar...
- Esquece a Li. Eu não gosto daquela mulher. Ela é azeda, triste e pretensiosa.
- Pode ser, mas ainda assim, estarei aqui com Ishiro. – Li parecia ter surgido do nada ao lado dele.
Telecinese. Uma grande e perigosa idéia.
- Você estava aí, Li?
- Acabei de chegar. Em tempo de ouvir o que pensa a meu respeito.
- Li, eu...
- Eu vim trazer Ishiro, porque ele queria desejar boa sorte. Saori está vindo.
- Li, eu...
- Pai, a sinceridade é uma virtude a ser cultivada, mas até para ser honesto tem hora!
- Ishiro...
- Só espero que não morra agora, Mestre Aioria... – o menino resmungou. Estendeu os bracinhos para Li, querendo colo.
- Só espero que não morra, Aioria... – ela repetiu as palavras do menino.
Saori aproximou-se de Aioria. A tensão era tão grande que parecia uma nuvem negra.
- Estou muito feliz de vê-lo já de pé, Aioria.
- Eu nunca estive caído, Athena.
- Eu tomei uma decisão muito difícil. Você está doente e para poupá-lo, o Ikki vai usar sua armadura. Temos que estar de vigia em tempo integral. Não posso abrir mão de nenhuma armadura. Até que você esteja completamente recuperado eu...
- Eu já estou plenamente recuperado e ninguém vai precisar se 'sacrificar' para me poupar usando a minha armadura.
- Aioria...
- Você devia ouvir Athena e ser menos soberbo, Leão.
- Você é que não devia se meter, Ikki.
- Não vê que Athena está pensando em você?
- E, que sorte a sua, ela pensar em mim beneficia você...
- Não preciso da sua armadura. Eu, Seya e os cavaleiros de bronze já provamos que podemos derrotar vocês, mesmo com armaduras de bronze...
- Ikki, Aioria, esta não é uma questão de quem é melhor ou pior, mas de quem está ou não em condições de saúde próprias para defender o santuário em caso de ataque.
- Estou tão em condições que eu poderia arrancar a cabeça do Ikki sem dificuldades, Saori Kido.
- Deixe ele tentar, Athena! Eu não bato em gente doente, mas se ele me provoca...
- Eu mato você!
- Você já disse isso antes e estamos todos vivos!
Punhos ergueram-se para combate. Saori baixou-os com o báculo.
- Ninguém vai matar ninguém aqui. Isto não é uma luta!
- Eu não vou dar minha armadura para ninguém!
- Então vamos ter de tomá-la.
- Só se for dos restos do meu corpo, quando eu morrer.
- Isso pode ser providenciado.
- Chega! Eu tomei uma decisão e todos vão acatá-la porque é o melhor para o Santuário e para saúde de Aioria!
- Eu não acato ordens em que não acredito!
- Eu faço você acreditar em Athena, Leão, seu atrevido! Com dois ou três golpes te boto no chão e mostro como você está fraco!
- Tente, então!
Aioria deu um empurrão em Saori, para afastá-la do meio da arena. Levantou os braços para um golpe quando sentiu os ombros pesados como chumbo. O demônio da sua doença avançou com um raio por dentro dele, suas pernas enfraqueceram, deu dois ou três passos para trás, passos que para ele pareceram uma jornada até o outro lado do mundo, e sentiu a dor consumi-lo como um fogo, ardendo suas entranhas, até seus joelhos tocarem o chão. Ikki, que aprendera muito bem em sua vida o que era dor, sabia reconhecê-la num semblante quando a via, e viu, em Aioria, a dor, misturada com orgulho ferido e amor rejeitado, todas aquelas dores que Ikki já experimentara; abaixou-se e tocou levemente no ombro de Aioria, que num esforço, o último que faria em um longo período, repeliu-o:
- Tire suas mãos imundas da minha armadura, urubu! Espere eu morrer, pelo menos.
Furioso, Ikki recuou, tropeçando em uma fantasmagórica Yong Li.
- Ikki, não... por favor... por favor... não...não é com você... eu juro, não é você... ele não está bem... por favor...
Ikki tremeu. Olhos de Li. Olhos de Esmeralda. A mesma súplica. Sempre os mesmos pedidos de socorro.
- Faça alguma coisa por ele, Li. – ele sussurrou. – Se você não puder, ninguém vai poder...
Li só teve tempo de colocá-lo nos braços, ante olhares petrificados de todos em volta, para ouvi-lo gemer:
- Eu menti, Li. Você sabe o quanto eu amo...
