Trata-se de uma historia original, mas com uma penca de personagens conhecidos dos mundos de RPG e Videogames, alem de alguns meus.
Ah, sim, todos estes personagens, sao propriedade de seus respectivos autores (personagens da SNK sao propriedade da SNK, personagens da Capcom sao da Capcom, e assim por diante). Eu NAO possuo os direitos sobre estes personagens, salvo aqueles criados por mim mesmo.
Esta é minha primeira tentativa de escrever um fic, portanto, sejam bonzinhos. R&R, por favore!
ATO 1
INICIOGaspar: O artefato foi encontrado em Narche? Finalmente...
Balthasar: Não existem provas que seja Esther.
Melchior: Sim, mas é uma possibilidade para a qual não podemos dar as costas. Esta pode ser a chance para NOAH tomar a iniciativa e garantir a devida segurança para a crise.
Gaspar: Contudo, mesmo tendo a descoberta sido feita bem debaixo de nosso narizes, não vai demorar muito até que outras organizações venham atrás dela!
Melchior: De fato, não foi encontrado nenhum espião da Yakuza, de Navarre ou de NESTS em nossas terras. É forte indicio de que ainda não sabem do ocorrido.
Balthasar: NESTS? Você acha que Ele se envolveria nisso pessoalmente?
Melchior: É outra possibilidade para a qual não devemos dar as costas.
Balthasar: De acordo. Uma ação rápida e devastadora é a medida ideal para recuperar Esther. Voto pela ativação de ICE.
Melchior: De acordo. Mas é melhor que Danglar envie um esquadrão de apoio para vigia-lo. Ele não deve me hipótese alguma ficar exposto a Esther por um período de tempo muito extenso.
Balthasar: De acordo.
Gaspar: De acordo. Não temos mais muito tempo.
Aproximadamente seis meses antes do Fim do Mundo...
Extremo sul do mundo. Um continente gelado e de poucas cidades, onde a neve ataca perenemente os desbravadores daquela terra. Num ponto deste continente fica Narche. Alguns quilômetros dali fica uma das bases do NOAH.
Rinoa: Coma um pouco mais. Este pudim está delicioso!
ICE não disse nada, mas acatou a ordem da jovem. Enquanto se servia do doce, fitava-a discretamente. Possuía longos cabelos negros e olhos tão sorridentes que aumentavam o sorriso carismático que sempre estava em seus lábios. Na verdade, era muito difícil para qualquer pessoa não ceder àquela alegria encantadora, mesmo entre os assassinos do NOAH.
Mesmo estes assassinos não se acostumavam, no entanto, com as visitas que ela pagava a ele. Afinal, estavam numa cela no terceiro subsolo da fortaleza, numa área a qual somente ela e o próprio General Danglar tinham acesso. A aparência de ICE também não era das mais acolhedoras: era extremamente pálido e de cabelos de um loiro quase albino, curtos e com algumas mechas se projetando para frente. Mesmo numa temperatura muito abaixo de zero só se vestia com o que algum dia distante fora uma calça e Rinoa podia ver como seu corpo era magro, as costelas salientes e os braços frágeis. Os olhos eram de um azul celeste extremo, irrequietos com a luminosidade que a jovem trouxera consigo, e a face como um todo era inexpressiva, como se ali não habitasse alma.
Rinoa: Você tem olhos lindos como o oceano.
ICE corou quando deu conta que ela o fitava de maneira não tão discreta, as duas mãos apoiando mimosamente a cabeça sobre os joelhos. Desviou o olhar imediatamente.
Rinoa (delicadamente colocando o dedo indicador no queixo de ICE e erguendo a cabeça dele até que os dois pudessem se encarar): Mas acho que você precisa aprender a olhar para frente com mais freqüência. Por acaso eu assusto você?
ICE (vermelho, a voz saindo rouca, como se nunca tivesse sido usada): Não. Mas você deveria evitar vir aqui. Não quero que você se arrisque...
Rinoa (sorrindo): Não se preocupe comigo. Ângelo me protege! Não é, meu fofo?
Do lado de fora da cela, a cadela ergueu a cabeça e preguiçosamente latiu em resposta.
Rinoa (sua mão afagou o rosto de ICE): Além disso, eu sei que você se sente só aqui dentro. Já sei, acho que vou pedir pro papai deixar eu mudar a decoração deste lugar:)
ICE: General Danglar não ia permitir uma coisa dessas...
Rinoa: Relaxa! Eu tenho meios de convencer ele. A gente pode começar colocando uma cortina florida aqui (se bem que é melhor por uma janela antes de tudo...), e depois mudar esta sua cama de lugar e depois...
ICE (gota de suor): ...
Rinoa: ...e eu posso trazer livros! ICE, você gosta de ler?
ICE: Não sei ler...
Rinoa: Ops! Num tem problema! Eu te ensino! Assim ainda tenho um bom motivo pra vir aqui todos os dias!
ICE: Rinoa!
ICE tomou a mão da jovem e a tirou de seu rosto repousando-a sob a cama.
