Capítulo 2

Kagome colocou o telefone de volta no gancho e suspirou.

Ela tinha mesmo gostado daquele cara, aquele tal de Inu-Yasha. Será que a Sango acreditaria se ela contasse?

Belo jeito de conhecer um cara, ela diria. Que tal se agora você marcasse um encontro com ele e descobrisse que ele é um maníaco?

"Bom," pensou Kagome "ela é meio paranóica mesmo..."

Resolveu não pensar mais nisso, se jogou na cama e caiu num sono com sonhos que não conseguiu se lembrar depois.

Inu-Yasha se jogou na cama e ficou pensando na garota.

Era Kagome o nome dela? É, Kagome Higurashi. Onde ele já ouvira esse nome antes? Ah, devia ser besteira dele.

Ah, não tinha um tal de templo Higurashi perto da escola? Bom, não era tão perto assim, mas ele já tinha ido lá no festival de ano novo.

Era melhor esquecer isso e dormir, afinal, amanhã era outro dia, e ele provavelmente teria que ouvir Miroku contar com detalhes o fiasco que foi o cinema...

Inu-Yasha fechou os olhos e dormiu sem pensar mais no assunto.

Ele estava dormindo tão profundo que não acordou nem com os barulhos no quarto do irmão.

Kagome acordou e logo descobriu que estava atrasada.

Correndo ela conseguiu chegar na escola a tempo para ouvir um relato curto do que aconteceu no cinema antes do professor chegar.

Então ela teve que ouvir um relato comprido das fórmulas químicas...

No andar de cima, Inu-Yasha quase dormia na aula. Estudar o corpo humano era inútil pra ele, ele nem humano era! A única coisa que o mantinha acordado, era Miroku, que ficava cutucando suas costas e tentava contar como tinha sido o filme da noite anterior.

Após 45 min de extremo tédio, tiveram um curto intervalo de 5 min, em que Miroku arrastou Inu-Yasha para a sala do 1ºB, para conhecer A garota que ele tento falava.

O dia letivo pareceu se arrastar. O que durava uma hora, pareceu triplicar de tempo.

O sinal da última aula estava tão distante que parecia impossível querer sair da escola antes de anoitecer.

Depois de muito tédio, muito sono e muitas horas, o tão esperado sinal bateu.

Kagome socou tudo em sua mochila e se preparou para sair correndo pra casa. Seu plano do dia era ficar grudada no telefone esperando a ligação. Mas Sango parecia disposta a atrapalhar.

Puxou Kagome até o pátio, onde todo o colegial se reunia depois da aula para fazer nada.

- Sango... - começou Kagome, sem muita esperança que desse certo. - Olha, eu tenho que ir pra casa...

Sango tapou sua boca e apontou para a escadaria que dava acesso ao prédio principal.

- Kagome, - sussurrou ela em seu ouvido - olha aqueles dois descendo a escada. O de cabelo preto é o Miroku.

Kagome se livrou da mão dela, que impedia-a de falar, e falou normalmente.

- Olha, eu conheço o Miroku. Aliás, quem não conhece ele? Ele é famoso na escola inteira... Agora que já vi seu príncipe encantado, posso ir?

- NÃO! Olha, eu tenho um probleminha. Você conhece a fama dele, não é?

- Quem não conhece? Ele é o tarado da nossa escola. Não sei como você pode gostar dele.

- É, tá! Então, quando ele foi na nossa classe hoje no intervalo da 2ª aula, que você estava quase dormindo por sinal... É mesmo, por             que você estava com tanto sono e pressa de ir pra casa?

- Bom... - Kagome parou e pensou no que seria melhor contar pra Sango. Que ela tinha ficado falando horas no telefone com um cara que ela não conhecia e que agora ela queria voltar pra casa pra falar com ele? "Melhor não...", pensou ela. - É uma longa história, te conto qualquer dia desses.

- Tá, não tem problema. Então, quando ele foi na nossa classe, ele me convidou para tomar sorvete depois da aula.

Kagome já estava começando a perder a paciência. Sango era uma ótima amiga, mas era meio obcecada por garotos.

