Capítulo 3: O Outro Lado
O tempo passara voando, já fazia uma semana que a amazona de águia estava separada de seu namorado. Enquanto ela vivia uma história pra lá de romântica, perigosa e secreta com Afrodite de peixes, o cavaleiro de leão parecia muito distante com seus pensamentos, em outro lugar, ou melhor, em outra garota.
O leonino estava tomando seu típico banho matinal quando lhe veio uma terrível preocupação, que não tinha pensado antes, como iria explicar a sua namorada que aquela separação era definitiva e não por pouco tempo como afirmara. Mas claro que logo criaria coragem e falaria com sua ex-companheira, não queria dar falsas esperanças a sua antiga amante.
Toda essa reviravolta em sua vida acontecera depois que ele começou a treinar seus novos discípulos, perto daquela pequena vila, chamada Telenkes, que possuía trezentos habitantes.
Lembrou-se como se fosse hoje, foi no segundo mês de treinamento que conhecera a garota pela qual se apaixonou perdidamente a primeira vista, o rapaz pensou que isso nunca aconteceria, porque amava Marin, tudo aquilo o deixou confuso.
O sol escaldante do inicio da tarde estava terrível, a temperatura fora a mais quente registrada naqueles últimos meses, somando com o treinamento árduo que fizera seus discípulos praticarem naquela colina, aumentou o desgaste de ambos. Olhando para seus dois aprendizes lembrou-se que não tinham comido nada desde de manhã cedo, então resolveu ir até a pequena cidade para comer algo com os dois rapazes. Caminhando alguns minutos, finalmente chegaram em um restaurante simples, porém sua comida era conhecida pelas redondezas como a melhor da região, o dono do estabelecimento tinha um papel importante no vilarejo. Muitos o consideravam o prefeito do lugar, pois ele que resolvia os problemas que surgiam com pulso de ferro. Entraram no estabelecimento, chamando atenção das pessoas que comiam, por causa das suas vestimentas. Os guerreiros sentaram-se numa mesa bem perto de uma enorme janela de vidro.
Enquanto isso, uma moça de cabelos longos observava curiosamente o cavaleiro de leão, esta estava ajudando seu pai, dono do estabelecimento, a servir os clientes, que não paravam de chegar.
- Filha! O que houve? Por que está olhando tanto naquela direção? – O pai preocupado perguntou a sua única herdeira.
- Nada pai. Eu somente achei aqueles três jovens ali naquele canto um pouco diferentes – Rae falou disfarçando seu interesse pelo leonino.
- Aquele jovem mais alto é o cavaleiro de leão, Aiolia, ele protege a deusa Athena, e aqueles dois jovens á sua esquerda são seus discípulos. Estão treinando aqui perto – O senhor de idade sorriu.
Enquanto isso, o leonino olhava inquieto para todos os lados, esperando que alguém viesse pedir o que eles queriam. De repente seus olhos pararam na silhueta de uma bela jovem que conversava com um senhor de madeixas grisalhas, reparou que a donzela não tirava os olhos dele. No momento, ficou muito empolgado e sorriu, retribuiu os olhares, até que essa veio até a mesa onde estavam.
- Olá! Bem Vindos, ao nosso restaurante, o que vocês desejam comer? – (Nossa, ele é mais bonito de perto. Que olhos!).
- Olá, senhorita! Como se chama? – O cavaleiro interrogou curioso – (Ela tem um corpo e um rosto muito bonitos. O que eu estou pensando? Se a Marin descobre meus pensamentos me mata).
- Meu nome é Rae, muito prazer. Você é um cavaleiro de Athena?
- Sim, com muito orgulho e esses são meus aprendizes. Trabalha há muito tempo nesse lugar? – (Vou esquecer um pouco que sou comprometido) – Cruzou os braços.
- Na realidade meu pai é o dono desse restaurante, só estou ajudando a atender os clientes. O que vocês querem que eu traga? – (Será que ele tem namorada?) – Pegou o bloco para anotar o pedido, e ficou muito séria tentando esconder seu interesse.
O rapaz de cabelos avermelhados desviou o olhar para o cardápio, pedindo um monte de pratos diferenciados, mais a especialidade da casa, macarrão ao molho de tomate. Toda aquela comida, iria ser descontada final do mês na conta de Saori.
Depois de algum tempo, ambos já tinham ingerido todo aquele alimento suculento, apenas esperavam a digestão, para logo voltarem ao treinamento. O cavaleiro de leão levantou-se para ir ao banheiro, durante a trajetória, este esbarrou em Rae, que quase caiu no chão, se não fossem os musculosos braços do jovem a envolverem pela cintura. Um calafrio gostoso percorreu os dois corpos.
- Desculpe-me, eu estava distraído. Você está bem? – Perguntou preocupado.
- Estou sim – Suspirou encantada por aqueles belos olhos a fitarem com uma ponta de desejo.
- Aceita sair comigo, após o treinamento dos meus aprendizes? – (Será que ela topa?).
- Não sei se posso, meu pai pode não gostar – (Bem que eu gostaria).
- Seu papai, não precisa ficar sabendo, eu prometo sair antes – Cochichou no ouvido da garota.
