O que diabos tinha acontecido ali, afinal?
(¯·..·¯·..·¯)
Meu coração estava batendo desesperado quando fechei a porta do meu quarto, me encostando nela.
Eu conhecia bem aquela sensação. Primeiro eu ficaria encantado por ele, depois diria que era apenas desejo, em seguida admitiria que existia algo a mais e logo depois...estaria apaixonado.
E definitivamente eu não queria aquilo.
Com a respiração ainda irregular, liguei para Quatre confirmando o local e o horário do jantar. Tudo deveria transcorrer normalmente.
Ora, o que eu estava pensando afinal? Estava daquele jeito porque fora a primeira demonstração de carinho desde que Chris e eu terminamos. Apenas isso.
Correção: desde que Chris me deu um pé na bunda. E ser dispensado depois que se admite apaixonado não é uma coisa legal.
Melhor ignorar e fingir que meu coração quase não saiu pela boca quando Heero disse que queria "fazer amor".
Enfiando isso na minha cabeça dura, saí do quarto e fui procurar por Heero. Ele merecia uma explicação.
- Hey, cara. – Ele estava jogado no sof� parecendo achar algo na parede bastante interessante.
- Eu vi os seus quadros, Duo, são maravilhosos. – Eu sorri, me sentando em seu colo.
- Obrigado e me desculpe por ainda agora, Heero. – Ele sorriu de forma maliciosa e enlaçou minha cintura. – Foi apenas um lapso, sabe? Não me dou muito bem com palavras carinhosas distribuídas gratuitamente.
- Eu apenas disse a verdade. – Ele parecia confuso. – Algum problema?
- Nenhum. – Sussurrei em seu ouvido. – Acho que temos um jantar daqui a pouco.
- Prefiro fazer algo mais interessante. – Beijei seu pescoço.
- Acredite que essa também é minha vontade, mas eu disse que você teria que merecer me ter. – Me afastei olhando-o nos olhos. – E você foi um menino mau quebrando nosso trato e me agarrando na cozinha.
- Você não pareceu se importar.
- Que seja. – Disse de forma suave. – Agora vá se arrumar, vamos sair daqui à uma hora. – Me levantei de seu colo, ouvindo um tímido protesto.
- Você vai me deixar assim? – Ele apontou para o próprio membro.
- É necessário. – Me inclinei, aproximando meus lábios de seu ouvido. – Senão tudo perde a graça.
Rapidamente saí da sala, temendo ser agarrado por aquele japonês gostoso e acabar tendo que mandar tudo às favas, me entregando a ele bem no meio do tapete da sala.
Uma hora exata depois, estávamos prontos, indo para o carro. E céus! Ele estava maravilhoso!
- Você deveria ser preso por desfilar essa beleza absurda por aí. – Comentei e ele deu um meio-sorriso.
- Só se for com as suas algemas.
Eu ri, abrindo a porta do carro para ele. O percurso foi calmo e eu descobri que era muito bom conversar com Heero. Ele era extremamente agradável quando não estava tentando me agarrar.
Não que eu me importasse quando ele fazia isso.
Chegando ao restaurante logo avistei a personificação de todos os meus pesadelos.
Quatre Raberba Winer.
Não me levem a mal, eu adoro aquele pequeno loiro, mas ele tem uma tendência cruel de me deixar sem graça, especialmente quando estava do lado de Trowa. E ele pareceu perceber que eu ficaria estranhamente mais constrangido com o japonês ao meu lado.
Respirando fundo, me aproximei com Heero, apresentando-o logo aos meus dois amigos. O olhar que Quatre me lançou deixou bem claro o quanto eu sofreria aquela noite.
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Bem, alguns minutos depois que fui apresentado aos amigos de Duo percebi porque ele estava tão preocupado com relação aquele jantar.
O loirinho, o tal do Quatre, fez questão de deixar bem claro que eu e Duo formávamos um casal perfeito. Até eu corei com suas afirmativas. Por que aquelas palavras me atingiam tanto afinal?
Mas de forma alguma o jantar foi desagradável. Duo parecia mais livre conversando com os amigos, conseguia ficar ainda mais radiante.
E só Deus sabe o quão lindo ele ficava quando sorria.
- Você não parece o tipo de cara que precisa de proteção, na verdade, Heero, se eu não soubesse da situação diria que e você quem protege o Duo. – Olhei para Trowa.
- Aparências enganam, certo? – Retruquei. – Eu também jamais adivinharia que você trabalha e é dono de uma floricultura¹.
