Capítulo 12 - O baile... parte onde todos se reencontram

O vestido de seda dançava pela sua pele. Seus cabelos estavam presos em um coque frouxo, de onde várias mechas de cabelo caiam encaracolados em volta do seu rosto. Presilhas de brilhantes faziam com que seu cabelo brilhasse ainda mais. Seu colo nu, muito branco, pedia algo, mas ela não entendia dessas coisas. Só se contemplava diante do espelho pensando que não nascera para ser pobre. Não que ela necessitasse ser rica mas ela e seus irmãos nasceram para prosperar e continuar sendo felizes. Mas o que ela queria dizer com o "eu não nasci para ser pobre!" era que roupas bonitas, caras, elegantes combinavam com ela. Com seu ar de simplicidade e elegância, com sua beleza exótica. Cindy já havia descido, ela foi saber o que "Paris" devia fazer.

Ela ficou muito linda no vestido azul petróleo, seus cabelos soltos, só com uma mecha da frente presa com uma pregadeira de pérolas, do conjunto dos seus brincos e gargantilha. Sua sandália preta de tiras finas e salto agulha baixo, estavam e total harmonia com a roupa. Cindy havia ficado espetacular. Depois de passar as mãos mais uma vez pelas alças duplas (uma de cetim e outra de seda) Gina caminhou até a cama e pegou seu par de sandálias que tinham três tiras finas, uma cinza, uma preta, uma cinza e com a parte que ela prendia ao tornozelo também cinza. O salto era bem mais alto que o de Cindy e como o dela também era um salto agulha. Depois de calça-la, Gina dirigiu-se a penteadeira. Passou o batom rosa claro que Cindy havia dito pra ela passar, não era um batom para colorir totalmente, mas sim para dar vida aos lábios muito brancos, era puro nervosismo, mas ela realmente achava que eles precisavam de uma cor mais rosada. Seus olhos já estavam envolto em um grossa camada de lápis preto, que davam mais destaque nos seus olhos achocolatados, um sombra furta-cor dava um tom mais brilhoso ao rosto sem base. Mas também não era necessário, Gina possuía uma pele limpa, homogênea. Estava pronta, ela só estava sem brincos... Mas Oma não havia deixado nada pra ela. Só as pérolas de Cindy, ela achou então que era pra ficar assim mesmo. Quando estava levantando da penteadeira ela ouviu umas batidas na porta. Achou aquilo muito ridículo pois Cindy tinha o cartão da suíte, as camareiras apertavam a companhia, mas ela ignorou esses detalhes.

- Entre. - Ela acabou por dizer sem se virar, levantando e voltando ao espelho grande. Ela ouviu a porta abrir e fechar. - Cindy, por que bater na porta? Você tem o cartão.

- Eu podia te pegar nua! - Mas aquela não era a voz de Cindy. Então se lembrou. Ela estava na suíte dois e a um, a única que ficava no mesmo andar... Era ocupada por uma pessoa que ela conhecia.

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Cindy desceu as escadas do saguão. Havia 10 minutos que deixara Paris no quarto sozinha. Ela ainda estava se arrumando, mas Cindy também desconfiava que ela, como uma pessoa que seria apresentada à sociedade naquela noite, só deveria entrar na festa, na hora que fosse anunciada. Por tanto ela deixou Paris com as sandálias e o batom e desceu pra procurar Oma. Avistando a amiga e conselheira, vestindo um lindo terno branco com botões negros, Cindy aproximou-se:

- Sleshy, me corrija se eu estiver errada, Paris só deve descer quando o apresentador chamar certo? Para ela ser apresentada a sociedade. - Cindy sorriu e Oma sorriu de volta respondendo.

