...A noite estava quente e abafada. mesmo com o ar-condicionado ligado o aparelho não conseguia dar vasão e o calor persistia.

" Então você admite que queria ter visto!" –a frase do jovem Tomás continuava em sua cabeça mal conhecia aquele cara e ele já lhe dava nos nervos!–

Arrrrrrrrrrrr! –rosnou com a cara enfia no travesseiro-

Tentava dormir desesperadamente, mas era impossível. Aquela frase e o calor nunca iriam permitir.

Tirou a camisa, agora estava somente usando a bermuda fina do pijama azul que trouxera de casa, o corpo inteiramente suado.Estava sozinho no grande quarto. Nenhum dos poucos alunos que ficaram no colégio dormia ali. "bom, pelo menos isso !" pensava ao imaginar em como ficaria encabulado de pensar nesse tipo de situações com outras pessoas no mesmo quarto...

Levantou-se para apanhar alguma água ou coisa do tipo. Qualquer coisa com a qual pudesse se refrescar !

Achou por bem não se esquecer da camisa dessa vez, afinal ser pego à noite andando pelos corredores já era estranho, seminu então... calçou os chinelos e saiu do quarto.

Conseguiu a água de que precisava em um bebedouro logo no corredor.mas ainda assim tinha de se refrescar um pouco mais.

Resolveu fazer um pequeno passeio noturno. Havia sido avisado de que eles , em época de aulas , eram PROIBIDOS. mas como ainda estavam de férias, ele poderia se dar à esse luxo...

Foi andando descalço mesmo pelo colégio. Desceu de seu prédio-dormitório e foi até o pátio central. Mesmo com tudo o que lhe ocorria sempre ali, ainda era o melhor lugar do colégio.

Molhou as mãos e o rosto na água da fonte mas o calor continuava absurdo! Sem pensar muito, dirigiu-se ao Ginásio... mesmo havendo locais para banho em seu alojamento, sentia-se mais à vontade num lugar menos pomposo. O ginásio não ficava trancado à noite somente os materiais eram recolhidos. foi muito fácil entrar.

Pegou o caminho que conhecera mais cedo, através da apertada escada de pedra e indo até o vestiário masculino.

ao chegar no vestiário deparou-se com o espelho... " Então você admite que queria ter visto!",a frase lhe voltava à mente.

Sacudiu a cabeça para os lados, tirou a roupa e entrou debaixo d'água fria e por um momento ficou tão ansioso pelo toque da água fresca na pele que se esqueceu até mesmo de tirar os óculos. Assim que percebeu o engano tirou-os cuidadosamente e deixou-os sobre o banco ao lado do local de banho.

Estava sentado no chão moído pelo cansaço deixando que a água aliviasse um pouco o seu corpo exaurido.

Satisfeito e recuperado, levantou-se .

Ficou alguns instantes, nu, diante do grande espelho... pôs os óculos e analisou a si próprio...

Olhava seus contornos. Os braços que não eram aqueles braços infantis com os quais estava acostumado, agora traziam contornos e formas suavemente definidas, os ombros alargados pelo pouco exercício que fizera na vida, o peitoral delineado , a curva do umbigo,mãos, coxas, nádegas, panturrilhas , pés...pênis... nada o surpreendeu mais que seu próprio rosto... mal se reconhecia... olhava-se de bem perto no espelho via, tocava e analisava cada parte daquele rosto desconhecido, amadurecido... mas infantil. "Jura! Não achei que passasse dos 15!" relembrou mais uma vez das palavras de Tomás.

eu tenho dezessete e não sou mais criança... –disse baixinho para o seu reflexo no espelho – afastou-se indo de volta para o chuveiro em algum ponto do qual pudesse se visualizar completamente no espelho; escorou-se na parede e encarou-se tentando esboçar aquele mesmo sorriso de Tomás em seus próprios lábios.

" Então você admite que queria ter visto!" – disse para seu reflexo em um tom de voz rouca e abafada –

Escorado à parede seus olhos começaram à enevoar, mas ainda assim mantinha o olhar fixo em si mesmo de fato só via e ouvia a si próprio perdido naquela sensação de dominação e de submissão que se obrigava à passar.

Escorado à parede, acariciava o próprio peito enquanto escorregava lentamente até o chão... a água deslizando por todo o seu corpo provocava-lhe arrepios..