Nós quatro formávamos um grupo, no mínimo, bizarro.
Duo era um agente federal, eu um jornalista, Trowa um florista e Quatre um administrador.
E o mais bizarro é que estávamos nos dando imensamente bem. Mistérios da mente humana, eu diria.
- Oh, caras, não comentem nossa situação em uma mesa de restaurante. – Duo pediu.
- Desculpe. – Trowa deu de ombros. – Às vezes me esqueço como essas coisas funcionam.
- Você também já foi agente? – Perguntei, curioso.
- Sim, mas assim que conheci Quatre me desvinculei, era perigoso demais. – Ele pegou a mão do árabe, levando-a aos lábios, beijando-a suavemente. – E eu não queria preocupar meu anjo.
- Oh, Trowa... – Quatre o encarou, dando-lhe um rápido beijo.
Senti minhas bochechas esquentarem. Estranhamente eu não me sentia inibido com coisas...hum...pervertidas, mas demonstrações de carinho como aquela me deixavam...perturbado.
- Duo... – O americano olhou de forma temerosa para o árabe. – Mudando de assunto... – Eu suspirei, já esperando o pior. – Você já mostrou o quanto sua cama pode ser macia para o Heero? – As bochechas de Duo coraram absurdamente eu ri, junto com Trowa e Quatre.
- Talvez eu devesse contar para ele alguns detalhes sobre você também, loirinho. – Quatre pareceu ponderar e logo mudou de assunto.
Acho que a sessão constrangimento havia acabado por hora.
O resto do jantar transcorreu de forma extremamente agradável e eu me vi aceitando um convite para um novo encontro na casa de Quatre. Céus! Quando eu havia me tornado tão social?
Duo não estava me fazendo bem.
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Um dia eu mataria Quatre. De uma forma bem dolorosa.
Ele conseguiu fazer com que aquela cor escarlate em minhas bochechas se fizesse presente durante quase todo o jantar. E isso era irritante para alguém como eu.
Em outras situações eu rebateria e o deixaria completamente vermelho, mas com Heero ao meu lado...eu não conseguia.
- Bem, Duo, acho que vamos indo, Quatre amanhã tem que estar muito cedo na empresa. – Trowa se ergueu, ajudando o loirinho a se levantar em um gesto muito cavalheiro.
- Oh, tudo bem, nós também... – Senti um toque em minha coxa e olhei para Heero, que negava com a cabeça. – Bem...então vamos ficar mais um pouco.
As despedidas passaram de forma vaga diante dos meus olhos, só conseguia me concentrar no porquê daquele gesto de Heero.
Quando meus amigos se foram, imediatamente eu me virei para o japonês, pronto para pedir uma explicação, mas...ele não estava mais lá.
- Onde ele se meteu? – Indaguei baixinho, olhando para todos os lados.
Foi quando senti minha cadeira ser puxada para mais perto da mesa. Só não gritei porque quando olhei para baixo reconheci aquelas duas jóias azuis, nubladas de...desejo?
- Fique quieto! – Li seus lábios e eu gelei.
- O que está fazendo aí, seu maluco? – Perguntei baixinho, tentando não chamar a atenção.
- Fazendo uma coisa que você não vai poder me impedir aqui. – E antes eu pudesse raciocinar, suas mãos habilmente desafivelaram meu sinto e abriram minha calça, libertando meu membro.
Céus! Ele era louco!
Olhei para todos os lados, mas ninguém pareceu perceber nada. Olhei novamente para baixo e Heero me deu um sorriso extremamente sexy.
- Não faça isso. – Pedi com a voz baixa, sentindo meu corpo responder àquele sorriso.
- Shh. – Ele envolveu meu membro com sua mão e eu suprimi um gemido. – Apenas aproveite.
Eu fechei os olhos e lutei contra minha própria voz quando seus dedos passaram a deslizar por minha ereção, deixando-a completamente rija.
Ele me pagaria por aquilo.
Abaixei minha cabeça colocando-a sobre meus braços cruzados sobre a mesa.
Eu não podia gemer. Eu não podia gemer.
- Hee...Heero! – Joguei minha cabeça para trás, fechando firmemente meus olhos, quando senti algo molhado na ponta do meu membro.
Quando olhei para baixo, só pude ver minha ereção sumindo dentro da boca macia dele.
- Algum problema, senhor? – Abri meus olhos, me deparando com a face preocupada de um garçom.
- Na...não...absolutamente. – Esbocei um sorriso, mordendo os lábios em seguida, quando Heero deixou meu membro escorregar até o fundo de sua garganta.