Ou melhor, por um garoto.

Um garoto que chegava cada vez mais perto delas, e agora já estava falando com Sango.

- Então, pronta pro sorvete? - falou ele de um jeito especialmente desenvolvido para conquistar garotas.

Sango corou e acenou com a cabeça. Miroku já estava oferecendo o braço para Sango segurar quando ela se lembrou do porquê tinha arrastado Kagome até ali.

- Ah, claro! Miroku, eu pensei que você não fosse se importar, então... eu convidei uma amiga pra ir com a gente... Você não se importa, não é?

Miroku pensou rápido e tentou lembrar do capítulo 5 do livro que tinha surrupiado do irmão do Inu-Yasha:

O que fazer quando seu encontro é estragado?

1º Passo: Concorde com tudo que ela disser, faça o máximo para agradar.

2º Passo: Tente marcar outra data, se possível.

3º Passo: Seja gentil, extremamente gentil!

4º Passo: Se mostre prestativo e chateado por não poder sair com ela.

5º Passo: Acima de tudo: NÃO ARRASTE SEUS AMIGOS PARA O ENCONTRO TAMBÉM!

6º Passo: ...

Aquele livro tinha sido útil em muitas situações, mas não nessa.

Mais rápido que alguém podia ver, ele segurou no braço de Inu-Yasha e falou com um sorriso que ele treinava todo dia com sua irmã.

- Claro que não! Meu amigo ia com a gente mesmo!

Inu-Yasha olhou horrorizado para Miroku, que olhava pra ele com cara de: pelamordeDeus-,-depois-eu-fico-te-devendo-uma-!-!-!-!-!-!-!

Inu-Yasha suspirou e pensou o lado bom de desistir do programa que ele tinha planejado pro dia. "Uhn... O Miroku vai pagar meu sundae triplo, vai ser interessante ele ficar me devendo uma, posso encher ele o dia inteiro e depois eu vou pra casa dele.". Inu-Yasha suspirou de novo e falou:

- "timo, eu não tinha nada pra fazer hoje mesmo.

Miroku sorriu pra ele e falou em seu ouvido:

- Valeu! Depois eu limpo sua barra com seu irmão!

Inu-Yasha soltou uma risadinha e comentou:

- Se você conseguir, vá em frente!

Kagome tentava descobrir por que ela não estava em casa ainda, quando Sango começou a arrastá-la até a sorveteria

A sorveteria estava cheia de garotos de todos os colégios. Os quatro entraram na fila e pensaram no que pedir.

A mocinha do balcão olho para Miroku de mãos dadas com Sango e não viu oportunidade nenhuma, olhou para Inu-Yasha, virado de costas pra Kagome, e pensou que teria uma chance com ele.

- O que vão querer? - disse ela com um sorriso mais largo que o normal.

- Me vê duas bolas, uma de morango e uma de chocolate - pediu Miroku. - E você Sango, o que vai querer?

- Eu quero um sundae de morango.

- E você? - disse a mocinha piscando para Inu-Yasha.

- Eu quero um sundae triplo de chocolate com calda extra. E pra minha amiga aqui, - disse ele abraçando Kagome por trás - uma banana split caprichada e uma água.

A moça saiu para pegar os sorvetes desistindo de Inu-Yasha.

O que mais espantava Kagome não era o fato de ele ter tido coragem pra abraçá-la num lugar apinhado de gente, mas sim o fato de ele saber exatamente o que ela queria.

- Como soube o que eu ia pedir? - perguntou ela tentando se virar e percebendo que ele ainda a abraçava. Ela corou e se soltou dele.

- Ahn? - disse Inu-Yasha distraído. - Ah, eu adivinhei.

Inu-Yasha olha para a mocinha que voltava com os sorvetes.

- Rápido, me dá sua mão - disse ele para Kagome.

- O que?

- Assim, ó - disse ele pegando na mão dela e entrelaçando os dedos.

A moça entregou os sorvetes e disse o valor de cada um.

Kagome e Sango iam pegar a carteira quando Inu-Yasha segura na mão das duas.

