Título: O julgamento das sete mortes
Ficwriter: Kaline Bogard
Beta: Akemi Hidaka
Classificação: yaoi, sobrenatural
Pares: YohjixKen
Resumo: O que parecia um inocente pedido de ajuda transforma a vida de Yohji numa corrida contra o tempo.
Records of 2004 a.C.
O julgamento das sete mortes
Kaline Bogard
Capitulo 06
Um passo em falso
(Ken) Yohji... é melhor que você coma tudo!! Você acabou de chegar do hospital, e tem que se cuidar!
O loiro olhou para os alimentos que estavam a sua frente. Ken havia mesmo caprichado... mas ele não estava com apetite. Suspirou desanimado.
(Yohji) Obrigado mas...
Ken estreitou pos olhos, tentando parecer frio. Não se convencia de que o amante estava bem... afinal Yohji tivera uma parada cardíaca!! Cigarros, nunca mais.
(Ken sério) Yohji... não começa a bancar a criança teimosa.
(Yohji sorrindo) Entrar em "Aya mode" não vai me convencer...
(Ken)...
Tentou assumir uma carinha desolada, fazendo um biquinho adorável...
(Ken) Por favor... Yohji kun...
(Yohji sorrindo) Muito menos em "Omi mode"... he, he...
Então o moreno deu um tapa na mesa, fazendo o prato balançar.
(Ken) Yohji, é melhor você comer tudinho... ou eu vou encher você de cascudo!! Entendeu?
O playboy arregalou os olhos, e tratou de obedecer rapidinho... Ken em "Siberian mode" era assustador!
(Yohji)...
(Ken) Ótimo. Quero ver esse prato limpinho. Você precisa se recuperar. Não foi brincadeira, Yohji.
(Yohji) Mas... não é nenhum problema com a minha saúde...
(Ken) Sei. É culpa dos malditos cigarros...
Antes que Yohji respondesse, Omi entrou na cozinha, onde os dois estavam, e observou bem o loiro mais velho. Depois voltou os grandes olhos azuis na direção do jogador e sorriu.
(Omi) Ken, o Aya quer falar com a gente.
(Ken) Ok. Yohji, não enrola. Quando eu voltar quero esse prato limpo, ouviu?
(Yohji rindo) Sim, capitão!
(Ken sorrindo) Você não tem jeito.
Acompanhou Omi, saindo da cozinha e deixando o ex-detetive sozinho. Yohji suspirou, logo imaginando que Aya ia contar tudo o que havia acontecido desde o dia anterior.
(Yohji) Quando será que aqueles garotos vão agir?
oOo
(Enrico) Quem está aí?
(Carlo) Por que se esconde?
Os dois estavam parados num beco próximo a Koneko. Como haviam prometido, estavam apenas observando, sem tomar qualquer tipo de iniciativa.
Sentiam a presença de um dos companheiros, mas ainda não descobriram quem poderia ser.
(Enrico) Cuidado Carlo. Se for aquele cara...
Carlo escondeu-se atrás do irmão, olhando para o fim do beco, onde algumas caixas velhas estavam empilhadas. A presença era mais forte naquela direção.
O gêmeo mais alto deu um passo a frente, enchendo-se de coragem.
(Carlo) Enrico... não o provoque...
(Enrico) Saia daí! É a nossa vez agora, e mesmo que queira, não poderá passar na nossa frente!!
A pessoa que estava escondida atrás das caixas saiu de seu esconderijo, revelando-se. Os dois garotos arregalaram os olhos, surpresos ao notar que era uma garotinha chinesa.
(Carlo) Oh... não é ele... pensei que fosse...
(Enrico desconfiado) O que faz aqui, Shou? Ainda não é sua vez...
(Shou) Nada... estou apenas olhando...
(Enrico)...
Fixou os olhos naquela garotinha. Shou tinha dez anos, cabelos negros extremamente lisos e brilhantes, cortados logo abaixo dos ombros. Os olhos negros eram tão apertadinhos, que os companheiros sempre lhe perguntavam se ela conseguia enxergar direito...