Fechou os olhos.
- Satisfeita, deusa Athena, a sábia? – Li gritou. – Criou uma guerra num lugar que estava em paz, jogou seus cavaleiros um contra o outro, e agora você conseguiu! Agora ele está irremediavelmente doente!
- Eu só queria a paz!
- Não conseguirá a paz com a guerra, Saori. Isso é elementar até para alguém muito burro!
Li acariciou o rosto branco e sem vida de Aioria, o cabelo quase loiro, fino, colado ao rosto pelo suor da doença maldita. Tocou na armadura dele e suspirou uma palavra que ninguém pode ouvir, mas ao pronunciá-la, toda a armadura de Aioria saiu de seu corpo e montou-se novamente. Li apontou a caixa que Aioria deixara num canto da Arena e a armadura colocou-se dentro dela. Trouxe a caixa para perto de si com telecinese, e disse a Kiki:
- Guarde-a. Ninguém a vestirá enquanto Aioria viver.
Kiki olhou para Saori, mas Saori só olhava, olhos arregalados, para Aioria no chão. Achou que aquilo era suficiente para significar "tudo bem", e admitiu cuidar da armadura de Leão.
- Buda iluminado, Mu. Você consegue fazer isso?
- O que, Shaka?
- Dominar uma armadura?
- Sou ferreiro, não sou?
- Quer dizer que você pode me despir com olhos, como Li fez com Aioria?
- Posso. Com um pouco menos de facilidade, mas posso.
- Podemos ajudar Aioria. – Saori disse, a voz bem menos alta do que em uma ordem.
- Não precisa. Eu o levarei para o hospital com telecinese.
- Queremos ir.
- Podem ir onde quiserem, eu não posso impedir. Mas eu o levarei.
- E nós vamos com você. – Shaka trazia Mu pela mão.
- Eu agradeceria a sua companhia, amigo.
- Eu... Eu posso ir junto? – uma voz, conhecida, quase que um veludo, acariciou os ouvidos de Li.
- Nesta dor só você seria um bálsamo para o meu coração, Shiryu...
- Shiryu, eu tenho medo.
- Gosta dele, Li?
- Ah, Shiryu, se eu soubesse respostas para tudo...
- Achei que eu fosse morrer envenenado pelo ciúme...
- Eu sei o que é esse gosto, dragão, o ciúme bem se assemelha ao veneno em gosto. E em efeito também, muitas vezes...
- Está tão preocupada com ele...
- Ele confiava em mim... e nas ciências das montanhas e dos Dragões... e tudo o que eu pude fazer foi carregá-lo mais depressa para o hospital... este lugar onde ele não queria estar...
- Li, seu poder é magnífico, eu vi ele crescer pelos anos e sei disso, mas você não é Deus.
Li abraçou-se à cintura de Shiryu o mais forte que pode. E ela era tão pequena, tão fraquinha. Dohko sempre dizia que um vaso fraco não suporta bem um conteúdo forte. E Li não podia ser um vaso fraco... mas parecia tão desprotegida... tão pequena e inocente...
- Senhorita Li, está aí, que bom. – O jovem médico que os atendera na casa de Shaka.
- O que ele tem, doutor?
- Não tenho boas notícias, Li.
- É muito grave, doutor? – Shiryu perguntou, assustado com a expressão de horror nos olhos de Li.
- É. Ele não se alimentou direito, bebeu, e desencadeou uma crise, forte demais. Ele perdeu o controle das funções respiratórias. Tivemos de entubá-lo.
Shiryu segurou Li, que tremia em seus braços como se fosse quebrar.
- Ele não está morto, está Doutor? Ele vai... ele vai viver, não vai?
- Ele precisou receber heme e glicose. A equipe está otimista. Teve sorte, porque há pouco tivemos um caso de porfiria aqui na clínica, todos nós fomos bem orientados e treinados, identificamos rápido o caso dele. Infelizmente não podemos prever as crises. Avisei que alguns comportamentos podiam desencadear crises: só não imaginávamos que ela viria com essa força.
- O que se pode fazer agora?
- Rezar. Muito. E esperar que as lesões nervosas não sejam graves demais. Os exames serão feitos, mas a princípio a equipe acredita que assim que passarem os efeitos da medicação ele será capaz de retomar o controle das funções respiratórias, e estaremos em caminho de controlar totalmente a crise. Depois, o tempo dirá. Mas estamos otimistas porque a informação que tínhamos se comprovou: ele tem boa saúde, mas está enfraquecido pela doença.
