A HISTÓRIA DE MIYAMOTO RANDWHYTE

Rafael-H

Classificação: PG - Drama - Pokémon - 22/04/2004

2 capítulos

Traduzido de

THE BABY

Team Rocket Man

em 05/03/2004

http://www.fanfiction.net/read.php?storyid=1757793

Capítulo 1 - A pequena Musashi

A mulher na cama estava ofegante, fazendo esforços dolorosos. Após nove meses, este momento havia chegado…. "Está quase lá, só mais um empurrãozinho…", disse o doutor, nervoso, olhando de relance as pessoas de preto ao redor. Ele já estava nervoso desde quando eles chegaram… afinal, quem não ficaria? Eles eram soldados da maior organização criminal que o mundo Pokémon já havia visto… Equipe Rocket. Mas a maior surpresa foi quando ele percebeu que eles não estavam ali para aterrorizar os funcionários ou roubar Pokémons dos pacientes, mas para obter assistência médica para um deles… uma mulher grávida que estava no início do trabalho de parto. Isto havia sido há oito horas atrás. Desde então, sobre o olhar atento dos soldados, ele cuidou pessoalmente desta mulher, chamada… Miyamoto.

Ele soube seu nome durante os exames preliminares, enquanto ela era trazida e colocada na cama. Dr. Eli Jameson já havia feito o parto de muitos bebês antes, mas ele sabia desde o início que este ficaria marcado para sempre em sua memória. Afinal, quantas vezes alguém fez um parto sob a mira de um revólver? Os soldados que estava com a moça, embora fortes e impetuosos, obviamente se importavam muito com ela, e queriam apenas o melhor tratamento possível. Isto era exatamente o que ela estava recebendo, e finalmente o momento que todos aguardavam estava chegando. Eli então acordou do "flash-back", percebendo que a cabeça do bebê, com finos fios de cabelo avermelhados, começava a sair. "É isso, você está conseguindo!", ele disse para Miyamoto, tentando parecer alegre, apesar do fato de estar com os nervos à flor da pele. Ele tremia de pensar no que aconteceria a ele se algo desse errado… Miyamoto agarrou a barra lateral do leito hospitalar firmemente, e empurrou com toda a sua força, deixando seu rosto vermelho.

O bebê saiu razoavelmente rápido, para as mãos de Eli. Ele limpou o muco de sua boca, e percebeu que ela respirava por conta própria. Bem, pelo menos ele não teria que dar-lhe um tapa para que ela respirasse… só Deus sabe o que estes soldados pensariam disso! Eli cortou o cordão umbilical, e rapidamente cobriu o bebê com um cobertor. A menininha estava chorando e com frio, mas com a exceção disso, parecia perfeitamente saudável. Ele olhou para os soldados, e então para Miyamoto, que recuperava o fôlego e olhava Eli muito curiosa.

"Parabéns, moça… é uma menina saudável." ele disse. Miyamoto sorriu emocionada, esticando os braços para pegar sua filhinha enquanto os soldados que a acompanhavam exibiam sua satisfação e passavam a mão de leve em seus ombros e Eli nas costas. Ele passou o recém-nascido para sua mãe, e Miyamoto segurou-a com lágrimas jorravam de seus olhos.

Eli esticou e limpou as mãos em uma toalha enquanto a nova mãe segurava seu bebê pela primeira vez. Um dos soldados olhou para Miyamoto e disse "E então, você já tem um nome para ela?".

Miyamoto olhou de volta para o rapaz que perguntou. "Sim, Silas…" respondeu. "Eu quero que ela tenha um nome com a mesma raiz do meu, mas também um mais fácil para o uso diário… então seu nome será Musashi… mas seu apelido será Jessie…".

Miyamoto segurou Jessie por um bom tempo naquele dia, observando o recém-nascido sossegar em um descanso profundo. Ela nunca esteve tão feliz… ela soube imediatamente que os nove meses de espera foram muito bem gastos.

No dia seguinte, Miyamoto se recuperou, como era de se esperar de sua natureza determinada, e voltou para o quartel general da Equipe Rocket acompanhada o tempo todo pelos soldados de uniforme preto. Os funcionários do hospital ficaram inacreditavelmente aliviados quando eles foram embora… os procedimentos padrão foram abandonados com essa paciente em particular. Nenhum registro foi mantido, e ninguém foi informado de que eles estiveram ali, mesmo apesar de os Rockets serem muito impetuosos para tentar desviar a atenção deles mesmos.

O retorno de Miyamoto ao QG Rocket no grande ginásio de Veridiana foi feito uma grande comemoração, quebrando o modo rigoroso de eficiência militar que normalmente marca o lugar. A própria Madame Boss organizou a festa, e seu filho Giovanni participou do comitê de boas vindas. Miyamoto sentou-se numa poltrona, sorrindo para os amigos e agradecendo, enquanto os outros celebravam o novo bebê.