- Não se preocupem senhoritas. Miroku paga pra gente.

Miroku, contrariado, paga os sorvetes e resmungando vai atrás deles.

Eles já estavam no 3º sorvete, e ninguém queria deixar aquela sorveteria. De algum modo, ela parecia acolhedora com aquele monte de estudantes colegiais fazendo nada.

- Vamos? - disse Miroku, tentando convencer mais a si mesmo do que os outros. - Eu não tenho mais dinheiro...

- Eu pago então - disse Inu-Yasha se levantando para comprar o 4ª sundae.

- Nada disso - disse Kagome se levantando também. - Eu pago o meu.

Sango ficou sentada junto com Miroku na mesa enquanto eles iam buscar o sorvete.

- Ei, Miroku. Você não acha que a Kagome e o seu amigo...

- Inu-Yasha.

- ... a Kagome e o Inu-Yasha estão se dando bem?

- É. O Inu-Yasha não é muito legal com as garotas, mas ele parece se dar bem com ela.

- Kagome também não é muito a fim dos garotos...

E a conversa acabou aí.

Inu-Yasha e Kagome voltaram para a mesa e tomaram o sorvete em silêncio. Ninguém disse palavra.

Cada um não foi para sua respectiva casa.

Inu-Yasha foi até o aparamento de Miroku, que, por acaso, era na frente do dele.

Ele não sabia porque Miroku tinha o infeliz costume de ir morar na casa dele. Eles chegavam da escola, Miroku ia pra casa dele almoçar. Almoçava e depois falava que tinha que fazer lição com ajuda do Inu-Yasha. Faziam lição e ficavam vendo uns filmes da coleção do Sesshou-Maru, até ele chegar. Depois Miroku ficava no quarto dele mexendo no computador, paquerando as garotas dos bate-papos, claro. E depois acabava dormindo no quarto dele, num colchão que ficava atrás da porta, que era arrastado todos os dias para Miroku poder ficar lá.

Mas hoje Inu-Yasha decidiu dormir na casa dele. Era bom variar um pouquinho e visitar os vizinhos.

E além disso, Aya e Shippou deviam estar com saudades dele.

Bom, talvez só a Aya...

Sango foi para casa da Kagome. A casa dela ficava do outro lado da cidade, e ela disse que estava com preguiça de ir até lá.

Kagome chegou em casa e correu até onde sua mãe estava.

- Mãe!!

Ela acabou por encontrá-la na cozinha.

- Mãe! Alguém ligou pra mim?

- Oi Kagome! Que bom te ver em casa. Como foi a escola?

- Boa! Mas alguém ligou pra mim ou não?

Sango havia acabado de entrar na cozinha atrás de Kagome e cumprimentou a Sra. Higurashi.

- Boa tarde Sra. Higurashi. Espero que não se importe, mas... Posso passar a noite na sua casa?

- Claro Sango! Você sabe que é sempre bem vinda na nossa casa! Não é, Kagome?

- Claro Sango, não precisa nem pedir! Mas mããããããe....... Alguém ligou pra mim ou não......?

- Hum... Acho que não minha filha, você estava esperando alguém telefonar?

- É, chama Inu-Yasha...

- Nome estranho. Pouco comum.

- Ligou ou não?

- Não que eu me lembre. Por quê?

- Nada não... - disse Kagome.

Sango pensou um pouco e disse:

- Acho que já ouvi esse nome antes. Da onde é?

- Te explico depois, Sango! - disse Kagome, quando ia embora da cozinha.

Mal ela pôs o pé pra fora o telefone tocou.

- Eu atendo no meu quarto!! - gritou ela e saiu correndo para o quarto, deixando Sango para seguí-la.

Miroku destrancou a porta de casa mas não abriu. Ficou lá parado e repetiu para Inu-Yasha pela vigésima vez os cuidados que ele devia tomar na sua casa.

- 1º: Não coma da nossa comida! Pode ser venenosa! 2º: Cuidado com o Shippou, ele morde. 3º: Não fique muito tempo perto da Aya, pode ser perigoso. 4º: Não fique perto da minha mãe,...

