Título: O julgamento das sete mortes
Ficwriter: Kaline Bogard
Beta: Akemi Hidaka
Classificação: yaoi, sobrenatural
Pares: YohjixKen
Resumo: O que parecia um inocente pedido de ajuda transforma a vida de Yohji numa corrida contra o tempo.
Records of 2004 a.C.
O julgamento das sete mortes
Kaline Bogard
Capitulo 14
As conseqüências de uma escolha
Julgamento suspenso por um tempo...
Yohji moveu-se mais rápido que o próprio pensamento. A única coisa que sua mente registrou, foi a intenção de Enrico de apunhalar o moreninho inconsciente.
Para surpresa dos gêmeos, o playboy esticou o braço e segurou na lâmina do punhal, no exato momento em que a arma afiada ia encostar no peito do jogador.
(Yohji) Não vou permitir!!
O loiro mal sentiu dor, ao ter a mão cortada pelo fio do punhal. Quase suspirou de alegria, ao notar que o pior fora impedido.
(Enrico) !!
(Carlo) Ohhh...
(Yohji) Nunca mais se atreva a tentar fazer mal ao Ken, entendeu? Não me importo com essa droga de julgamento... e já estou seguindo suas malditas regras!! Só não admito que tentem ferir a este garoto!!
(Enrico) É pro seu bem!!
Mais uma vez Yohji se moveu depressa, e com a mão livre agarrou no pulso de Enrico, apertando com força, até que o italianinho largou a arma, deixando-a na outra mão do Weiss, que estava cortada e sangrava, mas ainda segurava o punhal firmemente, impedindo-o de descer ao tórax do jogador.
(Yohji) Não é pro meu bem. Não seja estúpido.
Jogou a arma fora, arremessando-a pra longe do alcance dos italianos.
(Carlo) Ohhhh, Yohji, nós...
(Yohji) Não preciso desse tipo de ajuda, fui claro? Afastem-se de Ken ou eu não respondo por mim. Agora terminem com isso, declarem-me culpado e fiquem felizes com minha derrota.
(Enrico) Pra terminar com o julgamento, precisamos que mate Ken, Yohji.
(Yohji irritado) O quê?!
(Carlo) Tínhamos certeza de que você aceitaria matá-lo...
(Yohji) Que idéia mais ridícula.
(Enrico) Vamos ficar presos aqui pra sempre, a menos que aceite logo seu destino: você tem que fazer isso Yohji!!
A paciência do Weiss loiro chegou ao limite. Por muito pouco não vira a pessoa que mais amava ser ferida gravemente... quase dera bobeira e não reagira a tempo...
Felizmente evitara o pior, mesmo que morresse naquele jogo estúpido e idiota, do qual ele ainda não entendera o objetivo... não sabia pra que aqueles garotos faziam tudo aquilo, e que tipo de poderes eles tinham, pra criar ilusões como o campo de girassóis, e sondar-lhe a mente, como Karen havia feito.
Tudo era muito confuso... sem contar que ele havia sofrido duas paradas cardíacas propositais, juntando com o desgaste psicológico por estar exposto as coisas que não entendia... muita coisa pra uma pessoa só...
Agora ver o garoto que mais amava ameaçado, por sua culpa, sendo vítima de dois jurados que exigiam que matasse Ken, para seu próprio bem!!
Realmente perdeu a paciência, como a muito não acontecia. Apertou o pulso de Enrico com força, sentindo a raiva que fluía por seu sangue, cegando-o por alguns instantes.
(Yohji) EU NÃO ME IMPORTO!! Posso ficar preso aqui por toda eternidade, mas NUNCA MACHUCARIA AO KEN!!
Mal terminou de pronunciar essa frase raivosa, e uma coisa estranha aconteceu: Enrico arregalou os olhos, e gemeu baixinho.
(Yohji) !!
O loiro se surpreendeu, pois não havia apertado com tanta força assim. Receoso, ele abriu a mão e soltou o pulso do jurado, que caiu pesadamente no chão.
(Carlo) Enrico!!
O gêmeo menor correu ao encontro de Enrico e abaixou-se, ajoelhando-se ao lado dele.
(Yohji)... eu... não queria machucá-lo...
(Carlo chorando) Ele está inconsciente!
Abraçou o irmão apertado, esquecendo-se momentaneamente do julgamento.
oOo
(Omi) !!