O centro das atenções, é claro, era o pequeno bebê Musashi, que descansava em seu bercinho, feito de vime branco que Madame Boss comprou para a ocasião. Este não era um dos hábitos de Madame Boss, mas Miyamoto era uma agente excepcional, e como boa líder, era como se aquele fosse o bebê de toda a organização. A festa durou até a noite, até que finalmente era hora de encerrar a comemoração e deixar o recém-nascido dormir no silêncio do quarto de Miyamoto.

Dois meses depois, a vida voltou ao normal na Equipe Rocket. O senso de ordem e eficiência retornou, com a única diferença do bebê no quarto 326. Ela era a única criança em todo o QG, com a exceção do filho da própria chefe, e certamente era a única que tinha uma mentalidade infantil. Giovanni, apesar de ter apenas 10 anos de idade, sempre esteve seguindo sua mãe de perto, estudando o modo como ela dirigia a organização na esperança de assumir seu posto um dia.

Os outros únicos jovens em todo o QG era uma dupla de assistentes de 14 anos, e isso preocupava Miyamoto às vezes… que tipo de vida é essa para um bebê? Não havia outras crianças com quem ela pudesse brincar e crescer junto, nem lugar para brincar a não ser o próprio quarto de Miyamoto.

Eram coisas demais para ela pensar às vezes… esta vida era a única que ela conhecia em tanto tempo. Será que ela subconscientemente pretendia deixar essa vida há 11 meses atrás, quando teve aquela noite voando com o agente das Ilhas Laranja? Talvez…. Ela estava há muito tempo na Equipe Rocket, e ela amava essa vida… pelo menos era o que ela achava. Mas agora o novo bebê estava fazendo-a repensar sua vida drasticamente.

Durante o mês seguinte, Miyamoto retornou aos seus velhos deveres e missões, deixando seu bebê com seus amigos no QG quando partia. Miyamoto odiava isso, não por duvidar da segurança de Musashi, mas por estar longe de sua amada filhinha. Seu instinto materno estava surgindo mais do que ela imaginava, e ao passo que ela amava esse sentimento, isso partia seu coração. Por um lado, ela amava seu bebê e não podia nem pensar em ficar longe dela, e por outro lado, a vida na Equipe Rocket era a única que ela conhecia e ela sentia que não poderia deixá-la.

Todos estes sentimentos e emoções fizeram ela avaliar suas opiniões…. Ela pensou em mandar Musashi para viver com sua irmã … Miyamoto sabia que ela não podia ter filhos e sempre quis ter os seus próprios, além do fato de ela ser muito pobre. Miyamoto pensou que o seu salário poderiam ajudá-la a cobrir as despesas de cuidar de Musashi, mas ela ainda não se acostumava com a idéia de entregar sua única filha. É claro, se ela quisesse permanecer na Equipe Rocket, essa era a única coisa a fazer. Este não era um ambiente para uma doce garotinha como sua filha. Entretanto, se ela saísse da Equipe Rocket, como ela poderia sustentar seu bebê? Ninguém a contrataria com seus antecedentes criminais…. Era um assunto que a torturava e dava incontáveis noites de insônia até que ela finalmente tomou uma decisão.

Após retornar de outra missão e passar algum tempo com sua pequena anjinha (Deus, ela cresceu tanto em apenas quatro meses!), Miyamoto carregou sua filha em seus braços e andou pelos corredores até o escritório da chefe. Ela bateu na porta com apenas um pouco mais de apreensão do que já havia tido. A voz de Madame Boss disse um breve "entre", e Miyamoto entrou segurando Musashi nos braços.

"Olá Miyamoto, em que posso ajudá-la?" Madame Boss perguntou, olhando para ela e sorrindo para o bebê, que respondeu com uma risadinha.

Miyamoto, que estava suando, respirou fundo. Ela estava imaginando como este encontro terminaria, se ela conseguisse pôr para fora. "Bem, madame, desde que eu tive meu bebê, eu pensei muito sobre meu futuro, e cheguei a uma conclusão."

"Prossiga." Madame Boss apressou, não tendo certeza que gostaria do que estava para ouvir. Do canto do escritório, Giovanni se aproximou de sua mãe, deixando o livro que estava lendo quieto.

"Bem, eu não quero ofender você ou seu filho, madame, mas eu não tenho certeza se me sinto confortável criando uma criança aqui… é que este não parece o tipo ideal de ambiente, especialmente quando eu vou em missões e tal…."

Madame Boss consentiu, entrelaçando os dedos das mãos. "Bem, acho que eu entendo… mesmo eu estando criando o meu aqui." Ela olhou Giovanni, que simplesmente ficou ali parado como o líder que ele se tornaria, olhando fixamente para Miyamoto com uma face destituída de qualquer expressão.