- ... ela pode querer te adotar. Eu sei, eu sei! Já decorei isso! Posso entrar?

- Pode, agora pode - disse Miroku entrando primeiro. - Só deixa eu ver se a barra está limpa.

Inu-Yasha ia socar seu amigo, ia mesmo. Se a porta não tivesse sido fechada e ele tivesse ficado fora do apartamento.

Ele colocou o dedo na campainha e apertou com força. Os contatos estavam meio frouxos e era preciso apertar com força para funcionar.

Depois de um tempo a porta foi aberta por uma garota de cabelos compridos e vestido curto. Ela era bonita, bem bonita. Costumava virar a cabeça dos caras do colégio. Mas não tinha um namorado por algum motivo.

- Oi, Aya! O Miroku me deixou aqui fora sabe... Posso entrar?

Ela mudou a expressão de cansaço do rosto e puxou Inu-Yasha pra dentro.

- Claro que pode! - disse ela enquanto abraçava Inu-Yasha com força.

- 'Brigado - disse ele, sendo esmagado. - Agora me solta por favor.

Ela soltou rapidamente e se preparou para dar uma bronca no irmão, que voltava da cozinha com duas Cocas e um suco. Ele jogou uma Coca para Inu-Yasha e deu o suco delicadamente para a irmã gêmea.

- Toma irmãzinha. Seu favorito. Raízes das florestas úmidas e bem molhadas com insetos moídos e um leve sabor de mel.

Aya mostrou a língua pra ele.

- Só por que eu gosto de abacaxi com gengibre? É abacaxi, não insetos!

- Que seja... - disse Miroku arrastando Inu-Yasha para seu quarto.

Inu-Yasha abriu a latinha de Coca e foi tomando pelo caminho. A de Miroku já estava pela metade.

- O que eu não entendo, Miroku, é como você consegue fazer esse suco tão rápido.

- Tenho uma jarra cheia dele, prontinha na geladeira. É só por no copo.

Algo em alguma das fotos penduradas na parede do corredor fez Inu-Yasha se lembrar daquela garota.

Aquela que ele ficou de ligar e esqueceu.

Ele correu para o quarto do amigo e sacou o telefone recarregado da mochila da escola.

Procurou na memória e discou um número de telefone no fax do quarto de Miroku.

Esperou até atenderem.

- Alô?!

Kagome parecia com o coração na boca. Sango foi puxar conversa justo quando ela atendeu o telefone.

- Kagome... Quem é esse cara que você não me falou?

Kagome fez um vago sinal com as mãos, como se quisesse dizer que depois falava com ela.

Sango deu de ombros e apertou o botão de viva-voz do telefone da amiga.

Kagome olhou feio pra ela, e Sango deu de ombros. Apontou para o aparelho, que já tinha gente respondendo.

- Oi. Ahn... Por favor a Kagome...?

- Inu-Yasha?

- Ah, oi Kagome. Sinto não ter ligado antes...

- Oi! E não foi nada, eu só cheguei em casa agora mesmo.

- Então somos dois. Acabei de chegar.

Miroku estava cansado de só ouvir um lado da conversa. Sem contar que ele queria saber quem era a garota que Inu-Yasha havia falado o dia inteiro.

Ele, simplesmente, apertou o botãozinho viva-voz e passou a escutar uma voz que ele se lembrava de algum lugar.

Inu-Yasha nem percebeu se estava ou não falando no bocal do telefone. Ele estava tão absorvido com a conversa para notar qualquer outra coisa.

Nem reparou que seu relógio apitou, fazendo uma hora que ele já estava no telefone.

Kagome também estava pouco ligando para o horário. Por ela, ela continuaria falando até ficar rouca. O problema era Sango, que não parava de cutucá-la.

Ela parou de falar um pouquinho e desligou o viva-voz. Tapou o bocal do telefone e olhou para a amiga.

- Que foi?

- Nada, é só pra te avisar que amanhã tem aula e que você não pode dormir à meia noite.

Kagome deu de ombros.

- Só mais uma coisa, - continuou Sango - como você conheceu esse cara?