O loirinho observou preocupado, notando que uma das mãos de Yohji começara a sangrar sem aparente explicação. Aproximou-se do assassino mais velho, e ia tocá-lo, quando a voz de Shouji o impediu.
(Shouji) Não faça isso, Omi.
(Omi) !!
O chibi levou um susto, pois não ouvira a aproximação do garoto de longos cabelos negros.
(Shouji sério) Yohji está sendo julgado agora, ele vai ficar bem.
(Omi) Tem certeza?
(Shouji) Sim, afinal são os gêmeos que estão no comando. Eles serão...
O japonês não terminou a frase, levando as mãos a cabeça, como se sentisse uma tontura.
(Omi) O que foi?
(Shouji) Não sei... tem... algo errado!
(Omi) Oh, Yohji está bem?
(Shouji) Nunca senti isso tão forte antes... é um desequilíbrio que... Kami sama me ajude... não sei... eu... ahhhhhhhhhhhh!!
O japonês caiu de joelhos no chão, com as mãos na cabeça e os olhos apertados com força.
(Omi) O que foi?
Confuso, o loirinho não sabia o que fazer: se socorria Shouji, ou prestava atenção no companheiro que ainda sangrava.
O grito de Shouji fora tão angustiado, que gelou a pele do Weiss, fazendo-o se arrepiar.
(Shouji) Foi... Enrico... aconteceu alguma... coisa com ele... Margareth, Miguel, Karen e Shou... preciso de vocês aqui!! O julgamento está suspenso, por tempo indeterminado!
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(Margareth) Oh, morrer afogada foi horrível, horrível!! Mas tenho certeza que entre os outros jurados também é possível encontrar uma história de lágrimas e dor.
(Aya) Sinto muito.
O ruivo não sabia o que falar. E na verdade não existiam palavras no mundo que fizessem jus aquele instante.
(Margareth) Não deve! Você não me conhecia, não podia ter feito nada para me ajudar. Se eu estivesse viva, hoje eu teria dezoito anos... e seria casada!
(Aya)...
Pelo visto a garota não se desprendera de seus sonhos nem depois da morte. Admirável garra...
(Margareth) A única coisa que eu lamento, é que na minha próxima vida, não serei eu mesma. Não me importo com a aparência. Mas... desejo ardentemente que possa então realizar meus sonhos...
(Aya sério) Se você acreditar.
Por um instante a garota arregalou os olhos, surpresa pelas palavras de incentivo do ruivo, mas então ela se levantou, pondo-se em pé, e levando a mão ao peito.
(Margareth) Alguma coisa deu errada, Deus, que sensação horrível é essa?
(Aya preocupado) O que houve?
(Margareth séria) Céus, isso é mau, muito mau. Shouji suspendeu o julgamento. Algo gravíssimo aconteceu.
(Aya) !!
(Margareth) Vamos embora, Aya. Shouji está chamando por nós.
O ruivo teve uma intuição. Olhou em direção à saída, notando que Miguel estava parado a porta. O garoto mexicano mostrava um semblante carregado, se bem que um tanto pálido. Segurava a cabeça com as mãos, parecendo sentir uma dor muito forte.
Sem esperar mais, Aya fez um sinal ao garçom e pediu a conta.
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O silêncio na sala era total. Yohji, Ken e os gêmeos permaneciam na mesma posição, como se nem um instante tivesse se passado. Shouji, e os outros jurados observavam compenetrados.
Aya e Omi se mantinham mais afastados, acompanhando o desenrolar dos fatos em crescente expectativa, prontos para interferirem em favor dos companheiros se assim fosse preciso.
Por fim Shouji suspirou, e olhou para os Weiss.
(Shouji) Aya, algo deu errado com os jurados.
(Aya) Com os gêmeos?
(Shouji) Sim. Isso nunca aconteceu tão forte antes, mas foi o bastante para interferir no julgamento e bloqueá-los de nós.
(Omi) E o que faremos?
(Shouji) Nada. Não podemos fazer nada. Pois não sei o que causou isso, e agindo as cegas, qualquer atitude que eu tome pode ser mais prejudicial do que qualquer outra coisa.
(Omi) Mas vamos deixá-los assim?
(Karen) Eu posso sondar a mente deles, se você autorizar, Shouji.
(Shouji pensativo) Mas Karen...
(Karen) Sei dos riscos. Se eu examinar a mente dos gêmeos posso descobrir o que aconteceu... e assim podemos trazê-los de volta.