Miyamoto havia considerado essa resposta previamente. "Bem, madame, com todo o respeito, você não sai para o campo de trabalho… você pode ficar com Giovanni o tempo todo." Ela respondeu nervosa, devido ao olhar atento da chefe.

"Hmm. Tem razão, minha cara, tem razão." Madame Boss respondeu. "E então?"

"Então, o que eu queria - Deus, não acredito que estou dizendo isto - é deixar a Equipe Rocket." Miyamoto terminou nervosa, olhando sua chefe, preocupada. Ela já havia visto agentes tentarem sair antes, e nunca terminava pacificamente.

Madame Boss olhou Miyamoto e analisou a questão. Ela entendia o ponto de vista de Miyamoto… a vida de uma agente de campo da Equipe Rocket de fato não era a vida para uma mãe. Por outro lado, ela não podia deixar uma agente com todo o conhecimento dela simplesmente ir embora daquele jeito. Ela hesitou por um momento e considerou isto, e então voltou seu olhar para Miyamoto. "E para onde você irá depois?" ela perguntou, olhando de vez em quando o bebê contorcido em seus braços.

"Bem, eu estava pensando em ficar com minha irmã…. Você sabe, ela não pode ter filhos, mas sempre quis ter um…."

"Mas se não estou enganada, ela também é pobre, não é?" perguntou Madame Boss, já sabendo a resposta. Ela sabia muito sobre os familiares dos agentes… esse tipo de conhecimento era útil de vez em quando.

Miyamoto ficou insegura por esta pergunta. "Bem, sim, mas…"

"Então como você pretende sustentar a pequena Musashi em uma situação dessas?" Madame Boss perguntou, como quem não quer nada. "Um emprego honesto não é fácil de se conseguir, com um registro bem conhecido como o seu, minha querida."

"Eu compreendo." Miyamoto respondeu humildemente. "Eu esperava que talvez você pudesse - bem - me ajudar nesta área? quem sabe com uma conexão externa." ela olhou a chefe, na esperança de que uma mãe entenderia o apelo de outra. Vendo que o rosto da chefe estava pensativo, Miyamoto olhou para Giovanni, mas ele também parecia perdido em seus pensamentos, ao olhar para ela com os olhos esbugalhados. Então, Miyamoto olhou para o bebê em seus braços, sua preciosa filha. Ela era um conforto, um rostinho carinhoso em um mar de frieza.

Enquanto isso, Madame Boss examinou a situação em sua mente. Um arranjo assim seria possível, e permitiria a Miyamoto uma saída e um trabalho honesto, ao passo que ela permaneceria sob vigilância. Ela sorriu friamente ao achar a solução. "Eu posso fazer isto." Ela disse finalmente, fazendo Miyamoto retornar seu olhar para ela. "Sim, eu posso… eu acho que isso pode funcionar…. Você terá que providenciar algo em troca."

Miyamoto olhou para a chefe. Com certeza, o que quer que fosse, valeria a pena, para que ela tivesse sua vida com Musashi. Ela queria pular, festejar e gritar, e ajoelhar-se agradecendo Madame Boss. Neste momento, ela havia dado a Miyamoto o que lhe faltava há alguns meses: a esperança de um futuro seguro e satisfatório para seu bebê. Com muito esforço, ela se recompôs e disse com um sorriso, "E o que poderia ser, madame?"

"Giovanni, me dê o arquivo número 9.543 do gabinete." Madame Boss pediu a seu filho, que correu até lá, tomou uma pasta e entregou-a para sua mãe, com um leve olhar de desaprovação. Madame Boss percebeu, e olhou para seu filho ao pegar a pasta. "Tem algo a dizer, Giovanni?" ela perguntou brevemente.

Giovanni olhou Miyamoto com um olhar de repugnância, escondendo-o ao responder à sua mãe. "Não, mãe." Ele disse sombriamente.

"Então volte para o seu livro. Você ainda tem muito o que aprender e este assunto não é da sua conta." Madame Boss respondeu concisamente. Giovanni manteve o olhar repugnante zangado, ao voltar para o livro que havia deixado e terminar sua leitura.

Miyamoto o olhou assustada, como se sentisse um espírito maligno nele. Ela voltou o olhar para Madame Boss novamente, ao ouvir sua voz chamar a atenção para o assunto. "Miyamoto, estou certa de que você conhece a lenda da Cidade Perdida de Mew."

Miyamoto balançou a cabeça, confirmando. Afinal, quem não conhecia a história? Foi um mito popular há uns bons 400 anos ou mais, passado de geração para geração… um conto romântico de uma cidade do legendário e extinto pokémon Mew, escondido nas montanhas de algum lugar do mundo. Entretanto, a lenda sempre foi apenas isso para Miyamoto… uma lenda. Certamente, se tal cidade houvesse existido, ela já teria sido encontrada, não?