Kagome deu de ombros mais uma vez e respondeu: - Trotes...

Inu-Yasha falava, falava e os assuntos pareciam nunca acabar. Ela falava de tudo, da vida colegial, da escola, mas não aquelas coisas chatas da escola, ela falava sobre o que realmente tem de bom na escola. Ou seja, poucas coisas.

Diferente das outras garotas que ele já conversara, ela sabia o que falar e quando falar.

Não que ele já tivesse conversado com muitas garotas antes. Tinha falado com a Rin, que parecia sempre achar uma semelhança entre ele e seu irmão. Com Aya, que só falava sobre como Miroku era isso, era aquilo... E com uma ou duas garotas que Miroku tinha conseguido convencer a sair com ele. Vou poupá-los do desastre que foram esses encontros e não vou narrar isso.

Inu-Yasha falava no telefone e Miroku folheava uma de suas revistas da coleção que ele guardava secretamente. Ele não escondia as revistas da sua mãe, escondia da sua irmã.

Inu-Yasha, entretido com a conversa que nunca acabava, não pensou no que responder quando Kagome perguntou:

- Como você é?

Ele engasgou e Miroku perdeu o interesse na revista.

- Como eu sou...?

Miroku levantou e ficou perto do amigo fazendo sinais com os braços. Inu-Yasha achou que ele queria decolar.

- Ahn... Espera um pouquinho.

Ele desligou o viva-voz e tapou o bocal.

- O que você está tentando dizer, Miroku? Que é pra eu sair voando pela janela?

- Não! Mas você é muito burro mesmo... Olha, diz que você é alto, magro, musculoso, olhos azuis, cabelo preto curto com um rabinho pequeno, dois furos na orelha esquerda e um na direita, bonito, as garotas adoram, perfeito e gostoso! Acima de tudo, gostoso!

- Mas... Tirando o musculoso, bonito, perfeito, a parte das garotas e o gostoso, é você.

Miroku bate na cabeça dele.

- Então fala que você tem cabelos brancos até o meio das costas, olhos amarelos, garras, orelha de cachorro, caninos afiados e um péssimo humor. Aproveita e avisa que você é um hanyou. Eu aposto minha mesada que ela desliga em... - ele consultou o relógio. - Dois, não, três segundos. [meio-youkai]

Inu-Yasha fechou a cara e apertou o viva-voz de novo.

- Como eu sou...? Bom, eu tenho cabelo branco até quase a cintura, olhos amarelos, garras, orelhas de cachorro e caninos afiados. Ah, e quase esqueço de dizer, eu sou um hanyou.

Do lado da linha que estava na mão de Kagome, deu para ouvir Miroku caindo no chão.

- Sério?! Eu nunca falei com nada que não fosse humano antes! A não ser é claro, meus bichos de pelúcia, meu gato, meus livros, minha geladeira, meu...

Sango queria se matar. Como aquela louca falava esse tipo de coisa com um cara que ela não conhecia? Era óbvio que ela estava interessada no cara. Era que ela não sabia que não é assim que se age quando fala com alguém legal?

- Miroku... Pode ir passando sua mesada pra cá.

- Que? - perguntou Kagome.

- Nada não! - respondeu Inu-Yasha. - Estava falando com outra pessoa.

- Ah tá!

- E você? Como voc é?

- Nada de especial, - disse Kagome enquanto Sango batia na própria cabeça - estudo no 1º, cabelos pretos como a maioria das pessoas, olhos castanhos, alta... Bom, nem tão alta assim... Mas, sem contar esse monte de coisa que faz você ser diferente das pessoas, como você é?

- Como assim? Não entendi.

Então Sango, cansada de ficar no silêncio, fala:

- O que a Kagome quer saber é, se você é magro, bonito, forte... Esse tipo de coisa.

- É bem... Eu...

Inu-Yasha tentava chamar a atenção de Miroku. Miroku fez sinal para Inu-Yasha ficar quieto e deixar ele falar.

Alterando a voz, Miroku falou:

- O que meu amigo está tentando dizer é que sim, ele é bonito. De uma forma diferente. E é bem forte, mais forte que qualquer humano. E tem um corpo que invejaria esses caras das academias, apesar de nunca ter levantado peso como exercício.