(Margareth) E pode ser envolvida nos acontecimentos de modo trágico.
(Miguel) Deixe que ela vá.
(Shou) Também concordo. Não podemos perder os gêmeos a essa altura do julgamento.
(Margareth suspirando) Então eu fico com a maioria.
O garoto japonês voltou os olhos negros para Aya e Omi. Considerou as opções por um instante.
(Shouji) Seja feita a vontade dos jurados. Venha aqui, Karen.
A americana aproximou-se e fechou os olhos.
(Karen) Não se preocupem, vou trazê-los de volta.
Shouji não respondeu, ergueu a mão esquerda e tocou na testa de Karen com o dedo indicador.
(Shouji) Vá até os gêmeos, e descubra o que aconteceu.
No mesmo instante a jovem se imobilizou.
(Omi baixinho) Foi a mesma coisa com Yohji e Ken...
(Aya)...
O ruivo detestava não poder fazer nada, no entanto não tinham escolhas nesse caso. Desanimado, Aya puxou o loirinho e ambos sentaram-se em um dos sofás.
(Aya) Vamos esperar.
Os outros jurados estavam tensos em expectativa. Dessa vez não apenas o réu, mas três de seus próprios companheiros estavam correndo perigo... e um perigo que ia muito além da simples morte, afinal, os três já não possuíam mais vida...
oOo
Karen suspirou, ao perceber que conseguira invadir o julgamento dos gêmeos sem problemas. Pelo jeito eles estavam entretidos com algo muito sério.
A jovem americana sorriu, ao reconhecer o campo de girassóis. Os gêmeos sempre usavam um cenário parecido. Mesmo que o teor do teste se alterasse.
Com confiança, ela seguiu a direção indicada pelas plantas, abrindo um caminho entre os caules altos, quase todos maiores do que ela própria. Separava-os com as mãos, como havia feito no próprio julgamento.
(Karen) Oh...
Deparou-se com a cena inusitada: assim que os girassóis terminavam havia uma espécie de altar de pedra, com alguém deitado sobre ele. Yohji estava parado atrás da pedra, olhando fixamente para baixo.
(Karen) O que aconteceu?
Aproximou-se rapidamente, reconhecendo o jogador que estava estirado inconsciente sobre o altar. Mas foi só ao aproximar-se mais que Karen notou Carlo abaixado, segurando Enrico entre os braços.
(Karen) Deus!! Carlo, o que é isso?!
Yohji e Carlo voltaram-se e encararam a ruiva que invadira o julgamento.
(Yohji) Não sei o que houve... acho que é culpa minha, mas... mas... não foi por querer...
(Karen séria) Carlo, o que houve?
(Carlo chorando) Enrico perdeu o controle... as coisas se precipitaram, e eu acho que... ele sofreu um choque de emoções.
(Karen suspirando) Oh, foi isso?
O alivio da ruivinha não teve tamanho. Um choque de emoções era o mais simples dos males... podia ser facilmente remediado, sem grandes perdas para ambos os lados.
(Carlo) Acho que sim. E agora Enrico está inconsciente... você pode ajudá-lo?
(Karen sorrindo) Sim, mas antes temos que pensar naqueles dois. Yohji e Ken ainda estão sob influência do julgamento, e minha atitude pode interferir com eles. Não queremos isso, não é, Carlo?
A ruiva abaixou-se e falou com o italiano, usando seu tom de voz mais doce. Podia sentir que Carlo estava assustado e preocupado com o irmão gêmeo, e ficava perdido sem a presença dele. Sem contar que era assustador ver a pessoa amada desabar, diante de um choque de emoções.
(Yohji) Sinto muito...
(Karen) Ora, não é culpa sua, Yohji. Um choque de emoções acontece quando o jurado passa dos limites. Enrico deve ter provocado você ao extremo, não é verdade?
(Yohji)...
A garota ruiva olhou para o altar, tentando adivinhar o que Ken fazia ali em cima... parecia um cordeirinho que estava sendo...
(Karen suspirando) Tem algo a ver com aquele menino ali...
(Carlo chorando) Enrico pegou até a mim desprevenido... levei um susto quando as coisas saíram do nosso controle.
(Karen suspirando) Vamos tirar Yohji e Ken daqui, concorda comigo, Carlo?
Apenas os gêmeos poderiam terminar aquele julgamento. Mesmo que Karen quisesse, não os salvaria sem ajuda dos irmãos. Pelo menos de Carlo, que estava consciente, se bem que muito confuso.