- Certíssimo Blair! - As duas riram educadamente. - Mas pode deixar que eu já cuidei de tudo. Ela virá acompanhada... Agora vá ao penúltimo andar, onde estão hospedados o Menino Tristan... - e as duas riram, porque Oma estava imitando Hector falar. - Então - Oma sorriu novamente - Sem brincadeiras, vá lá, ele está no quarto 3, e acompanhe Jess aqui, ele será apresentado também, e a senhorita, também Blair. Eu estou no mesmo andar que eles e acabei convencendo Hector que você faria o papel da amiga da Vivian, a personagem que Paris irá interpretar, com muita segurança... Porque vocês são amigas... E ele acabou por concordar. Então é isso... Você vai lá, e desça com Jess daqui a meia hora. David você pode deixar comigo... ele está aqui no segundo andar. Já levei a roupa e os sapatos dele, ele está tomando banho. Virá comigo. E hoje à tarde eu pedi que levassem o convite aos Atwood. Eles confirmaram presença. E disseram que trariam a Mia. - Oma sorriu vendo os olhos de Cindy brilharem. As duas sabiam que Paris ficaria muito feliz. - Esse será o dia mais feliz da vida dela. - Cindy concordou com a cabeça. - Venha aqui assinar seu contrato antes de você ir buscar Jess. A festa começará daqui a 5 minutos. As pessoas daqui a 10 minutos no máximo, já estarão aqui em peso.

As duas foram ao escritório em que elas estavam no dia anterior. Cindy assinou o contrato e subiu rápido, ela ganharia também um dinheiro considerável. Ela tremia, no dia anterior tinha ficado muito entusiasmada com Jess... Ele era (é) um homem muito lindo, de 23 anos no máximo. Cindy subiu pelo elevador e andou com as pernas balançando até a porta em que havia uma placa dourada com um "S3.49". Suíte três, andar quadragésimo nono. Ela apertou a campainha duas vezes. Ouviu passos se dirigirem até a porta. A porta abriu revelando um homem, de cabelos castanhos claros, cor de palha e lindos olhos azuis piscina, dono de um abdômen e peitoral bem definidos, nus. Ele estava usando só uma calça preta tinha um cinto de couro marrom em uma mão e meias na outra. Ele sorriu, seus dentes brancos e corretos na boca, rosa, molhada, chamativa...

- O, o, oi... - ela sorriu muito sem graça... - É, é, é... é - ela apontou pra trás. - O, o, o...

- Oma? - ele sorriu, ela concordou com a cabeça, seus olhos eram lindos, mas sua boca a chamava, seus braços, seu peito, sua barriga, ela corou. - O que tem Oma? - Ele perguntou tentando chamar a atenção dela... Ele mal sabia o QUANTO chamava.

- E, e, el, ela... - Cindy tentou mais uma vez. - Tem água ai? - Ele abriu espaço pra que ela entrasse.

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"Malfoy, Malfoy, Malfoy" - Gina lembrou-se. Virou-se e deu de cara com ele, ele estava muito elegante em um terno preto de riscas de giz, com uma camisa branca por baixo e uma gravata azul marinho cortando um verde escuro na diagonal, a gravata da sonserina.

- O que quer aqui Malfoy? - Ela perguntou grossa.

- Vim te trazer isso. - Ele falou abrindo um caixa de veludo preta contendo uma gargantilha com várias pedras de diamantes e presos em um cordão de ouro branco. Também tinha um par de brincos. Gina levou as mãos à boca. - Oma mandou. - ele disse rapidamente... Não queria de forma alguma que aquela Weasley pobretona pensasse que ele havia comprado algo tão caro pra ela. Ela pegou o colar com muito cuidado e foi tentar colocar no pescoço, mas ela não conseguia fechar. Draco em vez de sentar no chão e rir, foi ajudá-la. - Deixe Weasley. - Ele disse em uma voz sem sentimentos. Quando ele foi pegar o colar da mão dela, seus dedos se encostaram, ele pode sentir a mão gelada dela, que ele julgou ser nervosismo, com a mão fria dele, que era o normal. Um calafrio percorreu Gina dos fios do cabelo aos dedos dos pés, a mão fria de Draco encostava levemente em sua nuca quente. Depois de alguns segundos a gargantilha brilhava em seu pescoço, Gina foi se contemplar no espelho, não se conteve e passou a mão de leve por cima da gargantilha. - Ainda tem os brincos Weasley. - Gina tremeu ao ouvir seu nome novamente... Há quanto tempo ninguém a chamava assim?

- Obrigada Malfoy. - Gina virou-se e pegou os brincos na caixa que ele tinha voltado a segurar depois de ter posto o colar nela. - É só isso? Oma não mandou nenhum recado? - Ela perguntou enquanto tentava atarraxar o brinco em sua orelha. Ele não respondeu. Ela então virou-se para sair do quarto.

- Não tão rápido Weasley.