(Carlo) Alguém mandou você nos espionar?
(Shou) Não! Mas tem um garoto que está muito zangado com vocês... eu vim avisá-los... ouvi quando ele praguejava... vocês deviam trocar de lugar com ele... deixe-o fazer o julgamento ao invés dos gêmeos...
(Carlo) De jeito nenhum!
O italiano encolheu-se todo, ao receber um olhar frio da garotinha. Shou era a mais jovem do grupo, mas era bem assustadora... Carlo escondeu-se mais atrás das costas do gêmeo.
(Enrico) Não acho viável fazer o que aquele encrenqueiro pede...
A garotinha avançou, fazendo Carlo se encolher ainda mais. O garoto morria de medo de Shou. Mas ela apenas caminhou até ficar ao lado deles, de um ponto onde podia observar a Koneko no Sumu Ie.
(Shou) Eu gostei daquele tio loiro. Por isso queria que vocês trocassem com ele... porque se nosso companheiro ficar por último... vai ficar louco de raiva, e vai descontar no réu.
(Enrico) Você acha que se trocarmos com ele agora... tornará as coisas mais fáceis pra Yohji?
(Shou) Sim. Quanto mais a vez dele demorar pra chegar... mais furioso ele vai estar...
(Carlo baixinho) Não aceita, irmão...
(Enrico baixinho) Dá pra desconfiar, não é?
Shou acompanhava com muito interesse a troca de palavras sussurradas. Mas não se intrometeu.
(Carlo baixinho) Tudo que vem 'do lado de lá' cheira a trapaça...
O mais alto concordou com a cabeça.
(Enrico) Sinto muito, Shou. Nós fomos escolhidos, e vamos fazer o nosso julgamento.
A garotinha fez uma carinha tão desapontada, que os gêmeos quase voltaram atrás na decisão. Mas logo os olhos rasgados se encheram de fúria, direcionada ao dois irmãos.
(Carlo)...
(Shou) Idiotas. É a primeira e última vez que eu os ajudo.
Deu as costas e voltou para o fim do beco. Aproximou-se de muro e saltou com agilidade, caindo do outro lado, e saindo das vistas dos gêmeos.
(Carlo) Que medo!
(Enrico) Ela ficou danada da vida! Shou tem aquela carinha, mas adora ver o circo pegar fogo. Você viu os olhos dela?
(Carlo estremecendo) Se vi! Estavam faiscando de ódio!!
Enrico se virou e tomou o gêmeo entre os braços, fazendo seus narizes se tocarem muito gentilmente.
(Enrico) Ela não pode nos ferir. Não tenha medo.
(Carlo triste) Shou não pode nos fazer mal a nós, mas...
Olhou em direção a Koneko. Enrico compreendeu o que seu querido irmão queria dizer, mas tratou de tranqüilizá-lo.
(Enrico) Não tenha receio. Confie na decisão de Shouji.
(Carlo) Certo! Se você diz!
O garoto piscou, e suspirou, ao sentir seu irmão depositar um selinho sobre seus lábios.
(Enrico) Você sabe o quanto eu te amo, não é?
(Carlo) Claro! Quase tanto quanto eu o amo.
Enrico sorriu. Jamais poderia viver sem seu irmão. Nada poderia separá-los, nem mesmo a morte. Ficariam juntos para sempre.
E estar ao lado de Carlo lhe fazia tão bem, que ele não se importava com mais nada.Nem mesmo aquele julgamento bobo. Por isso satisfazia-se em seguir as regras. E tinha consciência de que Carlo se sentia do mesmo jeito.
Estavam sintonizados, agiam em harmonia. E o amor de ambos era tão grande, que fazia seus corações desejarem apenas o bem. Por isso Shouji gostava tanto dos dois.
(Enrico) Ao contrário de Karen, eu digo que Yohji é "inocente" até que se prove o contrário.
(Carlo sorrindo) Eu também irmão! Amanhã nós vamos julgá-lo, mas vamos ser bonzinhos, não é verdade?
(Enrico) Sim, seremos bonzinhos.