(Carlo chorando) Sim, é melhor tirá-los daqui...
Sorrindo, Karen passou a mão pelos cabelos negros, meio arrepiados, fazendo um suave cafuné no italianinho.
(Karen) Vai ficar tudo bem, Carlo. Eu quero que você volte com Yohji e Ken, está bem?
Mas Carlo balançou a cabeça, dizendo que não.
(Carlo) Eu nunca o abandonaria...
(Karen) Mas...
(Carlo) Yohji, Ken... vocês estão livres de qualquer ligação comigo ou com meu irmão. Terminaremos o julgamento quando as coisas voltarem ao normal.
Por um momento a visão de Yohji escureceu, e ele sentiu uma tontura, teve a impressão de que ia desabar desajeitadamente no chão...
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(Omi surpreso) Ei!!
Viu o momento em que o playboy cambaleou, e ergueu-se veloz, indo ampará-lo, mas não foi preciso. O Weiss mais velho recuperou-se e não chegou a cair.
(Yohji) Ken!!
A primeira preocupação do loiro foi conferir se seu amante estava bem. Olhou ao redor, estranhando ver tanta gente na sala de sua casa, no entanto era mais importante ir até Ken.
O moreninho ainda estava entre os braços dos gêmeos.
(Omi) Yohji, está tudo bem?
(Yohji) Comigo sim...
Apertou a mão que sangrava menos, mas ainda doía. Tirando aquele corte, não havia sofrido nada.
(Shouji) O que aconteceu?
Sem responder, Yohji aproximou-se do amante, e com cuidado, retirou-o de entre os braços dos italianos e apertou-o contra o peito.
(Yohji) Segundo Karen foi um 'choque de emoções'... ela e Carlo ficaram no julgamento, tentando trazer Enrico de volta.
(Shou) Choque de emoções? O que é isso?
(Miguel) Então o moleque passou dos limites? He, he...
(Margareth) Pobre Enrico. Espero que Karen o traga de volta.
Yohji não respondeu. Deu as costas aos presentes e começou a se afastar, com intenção de levar Ken para o quarto e permitir que ele repousasse. Não sabia o quanto o jogador estava afetado por tudo aquilo.
Mal deu um passo e ouviu a voz séria de Shouji chegando a ele.
(Shouji) Yohji, o julgamento está suspenso. Isto o coloca sob condicional: você não tem permissão de sair de Tokyo até segunda ordem, entendeu?
(Yohji)...
(Aya) Maldição.
(Omi suspirando) Vou desmarcar as passagens para Kimitsu.
(Aya) Faça isso.
(Shouji) Precisamos saber o que os gêmeos decidiram sobre o réu... antes de fazer qualquer coisa...
O loiro virou o rosto, e lançou um olhar nada gentil à Shouji.
(Yohji) Não se preocupe quanto a isso. Tenho certeza de que não passei no seu maldito julgamento.
(Shouji) !!
(Omi) Oh, Yohji...
(Aya)...
(Shou surpresa) Não passou no teste dos gêmeos?!
(Margareth) Não é possível!!
(Miguel) He, he, he... eu devia saber.
(Yohji pensativo) Se eu vou receber a morte definitiva... então não preciso me preocupar em ir até Kimitsu, não é?
(Shouji)...
Observou o loiro se afastar, surpreso demais pra retrucar qualquer coisa. Definitivamente não esperava por isso.
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Yohji subiu as escadas e dirigiu-se ao próprio quarto. Chegando lá, depositou Ken muito gentilmente sobre a cama. Ficou um instante observando-o, sentindo o peito se apertar de tristeza.
O julgamento estava suspenso, e isso lhe dava algum tempo para aproveitar mais a sua vida... não tinha outra escolha... não passara no teste daqueles italianos, e então receberia a tal morte definitiva...
O playboy já sacara que não se tratava de uma brincadeira de mal gosto... tivera provas suficientes que lhe diziam que aqueles moleques não estavam blefando... mas... nunca ia imaginar que sua vida terminaria de um jeito tão idiota!
Desanimado, ele sentou-se na beirada da cama, apoiou os cotovelos sobre as pernas e cobriu o rosto com as mãos. O que podia fazer?
Nesse momento ele ouviu uma batida de leve sobre a porta de seu quarto, e logo os outros dois Weiss entraram. Omi aparentava um semblante preocupado, e Aya permanecia sério.