Miroku ouviu um cochicho na outra linha. Mas só Inu-Yasha conseguiu entender.

Ele resolveu ignorar a conversa das duas.

Mas Miroku resolveu continuar.

- E você?

Sango, ainda em posse do telefone, respondeu por Kagome.

- Bom... A Kagome é... Como posso explicar? Linda. Pronto, tá explicado. Não sei descrever a Kagome direito, é melhor ver pessoalmente. Mas agora não dá mais pra falar muito, ela tem que desligar, e amanhã tem escola.

Todos olham para o relógio e descobrem ser quase meia noite.

- Tudo bem, - concorda o garoto da outra linha - nós já íamos dormir mesmo...

- Tchau!

Sango passa o telefone para Kagome.

- Tchau! - responde Miroku e entrega o telefone para Inu-Yasha sussurrando. - Se despede dela pelo menos.

Inu-Yasha pega o telefone e olha feio para Miroku.

- Ahn... Seja lá quem for que esteja falando, posso falar com a Kagome agora?

- Oi, Inu-Yasha.

Inu-Yasha esboça um sorriso, um dos poucos que Miroku já tinha visto.

Miroku viu Inu-Yasha sorrindo e ficou abismado, até que Inu-Yasha o expulsou do próprio quarto, ficando sozinho lá com o telefone.

Kagome perguntou discretamente para Sango, sem que Inu-Yasha ouvisse, se ela não queria ir ao banheiro. Sango entendeu e saiu do quarto.

Inu-Yasha já estava falando quando Sango fechou a porta.

- Foi bom ter falado com você, Kagome.

- Igualmente. Só quero mesmo saber uma coisa. Bom, na verdade é mais que uma coisa só.

- Pode perguntar o que quiser.

- Você é mesmo um hanyou? Não que eu não tenha acreditado quando você falou... É que é meio difícil de acreditar...

- Se eu falar que sou, você vai desligar o telefone na minha cara?

- Ahn... Não.

- "timo, por que é verdade o que eu falei. Eu sou um hanyou sim.

- Legal! E... Quantos anos você tem? É que eu li num livro que os youkais vivem mais que as pessoas...

- Tenho 16, mas aparento ter mais. Mais eu quero dizer uns 17, 18... Você tem 15, não é?

- É, faço 16 só no ano que vem. Também pareço mais velha.

- Bom, eu tenho que desligar agora. Eu expulsei meu amigo do quarto dele e ele quer entrar de novo.

- Minha amiga também... Bom, foi bom falar com você, Inu-Yasha.

- Com você também. Anota meu telefone pra me ligar, qualquer coisa...

Kagome anotou o número que ele passou e deu o número do celular dela também.

- Bom, eu tenho mesmo que desligar. Tchau Kagome! Um beijo.

- Outro, tchau!

Kagome desligou o telefone e ficou olhando para o aparelho. Aquilo estava mesmo acontecendo? Ela estava mesmo se apaixonado por um cara que ela nem conhecia?

Ela guardou com todo cuidado o papel com os números de telefone e olhou de novo para o aparelho.

Kagome se jogou na cama e abraçou o travesseiro rindo.

Sim, estava mesmo. E era melhor que um dos seus sonhos...

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Yura: Não vão se acostumando não! Naraku teve um surto de criatividade e escreveu mais rápido (sorte de vocês!). Ai, ai...às vezes eu queria ser igual a Kagome não que ela seja mais bonita que eu, eu sou mais bonita que ela claro! Só imaginem um cara ao meu dispor como o cachorrinho que sabe o sorvete que ela quer! Ah, olha eu tagarelando de mais de novo!

Ja ne

Yura

Naraku

Naraku: Que bom que você não mandou beijos! Sorte sua. Ah! Oi pra quem estiver lendo! E no próximo capítulo, eu escrevo meu nome no final! Não você! Eu escrevo o capítulo inteiro, quero pelo menos escrever meu nome também.

Naraku

(pronto, escrevi)