"Bem, nós temos razões para acreditar que não é uma lenda." Madame Boss disse, num tom bem sério. "Agentes nas montanhas dos Andes encontraram várias e várias evidências da cidade… restos fósseis, esculturas rochosas, artefatos com a imagem de Mew… esse tipo de coisas." Ela disse ao abrir o arquivo para Miyamoto. Miyamoto olhou dentro da pasta, nas fotos dos artefatos e relatórios datilografados. Musashi olhou as folhas com interesse, apesar de não entender nada.

"Mas isto não poderia ser apenas de uma tribo de Mews? Nós sabemos que quando eles se juntam fazem esse tipo de coisa às vezes." perguntou Miyamoto.

"Possivelmente. Mas eu não acredito nisso." Madame Boss respondeu. "Veja as fotos. Os artefatos combinam com os da lenda e com a aparência da montanha. Tudo está combinando!"

Miyamoto olhou as fotos e lembrou da lenda. Madame Boss estava realmente certa. Eles combinavam. "Mas então porque a cidade não foi encontrada?" Miyamoto perguntou.

"Bem, diz a lenda que a cidade foi coberta pela avalanche, mas eu acredito que a maioria da cidade era subterrânea, para começar. Os agentes encontraram um túnel que leva para dentro da montanha, mas não há registros que provem que estaria ali. Eu proibí os agentes de entrar ali, porque eu sei que a maioria dos agentes na área não possuem o nível necessário para explorá-la apropriadamente."

Madame Boss interrompeu aqui, e olhou para Miyamoto. "Você é uma das minhas melhores agentes, Miyamoto. Eu quero que você vá aos Andes e lidere uma expedição para encontrar a cidade perdida."

Miyamoto ficou de queixo caído. "Mas isto pode levar meses!" ela protestou. "E quanto a Musashi?"

"Oh, estou certa de que seus amigos aqui ficarão mais do que felizes em cuidar dela… Pode descansar sossegada, nada de mau irá acontecer a ela." respondeu Madame Boss.

"Mas, mas… como eu poderei ficar tanto tempo longe dela?" perguntou Miyamoto, não acreditando no que ouvia.

De repente, Madame Boss se compadeceu de uma forma incomum. "Tudo bem, Miyamoto. Eu entendo." ela disse, entendendo os sentimentos de Miyamoto. Por mais fria e calculista que ela pudesse parecer às vezes, Madame Boss não conseguiria separá-la por tanto tempo de sua filha. "Você liderará a expedição por um mês, mantendo registros minuciosos e relatórios diários. No fim do mês, outro agente lhe substituirá, mas receio que será difícil para ele seguir o seu exemplo."

Miyamoto sorriu, olhando sua chefe admirada. "Muito obrigado, madame." ela disse humildemente. "Acho que é melhor eu me preparar para a viagem." Ela se virou para ir, carregando Musashi que agora tirava uma soneca.

"Ah, Miyamoto, só mais uma coisa." Miyamoto parou na porta e olhou de volta para a chefe.

"Sim, madame?" ela perguntou.

"Cuide bem dessa garotinha." disse Madame Boss, com uma voz e expressão tão sérias como ao dar uma ordem.

"Pode deixar, madame." Miyamoto respondeu, e virou para ir embora, se sentindo aliviada como nunca há meses. Ela deixou a sala e voltou para seu quarto, para se preparar para a missão.

Após ela ir embora, Giovanni deixou seu livro novamente e se aproximou de sua mãe, que continuava a observar as fotos dos artefatos e da montanha. "Muito engenhoso, mãe." ele disse com um sorriso malvado.

Madame Boss voltou sua atenção para seu filho. "O quê?"

"Essa armação para Miyamoto. Muito sutil."

Madame Boss o olhou intrigada. "Do que você está falando?" ela perguntou.

"Que é isso, mãe… essa coisa toda de cidade perdida… quando você irá ordenar a execução dela?" Giovanni persistiu. Madame Boss olhou seu filho com raiva nos olhos. "Eu não tenho nenhuma intenção de matá-la."

"Mas- mas ela está tentando deixar a Equipe Rocket! Isso sempre significa a morte…" Giovanni insistia.

Madame Boss ficou mais nervosa ainda, e deu um tapa no rosto dele. "Nada será feito a Miyamoto. Eu ficarei de olho nela, e ela permanecerá sobre as regras." ela falou rispidamente.

"Mas mãe…" Giovanni começou a dizer, parando quando ela levantou sua mão novamente.

"Você está me questionando, garoto?" Madame Boss gritou com seu filho.