Draco segurou Gina pelo cotovelo, antes que ela chegasse a porta, fazendo com que Gina tivesse outro calafrio. Ele a levou até a cama. A pôs sentada na borda, puxou uma cadeira que ficava ao lado da penteadeira e sentou-se à frente dela.

- Temos algumas coisas a conversar.

- Não tenho nada para conversar com você, Malfoy. - Ela disse já levantando. Draco novamente não respondeu, simplesmente a empurrou para que sentasse novamente, sem machucá-la e sem fazer esforço. - Me deixe ir Malfoy.

- Weasley! Cale a boca. Você não consegue perceber? - ele disse sem alterar a voz.

- O que? O que Malfoy? - Ela acabou desistindo e ficando mais relaxada na cama.

- Não podemos nos tratar assim... Meu nome não é Malfoy, é Sean Bloom, Sean Bloom.

- Paris Leigh, Paris Leigh. - Gina repetiu. Quase que ridicularizando a conversa.

- Até inventando nome... Você é pobre. - Ele debochou.

- Ah, é? Meu nome é pobre? Paris Leigh? Muito mais bonito que o seu Malfoy... Haha, Sean Bloom. Nome ridículo... Mas, muito melhor que Draco, confesso... Draco. - Ela riu de se acabar. Draco ficou demasiadamente irritado. Como ela ousava dizer que o seu tão amado nome era ridículo? Ele levantou da cadeira e foi se inclinando sobre ela. Com suas mãos forçou o ombro dela pra que continuasse deitada na cama. Seu rosto não estava vermelho, mas seus olhos transmitiam ódio, estavam cinza chumbo. Gina por outro lado, estava um pouco vermelha das risadas. Seus ombros já estavam começando a reclamar, ele estava apertando e forçando pra baixo ao mesmo tempo, não falava nada, mas Gina não conseguia se mexer, não porque não pudesse, mas porque não queria, os olhos de Draco a hipnotizavam. Draco sentiu que ela não o olhava com medo, mas quase com desejo. Ele levantou-se rápido.

- Que nome é ridículo agora? - Ele perguntou de costas enquanto empurrava a cadeira de volta para o lugar. Ele estava confuso. Sentindo-se sem chão.

- O seu. Agora saia. Tenho que acabar de me arrumar e sair. - Gina fez um ato nervoso depois de se recuperar um pouco.

- Não LEIGH. - Draco disse cuspindo o "nome" dela. - Eu não vou sair. Nós vamos. Seremos acompanhantes no baile. Isso também NÃO ME AGRADA. - Draco frisou. Quando ela fez uma cara de descontentamento. - Agora ande se não acabaremos chegando tarde. - Gina não respondeu, mas voltou ao espelho, seu cabelo havia amassado um pouco e ela ajeitou as mechas novamente. Passou mais um pouco de batom.

- BLOOM. - Ela falou sem se virar - Acha que falta alguma coisa?

- Não. Você está... Bem. Vamos. - Ele a puxou pelo braço. Mais confuso ainda por ela pedir uma opinião dele.

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- Tem copo ali no armário e você pode pegar água na porta da geladeira. - Jess disse simples. Apontando para o armário que ficava em uma outra parte da suíte dividida por uma bancada. - Mas então... Blair... É Blair, não? - Ele perguntou mostrando todos os dentes brancos em um sorriso contagiante. Ela confirmou com a cabeça e completou.

- Mas pode me chamar de Cindy. - Ela devolveu o sorriso à altura.

- Mas então... Cindy - ele sorriu novamente - o que Oma quer?

- Ah, - Cindy sorriu sem graça - Ela pediu para que eu descesse com você e para que sejamos acompanhantes no baile, só até nos apresentarem, depois não precisaremos ficar juntos. - Ela acabou corando e sorrindo sem graça.

- Se tivéssemos que ficar juntos até o final, não me importaria. - ele sorriu e ela corou ainda mais. - E quanto tempo ainda temos?