ICE: Vou ser ativado... Devo rumar pra Narche ainda hoje... (dizer aquelas palavras era difícil)
O sorriso desapareceu do rosto de Rinoa. Seus olhos se entristeceram, apertava as mãos com força. Nada a deixava mais preocupada que as convocações de ICE. Sabia que isso significava a morte de muitas pessoas, nem sempre responsáveis por seu destino. Pior que isso era a duvida de vê-lo encontrar algum perigo do qual não pudesse escapar...
Rinoa: Pedir para você não ir não ia adiantar nada, ia?
ICE: Ordens devem ser seguidas não importa sob quais circunstancias.
Rinoa: Então, eu vou com você.
ICE: Não.
Rinoa: Por que! Acha que eu não tenho capacidades? Eu poderia ser útil com minhas magias de cura! E ainda tem a Santo Ângelo di Roma!
ICE: Não. Narche é bem protegida. Precisaremos agir rápido. Você só ia nos atrasar.
Rinoa (se levanta, um brilho furioso nos olhos): você fala como se gostasse do que faz! Te agrada ver gente morrendo pelas suas mãos? Te agrada correr risco de vida?
ICE (pensando): Sempre a mesma coisa... (falando): É o propósito pelo qual existo.
Rinoa: Te agrada me ver preocupada com você?
ICE: Um assassino não merece a preocupação de alguém...
Não conseguiu continuar. Seus lábios foram silenciados pelos de Rinoa. Embora não soubesse o que fazer, sentia de alguma forma que isso era importante para ela e deixou-a continuar. Alem disso, nunca sentira aquela sensação, um calor muito diferente dos que sentia no campo de batalha. Era algo morno, gentil, algo realmente novo para um ser cuja única tarefa desde sua concepção fora ceifar vidas humanas.
Ficaram assim por alguns minutos, até que Rinoa afastou seus lábios alguns centímetros dos de ICE. Teve vontade de rir ao ver que ele tentava desesperadamente recuperar o fôlego, ao mesmo tempo em que disfarçava a estupefação.
Rinoa (sorriu, a mão acariciando os cabelos dele): Seu bobo! você precisa respirar durante o beijo, senão acaba morrendo...
ICE:... (arf, arf, arf)
Rinoa colou seu rosto no dele, seus lábios quase tocando sua orelha.
Rinoa: Quando você voltar eu te ensino como! (00)
ICE (vermelho): ... (arf, arf, arf)
Rinoa: Descanse, então. (beijou-lhe o rosto). Bye, bye.
Recolheu a bandeja e os talheres com os quais ICE se serviu e saiu da cela, Ângelo a acompanhando. Estava preocupada e sentia um pouco de pena por aquela criatura. ICE sempre ficara recluso em uma cela, só vendo a luz do dia nas raras ocasiões em que entrava em ação, ainda assim sendo vigiado por um esquadrão inteiro. Sabia que era um ser tão perigoso que o alto comando do NOAH o vigiava com toda cautela, mas no fundo era um ser solitário, cuja companhia seria evitada por todos, mesmo se não estivesse encarcerado.
Parou de pensar. General Danglar caminhava pelo corredor em direção a ela, provavelmente indo dar as ultimas instruções a ICE. Era um homem grande como um urso, de longas barbas e cabelos brancos, as feições da face endurecidas pelo tempo e pelos inúmeros combates que travara, vestia uma assustadora armadura adornada com motivos de guerra e combate e trazia na cintura uma espada longa que exalava uma aura igualmente assustadora.
Um passou pelo outro sem dizer qualquer palavra.
Rinoa (parando abruptamente): General Danglar...
O homem parou sem se virar. Respirou fundo e preparou-se para ter a mesma discussão de tantas outras ocasiões.
Danglar: Sim.
Rinoa: Pai, ele também é um ser humano. Como pode permitir que uma criança vá de encontro ao perigo e ainda deitar tranqüilamente a cabeça num travesseiro à noite!
Danglar: Pai? Rinoa, aqui sou SEU general e NUNCA se esqueça disso!
Rinoa (os olhos no chão): Sim, tem razão, senhor. Mas sabe que tenho razão!
Danglar (se aproxima e segura os ombros da filha com força): Não deixe que seus sentimentos fiquem acima dos objetivos da organização!
Rinoa: Mas se o senhor não dar a ele alguma felicidade, terá um monstro que ninguém poderá controlar! É isso que você quer? Diabos, pai, ele também é seu filho!
Danglar: ...
Rinoa: Por favor, senhor. Deixe ao menos que ele possa trafegar aqui dentro da base! Eu me encarrego de vigia-lo. Ele não é um monstro! Não vai atacar o primeiro que aparecer na frente!
Houve uma longa e silenciosa pausa, os dois se encarando. Rinoa estava decidida a convencer seu pai, não importa a que preço.
Danglar suspirou desconsolado e deu as costas, tomando seu rumo.
Rinoa (lágrimas nos olhos): Pai!
Danglar: ... Se ele terminar esta missão com sucesso, apresentarei sua proposta aos Sábios.
Rinoa: Obrigada!
Danglar: E não me chame de "pai" aqui!
Danglar: Compreendeu suas ordens?
ICE: Sim. Resgatar Esther das Minas de Narche o mais rápido possível e retorna-la ao NOAH em menos de 24 horas.
Danglar (preparando-se para se retirar da cela): Exato. E mais uma coisa: apague todas as evidencias da descoberta de Esther. Todas.
ICE: Sim... papai.