Giovanni abaixou a cabeça. Ele sabia que sua mãe estava cometendo um engano, mas não tinha como impedí-la. "Não, mãe." ele respondeu.

"Ótimo. Agora pegue seu livro e volte para o quarto. Eu estarei lá mais tarde." ela disse, ainda nervosa.

Giovanni pegou seu livro e saiu do escritório, indo para o quarto dele e de sua mãe. De repente, ele teve uma idéia. Talvez sua mãe estivesse cometendo um engano, mas talvez ele pudesse impedir…. Um sorriso diabólico se abriu em seu rosto, e ele então correu para seu quarto.

À noite, Musashi estava dormindo confortavelmente em sua cesta, coberta no cobertor enorme de Miyamoto. Miyamoto sentou-se à escrivaninha, escrevendo uma carta sob a luz de um abajur. Ela já havia telefonado para sua irmã sobre a situação, e sua irmã havia ficado super contente, dizendo que arrumaria a casa para a chegada delas. É claro, Miyamoto não podia ver, mas ela sabia que sua irmã estava com lágrimas de alegria nos olhos enquanto falava.

Miyamoto estava muito feliz com o rumo dos acontecimentos quando chegou em seu quarto, mas até fazer Musashi dormir novamente, ela sentiu uma incerteza - e a necessidade de escrever esta carta para sua melhor amiga na Equipe Rocket, a Bridget - mesmo sem entender o porquê.

Miyamoto terminou a carta e assinou com sua única e elegante assinatura, colocou num envelope e fechou, com o nome de Bridget nele. Ao terminar, Miyamoto foi até o armário e começou a arrumar a bagagem, se preparando para a missão.

Enquanto isso, Miyamoto não era a única pessoa acordada no QG aquela hora. Cinco andares acima dela, Giovanni se sentou em sua cama silenciosamente e olhou para sua mãe na cama dela. Madame Boss parecia adormecida, assim como Giovanni queria. Quieto, ele desceu de sua cama e foi até a penteadeira dela, onde achou imediatamente o que estava procurando - as chaves dela. Pegando com cuidado para não fazer barulho, Giovanni saiu do quarto e pegou o elevador para o escritório de sua mãe.

Ao chegar, abriu a porta rapidamente, já estando familiarizado com aquelas chaves de tanto ver a sua mãe usá-las. Ele entrou, e fechou a porta sem fazer barulho.

Giovanni já sabia exatamente aonde procurar o que queria, e foi direto pegar um formulário especial que sua mãe usa para ordens de alta prioridade. No canto dele, o selo metálico com relevo de Madame Boss. Giovanni pôs o formulário na máquina de escrever com um sorriso malvado. Sabia que sua mãe estava enganada, mas que não era tarde demais para ele previní-la disso e do inevitável arrependimento depois. Giovanni escreveu cuidadosamente a ordem:

"ATENÇÂO BASE DE COMANDO DOS ANDES:

Eu estarei enviando uma agente especial chamada Miyamoto Randwhyte para vocês sobre o pretexto de ajudá-los a investigar as evidências que vocês enviaram sobre a cidade perdida de Mew. Esta agente expressou o desejo de abandonar a Equipe Rocket, o que, como vocês sabem, é um ato imperdoável. Quando Miyamoto começar a investigação na montanha e nas cavernas, vocês deverão disparar armas nos bancos de neve ao redor da montanha, causando uma avalanche para soterrá-la viva. Eu quero muito que isso pareça um acidente, pois a área está aberta a investigações por forças policiais externas posteriormente.

MADAME BOSS"

Giovanni releu tudo cuidadosamente. Era exatamente como sua mãe teria escrito, da maneira que ela já ordenou outras execuções anteriormente. Giovanni retirou da máquina de escrever e pegou o carimbo de sua mãe na mesa. Ele umedeceu o carimbo na almofada e carimbou a folha. Então colocou o carimbo de volta exatamente onde estava e colocou a ordem em um envelope onde se lia "A/C COMANDANTE DA BASE DOS ANDES", deixou o escritório e foi para a sala de comunicações.

Ao chegar, colocou o envelope na caixa de saída de ordens de alta prioridade, sabendo que ela seria enviada para os Andes na próxima manhã, e que estaria nas mãos do comandante amanhã à tarde.

Giovanni estava surpreso com si mesmo… ele ajudou a prevenir sua mãe de um terrível engano, e enviou uma ordem em seu lugar. Satisfeito, ele voltou para o seu quarto, onde entrou silenciosamente, colocou as chaves de volta no lugar e deitou na cama no momento em que sua mãe começava a se mexer na cama.

"Giovanni?" Madame Boss perguntou sonolenta. "Você está acordado?"

"Apenas tive que ir ao banheiro, mãe." Giovanni respondeu. "Boa noite."

