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Esse capítulo inclui uma cena ligeiramente parecida com uma
cena referida de passagem na maravilhosa fanfiction "After The
End". Não me inspirei nela, já estava na minha
sinopse, mas aproveito para deixar aqui a minha homenagem a Arabella
e Szenya, as autoras de "After The End", a primeira
fanfiction que li e uma das minhas favoritas (apesar de incluir o
shipper que eu mais detesto: Sírius/Lupin).
-Cale a boca, Snape! - Gritou Voldemort. - Um Comensal da
Morte não é capaz de amar. O Malfoy, o Crabbe e o Goyle
estão aqui de prova...
-Essa é a prova de que eu
não sou nem nunca serei um Comensal da Morte...
Snape
tinha nos olhos um brilho de raiva misturado com mágoa e dor
que Harry jamais vira. Parecia disposto a desafiar e enfrentar
Voldemort, arriscando tudo em nome de um passado perdido.
-O
senhor das trevas mandou você calar a boca! - Rosnou Malfoy.
-Acabe com ele, Malfoy! - Disse Voldemort, calmamente.
Imediatamente, Lúcio apontou a varinha para Snape,
exclamando:
-Avada Kedavra!
Ao mesmo tempo, Snape fazia a
mesma coisa. As luzes de ambas as varinhas se misturaram e cada um
deles foi parar longe, moribundo. Snape caiu junto da bolha de vidro
onde Harry se encontrava e, com esforço, murmurou baixinho:
-Potter... você consegue me ouvir?
Em pânico,
Harry assentiu com a cabeça, enquanto ouvia Snape dizer, com
voz fraca:
-Diga ao Lupin que a poção está
no armário da direita... do meu escritório... - Snape
tossiu e Harry sentiu, com grande estranheza, que estava com pena do
professor que tanta raiva lhe causara. Nos seus olhos começaram
a nascer lágrimas. Snape continuou, cada vez mais baixo e a
custo. - E... do lado... tem a poção... a poção
que eu fiz para a Hollow... as receitas... as receitas das duas,
também... também estão lá...
Naquele
momento, Voldemort percebeu que Snape ainda estava vivo e dizia
alguma coisa.
-O que foi, Snape? - Inquiriu, em tom cortante. -
Diga para mim o que você está dizendo para o Potter!
Contudo, a respiração de Snape foi ficando cada vez
mais espaçada, até parar. Harry sentiu um arrepio na
espinha, ao mesmo tempo que as lágrimas que se haviam formado
nos seus olhos, escorriam, com revolta. Snape stava morto... e Harry,
por incrível que pareça, sentia fundo a morte dele,
apesar do ódio que sempre os separara.
-Bem... - Disse
Voldemort, olhando, com desprezo, o corpo imóvel de Severo. -
Menos um. É uma lástima... O Snape poderia ser um bom
aliado... se não tivesse sido traído pelo coração!
- Soltou uma gargalhada fria. - O coração! O coração
é um empecilho! Bom... nada que uma boa Maldição
Imperius não resolva. Weasley?
Rony estremeceu ao ouvir
Voldemort chamá-lo. Muito pálido, se deixou ficar no
seu lugar.
-Weasley! - Voltou Voldemort a chamar. - Venha cá.
Apavorado, Rony deu um passo em frente. O senhor das trevas o
olhou de alto a baixo, inquirindo:
-Me diga uma coisa, Weasley: o
que você faria se eu mandasse você matar os seus amigos?
Rony não respondeu. Estava demasiado assustado.
-Weasley!
- Chamou Voldemort, impaciente. - Eu lhe fiz uma pergunta! Responda!
Se eu mandasse você matar os seus amigos, você os
mataria?
-N...não! - Gritou Rony, olhando Voldemort nos
olhos vermelhos, com toda a sua coragem e retidão. - Nunca!
Voldemort soltou uma gargalhada:
-Tem certeza?
-Absoluta!
- Exclamou Rony, com a voz trêmula. - Eu jamais mataria os meus
amigos! Jamais me passaria para o lado das trevas!
-Oh, mas você
não vai precisar disso! - Riu Voldemort, lhe apontando a
varinha. - Imperius!
Imediatamente, Rony assumiu um ar ausente,
quase sonhador e Harry percebeu, com horror, que o amigo estava sob a
Maldição Imperius.
Avançando sobre Harry
como um autómato, Rony lhe apontou a varinha, dizendo:
-Avada
Kedavra. - Contudo, a luz verde bateu na bolha de vidro mágico
inquebrável que envolvia Harry e se desfez.
-Idiota! -
Berrou Voldemort, impaciente. - Eu sei que o Potter é o seu
melhor amigo, mas ele tem que ficar para último, para assistir
a tudo! Que tal você matar a Granger?
Horrorizado, Harry
viu Rony se aproximar de Hermione, de varinha em riste. A amiga
começou a chorar, pálida e trêmula. Rony
avançava, com ar ausente. A pouco e pouco, foi se aproximando
de Hermione, até que, ao chegar mais perto, murmurou:
-Avada... - Algo o impedia de concluir o feitiço. -
Avada... Avada... - Harry se lembrou fortemente dos antigos discos
riscados do tio Válter e foi com enorme espanto que viu uma
grossa lágrima escorrer pelo rosto de Rony, que baixava a
varinha e se deixava cair, desmaiado, no chão.
-Raios! -
Praguejou Voldemort, furioso. - O que foi que houve, dessa vez?
-Foi
a força do amor, Tom. - A voz de Dumbledore ecoou no meio
deles, enquanto ele se aproximava e, apontando a varinha a Harry,
fazia desaparecer a bolha em redor dele.
O senhor das trevas fez
sinal aos Comensais da Morte que, imediatamente, avançaram
sobre os amigos de Harry e os membros da Ordem de Fênix, que
logo os enfrentaram heroicamente.
A batalha começara, de
verdade.
Harry empunhou a sua varinha. Estava, finalmente, livre
e frente a frente com Voldemort, que exclamou:
-Accio Varinha! -
Imediatamente, a varinha de Harry foi parar às mãos do
senhor das trevas e se juntou à dele.
Ambas as varinhas se
fundiram numa só, muito brilhante, soltando faíscas de
várias cores.
Harry sentiu que era o fim. Tudo dera
errado. Não havia qualquer saída. Voldemort tinha a sua
varinha... tinha toda a força do seu lado...
O fim da
batalha estava próximo... e Harry sentiu que tudo o que vivera
até então havia sido em vão.
Iria morrer e o
mundo mágico ficaria sob o domínio das trevas, do
mal...