- Tem certeza? O senhor está corado...não quer um copo de água? – Eu respirei fundo, tentando ignorar aquela língua que me enlouquecia.
- Oh...seria bom sim. – Escorreguei na cadeira, sentindo meu corpo sofrer espasmos involuntários.
- Certo! Apenas um instante.
- Ok. – Agradeci silenciosamente aos céus quando o garçom se foi.
Enquanto aquela boca fazia minha sanidade desaparecer, eu tentava a todo custo não gemer. Nem gritar. Mas estava ficando cada vez mais difícil.
Quando o garçom se aproximou novamente, eu aceitei o copo de água tentando não morder os lábios para conter os gemidos. O homem me olhou, parecendo desconfiado.
- Onde está o outro rapaz, senhor? Quer que eu o procure para levar o senhor para casa?
- Ele foi ao toalete, já deve estar voltando. – Sorri, dispensando-o.
Parecendo um pouco mais convencido ele se foi, me deixando naquela tortura silenciosa.
- Eu vou te matar, Heero Yuy. – Murmurei, voltando a deitar a cabeça sobre os braços.
Suas mãos se afundaram em minhas coxas quando os espasmos em meu corpo se tornaram mais intensos, anunciando o gozo próximo.
Minha mente nublou e eu tive que morder a mão para não gritar quando aquela sensação maravilhosa se apossou de mim. Nos segundos seguintes me esqueci da onde estava e só consegui aproveitar aquele momento.
Senti vagamente Heero fechar minhas calça e escorregar para fora da mesa, sentando-se ao meu lado. Se alguém o viu ou não, até hoje eu não sei dizer.
- Da próxima vez quero ver seu rosto quando estiver gozando. – Ergui meus olhos, vendo-o lamber os lábios.
- Seu desgraçado...o que pensou que estava fazendo? – Perguntei baixinho, ainda sentindo meu corpo tremer levemente.
- Te dando prazer. – Ele respondeu simplesmente, segurando meu rosto entre suas mãos.
Eu apenas suspirei e descansei a cabeça em seu ombro, sentindo-o acariciar minhas costas.
- Ele melhorou, senhor? – A voz do garçom me assustou e eu tentei me afastar, mas Heero não deixou.
- Emoções muito fortes, meu bom homem, ele não agüentou quando eu o pedi em casamento. – Ergui o rosto a tempo de ver a face meio chocada do garçom. – A propósito, você pode me trazer a conta?
- Foi cortesia do senhor Winer.
- Ah, sim...Quatre...ele é um anjo, não? – Eu me perguntei como Heero podia ser tão cínico. – Bem, como você se preocupou com meu noivo, tome aqui. – O japonês depositou uma boa gorjeta nas mãos do garçom.
- Obrigado, senhor! – E sem mais palavras ele se retirou.
Eu encarei Heero, completamente embasbacado. Ele apenas deu de ombro e me ajudou e levantar, pois minhas pernas estavam moles.
Caminhamos em silêncio até o carro, mas quando chegamos ele me imprensou contra a lataria e me abraçou forte.
- Você é uma delícia, Duo. – Eu ia dar uma resposta desaforada, mas só consegui sorrir.
Apesar de louco ele era adorável.
(¯·..·¯·..·¯)
A viajem de volta foi...animada.
Duo estava mais sorridente e eu pude conhecer seu lado mais alegre.
- Você sabia que se dirige com as duas mãos? – Indaguei sorrindo.
- Oh, sim, mas não quando temos um maníaco sexual sentado ao nosso lado. – Uma de suas mãos estava no volante enquanto a outra cobria seu membro.
Eu só pude rir, adorando o fato dele estar mais relaxado e algo me dizia que isso tinha a ver com a minha loucura no restaurante.
Muita loucura, diga-se de passagem.
Eu ainda podia sentir o gosto dele em minha boca, tornando meu desejo palpável. Eu o queria por inteiro. E o teria, nem que fosse a força.
Não que parecesse precisar disso.
- O que há com você? – Ele indagou enquanto trancava a porta.
- Nada, por quê?
- Está calmo. – Ele deu de ombros. – Melhor assim. – Seu sorriso malicioso não passou despercebido por mim. – Vou me deitar, estou cansado.
- Quer companhia? – Indaguei o imprensando contra a parede.
- Você comete uma loucura daquelas no restaurante e agora pergunta o que eu quero? Você é estranho, Yuy. – Eu sorri, afundando o rosto em seu pescoço.