"se você quiser eu faço até um showzinho pra você..."-se apossava mais uma vez das palavras de Tomás. Enquanto lembrava daquele sorriso sacana que ele trazia no rosto. –

Iniciou um masturbar tímido em si mesmo fitando as próprias expressões refletidas no grande espelho, gemia , se arranhava, se mordiscava se beliscava... subia e descia seu corpo contra a parede deixando-se deslizar livremente... virou de costas , queria fazer o tal show para si mesmo e estava conseguindo. Sua ereção doía cada vez que a prensava entre seu corpo e a parede gelada mantinha as duas mãos espalmadas na parede como que prendendo à si próprio para que se mantivesse naquele torpor.

Esticou as pernas e ainda apoiando-se na parede, empinou-se, oferecendo-se à si próprio... se convidando à uma penetração imaginária.

Trazia à mente todos as imagens de todos os filmes pornográficos que já havia assistido e usando-as de referencia rebolava e gemia implorando por alívio.

Realmente estava fazendo um show para si . já não agüentava mais manteve uma mão na parede enquanto usava a outra para aliviar-se ; não seria difícil chegar ao extremo do jeito que estava, de fato pensou tê-lo quase conseguido quando sua mão finalmente tocou seu membro em riste acariciando-o vorazmente. A boca arfando de encontro à parede. Gemia alto, tentava não gritar mas era quase em vão a visão totalmente borrada e os sentidos quase sumindo era agora...

Quietinho ...! –ouviu uma voz ao pé de sua orelha – um corpo forte o prensava contra a parede sustentando-o de frente para ela , uma mão tapava-lhe a boca sufocando seus gemidos .

Seus olhos se arregalaram e tentava fugir de qualquer maneira. debatia-se mas o corpo que o segurava era deslealmente mais forte que o seu. Lágrimas corriam em seu rosto , lágrimas de desespero , frustração e de vergonha.

shhhhh... – disse a voz grave de Tomás entre dentes ao seu ouvido – fica quietinho já disse...

Um arrepio sinistro lhe percorria todo o corpo.

achou que eu fosse ficar quieto vendo você se oferecendo pra mim desse jeito é? –ainda prendendo-o envolveu a mão delicada de Henrrique e recomeçou à masturbá-lo –

O rapaz se debatia ouvindo aquelas frases e sendo tocado daquela forma. Estava totalmente humilhado, mais humilhado do que já se sentira em toda a sua vida !

Desistiu de lutar. Quanto mais rápido aquilo tudo acabasse, mais cedo estaria em casa. Sim, por que de certo seria expulso de St. Helen assim que o ocorrido chegasse aos ouvidos da diretoria. E logo em seu primeiro dia!

isso... bom menino... quer gozar, é? – rosnou baixinho para Henrrique. vendo que o garoto se acalmara, destampou-lhe a boca sem para de manuseá-lo- ...quer? hn?

Henrrique permanecia em silêncio... Tomás por sua vez não parava o que fazia mesmo estando preocupado com o outro... era visível que o que fazia agradava e muito o garoto que para ele, apenas estava confuso com relação à isso tudo.

Henrrique sentia calafrios com o toque do corpo de Tomás contra seu corpo nu, e por mais estranho que fosse tinha realmente alguma coisa naquilo tudo que não o deixava voltar à si. Tomás conseguira enlouquecê-lo mas ainda não estava certo do que queria. contudo seu corpo concluiu esse raciocínio por ele.

Tomás sentia Henrrique esfregar-se contra seu corpo... não relutando, mas instintivamente. Percebendo isto pressionou coma pélvis mais uma vez oi corpo frágil de Henrrique contra a parede e agora estrangulava o membro em sua mão impedindo-o de aliviar-se.

Henrrique já havia se deixado levar há muito tempo e tentava inutilmente criar movimentos de vai e vem na mão de Tomás, mas o loiro não permitia.

tsc tsc tsc... tá assim j� é? –disse sensualmente com aquela voz rouca em seu ouvido- ... me diz então... o quê que você quer? hein...? –o Rapaz o prendia imóvel torturando-o-

Henrrique gemia tentando continuar .