(Carlo) Não vejo a hora de chegar amanhã...
oOo
Shou seguiu pela rua, caminhando indiferente entre as pessoas. Quando se lembrava da negativa de Enrico, seus olhos faiscavam de raiva, e ela se esforçava para controlar-se. Mantinha a cabeça abaixada, evitando chamar atenção sobre si.
Falhara em sua missão. Havia um companheiro que estava louco pra atacar Shouji, e a melhor maneira disso ocorrer era acabar com os escolhidos do garoto japonês.
(Shou) Se tivesse um jeito... Miguel deveria...
(Miguel) E há...
A chinesinha olhou espantada para frente. Um garoto de pele morena, alto, dono de magníficos olhos verdes e cabelos castanhos ondulados estava parado no meio da calçada, fazendo as pessoas se desviarem dele, para não trombar.
(Shou) Miguel!!
Deu um passo para trás. Aquele garoto era a própria imagem da maldade. Os olhos estreitos de malícia, a boca de lábios generosos sorrindo de modo debochado e irreverente.
(Miguel) Acalme-se, tica. Não tenho nada contra você... apesar de ter falhado no que te pedi...
(Shou) Eu tentei. Mas nem Enrico nem Carlo aceitaram trocar de...
(Miguel irritado) Eu sei. Não repita essas coisas. Não tenho tempo a perder. Você é uma inútil mesmo.
(Shou) Miguel...
(Miguel) Hum, nem tudo está perdido. Você ainda pode me ajudar... você quer, pequena Shou?
Fixou os olhos verdes sobre a garotinha, fazendo-a se arrepiar de medo. O mexicano irradiava perigo em toda a bela face.
(Shou) Cla... claro... o que eu tenho que fazer?
(Miguel sorrindo) Uma coisinha de nada...
Shou observou que quando sorria, Miguel ficava mais bonito ainda... porém... se tornava mais assustador.
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Yohji estava brincando com a comida, mexendo-a com o hashi, sem nenhuma vontade de comer.
Arrepiava-se todo, só de pensar em enfrentar aquele julgamento outra vez. Não tinha nem idéia do que o aguardava, e se fosse parecido com o combate contra Karen... ele estava ferrado!!
Desistindo de comer, o loiro levantou-se e foi para o quarto. Queria tomar um banho e quem sabe assim, seu apetite voltava. A conversa entre os três companheiros estava demorando a acabar...
Mal fechou a porta, e ouviu seu celular tocando.
(Yohji) Alo. Sim, sou eu. O que? Mas... agora não posso...
Ficou em silêncio, ouvindo a voz fazer uma rápida explicação.
(Yohji) Entendi. Já estou indo.
Fez meia volta e correu até a Koneko. Confirmando as palavras que lhe foram ditas ao telefone, encontrou uma adorável garotinha chinesa parada na porta dos fundos da floricultura.
(Shou) Oi!
(Yohji) Você... você foi enviada por Shouji?
(Shou) Sim! Eu vou julgá-lo, Yohji. Você aceita ser julgado por mim nesse momento?
O playboy empalideceu. Não esperava que tivesse que passar por tudo aquilo tão depressa! Mas o que poderia fazer? Não tinha escolha a não ser continuar seguindo o jogo.
(Yohji) Certo, vou apenas...
(Shou) Não tenho tempo pra esperar seus amigos. Não seja covarde e venha comigo. Será rápido.
(Yohji)...
A garotinha esticou o braço e tomou as mãos do playboy entre as suas.
(Shou) Vem.
(Yohji) Mas...
(Shou sorrindo) Vou julgar seus sonhos, Yohji. Você sabe que é 'culpado' até que se prove o contrario, não sabe?
(Yohji) Sim.
(Shou) Vamos para um lugar mais tranqüilo...
Começou a puxar o loiro, que suspirou. Pelo jeito aqueles garotos queriam mesmo ver o seu fim...
A garotinha sorriu, ao ver que dessa vez o plano de Miguel dera certo. A chinesa pensou em como Shouji fora estúpido, ao não explicar todas as regras ao réu.