"Boa noite." respondeu Madame Boss, arrumando o travesseiro e voltando a dormir enquanto Giovanni sorria friamente no escuro.

Uma semana depois, Miyamoto estava em frente o quarto de Bridget, com apenas 30 minutos restantes até o embarque no transporte que a levaria para a base Rocket nos Andes para começar a sua missão.

Miyamoto havia pego roupas e suprimentos, pesquisado algumas informações e contactado o pessoal nos Andes, e estava praticamente pronta para a missão… exceto por ter de deixar Musashi para trás e saber que não a veria novamente em um mês. Aparentemente, Musashi também não estava preparada para isso, pois chorava como se soubesse que não veria sua mãe de novo por um tempo.

Miyamoto a segurou em seus braços, e Musashi chorava e agarrava sua mãe bem perto, finalmente se acalmando e chupando o dedo quando ouviu a canção familiar e reconfortante que Miyamoto havia feito somente para ela: "Durma minha anjinha, segura nos braços da mamãe, durma minha anjinha, protegida de todo o perigo. Você é minha esperança e luz, eu nunca deixarei ninguém te fazer algum mal." Quando a canção terminou, Musashi pegou no sono, com um sorriso sereno em seu pequeno rostinho. Miyamoto suspirou aliviada, e passou Musashi para Bridget, que pegou-a em seus braços.

"Ela está bem, então não deve haver qualquer dificuldade." Miyamoto disse para Bridget, que confirmou e sorriu.

"Ela ficará bem, Miya. Eu nunca deixarei que nada aconteça a ela. Fique tranquila e volte para que vocês possam começar sua nova vida juntos." Bridget disse.

Miyamoto revistou os bolsos nervosa. "Certo. Er, Bridget, eu tenho algo para te dar…." Ela disse, tirando o envelope do bolso com a carta que ela escreveu há uma semana atrás.

Bridget pegou a carta com uma mão, segurando Musashi na outra. "O que é isso, Miya?"

"Se tudo der certo, nada." Miyamoto disse. "Você saberá se tiver que abrir."

Bridget olhou o envelope. "Como eu vou saber?" ela perguntou, imaginando o que teria no envelope.

"Acredite, você vai saber." Miyamoto disse. "Bem, eu preciso correr." Sua voz triste, ao olhar sua filhinha nos braços de Bridget. Miyamoto se inclinou e deu um beijo na testa de Musashi, que sorriu enquanto dormia. Ela deu um abraço rápido em Bridget. "Obrigado, Bridget… obrigado por tudo."

"Sem problemas, Miya. Se cuide, hein!" Bridget disse. Miyamoto se virou e foi embora, enquanto Bridget voltou para dentro de seu quarto, pronta para deitar Musashi para que continuasse seu sono.

Pouco tempo depois, Miyamoto embarcou no transporte que a levaria para um aeroporto clandestino fora dos limites de Veridiana. Dali ela pegaria um avião que a levaria até a base nos Andes.

Entretanto, apesar do tempo gasto se preparando para esta missão, Miyamoto não podia deixar de se preocupar - como se ela nunca devesse ter aceitado a missão - mas não, ela disse a si mesma, o mês passaria voando… olhar algumas cavernas, cavar alguns túneis, encontrar alguns artefatos e pronto, estaria acabado, e uma nova vida com sua linda filha começaria.

Pensamentos na inocência de Musashi preencheram a mente de Miyamoto ao embarcar no avião e tomar seu assento, seus olhos estavam exaustos e ela começou a sonhar enquanto o avião decolava… o sonho de uma agente Rocket de uniforme branco, com um comprido cabelo vermelho que parecia estranhamente familiar para ela, como se sempre a tivesse conhecido…. O sonho continuou silenciosamente, terminando antes da mente e olhos cansados de Miyamoto, ao vê-la correr através de sua mente, comandando um Ekans que evolui para Arbok, um Lickitung trocado por um Wobbuffet e um Seviper depois que o Arbok vai embora… e sempre continuando muito bonita, com um traço emocional muito forte, sob o comando da Equipe Rocket….

Miyamoto não soube dizer por quanto tempo sonhou até que o solavanco do avião indicou a aterrissagem na base dos Andes. Miyamoto olhou pela janela e viu, como ela esperava, uma tempestade de neve. Do lado de fora, o vento carregava a neve pelo ar, criando uma neblina às vezes tão densa que era difícil enxergar através dela.

Miyamoto suspirou. Ela sabia pela pesquisa que este tipo de clima era comum na área, mas ela esperava por condições melhores para conhecer o lugar. Miyamoto pegou uma de suas malas e retirou um grosso e comprido casaco preto. O casaco, ela percebeu, era parte do uniforme padrão da base dos Andes, e Miyamoto logo descobriu o porquê. Ela se aqueceu tão logo vestiu o casaco, apesar de tudo o que estava por baixo era seu vestido preto Rocket e suas botas brancas que vinham até a coxa. Miyamoto fechou a mala e foi até a porta do avião, que tinha acabado de ser aberta.