- Uhm... - ela olhou um relógio na parede... - 20 minutos. - E aí aconteceu uma coisa que ela não esperava que acontecesse com Jess... Ele deu um berro e saiu correndo para todos os lados... tentando por uma meia enquanto colocava o cinto, depois um pé de sapato no pé errado e Cindy não suportou a cena. - Tristan, para. - ela gritou e ele parou de repente com uma perna levantada indo em direção a mão dele que estava segurando um pé de sapato, o outro braço esticado com um pedaço da manga da blusa azul enfiada, e com o cinto na boca, ele depois caiu no chão todo enrolado na roupa. - Tristan, larga tudo e levanta. - Ela falou docemente mas com um ar de quem não permitiria ser contestada. Ele levantou e deixou o sapato no chão, tirou o cinto da boca e pôs a camisa direito no corpo, ele estava abotoando a camisa enquanto ela falava. - O que você tem tanto que fazer? Agora põe a camisa pra dentro da calça... - ela ordenava de forma clara e sem ter um ar de mandona - Pega o cinto e põe direito, com calma... - ela falava chegando perto dele e pegando um par de meias no chão e o sapato de couro marrom. - Aqui, esse pé direito, com o direito... Esquerdo com direito vai te incomodar - eles acabaram rindo, ele sentou em uma cadeira e pôs a meia que faltava e os sapatos. Ela foi até o cabideiro e pegou o paletó dele, entregando a ele que já estava de pé. - O que tem de difícil? - ela sorriu.

- Nervosismo de estreante. O que falta? - ele sorriu e abriu os braços pra ela como um sinal de demonstração própria.

- Pentear o cabelo e só. - Ela sorriu e sentou-se na cadeira em que ele estava sentado. - Espero aqui. - ela sorriu.

- Escovar os dentes... passar perfume, e depois o cabelo. - ele sorriu e saiu atrás de uma porta que Cindy imaginou ser o banheiro, ele saiu de lá com um perfume nas mãos, abriu uma porta em um armário que Cindy imaginou ser o guarda-roupa, penteou os cabelos e borrifou um pouco de perfume que logo ocupou o quarto, era um cheiro seco, cítrico, Cindy apreciou muito e sorriu por dentro. Ela levantou da cama chegando próxima a ele:

- E eu? Como estou? - ela perguntou perdendo um pouco da vergonha.

- Belíssima. - Ele respondeu sorrindo. - Olhe, em ponto... Cindy.

- Vamos? - ela perguntou olhando nos olhos dele.

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Quando Gina e Draco entraram no elevador encontraram outra caixa preta igual a que estava com os brincos e o colar, mas essa era menor e estava com um bilhete em cima. "Para Leigh". Gina pegou a caixa e abriu, um lindo anel de pérola e rubi foi revelado. Ela sorriu e pôs o anel no dedo instantaneamente.

- Muito bonito. - Draco limitou-se a responder. Quando eles chegaram no segundo andar, onde Draco havia sido instruído para ficar. Saindo do elevador, encontraram com Cindy e Jess que saíam do elevador vizinho.

- AMIGA! - Cindy deu um grito não muito alarmante e correu para abraçar Paris como se elas estivessem sem se ver a muitos meses. - Você está linda! - Ela disse depois do abraço apertado. Gina sorriu e respondeu.

- Você não, né? - Elas sorriram e concordaram, não havia mulheres mais bonitas em toda Londres aquela noite. Um barulho de saltos encheu o corredor e as duas viraram-se para olhar Oma que vinha com um sorriso no rosto. Cindy lembrou-se dos Atwood que a essa hora já deviam estar lá.

- Boa noite minha lindas. Boa noites lindos rapazes. - Oma sorriu e olhou significativamente para Draco. - Vejo que fez tudo que pedir. Obrigada Bloom. - Draco acenou com a cabeça e se esgueirou corredor a dentro, para o banheiro talvez. - Paris, querida, uma surpresa para você... - Oma sorriu voltou por onde havia chegado e alguns minutos depois voltou acompanhada por um casal e...

- Mia... - Gina gritou e correu para tirar Mia dos braços de Theresa que abraçou Brian e ficou contemplando o reencontro depois de um dia... "Paris" chorava e Mia sorria, estava em um lindo vestido branco e azul, seus cabelos muito louros contrastavam-se ainda mais com uma tiara azul em sua cabeça, que também realçavam seus olhos azuis-acizentados. Não era a primeira vez que Gina contemplava olhos como aquele naquela noite. - Que saudades, meu bebê. - Gina sorria e chorava.

- Ela tem uma surpresa pra você, Paris. - Theresa falou de longe... - Diga Mia.

- Titia Palis. - Gina ainda com Mia no colo sentou-se em um banco que ficava nesse corredor e começou a chorar enquanto Cindy tirava Mia do colo dela com muito custo. - Não, Não.