- Eu sabia! Eu disse tanto a ele que comesse melhor, que se cuidasse e que não fosse até a Acrópole... eu disse! Ele não ouve ninguém... ninguém!
- Calma, Li, não foi culpa sua. O Aioria sempre foi orgulhoso demais e tudo aconteceu tão de repente...
- E eu fui inútil! Uma bruxa curandeira...
- Eu sugiro que vocês todos se acalmem – o médico era suave e brando, mas sustinha aquela inevitável expressão séptica, branca, que todo o médico tem, independente da tragédia que anunciam. – Podem ir para casa trocar de roupa e descansar. Ele não vai acordar tão cedo, e vocês não podem entrar na UTI.
- Eu vou para casa, Shiryu! – Li soluçou de encontro ao peito dele. – Eu preciso ver meu mestre... se o mestre Wang não souber o que me dizer, ninguém vai saber.
Li esqueceu qualquer coisa a sua volta e fez o caminho telecinético de volta às Montanhas. Em minutos estava, outra vez, na Sala da Oferenda, onde ficava uma base para as velas e as jarras com lírios. Olhou atrás de si e viu os 40 monges do Templo central, e Mestre Wang liderando seus discípulos. Atirou-se me lágrimas ao colo do velho que, em última instância, foi o mais próximo de pai e mãe que Yong Li conhecera.
- Mestre! Ele vai morrer!
- Que assim seja, se for o destino das coisas. Não cabe a Li decidir pela vida de Aioria, mas as lágrimas de pérolas que a filha dos Dragões chora são um rico presente ao jovem cavaleiro...
- Um presente para enfeitar-lhe o túmulo...
- Um presente para enfeitar-lhe a alma, Mestra. Mas eu não deveria estar ensinando você como a são as coisas... não outra vez, você é a mestra e devia ensinar aos moços – ele apontou para os monges ao fundo, os muito jovens – as lições que eu lhe ensinei. Que pensarão os jovens vendo que a morte – esta que é mais natural das ocorrências da vida – deixa a Mestra em tal estado? Nós, que ensinamos a serenidade e o equilíbrio e nos desesperamos com a morte?
- O Mestre está certo. Eu talvez seja indigna da minha posição de Mestra dos Dragões.
- Ninguém parido do fogo, filho dos Dragões, pode ser indigno deles.
- Eu farei jejum por hoje, mestre. E pedirei que os espíritos dos dragões me tragam respostas, ou ao menos alívio para a dor da dúvida.
- Faz bem. Jejue e ore. Acenda os incensos e encha as jarras de água sagrada e acenda as velas, uma por uma, com o cabo do incenso de lavanda, medite em silêncio e aguarde os desígnios dos Dragões.
- Sim, Mestre Wang.
Li passou a noite em vigília, joelhos no chão, ante as velas dos dragões. Não conseguia meditar, apenas remoer, cada uma das pequenas desgraças de sua vida até ali: ser órfã, amar Shiryu e vê-lo partir, não poder salvar Aioria, ter de abandonar Ishiro... chorava sem saber o que pedir aos espíritos do Dragão. Abriu os olhos e viu, diante dos seus olhos, um imenso dragão dourado.
- Você veio?
- Aioria morreu.
- É mentira.
- Treme e chora, porque em seu coração sabe que é verdade.
- Não... diga-me que é mentira!
- Ele ascende ao mundo dos mortos, segue pelo vale com as sombras.
- Não... não...
- Ainda há tempo. Vá tomá-lo pela mão, trazer de volta aos vivos.
- Mas como?
- Leve a jiàn com você. Use-a para abrir as sombras. Canta a canção sagrada dos dragões e leve a coragem com você... estaremos aqui... vá, filha dos Dragões, vá...
Li subiu os vale triste de sombras. Atirou a espada longe, com toda a força do seu braço, como um bumerangue, a espada cruzou o longo vale e voltou às mãos de Li, o caminho enevoado feito claro como dia, dissipado pela lâmina de titânio da espada. Seguiu, pezinhos pequenos e vacilantes pelo vale de uma trilha pequena, o Mestre Wang dizia que a trilha da morte é estreita, porque estamos sós quando morremos. Aí, os olhos molhados de Li viram Aioria. Ghritou pelo nome dele, uma, duas, três vezes, mas ele não olhou para trás. Correu até ele, mas seus pés pequenos não eram rápidos como as pernas longas, firmes e pés grandes de Aioria.