- Você está certo, já sou maior de idade e tenho que fazer minhas escolhas – Sussurrou – (Acho que vou arriscar).
- Eu lhe encontro perto da praça, ás sete da noite – Largou a jovem e seguiu até o toalete masculino.
Rae acompanhou com os olhos a silhueta do rapaz adentrar em uma porta á sua esquerda, suspirou e saiu daquele ponto onde estava parada e se aproximou das longas escadarias que levavam a sua moradia, que ficava no andar superior daquele restaurante, quando subiu o primeiro degrau, uma voz conhecida a chamara, era sua mãe.
- Filha! Aonde pensa que vai? Ainda temos clientela – A senhora falou rispidamente.
- Eu já volto – Respondeu sorrindo e subiu correndo –(Que roupa escolho, para me encontrar com ele?).
Passaram-se algumas horas, e a moça de madeixas longas, recém chegara ao local combinado pelo belo cavaleiro, sentou-se em um banco, próximo a dois pequenos arbustos, cruzou os braços, olhou para o relógio e fechou os olhos, temendo que alguém conhecido a visse e contasse para seus pais, pois inventara a eles que ia ao cinema com algumas amigas. Estava muito pensativa, distraiu-se olhando a linda lua cheia no céu estrelado, de repente Aiolia chegou e não demorou muito a reconhecer a garota com o vestido azul, sentada a sua direita.
- Eu lhe deixei muito tempo esperando? – O leonino falou sentando-se ao lado da donzela.
- Na verdade, apenas dez minutos, quase fui embora, pensei que não viesse – Virou-se e encarou o ruivo.
- Venha comigo, quero lhe mostrar o bosque que descobri hoje de tarde, quando treinava meus discípulos – Pegou na delicada mão da filha do cara mais importante da cidade.
- Não sei se devo, já é noite – Respondeu a jovem.
- Não tenha medo de mim, sou um cavaleiro de Athena e jamais faria mal a você.
- Está certo, então vamos, senão poderei me arrepender disso – (Será que estou fazendo a coisa certa?).
Caminharam durante trinta minutos, até que avistaram uma pequena floresta no meio de dois penhascos, desceram com cuidado até o lugar. Adentraram na mata fechada, somente pararam quando ouviram o barulho da linda cachoeira, que logo conseguiram ver ao passarem por duas árvores.
- Que lindo! Nunca tinha vindo aqui, mas de dia deve ser mais bonito, o brilho do luar não ilumina tudo infelizmente – Rae sorriu encantada.
- Desculpe, esqueci esse pequeno detalhe, porém hoje a lua parece mais brilhante que o normal – Aproximou-se e segurou a dama pela cintura.
- O que pretende fazer? Fique sabendo que não sou ... – Mal conseguiu completar a frase, pois o cavaleiro de leão a beijou intensamente.
Após alguns minutos, ambos se separam ofegantes precisando de ar.
- O que você pretende com isso? – O interrogou com curiosidade nos olhos.
- Pretendo ter você somente para mim – Abraçou ela novamente.
- Você tem namorada? Não quero ser iludida por sua conversa, quero algo sólido – Se soltou daquele na qual estava interessada e se afastou.
- Claro que não tenho, sou livre e desimpedido –(A Marin que me perdoe, mais vou pular a cerca).
- Tomara que esteja falando a verdade, senão enfrentará a minha ira.
- Você fica ainda mais bonita, quando fica braba – Caminhou até sua presa, levantou seu queixo e beijou de novo.
Durante os meses que se seguiram, o casal continuava se encontrando as escondidas. O cavaleiro estava cada vez mais encantado e envolvido pela dama, aquilo não era mais um simples flerte entre os dois, passou para uma coisa mais séria, uma paixão que os uniria para sempre, o separando da amazona de águia. O dia que chegara em casa de madrugada, foi aquele que mudou para sempre sua vida, o fazendo tomar a decisão definitiva. Isso movido, pelo flagra no dia anterior a esse, na qual o pai de Rae tinha os pegado aos amasso na sala, o senhor exigiu uma explicação, conversaram durante algumas horas, por medo de perder a mulher que amava prometeu que iria se casar com ela, deixando seu futuro sogro feliz.
Aiolia saiu do banheiro, vestiu sua típica roupa de treino e resolveu que somente na volta iria passar na casa de Afrodite, para conversar de uma vez por todas com sua ex-namorada, não a iludindo sobre a situação.
Enquanto isso na casa de câncer.
MM estava estirado em sua enorme cama, pensando em seu namorado e da forma de como o tinha tratado, não estava arrependido nem um pouco, achou até que ele mereceu. Aonde se viu ensinar o espanhol daquele jeito, suspirou ainda com raiva. Estava estranhando que o cavaleiro de peixes não tinha o procurado ainda, se arrastando pedindo para ficar com ele. Levantou-se pegou uma roupa no armário e foi comer algo, enquanto cozinhava, começou a remoer, seu ciúme doentio, precisava saber com quem seu amante estava o traindo, o primeiro suspeito que lhe veio à cabeça fora Shura. Começou então a matutar como iria dar um flagra em Afrodite, então resolveu que daria esse flagrante de madrugada, no pleno ato, porque o jovem de cabelos azulados adorava fazer amor esse horário.
Continua.....................................................