- Hei, sua tia vai acabar sujando sua roupa. - Cindy sorria e brincava com ela. - Tome aqui. - Cindy estendeu um lenço já previamente preparado para a ocasião. Agora vamos ao banheiro arrumar essa aparência. Aqui Sra. Atwood. - Cindy tentou devolver Mia, mas ela só gritava "Palis, Palis". Gina veio correndo e a pegou no colo.

- Ela fica comigo. Ok? - Ela perguntou em uma voz chorosa a Theresa.

- Você merece. - Ela sorriu. - Vamos dar uma olhada no hotel e analisar sua proposta. A Srta. Blair como já percebi pode cuidar da Mia. Agora vamos observar, acho que aqui é mais calmo que na empresa. E ontem Mia não comeu o dia inteiro. Não tente roubar minha filha em mocinha. - Theresa sorriu. - Vamos Oma? - E os três saíram. Jess ficou sem entender e Malfoy não estava ali. Gina estava caminhando para o mesmo lugar pelo qual Malfoy tinha sumido, Cindy atrás dela. Mas Gina a despachou dizendo não ser necessário e que queria curtir um pouco Mia.

Chegando ao banheiro Gina percebeu não ter divisão masculino e feminino e que Malfoy provavelmente estaria ali. Quando Gina entrou entendeu o porque da falta de divisão no banheiro havia uma sala de estar e depois as divisórias, mais os lavatórios ficavam ali. Gina pôs Mia em uma poltrona e foi verificar a maquiagem, não havia borrado, mas suas bochechas estavam molhadas. Ria enquanto secava o rosto e ouvia Mia dizer palavras desconexas. Como "mamy" "Palis" e "papy". Um outro barulho, de porta sendo destrancada chamou a atenção de Gina, "Malfoy!" foi o único pensamento dela. Gina o contemplou pelo espelho, mas quando Mia repetiu a palavra "papy" Malfoy simplesmente congelou, a menina de cabelos iguais aos seus e olhos também, brincava com o sapato branco de boneca enquanto dizia "papy". Gina virou-se e viu Malfoy andar devagar até Mia. Levantar o rosto dela com delicadeza e fitar os olhos dela gêmeos aos seus. Mia parou de falar e também olhou pra ele. Primeiro com dúvida, depois séria. Por fim sorriu.

- Papy. - E jogou-se pra cima dele. Malfoy não tinha idéia do que fazer. Gina correu a pegou das mãos dele. Já estava arrumada novamente. Malfoy não teve reação, não havia se quer notado Gina no banheiro antes. Virou-se lentamente pra ela. Mas tudo parecia devagar.

Gina virou as costas para ele e saiu do banheiro. Mia já sorria novamente e ela conversava com a menina... Nada havia acontecido.

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(voltando e vendo pelo Draco...)

Saindo do elevador Draco encontrou Blair e Tristan, enquanto ele e Gina desciam pelo elevador eles se olhavam pelos espelhos, Gina ficou vermelha, mas Draco não demonstrou nada, mas ele estava abalado, o olhar de desejo da Weasley, a tensão e o clima que havia sido instalado no quarto não saiam da sua cabeça. Já no corredor assistindo a cena das "amigas separadas na infância", acabou perdendo o mínimo de paciência que ainda lhe restava.

Assim que Oma disse que ele tinha feito tudo corretamente, ele saiu corredor a dentro para encontrar o banheiro que ficava no corredor perpendicular ao que eles estavam. Ele sentou no sofá e descansou os cotovelos nos joelhos, fechou os olhos e nada vinha a sua mente. Pouco depois o sorriso de Amélia, já apagado pelos meses veio a sua mente, e ele acabou ficando ainda mais confuso, nos 2 dias que ele estava em Londres nada havia feito para encontrar sua menina. Ele lembrou da foto de Chris com Amélia pouco antes dela morrer... Aquela foto era para que quando ele encontrasse Amélia, ele pudesse mostrar que Chris a havia amado muito, mesmo que só tivesse ficado poucos minutos com Amélia. Ele começou então a pensar na Weasley...