- Aioria, sou eu, Li...
Ele virou-se ao ouvir o nome dela. Uma tristeza infinita sulcava os olhos dele, abatido e magro, a única coisa que a lembrava do Aioria que conhecia era o mar de verde dos olhos dele, um verde tão soberbo que empalidecia as árvores e a grama.
- Por que eu devo ficar?
- Se não houver melhor motivo, fique por Ishiro... fique por mim...
Deu a mão para ele e desceu o caminho de volta.
Um grito acordou o Templo. Ao lado de Li, que suava frio, Mestre Wang.
- Mestre! Eu tive um sonho...
- Não, os dragões estiveram aqui. Lao-t'ien-ye, senhor do Céu, concedeu grande favor a jovem Li.
- Então ele morreu?
Li ouviu uma voz falar dentro de sua cabeça. Shaka.
- Li, Aioria teve uma parada cardio-respiratória. O médico diz que é grave, acha que ele não passa de hoje. Vem.
- Mestre! Mestre! Você ouviu? Essa voz, essa voz na minha cabeça!
- O destino chama Li. Você foge ou vai, mestra dos Dragões?
- Mestre, me dê forças!
- Leve a jiàn. E não te esqueças: você já andou no vale dos mortos.
Continua...
Comentários:
Amy & Nana: Ahhh! Eu vou MORRER de saudades da Nana!
E Amy, não fique triste com o esculhamba do Aioria para os meninos de bronze, não. Eu sempre imaginei que, se eu fosse um cavaleiro de ouro, ia ficar magoada com a preferência rasgada da deusa pelos cavaleiros de bronze, mais inexperientes e talvez mais fracos. Claro que o Aioria, Leonino, é orgulhoso e cheio de vontade; e como dois bicudos não se beijam, provavelmente ele e o Ikki teriam problemas de relacionamento... quanto à Li, acho que ela não defendeu o Shiryu porque estava muito mais assustada ( e preocupada ) com o que poderia acontecer com Aioria doente do que com a honra de Shiryu. Além do mais, é parte da filosofia de vida da Li não usar seus poderes para exibição e/ou medição de forças, então nada mais natural do que ela não se importar com as manhas do Aioria, já que esse tipo de 'gradação' de poder não é interessante para ela. E pode deixar: tirando a egüinha-pocotó alada do Seiya, eu AMO DE PAIXÃO todos os cavaleiros de bronze... depois do Shiryu, meus favoritos eram Ikki e Hyoga ( eu sempre achei que eles tinham uma queda um pelo outro até a bendita cena em Shun e Hyoga 'se esquentam' no santuário... ) .
Eloarden Dragoon: Poxa, você magoou meu coraçãozinho! Eu AMO o Shiryu, tenho vários ursinhos de pelúcia com esse nome... ele sempre foi meu personagem favorito! Mas tudo bem, o que seria do rosa se todos só gostassem do amarelo? Quanto ao Aioria, ele é mesmo um fofo... também acho que Saori não devia dispor da armadura dele assim. É uma condição humilhante para ele, como cavaleiro e como homem mesmo. É como se você fosse demitido por ter pego uma gripe. Só lamento porque agora você vai ficar mais aflita com a doença do Leãozinho! :(
Eu também fico triste de maltratar ele! E fico feliz que você tenha gostado do 'Horemheb'. Eu realmente nunca consegui ver o Máscara como italiano!
Elindrah: Eeeee! Que bom que você conseguiu comentar. Fico feliz que tenha gostado, os diálogos realmente são mais trabalhosos, porque você tem que 'criar' identidades para os personagens que sejam facilmente identificáveis. O que mais me enerva em certas fics é que você lê a parte em prosa, lê os diálogos e simplesmente só consegue distinguir UM personagem: a pessoa que escreveu. Poxa, assim não dá! Não se preocupe em comentar sempre: eu gosto de comentários espontâneos, só quando se tem vontade. O importante é que estão lendo...
Mikage-sama: Olá! Que bom que você gostou da parte cômica do capítulo: é algo que vai demorar a se repetir, porque estamos entrando numa fase sombria! Mas eu acho que todos vão se divertir assim mesmo!
Aos leitores que não se manifestam, OBRIGADO ASSIM MESMO! Eu sinto vocês aí! Valeu pela força: nem tudo precisa ser dito.