(Shou pensando) Você deu um passou em falso, Shouji...
oOo
(Ken) Que confusão! Não sei se entendi direito!!
Bem que ele devia ter desconfiado de toda aquela história. E depois da investigação na casa do garoto de olhos azuis, Yohji ficara estranho e calado. Ken deveria saber que algo estava errado. Mas não adiantava ficar se recriminando agora.
(Omi) Você acreditou, Aya?
(Aya) Diante de tudo o que ocorreu, não vejo motivos para não acreditar.
(Ken) Oh, então isso pode acontecer de novo?
(Aya suspirando) Isso VAI acontecer de novo...
(Omi) E temos que encontrar os pais de Shouji? Isso parece ser fácil.
(Ken) Sim, nós começamos a investigar. Vou ver como o Yohji está. Não posso permitir que ele sofra isso outra vez.
O mais importante para o moreninho era conversar com o amante, pra ter certeza de que ele não se achava mais um fraco, ou um fardo. E para reafirmar que ele não tinha obrigação de responder pela vida de Ken. O jogador já era maior de idade, responsável, e fazia suas próprias escolhas. Se algum dia viesse a morrer em uma missão, não seria por culpa de Yohji ou de qualquer outra pessoa. Seria apenas a conseqüência do caminho que escolhera seguir. Nada mais que isso.
Ken surpreendera-se ao descobrir o quanto o namorado se preocupava com sua segurança. Seu querido Yohji... um tolinho, por se deixar levar pelo papo furado daquela ruiva impiedosa. Mas assim era o ser humano. Principalmente quando a questão envolvia sentimentos...
(Aya) Você não tem poder pra decidir.
A frase seca cortou os pensamentos de Ken.
(Ken)...
(Omi) Vou pedir para Yohji me passar todas as informações que ele coletou. Talvez eu encontre algo na Internet.
(Ken) Yoshi!- E eu não vou sair do lado de Yohji.
Não restava dúvidas de que os três estariam naquele jogo, se não passando pelo julgamento, pelo menos lado a lado com o Weiss loiro.
Sem mais nada a tratar, os três saíram em direção a cozinha. Qual foi a surpresa ao descobrir que a mesma estava vazia.
(Ken irritado) E ele não terminou de comer! Ah, se eu pego o Yohji!!
(Aya) Vá buscá-lo. Precisamos saber de tudo o que ele descobriu.
(Omi) Eu vou!!
O loirinho correu em direção ao quarto do loiro mais velho. Voltou alguns minutos depois, com um olhar intrigado no rosto.
O ruivo desconfiou logo de que algo estava errado.
(Aya) O que foi?
Ken parou de lavar as louças e fitou o chibi.
(Omi) Ele... não ta lá em cima...
(Ken) Como assim? O Yohji saiu?!
(Aya) Aquele idiota!!
(Omi) Vou ver na Koneko.
O moreninho fechou a torneira e saiu atrás de Omi. Aya também seguiu os dois, mas encontraram a loja vazia.
(Ken) Não entendo...
Abriu a porta da frente, e deu uma espiada na rua, olhando para os dois lados, mas não viu nem sinal de Yohji.
Começou a se desesperar.
oOo
(Carlo) Enrico... tem algo errado...
Os gêmeos perceberam a hora em que Ken saiu na rua, procurando algo ou alguém.
(Enrico) Estranho.
(Carlo) Vamos lá.
(Enrico) Mas...
(Carlo) Ora, a Karen também falou com ele antes do julgamento. Não podemos ficar apenas olhando. Sinto que tem alguma coisa errada.
O gêmeo concordou. Nunca contrariaria um pedido de seu adorado irmão. Os dois saíram do beco, e caminharam decididos até a Koneko, parando na frente de Ken.
(Ken) Não vamos abrir hoje, desculpe.
Imaginou que aqueles belos garotos eram apenas mais clientes atrás de algumas flores.
(Enrico) Se engana. Viemos atrás de Yohji.