- O que ela está fazendo aqui? Não mais devo ter pensamentos preconceituosos. Ela nunca me fez nada e agora é rica. Isso também não quer dizer que devo tratá-la bem... O que ela me fez pra merecer o meu respeito? Além de tudo, sempre foi pobre, ha, agora que tem um dinheiro está se sentindo a poderosa, até fazendo pouco caso do meu nome... O que ela tem a ver com meu nome? Tem nome mais ridículo que o nome dela... - Mas Draco não conseguia lembrar o nome de Gina e cada vez mais sentia-se confuso, brigava consigo mesmo.Sua parte de garoto de 19 anos, que ainda acredita nos estigmas da família, com sua parte adulta de pai. Por que quisesse ele ou não, Draco era pai, de uma linda menina, que completaria um ano dali a menos de um mês. E que ele não havia visto nos últimos 11 meses. Olhou no relógio e notou que dali a uns 15 minutos seria apresentado a sociedade.

Draco levantou e entrou na cabine masculina. O que ele estava fazendo lá? Não tinha nada pra fazer. Abriu a única torneira que tinha ali e lavou as mãos e molhou o rosto. Sua vida estava um tédio. Ele só tinha 19 anos e estava preocupado com uma filha com quem ficou apenas um mês. A única coisa que passava na cabeça dele era que ele era muito novo pra isso. Ele queria curtir a vida dele. Desfrutar da fortuna que ele multiplicou. Ele não tinha dúvidas que era o jovem mais rico da Europa. E em vez de desfrutar esse dinheiro estava ali, no banheiro de um hotel, frustrado, confuso e esperando para sorrir para uma sociedade que ele sabia na pele que era hipócrita e só vivia de aparências e por mais que ele não entendesse o porquê, não achava justo ele ter que levar a Weasley junto com ele, para ela perder toda a ingenuidade e crença que, ele tinha certeza que ela ainda tinha, na vida, nas pessoas. O povo bruxo não era muito melhor que o povo trouxa, ele sabia pôs fez parte da sociedade hipócrita dos bruxos. Mas era infinitamente melhor viver com os bruxos, eram mais inteligentes, sábios, menos gananciosos.

- Chega de viajar. - ele disse pra si mesmo em frente ao espelho. - Você está atolado até o pescoço nesse mundo hipócrita, sorria e finja que tudo vai bem. E, quem se importa com a Weasley? - Ele ouviu a porta do banheiro se abrindo, talvez estivessem procurando por ele. Pegou um lenço do bolso e saiu para a "sala" do banheiro secando as mãos.

- Mamy... palis... papy... - Draco virou para o lugar de onde o som vinha, uma menina, de cabelos louros-platinados, assim como o dele, devia ter... Uns 11 meses. Ele não chegou a notar que Gina virava-se para olha-lo, mal notou a presença dela na "sala", ele caminhou devagar até o sofá. Levantou de leve o rosto do bebê e deparou-se com olhos iguais aos seus, iguais aos da sua filha. A menina olhava séria pra ele, desconfiada. Ela acabou sorrindo pra ele. - Papy. - e ela jogou-se nos seus braços. Draco ficou em choque. Sua cabeça gritava que era Amélia, finalmente veio o estímulo, dizia para abraçar a criança. Mas tudo parecia andar em câmera lenta naquele momento. Era o reencontro depois de 10 meses separados, a criança que fez com que Draco amasse algo que não fosse a si próprio. Mas alguma coisa naquela sala não estava em câmera lenta como ele. E essa coisa tirou sua filha de seus braços.

Quando ele virou só conseguiu notar que Weasley olhava pra ele muito espantada, sem entender. Mas sua filha estava nos braços dela e parecia conhecê-la, gostar dela. Quando Draco deu por si, Weasley já não estava mais lá. "Corre, vai buscar sua filha, entender o que ela e Weasley têm." Essas palavras voavam na cabeça de Draco. Novamente parecia que tudo estava em câmera lenta. Mas tinha que ser rápido, abandonou essa sensação e saindo do banheiro, viu que Weasley ainda estava no mesmo corredor que ele...

- Weasley... Leigh! - Weasley fingia não ouvir. Ele correu até ela e a segurou pelo cotovelo. - Eu não mordo. Não ia fazer nada com a criança. E eu não a obriguei se jogar em mim. Não é... - Draco dirigiu-se a "beb". Ela olhou pra ele e sorriu, já abrindo os braços para que ele a pegasse no colo.

- Mia, Mia - ela falava enquanto se jogava pra ele e era presa por Gina.

- Esse é o nome dela? - Draco perguntou sem olhar pra Gina.

