Observação1: Saint Seiya e seus personagens originais não me pertencem.

Observação 2: Yong Li, Horemheb e Ishiro são nomes originais cunhados por mim.

Comentários da Autora: Gente, reparei que a descrição da 'Gênese' é muuuito fraquinha e bem 'resumida' em relação com a estória... alguém tem sugestões para mudá-la? Vou ver se faço alguma coisa com ela e vocês me dizem se gostam, ok? A tia Joyce Verlaine já tem uma pá de capítulos prontos, então sejam bonzinhos e continuem lendo que eu prometo ALTAS reviravoltas daqui para frente! Ah, eu fui pega pela coqueluche Mushakista e os próximos capítulos terão algo disso... ih! Chega! Já falei muito! Aguardem o capítulo 11: revelações EXPLOSIVAS!

Beijocas e saudações!


A Gênese

Capítulo 10

O Pedido

- Ele definha dia após dia, Mestre Wang... não pode haver crueldade maior entre os deuses... ele está tão magro... tão fraquinho! E o médico fala de paciência... eu não tenho mais paciência, porque a minha paciência foi envenenada pela dor... a dor consome meus dias, como a doença consome os dias de Aioria...

- Os deuses são sábios, Yong Li. E não dariam a ninguém um fardo maior do que poderia carregar, compreende, filha?

- O que fazer, Mestre, o que fazer? Repito essa pergunta todos os dias... é como se fosse um mantra, todos os dias, todos os dias e não há resposta.

- Me responda, Li: já viu crianças ocidentais com os pais delas na rua?

- Já.

- Quando estão em parques ou lugares para comprar coisas, o que fazem?

- Pedem aos pais que comprem coisas para elas. Doces, brinquedos...

- E os pais, o que fazem?

- Compram, quando podem...

- Por que?

- Porque amam seus filhos, imagino. Querem vê-los felizes...

- E você, Li? Quantas vezes pediu algo aos seus pais?

- Eu sou órfã.

- Não diga uma coisa dessas! Grande indignidade a sua dizer isso, jovem Mestra Li! Você é filha dos Dragões!

- Meus pais nunca me concederam pedidos, porque eu nunca os fiz, como você mesmo me ensinou: pedir menos, agradecer mais.

- E você fez certo. Agora é a hora de pedir. Peça aos seus pais aquilo que você não pode fazer só.


- Senhorita Kido.

- Doutor Cheng.

- Ele está melhor. Ontem, depois que a senhorita Li deixou a clínica, notamos alguns sinais vitais nele. A enfermeira disse que viu o dedo mexer. Pode não ter sido nada, mas acreditamos que isso possa ser um sinal de que ele logo sairá do coma.

- Já avisou mais alguém?

- Não, apenas a senhorita.

- Então não avise ninguém. É melhor que ninguém tenha falsas esperanças.

- Como a senhorita preferir.


- Horemheb, o que é isso?

- É uma cítara, não conhece?

- Não tinha vista uma tão pequena antes...

- Sabe tocar?

- Acho que sim, se as cordas funcionarem como as da Konghou ou da Guzheng, acho que posso tocar...

- O que é isso?

- Claire de Lune, Claude Debussy.

- Lindo. Não sabia que você era tão ocidental assim...

- Bobo. É que tem a partitura aqui.

- Você é cheia de talentos...

- Horemheb, pedi aos meus pais dragões pela vida de Aioria.

Máscara da Morte ficou sério, fitando os dedos pequenos de Li dedilharem a cítara em movimentos rápidos, a melodia linda invadia a casa de Câncer como uma nuvem de luz entre as paredes milenares.

- O que eles disseram?

- "Aguarda a vontade dos Dragões, que antes da mudança de estação os teus pedidos terão resposta: positiva ou negativa."

Ele acendeu um charuto e se recostou em uma das colunas, olhando a lua alta.

- É um bocado vago...

- É, eu também achei, mas Mestre Wang acha que eu estou ansiosa demais.

- Quem não estaria? Foram os três piores meses da minha vida.

- Da minha também...

- Eu já matei muitos, Li... mas nunca vi ninguém agonizar por tanto tempo... é algo de que vou me lembrar em batalhas no futuro: não há misericórdia maior do que uma morte rápida...

- Horemheb... me diga uma coisa.

- O que?

- Quando muda a estação?

Ele ficou sério, pensando.

- Depois de amanhã começa a primavera, Yong Li.

Ela deu um longo suspiro.

- Então saberei logo o que meus pais me reservaram.


- Bom dia, Shaka. Como está o meu menino?

- Mu pode responder.

- Mu?

- Ele é ótimo, Li. É das crianças mais espertas que já treinei. Você deu a ele um senso de disciplina notável. Até a Dança dos Monges ele aprendeu...

- É uma dancinha de gay.

- Ishiro!

- Foi Mestre Horemheb que disse e eu concordo, eu morro de vergonha de alguém me ver dançar aquela dancinha de menina, com leque na mão, isso é muito feio, mãe!

- Como sempre, você se permite ser tolo, Ishiro. Me envergonho eu de treiná-lo às vezes, e de ensinar para você, que é tão ignorante e ingrato, a sabedoria dos Dragões.

- Desculpe, mamãe, mas é uma dancinha infame!

- Você acha?

- Sim, senhora.