O moreninho franziu as sobrancelhas, enquanto tentava adivinhar quem poderia ser aqueles dois. Então se lembrou de que Aya mencionara algo sobre gêmeos...
(Ken desconfiado) Vocês... são...
(Carlo) Sim, somos os dois jurados que vão julgar Yohji.
(Aya) Venham conversar aqui dentro.
O ruivo havia saído da loja, ao notar que Ken demorava a retornar. Omi viera com ele.
Os gêmeos olharam para os recém chegados e depois se entreolharam, balançando a cabeça.
Mais importante que entrar na Koneko, Enrico decidiu que era descobrir se estava tudo bem. Permanecendo fora da loja ele inquiriu:
(Enrico) Onde está Yohji?
(Aya) Íamos perguntar aos dois. Vocês são os próximos jurados, não é?
Antes que um dos dois respondesse, ouviram uma voz cheia de fria ironia chegando a eles.
(Miguel) As coisas mudaram um pouco...
(Aya) !!
(Ken) Quem é você?
(Omi) Mais um...
(Carlo) Oh... Miguel!!
Não perdeu tempo em se esconder atrás do irmão. Se Carlo tinha medo de Shou, de Miguel tinha verdadeiro pânico.
(Enrico irritado) O que faz aqui? Não é sua vez ainda.
(Miguel) Agora é a vez de Shou.
(Carlos) Não é! Nós não aceitamos trocar com ela... isso é trapaça!!
(Miguel sorrindo) Não é não... as regras são claras: se um jurado desafiar e o réu aceitar, a ordem pode mudar.
(Aya surpreso) Não acredito que aquele idiota aceitou um desafio...
(Ken preocupado) Yohji ficou louco?
(Miguel sorrindo) Ora... um desafio nem sempre se parece com um desafio... na verdade a culpa é de Shouji, que não explicou as regras direito: tudo que eu fiz foi instruir Shou, para que ela levasse Yohji a crer que não tinha saída.
Flashback
(Miguel) Shou, seja uma boa menina... vá floricultura, e fale com Yohji, sem que os gêmeos a vejam.
(Shou) E o que eu digo?
(Miguel) Ora, faça-o crer que você é a jurada escolhida, e não deixe que ele saiba que pode recusar ir com você.
(Shou) Entendi. Devo fazer um desafio, mas ele não pode saber que é um desafio, nem que não é obrigado a aceitar.
(Miguel sorrindo) Garotinha esperta!
(Shou) Confie em mim...
(Miguel) Não me decepcione.
E a chinesinha gelou diante daquelas palavras. Elas não podiam ser mais ameaçadoras...
Fim do flashback
(Enrico) Desgraçado!!
(Omi) Não é possível!
(Carlo) Infelizmente é possível sim. Claro que Yohji não precisava aceitar... mas pelo que eu entendi, Miguel manipulou tudo com esperteza.
(Miguel) Elogios não me afetam. Quando eu quero uma coisa, eu consigo. E não estou agindo contra as regras.
(Enrico) Maldito. Você jogou sujo! Aproveitou-se que Yohji não conhecia todas as regras...
(Aya) Nem nós sabíamos disso.
(Miguel) Azar o de vocês. Nesse exato momento ele está sendo julgado. He, he... e eu dei mais instruções a Shou... eu falei que se talvez... por um descuido quem sabe... ela se demorasse a chamar uma ambulância... não seria contra as regras... he, he, he...
(Enrico furioso) Maldito! Onde eles estão?!
Mas o mexicano deu as costas e foi se afastando deles.
(Carlo) MIGUEL!! Não pode fazer isso!!
(Miguel) Eu já fiz!!
Continuou se afastando, até sumir de vista.
(Ken desesperado) Temos que encontrá-los! Vocês dois... não sabem onde essa Shou pode ter levado o Yohji?!
(Carlo) Não!! Mas teremos uma chance, se encontrarmos Shouji!! Ele estava com Karen, na praça do centro. O que faremos, Enrico?
(Enrico) Vamos perder muito tempo se formos atrás dele!! Shou adora terrenos baldios. Existe algum por perto?