- É, Mia. - Ela disse séria já virando pra continuar andando.

- Oi Mia. Drac...

- Seu nome não é esse, Bloom. Não confunda a menina. E... com licença. - Gina virou-se mas foi novamente segurada pelo cotovelo.

- Qual é o seu nome? - Draco perguntou curioso.

- Paris.

- Não, Weasley. Eu quero dizer... o que Weasley. - Ele disse como se falasse com uma criança.

- Virgínia. (N.A.: Ok. Ginevra.. Mas, alguém merece? Não! Por tanto... Virginia.) Mas não sei pra que isso lhe será útil.

- Curiosidade. Agora, o que Mia, - ele voltou-se pra Mia e sorriu. - é sua? - ele perguntou ainda mais curioso.

- Eu sou babá dela. Digo, era. Agora tchau Malfoy. - Gina virou-se e até conseguiu andar um pouco. Mas novamente foi parada por ele.

- Por que a pressa? Esqueceu que iremos juntos? - Ele tinha um sorriso vitorioso nos lábios. - Passa Mia pra cá. Ela já deve estar te cansando, não parece ser muito leve. - E ele estava certo, os braços de Gina já ardiam. Draco também não esperou que Gina pensasse no assunto, simplesmente esticou os braços e tirou Mia do colo dela, que foi sorrindo e já começando a falar outras coisas sem nexo e sorrindo pra Draco.

Quando eles chegaram no corredor em que estavam antes de irem para o banheiro não havia ninguém que Draco conhecia, mas Gina parecia conhecer o Senhor não muito velho que estava em pé em frente aos elevadores aparentemente esperando por eles.

- David. - Gina sorriu e encaminhou-se até ele. Eles se abraçaram e depois de uma troca de elogios, David chegou com o recado que fez Gina gelar, quando eles estivessem prontos podiam descer as escadas. Lá em baixo, todos estariam esperando por ela... - Mal... Bloom. Está na hora. Que eu vou fazer com a Mia? Todos desapareceram...

- Eu a levo. Fique tranqüila, Paris. - Ele disse o "nome" dela bem suave, mas mesmo assim, Gina viu aquilo como uma afronta.

- Mas como? Ela não... - Mas Gina não conseguiu terminar porque Draco a puxava em direção ao fim do corredor e de encontro às escadas...

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Gina tremia e suava frio, suas pernas vacilavam e Draco além de ter que segurar Mia com um braço ainda tinha que sustentá-la, pôs se ele a soltasse ela cairia daquela escada, ela tremia visivelmente. Aquilo muito incomodava Draco porque ele a sentia frágil e queria abraça-la de um modo que a confortasse. E além dele não poder fazer isso por causa da ocasião, ele não podia fazer isso por ser o que era. Uma multidão olhava pra eles descendo as escadas e quando eles chegaram no plano que deveriam ficar para responderem as perguntas dos repórteres, elas começaram a surgir de forma assustadora... E se concentravam na mesma coisa: Mia era filha deles?

- Senhoras, Senhores, por favor, vamos com calma, um de cada vez... SILÊNCIO! - Hector perdeu a paciência e todos os repórteres calaram-se. - Agora sim... Vamos as perguntas, todos levantam as mãos, e na posição que estão vão sendo respondidas, quando a pergunta for parecida com a que está sendo respondida, baixem as mãos... Primeiro as mulheres. Vamos lá? - Muitas mãos foram levantadas. E aos poucos as perguntas eram respondidas... A 1ª claro foi sobre Mia... Mas foi esclarecido que ela era filha de Theresa. Depois sobre o império de Bloom, sobre como foi para Paris essa mudança repentina, e por fim sobre o filme. Depois cada um foi para um lado. Mas claro antes eles fizeram muitas fotos, com Mia, sem Mia, com Jess e Cindy, sem eles... e depois toda a equipe... Um hora depois o coquetel era servido, uma música ambiente agradável convidava todos para dançar... Mia estava com Gina acordada e muito animada, Gina brincava com ela ao mesmo tempo que conversava com David e Oma, que estavam muito animados juntos... A reforma do bar começaria logo na segunda...

- Assim como as gravações, estou certo Paris? - David estava curioso...