Miyamoto desceu e imediatamente sentiu o vento gelado em seu rosto. Surpreendentemente, ela percebeu que todo o resto permanecia perfeitamente aquecida dentro do casaco. Puxando o capuz o mais perto possível, ela desceu os degraus até uma caminhonete, onde um agente esperava por ela. O agente vestia um casaco tal como o de Miyamoto, mas ao invés de preto era branco. Ele tinha apenas 13 ou 14 anos, e Miyamoto diria que ele era um novato na Equipe Rocket. Sua mente vagueava enquanto ela pensava na sua juventude despreocupada, uma nova e impaciente agente de uniforme branco que apenas começava sua excitante vida na Equipe Rocket….

"Agente Randwhyte?" o jovem perguntou, trazendo Miyamoto de volta à realidade.

"Hmm? Oh, sim?" respondeu Miyamoto.

"Seja bem-vinda à base dos Andes, madame. Meu nome é Virgil. Se precisar de algo, é só pedir." o jovem respondeu.

Miyamoto olhou para ele. "Obrigado, Virgil." ela respondeu. "Eu preciso falar com o comandante o mais breve possível."

"Oh, claro, madame." Virgil respondeu. "Nós estaremos enviando alguns agentes para carregar suas coisas, e eu a levarei até o escritório do comandante. Ele está aguardando por nós agora."

Miyamoto sentou-se no banco do passageiro. "Então vamos, Virgil. Não queremos perder tempo." ela disse autoritariamente. Miyamoto queria apenas passar o mês logo, para que pudesse voltar para a linda Musashi e começar sua nova vida. Entretanto, ela sabia que quanto mais quisesse que aquilo terminasse, mais iria demorar, então ela concluiu que deveria apenas fazer as coisas o mais rápido possível.

Virgil subiu na caminhonete e usou o rádio para avisar que Miyamoto estava a caminho.

15 minutos depois, Miyamoto estava no escritório do comandante, apertando sua mão. Ele era um homem de uns 26 ou 27 anos, um agente de uniforme preto assim como ela. Ele se apresentou como Comandante Henry Evans, e demonstrou interesse em Miyamoto, apesar das ordens recebidas há uma semana atrás estarem gravadas em sua mente. Ele tinha que admitir - Miyamoto obviamente não suspeitava de nada. Que tolinha, ele pensou. Achou que poderia simplesmente sair da Equipe Rocket. Seus pensamentos então voltaram à realidade. Esta agente não suspeitava de nada, e Evans queria que ela continuasse assim.

"Então acredito que você está familiarizada com os nossos recentes achados e como se relacionam com a lenda." disse Evans. "Sim." respondeu Miyamoto. "Madame Boss me informou de todas as descobertas, inclusive do túnel aberto."

"E o que você acha disso tudo?" Evans perguntou suavemente.

"Bem, eu tenho que admitir que muito disso se parece com a lenda da cidade perdida, mas eu acho que são apenas avidências de uma das muitas tribos de Mew por aí." Miyamoto respondeu. Através da pesquisa, ela estava disposta a analisar a possibilidade disso tudo ser verdade, mas nunca acreditou realmente que fosse. A lenda era apenas isto, uma lenda, um conto de fadas, um mito. Como isso poderia ser verdade? De acordo com a teoria de Madame Boss, que a cidade seria subterrânea, Miyamoto não podia dizer que tinha fé nisso, mas Madame Boss ainda era a chefe… e Miyamoto sabia que esta missão poderia ser a saída desta vida e a entrada em uma nova, então ela decidiu explorar as cavernas e matar a curiosidade dela. Entretanto, verdade seja dita, ela preferia que sua missão final fosse caçar um pokémon que ela soubesse que existiu… não a fantasia de uma história de ninar.

Miyamoto voltou sua atenção para Henry. Secretamente, Henry se sentia do mesmo jeito que Miyamoto, e achou melhor que eles estivessem proibidos de explorar as cavernas e túneis. Era um risco a menos para ele e seus agentes se Madame Boss enviasse um estrangeiro. Entretanto, ele achou que Madame Boss também não acreditava nessa história, se ela estava enviando uma agente para uma armadilha que terminaria bloqueando o túnel. Henry pigarreou, e olhou novamente para Miyamoto. "Então você não acredita que haja uma cidade perdida em algum lugar da montanha?" ele perguntou, fitando-a com seus olhos azuis da cor do gelo.

"Não posso dizer que acredito." Miyamoto respondeu. "Bem, logo nós iremos descobrir, não é?" ela disse com um sorriso.