(Omi) Você está bem, Yohji?
O loiro suspirou e respondeu baixinho.
(Yohji) Sim.
(Omi) E Ken?
Ambos aproximaram-se da cama. Omi sentou-se ao lado de Yohji e observou o companheiro. Yohji parecia desanimado, e não era pra menos.
(Yohji) Ele está desmaiado, mas acho que está bem.
(Aya) Você não passou no julgamento?
O loiro descobriu o rosto e deixou as mãos caírem sobre suas pernas. Não havia porque esconder nada daqueles dois.
(Yohji) O teste "fácil" dos gêmeos exigia que eu matasse Ken.
(Aya) !!
(Yohji) Segundo Enrico, Ken está disposto a dar a vida por mim... e eles queriam ter a certeza de que eu seria capaz de matar por isso.
(Omi) Pensei que estivessem do nosso lado!!
(Aya) Nos enganaram...
(Yohji) Quando me recusei, Enrico pegou o punhal e tentou ferir Ken... eu perdi a razão e o agarrei pelo pulso. Foi então que aconteceu o tal choque de emoções que Karen falou.
(Aya) E o que houve depois?
(Yohji) Karen surgiu, e convenceu Carlo a nos tirar do julgamento. Ela disse que tentaria trazer Enrico de volta.
(Omi) Você tem certeza de que não passou?
(Yohji suspirando) É o que parece... eu não matei Ken, e nunca o farei.
(Omi triste) Oh, Yohji... isso é terrível!!
(Yohji) Eu vou receber a morte definitiva... e isso me arrepia só de pensar!!
(Aya) Maldição.
Não podia aceitar a morte de um de seus companheiros assim tão passivamente... mas... eram as regras!! Merda!
O ruivo pôs a mente pra trabalhar a toda, tentando achar uma saída... algo que limpasse a barra do loiro, mas pelo jeito... estava fora de seu alcance.
(Omi) Pedir pra matar Ken foi uma jogada suja. Oh, Yohji, sua mão está ferida!! Deixe-me cuidar disso.
(Yohji amargo) Pra que? Logo não vai fazer diferença.
(Aya) Idiota, já vai desistir?
(Yohji)...
(Omi) Yohji, ainda não acabou. Nós estamos com você.
(Ken)... o que...
Os três Weiss olharam surpresos para o moreno. Ele parecia sonolento e meio perdido, mas perfeitamente bem.
(Yohji) Ken!! Você sente alguma coisa?
(Ken) Eu? Não. Porque? Acho que apaguei. Desculpa... queria te dar apoio durante o julgamento, mas pelo jeito eu apenas dormi... merda!
Ergueu-se, sentando-se na cama, com as costas apoiadas na cabeceira da mesma. Os olhos cor de chocolate indo de Yohji para Aya e depois para Omi.
(Omi)...
(Aya)...
(Yohji sorrindo) Que bom que está tudo bem!!
(Ken surpreso) O que houve? O que está acontecendo aqui? Yohji, como foi o seu julgamento?
O loiro passou a mão pelo cabelo e suspirou. Não adiantava nada esconder as coisas do amante. Ele saberia de um jeito ou de outro, quando aquelas crianças cobrassem o preço de sua derrota...
(Yohji) Sinto muito...
Ken não gostou nada da expressão desanimada do Weiss loiro.
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Karen segurava as mãos de Enrico, enquanto tentava chegar até a consciência do jovem italiano.
Carlo acompanhava tudo sentindo a angústia espremer-lhe o peito, quase sufocando-o. Seu irmão estava com uma aparência muito frágil! Se pudesse trocar de lugar com ele!!
(Carlo chorando) Enrico...
Karen semicerrou os olhos. Havia visto fundo no coração do italiano mais alto. Descobrira a história por trás daqueles dois... a tristeza que se espalhou por seu coração foi o reflexo da descoberta: que morte triste eles tiveram...
Mas sabia que não era hora de pensar nisso. Poderia chorar pelos dois mais tarde. Agora precisava trazer Enrico de volta à consciência, evitando assim uma tragédia mais profunda.
(Karen) Vamos, Enrico. Seja forte... volte para nós.
(Carlo chorando) Enrico!! Não me abandone!!
Ouvindo o chamado do irmão, e guiado pela voz de Karen, Enrico abriu os olhos.
Continua...