- Quase... - Oma o cortou - As gravações começam segunda, mas Paris não grava na segunda... Só Cindy e Sean. E querida, acho que eu esqueci de avisar a você, mas amanhã as 15:30 você tem uma entrevista com Beverly Ghupres, não vai precisar falar muito não... É só sorrir e ser educada... Será gravada aqui mesmo, no escritório ao qual você já está habituada. - Oma sorriu e se divertiu com a expressão horrorizada de "Paris". - Paris, vai curtir essa festa, ela é pra você. E principalmente, aproveite enquanto você ainda é uma pessoa... "Normal", você amanhã estará estampada em todos os jornais... Te reconhecerão.. e acredite... Cada deslize será uma manchete... Já foi popular na escola? - Gina balançou a cabeça negativamente enquanto brincava com Mia... - Então agora você saberá como é que vivia aquele garoto que você olhava e gostaria de namorar. - Gina corou lembrando de Harry. Oma notou mas nada comentou. - Theresa, Brian. - Oma chamou o casal Atwood que estava ali perto dançando. - Por que não dão a notícia a Paris? - Oma sorriu.

- Ah, sim. Boa idéia... - Theresa sorriu. - A Mia poderá ficar com você aqui na parte da manhã e tarde. - Theresa sorriu e olhou pra Brian que a encorajou. - Ontem ela não comeu... Ela sabia que não era domingo e sentiu muito a sua falta... E...

- Aqui é muito diferente do clima da empresa Paris. Desculpe-nos por não notarmos a sua urgência e necessidade de estar com Mia. Assim como a necessidade dela com você. - Brian completou. - E, já que você estará com ela amanhã. Deixe-a comigo e vá curtir sua festa... - Gina relutou... Mas seus braços já estavam doloridos de ficar com Mia no colo. A beijou e deixou no colo de Brian, sorriu para os 4 e foi até a mesa do ponche. Contemplou ao longe Cindy dançando muito animada com Jess. Um lindo casal. Não muito longe deles. Mas parado e sério, Malfoy olhava tudo como uma pessoa acima daquilo. Seus olhares se cruzaram e a intensidade era assombrosa... Gina enquanto sorria internamente ficou muito confusa. Já havia refletido sobre o acontecimento no quarto. Já era hora deles conversarem abertamente. Fugiram da mesma coisa. E principalmente haviam passado muitas coisas em uma mesma noite. Ela encheu dois copos com ponche e foi em direção a ele. Ela estava muito curiosa... E não duvidava nada de que ele também quisesse saber o que ela estava fazendo ali. A noite ia ser mais longa do que o esperado...

Lero-lero-lero Final

N.A.: Finalmente... Terminei... Muito maior... portanto eu demorei muito mais tempo pra escrever... Amei o comentário de todos vocês.. E agradeço muito... MAs acho que esse capítulo foi o divisor de águas... portanto, não responderei nenhum deles agora... no próximo... E nossa... O próximo vai ser de arrasar... =D hehehe.... Como minha amiga está lendo minha fic... Vou fazer uma homenagem a ela usando algo que ela sempre faz...

Lero -lero -lero -lero

----------Próximo cap. O passado volta Assombrando

- O que você está fazendo aqui? Como me descobriu? - Gina ficou muito nervosa a presença dele.

- Gina, se liga, você está em todos os jornais. Perdão... Leigh! - Muitas coisas teriam que ser esclarecidas. - Você sumiu, deixou uma carta ridícula para todos. Mas muito útil devo confessar. A guerra acabou. Mas Lupin também se foi. - Seus olhos transmitiram tristeza...

- Incompetentes... - Gina não aceitou. - Estava tudo perfeito. Por que? O que aconteceu.

- Ele foi, não sei, corajoso. Foi pra me salvar. Estávamos cercando o cemitério, como você disse... Mas fiz um barulho chamei atenção. Era noite de Lua Cheia. E você... - Ele não conseguiu continuar.

- Tudo bem. Nada é perfeito. - Gina lamentava. - Quando foi isso? Um mês depois da sua partida. Agora a vida de quem nada sofreu já voltou ao normal. Mas algumas terão rombos pra sempre. As perdas foram incontáveis. Mas se não fosse por você, talvez nem tivesse acabado ainda. E... Assim que acabasse, eu iria... - Ele tirou uma caixa de veluda azul-marinho do bolso da calça e abriu, um anel de ouro branco com um rubi no meio chamava atenção. - pedi-la em casamento. Eu te amo.

------------- É isso ae!!! =) Hehehe... Beijocas!!