Henry não devolveu o sorriso. "É verdade." ele respondeu em um tom seco. "Nós começaremos reunindo uma equipe de agentes hoje à noite, e você começará sua expedição amanhã de manhã. Se eu entendi bem, Madame Boss deseja que você lidere a expedição até os túneis, certo?"

"Sim." Miyamoto respondeu. "Eu os levarei para explorar e mapear os túneis e ver se tem algo lá embaixo."

"Você acha que tem?" Henry perguntou, olhando nos olhos de Miyamoto.

"Oh, eu acredito que haja alguma coisa lá, eu só não sei o quê." Ela respondeu, inclinando-se para trás em sua cadeira. "Talvez mais alguns artefatos, alguns fósseis, mas eu duvido muito que tenha uma cidade inteira lá."

Henry sorriu suavemente. "Hm. Bem, como voê mesma disse, nós descobriremos mais cedo ou mais tarde. Sua equipe estará pronta pela manhã. Agora, por que você não vai até a sua suite e dorme um pouco? Começar às 8 está bom para você?"

"Sem problemas." Miyamoto respondeu.

"Ótimo." Henry disse, entregando uma pequena chave bronzeada. "Aqui está a chave de sua suite. Virgil está aqui fora, ele te levará até lá."

Miyamoto se levantou e apertou a mão de Henry novamente. "Obrigado comandante. Eu acho que teremos um mês produtivo aqui, mesmo se não descobrirmos muita coisa." ela disse.

Henry não parecia compartilhar da atitude otimista de Miyamoto, mas ele apertou a mão dela e disse simplesmente, "Tenho certeza que sim. Boa noite, agente Randwhyte."

"Boa noite." Miyamoto respondeu. Com isso, ela virou e saiu do escritório, encontrando com Virgil e seguindo-o até sua suite.

Dentro do escritório de Henry, o comandante olhou o arquivo de Miyamoto que foi enviado alguns dias depois da ordem de execução. Henry tinha que admitir, Madame Boss estava sendo muito cautelosa com essa execução… quase como se quisesse puder negar qualquer conhecimento disso. Por algum tempo, Henry até considerou a hipótese de telefonar para ela, para confirmar a ordem, mas sabia que ela detestava que questionassem suas ordens, especialmente as de alta prioridade. Henry pegou o telefone e chamou um de seus tenentes, um Rocket de uniforme preto chamado Sean Mogren. Em cinco minutos, Mogren chegou ao escritório de Henry.

"Então, é ela?" Mogren perguntou. Ele e Henry discutiram sobre a agente que viria para a execução, e consideraram as melhores oportunidades para cumprir a tarefa.

"Pois é." Henry disse, se inclinando na cadeira. "E ela não suspeita de nada."

"Perfeito!" Mogren respondeu. Ele e Henry já haviam feito esse tipo de coisa antes, e eles sabiam por experiência própria que era pior quando o alvo tinha a mais leve impressão de que estivesse em perigo. Tudo o que isto fazia era deixar o trabalho dez vezes mais difícil, porque o alvo invariavelmente estaria atento. "Então você decidiu como isso será feito?" Mogren perguntou.

Henry coçou o queixo por um segundo. "Sim. Madame Boss obviamente não acredita que haja algo de importante lá embaixo, se está nos ordenando que causemos uma avalanche e soterremos Randwhyte lá. Consequentemente, nós poderemos terminar isto muito rápido. Eu acho que devemos enviar sua equipe de expedição - você, Carroway e Hansen. Eu terei dispositivos localizadores em suas mochilas que me informarão seus movimentos pelo túnel. Quando estiverem longe o suficiente, eu mandarei um sinal através do pager silencioso e você e os outros dois deverão sair rápida e silenciosamente, deixando Randwhyte. Quando saírem, eu avisarei nosso agente do lado de fora para atirar e começar a avalanche, e então - bem, adeus, Miyamoto." Henry terminou com um sorriso satisfeito. "O que você acha?"

"Me parece perfeito, Henry. Eu informarei Carroway e Hansen de tudo."

"Ótimo." Henry respondeu.

"Quem você usará para disparar a arma para começar a avalanche?" Mogren perguntou.

"Raven Kaldron." Henry respondeu. Raven era um expert em armas e um agente de ótima qualidade, apesar do fato de fazer parte da Equipe Rocket por apenas 8 meses, e Henry sabia que ele seria perfeito para o trabalho. Mogren pareceu concordar.

"Boa escolha. Onde está Randwhyte, então?" perguntou Mogren.

"Dormindo em sua suite VIP." Henry disse. Mogren sorriu maliciosamente.

"Bem, eu espero que a moça tenha doce sonhos, porque quando ela perceber será tarde demais." Ele disse. Henry deu risadas, e Mogren foi informar a situação para os outros agentes.