- Eu sei...você quem me deixa assim...descontrolado. – Ele riu, deixando seus dedos encontrarem o cós da minha calça.
- Hum...acho que vou fazer algo por você agora. – Antes que eu pudesse perguntar alguma coisa ele colocou a mão dentro da minha roupa, agarrando meu membro.
Eu não tive tempo nem para gemer, pois logo sua boca estava colada a minha, enquanto sua mão executava a tarefa de me enlouquecer.
Minha calça foi parar nos tornozelos, junto com minha roupa de baixo. Seus dedos deslizavam com maestria por minha ereção, fazendo meu corpo se arrepiar completamente.
E depois eu quem era o louco.
Meus dedos apertavam firmemente seus ombros, enquanto minha boca era invadida de forma quase bruta por aquela língua atrevida. Ele ia me enlouquecer.
- Eu...preciso de mais do que isso. – Gemi, quando consegui me afastar do beijo.
- Por hoje é só o que você pode ter. – Ele apertou a base do meu membro, me fazendo grunhir algo incompreensível.
Mais uma vez ele iniciou um beijo violento, invertendo as posições e me colocando contra a parede. Minhas costas bateram de leve na superfície dura, mas a dor pouco me importou.
Com minhas mãos em seu peito, o empurrei, olhando-o diretamente nos olhos. Ele sorriu de forma safada e aumentou o ritmo da masturbação, passando a atacar meu pescoço com beijos e chupões nada delicados. Com certeza eu estaria marcado no dia seguinte.
Seus dedos se apertaram mais em volta da minha ereção, arrancando gemidos nada contidos dos meus lábios. Minha visão estava ficando turva, enquanto meus joelhos ameaçavam ceder.
- Du...Duo! – Gritei em êxtase quando mergulhei de cabeça naquela sensação indescritível.
Ele se afastou, segurando meu queixo, me olhando enquanto eu me deixava levar por aquelas ondas de prazer, sujando sua mão.
- Lindo...você fica lindo gozando. – Eu suspirei, extremamente satisfeito. – Vejamos se você é tão bom quanto parece. – E diante dos meus olhos incrédulos, ele levou os dedos sujos aos lábios sugando-os e lambendo-os sensualmente.
Eu quase tive outro orgasmo vendo aquela cena.
- Acho que somos dois loucos. – Comentei, enquanto me apoiava em seu corpo, deixando minha cabeça repousar em seu ombro.
- Completamente. – Eu tirei meus sapatos enquanto ele subia minhas roupas.
Sem mais uma palavra ele me levou para o seu quarto, me deixando deitar junto de seu corpo. Eu suspirei, deliciado com a proximidade.
- Não posso te atacar? – Perguntei enquanto me livrava da camisa.
- Se fizer isso, vai dormir sozinho! – Ele tirou toda a roupa ficando apenas com a cueca e se enfiando em baixo do cobertor.
Eu respirei fundo, concordando. Tirei minhas próprias roupas e o abracei por trás, afundando o rosto em sua nuca.
- Boa noite, Heero. – Ele sussurrou, sonolento, entrelaçando sua mão com a minha.
- Boa noite, meu...anjo. – Murmurei, dormindo em seguida.
Foi a noite mais estranha da minha vida. Eu dormi abraçado ao homem que mais desejava no mundo, completamente sujo por causa do orgasmo que ele me proporcionou. E não o ataquei.
E incompreensivelmente dormi extremamente bem.
(¯·..·¯·..·¯)
Anjo? Da onde aquilo tinha surgido?
Bem, meu corpo estava cansado demais e eu não queria pensar naquelas palavras e nem naquela situação extremamente estranha.
Céus! Eu estava dormindo com um homem que sequer havia me tocado...hum...da forma convencional e o mais estranho é que eu não me incomodava, era bom sentir o corpo dele tão perto do meu.
Senti sua respiração se regularizar e então me virei, fitando seu rosto adormecido. Ele parecia um garotinho dormindo. Lindo!
Dormi um pouco depois, com o rosto em próximo ao dele, mas quando acordei, várias horas depois, estava deitado com a cabeça em seu peito, enquanto sentia seus dedos acariciarem meus cabelos.
- Bom dia. – Sua voz rouca e sonolenta, me despertou no mesmo instante.
- Espero realmente que seja bom. – Me sentei, esfregando meus olhos.
- Oh, com certeza será – Ele se sentou atrás de mim, apoiando o queixo em meu ombro. – Você sabia que fica lindo dormindo?