Fala! diz o que você quer. –insistiu o loiro- ...quer o quê? ... Isto? –mordiscou-lhe o pescoço deixando lhe uma grande marca vermelha - ... ou será que prefere isso... –manipulou-o vagarosamente por uns segundos mantendo a mão apertada, o garotos e contorcendo teso e confuso sob a sua palma - ... hum...acho que não... será que prefere isso...? – sem a resistência de Henrrique usou a mão livre para acariciar as nádegas macias do rapaz fez com que Henrrique umedecesse um de seus dedos enquanto o masturbava e introduziu-o só um pouquinho no próprio garoto , Henrrique sentiu que poderia até mesmo desmaiar caso Tomás continuasse à torturá-lo daquela forma. Nunca havia sentido nada como aquilo se estivesse livre derreteria-se de imediato àquele toque tão diferente.-.. hum... sabe o que mais... – Henrrique gemia violentamente lutando para tentar manter-se consciente - ... já sei exatamente o que você quer...-Tomás soltou-o e rapidamente sem tirar a ponta de seu dedo de dentro do rapaz,virou-o para si, ergueu-o contra a parede dando-lhe um beijo inesperado, profundo e molhado sem deixar de manusear o anel de Henrrique-

O garoto agarrou-se à Tomás fincando-lhe as unhas nas costas e puxando-lhe o cabelo ferozmente. Deixou que um último gemido sufocado naquele beijo, rugisse em sua garganta enquanto quase que instantaneamente, se perdia naquele torpor fantástico,provocado pelo orgasmo que Tomás lhe propiciara.

O loiro por sua vez continuou sua carícia ainda por alguns instantes até que o garoto se acalmasse um pouco. Levou um bom tempo até que Henrrique se mexesse durante esse tempo ainda sentia espasmos repetidos do gozo que tivera.

Embora tivesse deliciado-se com toda a cena,Tomás sabia que assim que o garoto recuperasse totalmente os sentidos provavelmente seria expulso do colégio... mas não estava arrependido... pelo contrário.. por ele...continuariam ali ainda por um bom tempo...Com medo de que nunca mais tivesse a oportunidade novamente deu mais um curto selinho nos lábios quase infantis de Henrrique e sentou-se no chão recostando-o contra seu peito até o momento em que estivesse melhor para levantar. erguendo um braço desajeitado o loiro ainda conseguiu fechar o chuveiro que ainda estava ligado...

Um bom tempo se passou. Tomás já havia percebido que henrrique estava completamente lúcido novamente e que buscava tentar entender o que se passara com ele...

você,... –parou com a voz presa por um momento... era difícil para o loiro ficar sem palavras... – você prefere que eu te deixe sozinho até que se organize? –nenhuma perola.. mas nada que não precisasse ser dito-

O garoto de cabeça baixa apenas assentiu com a cabeça sem dizer uma palavra.

ao receber sua resposta, esgueirou-se entre Henrrique e a parede ficando de pé e quando ía saindo.. . ouviu soar a voz fraca e dispersa do garoto...

me passa a minha roupa Tomás?

Sem precisar que mais nada fosse dito, Tomás fez o que lhe foi pedido e aguardou gentilmente de costas enquanto o jovem recompunha-se o que levou um tempo consideravelmente incômodo para os dois...

Tomás ?. –perguntou Henrrique num tom seco - escute... – o garoto se aproximou do outro mas não conseguiu encará-lo... passou direto e resolveu falar e costas para ele... só assim conseguiria isso. –

O loiro o olhava atento e observava cada um de seus movimentos enquanto o garoto reunia forças para tentar continuar...

Tomás. entenda que quero muito ... muito mesmo continuar... sendo seu amigo. Até aonde eu saiba, eu não em sito atraído por homens... nunca me senti...e o que aconteceu aqui...-Tomás baixava a cabeça como se estivesse levando uma saraivada de socos e pontadas.-... Tomás, ... o que houve aqui nem eu sei explicar, tá certo?... mas até eu conseguir,... Isso NUNCA aconteceu ouviu?

Tá. – respondeu no seu tom mais normal colocando de volta o rosto de feliz na cara. Henrrique o viu sem ele... mas não o enxergou... melhor assim - ... Tá bom Henrrique. "As you wish".

Amigos? – Henrrique estendeu a mão ao novo "amigo'

Amigos?- respondeu um sorridente e vazio Tomás.

Tomás acabou levando Henrrique de volta ao seu prédio... logo estria amanhecendo e os dois precisavam dormir depressa pelo menos para garantir ao menos uma hora ou duas de sono.

Antes de deitar-se henrrique vislumbra o quadro aonde havia fixado as fotos de sua família... não conseguia olhá-los,... deitou-sede bruços e dormiu assim com um único pensamento em sua mente:

"Odeio Noites de Verão! . " "