- Chame Shiryu lá embaixo, por favor, Ishiro.

A criança gritou para Shiryu que passava distraidamente pela Arena com Dohkho. Ele voltou correndo, enfeitiçado pelo vermelho das roupas de Yong Li, a despeito do olhar de gele de Dohkho. Ele e Li não tinham o mais cordial dos relacionamentos, embora ele a respeitasse pelos seus poderes, temia-a pela sua influência com Shiryu.

- Me chamou, Li?

- Lembra-se da Dança dos Monges?

- Sim, claro.

- Ishiro acha que é uma dança para moças, por causa dos leques.

- Sério?

- Pode dançar comigo?

- Se eu ainda me lembrar dos passos... vamos começar com os leques, não é?

- Vamos.

Ela deu a Shiryu dois leques e apanhou dois leques para si. Dançaram, lenta e metodicamente, cada um dos passos do balé: abaixa, levanta, gira, os leques se tocam, os parceiros giram ao redor um do outro, uma dança delicada e coreografada como convém aos chineses. Então, quando a dança acabou, ante bocejos chateados de Ishiro, Li sugeriu:

- Que tal agora não usarmos os leques, Shiryu?

- Por mim tudo bem.

Ela deu a ele uma foice de ouro e uma espada de titânio. Tomou para si uma machadinha de aço e sua espada.

- Mais rápido um pouco, quem sabe?

- Bem mais rápido, Li.

De olhos arregalados, Ishiro viu a mesma 'dancinha gay' ser dançada, só que muito mais rápido e com foices, machadas e espadas no lugar dos leques. O barulho metálico chamou a atenção dos outros cavaleiros, que botaram a cabeça pelas portas de suas casas para ver melhor a dança.

- Aí está, Ishiro. Esta é a última coisa que lhe ensino. Vejo que não aprecia meus métodos.

- Mãe... – o menino gemeu, olhos cheios d'água. – Não seja má...

- É a segunda vez que duvida do que eu faço.

- Mas, mamãe...

- Sinto muito, Ishiro, o treinamento dos Dragões é secreto e eu só lhe ensinei o que sabia porque você é meu filho. Mas não vou mais dar a você um ensinamento no qual não acredite. Não deveria ser preciso eu provar para você o que estou fazendo: você devia confiar em mim.

- Desculpe, mamãe... a senhora tem razão: sou indigno do treinamento dos Dragões.

Li tomou o menino nos seus braços, acalentando-o como a mais amorosa das mães faria. Sempre tinha medo de si mesma quando percebia o quanto amava Ishiro. Não era normal. Ishiro não era uma criança comum...

- Gostaria que a mamãe levasse você para conhecer a Montanha do Dragão?

- Sim, mãe! Você faria isso por mim?

- Claro que sim...


- Shaka, acorda!

- O que é, Mu?

- É Aioria!

- Ele está...

- Ele acordou!

- Por Buda! Onde está Li?

- Na Montanha dos Dragões com Ishiro.

- Precisamos avisá-la...

- Depois, Shaka! Temos de ir vê-lo... ele acordou e não tinha ninguém lá!

- Mas e Horemheb? Hoje não era dia dele estar lá?

- Ele brigou com uma enfermeira que o pegou fumando ópio na varanda e estava dormindo na calçada quando avisaram para ele...

- Isso é bem a cara do Máscara da Morte...

- Isso não importa, Shaka! Ele está vivo!

- É verdade! E Athena?

- Ligaram para ela do hospital... já deve estar chegando lá... mas você não acha que Saori é a última pessoa que Aioria gostaria de ver?

- Penúltima. A última seria Ikki...

Continua...


Nana: Não, não fico chateada pelos capítulos demorarem... suspense é a alma do negócio! Talvez você só leia isto na volta, então: BEIJOS, SAUDADES, tenha uma ótima viagem!

Eloarden Dragoon: Sim! Nem o coma deixa Aioria, fofo-mor, menos gostoso e gato! E pode pular agora, HE IS BACK!! Eeeee! Que bom que as pessoas amam Horemheb. Eu tinha muito medo da rejeição dos leitores: afinal, Máscara da Morte é italiano e já tem um nome tradicional assumido em várias fics. Que bom que gosta dele, eu adoro escrevê-lo!

Mikage-sama: Eu te vi onnnnn!!! Ah, que emoção! A pobre tia Joyce aqui nunca usa o MSN, e quando usa, PIMBA! Encontra a moça online!

Amy: Pode deixar moça que eu cuidarei com carinho e dedicação para que seu pai seja cada vez mais meigo e FOFO! E prepare seu coraçãozinho para fortes emoções...

Perseus Fire : Sim, eu sou cruel e malvada e deixei Aioria em coma três meses – mas foi por um bom motivo! Agora vocês podem começar a sonhar com uma recuperação do Leão, mas muitas coisas vem por aí. Estou contente que você goste da fic, eu li um pedacinho da sua, é muito bem estruturada! Preciso continuar a ler para postar um review decente... assim que der eu farei, tá?


A galera que está sempre por aí: obrigada, crianças! Continuo grata a sua leitura, ainda que sem comentários e entendo que meus dedinhos nervosos atualizam mais rápido do que vocês conseguem ler... ( desocupada em férias, me aturem, por favor! ). Obrigada por tudo.