(Omi) Dois!
(Carlo) Vamos nos dividir e ir atrás deles! E rezar para que Shou tenha ido pra um desses dois.
Ken não gostou muito daquilo, mas não tinha muitas opções no momento. Iniciar uma discussão agora só os faria perder mais tempo.
(Aya) Os gêmeos vêm comigo! Omi e Ken vão juntos ao outro terreno.
(Ken) Certo!
(Omi) Entendido!!
Os Weiss sacaram logo que Aya queria ir com os gêmeos, para tentar espremê-los e descobrir algo mais.
Separaram-se, correndo desesperados em duas direções diferentes.
A certa altura, Enrico achou melhor mandar seu irmão atrás de Shouji. Com certeza precisariam dele.
(Enrico) Vá depressa! Assim que encontrar Shouji, você pede para que ele tente encontrar Shou, antes que seja tarde demais.
(Carlo) Entendi!
(Enrico) Tome cuidado, Carlo!
(Carlo sorrindo) Você também irmão.
Carlo saiu em disparada, afastando-se de Aya e Enrico, que também corriam muito. O líder da Weiss achou que era a oportunidade perfeita pra tirar sua maior dúvida. Esclarecer uma coisinha que o vinha intrigando desde ontem a noite.
(Aya) Seu nome é Enrico, não é?
(Enrico) Sim. E o meu irmão é Carlo, Aya.
(Aya) Você e seu irmão... e todos os outros garotos...
Enrico fitou Aya com seus grandes olhos negros, mas não disse nada. Intuía qual seria a pergunta do ruivo.
O líder da Weiss franziu as sobrancelhas. Havia uma pequena advertência naquele olhar. Aya entendeu que Enrico lhe dizia silenciosamente que aquele não era o momento para a pergunta que atormentava suas idéias.
(Aya) Certo... vou deixar passar dessa vez. Você sabe o que eu queria perguntar, não é?
(Enrico sorrindo) Sim.
(Aya) Então...
(Enrico sério) Tem coisas que não valem a pena... e sua pergunta é uma delas. Ainda é cedo demais para revelações.
O ruivo empalideceu um pouco, mas continuou correndo. Na verdade começou a correr mais.
(Aya) Você não vai negar meu pensamento?
(Enrico) Não.
(Aya) Você terá que se explicar melhor.
(Enrico) Claro. Responderei qualquer pergunta que me fizer. Desde que não seja contra as regras...
(Aya furioso) Essas malditas regras!!
Enrico sorriu, e suspirou de leve. Percebeu que Aya apertava ainda mais o passo, e logo entendeu por que: uma parte do grande terreno baldio já podia ser vislumbrada. E para azar dos dois, o local estava coberto pelo mato.
(Aya) Rápido!!
(Enrico) Espero que eles estejam aí!!
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(Shou) Aqui está bom.
(Yohji) Você vai entrar no meio desse mato todo?
Pararam em frente a um terreno baldio.
(Shou sorrindo) Você vai... ouça com atenção: tudo o que você tem que fazer, é chegar do outro lado desse terreno.
(Yohji suspirando) Sei. Deve estar cheio de armadilhas aí.
(Shou horrorizada) Não! Eu nunca faria isso. Mas eu quero ver a sua determinação em correr atrás de um sonho.
(Yohji) Simples assim?
(Shou) Claro que não. De-me suas mãos. Você vai sentir agora, toda a energia que eu acumulei, de pessoas infelizes que não tiveram a coragem de realizar seus sonhos.
(Yohji)...
O playboy olhou para as mãos pequeninas que Shou lhe estendia. Sem que pudesse controlar, sentiu um arrepio gelado correndo por suas costas.
(Shou) Você é 'culpado' até que se prove o contrário. Que o julgamento comece, e Yohji receba o veredicto. Tente mudar minha decisão, se for determinado o bastante...
(Yohji) Se não tem jeito...
Esfregou as próprias mãos na roupa, e estendeu a mão. Já estava preparado para o pior.
Continua...
(1) Yoshi: certo