- Obrigado. – Senti minhas bochechas esquentarem. – Você também fica adorável, nem parece o maníaco tarado que é.
- Você é tão doce de manhã. – Ele ironizou.
- Você nem faz idéia. – Me virei, estalando um beijo em seus lábios. – Vou tomar um banho...sozinho! – Ele riu, se deixando cair de costas na cama.
Meu banho foi lento e relaxante, me dando tempo para pensar em tudo aquilo que estava acontecendo. Os gestos dele, e os meus, apesar de carregados de paixão também tinham carinho...isso que me deixava intrigado.
Mas algo dentro de mim dizia para não ligar para isso no momento.
Quando saí do banheiro, já devidamente vestido, encontrei a mesa do café já posta e um Heero ainda sonolento sorrindo pra mim. Eu apenas sorri de volta, agradecendo silenciosamente por aquela gentileza.
Enquanto eu comia, olhava desconfiado para ele. Estava tudo fácil demais...ele estava aprontando algo.
Como se tivesse lendo meus pensamentos, ele se levantou e me puxou pelo braço, me beijando de forma despudorada. Eu correspondi o beijo, me agarrando a ele, tentando buscar equilíbrio.
- Isso é por ser absurdamente atraente logo de manhã. – Ele se virou e saiu da cozinha, me deixando tonto para trás.
Oh, Deus! Aquilo não iria acabar bem!
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Eu não estava mais conseguindo me controlar, eu realmente precisava de algo a mais. Na verdade eu precisava de absolutamente tudo que aquele corpo maravilhoso pudesse me oferecer.
Apesar do maldito frio que fazia eu tomei um banho gelado, tentando fazer meu corpo se controlar. Tarefa impossível, pois logo que saí do banheiro me deparei com um Duo bastante sorridente já pronto a me imprensar na parede e roubar meu fôlego com um beijo nada casto.
Ele iria me enlouquecer.
Quando tentei puxílo ele saiu, me mostrando a língua e entrando na sua sala de pintura. Passei as mãos pelos cabelos e fui até o quarto onde estavam minhas coisas, ligando meu laptop.
Mas obviamente aquilo não foi o suficiente para desviar meus pensamentos daquele americano safado.
Já estava cogitando a possibilidade dele ter feito algum feitiço ou algo parecido.
Almoçamos fora naquele segundo dia e Duo fez questão escolher um restaurante onde as toalhas da mesa eram curtas.
Hn. Não podia nem me divertir.
Mas apesar daquela minha pequena fixação por seu corpo, conseguíamos manter um relacionamento cordial, com conversas inteligentes e trocas de idéias.
Descobri sua história e lhe contei a minha, me surpreendendo em como ele era um excelente ouvinte.
Pena que ele insistia em me perturbar, se exibindo com pequenos shorts e andando pela casa com aqueles lindos fios soltos.
Depois daquela primeira noite que dormimos juntos, passamos a dividir a cama, mas só para o sono, ele fazia questão de me provocar, dizendo que executaríamos atividades mais prazerosas quando ele achasse que eu merecia.
Oh...ele era mau.
Eu via que ele queria tanto quanto eu, mas parecia que ele havia feito algum pacto infernal somente para me enlouquecer. Algumas vezes seus toques eram abrasadores e eu podia sentir como sua boca e suas mãos eram hábeis, mas em outras vezes ele me tocava tão sutilmente que meu corpo implorava por mais.
Ele estava me deixando louco.
(¯·..·¯·..·¯)
Duas semanas...duas deliciosas semanas de provocações e atos incompletos.
Oh...como eu adorava perturbílo!
No início ele até tentava me acompanhar, tentando me seduzir, mas como o passar dos dias ele se conformou e se pôs a esperar quando eu o deixaria me tocar da forma que gostaria.
Eu continuaria com aquele nosso doce tormento se algo não tivesse acontecido.
Era uma noite extremamente fria. Tínhamos acabado de jantar e estávamos passeando pelo centro de Nova York, procurando alguns casacos para nós. Eu notava os olhares longos que ele me dirigia.
Um pedido mudo e um desejo contido.
Ele estava se saindo muito bem ao não tentar me agarrar, mas eu podia ver o quanto ele estava se segurando para que pudéssemos continuar com aquele joguinho.
Paramos em frente a uma loja quando alguns homens vestidos com ternos negros vieram em nossa direção. Vi o rosto de Heero perder a cor, e mais que rapidamente coloquei a mão em minha arma, escondida na parte de trás da minha calça.
À medida que eles se aproximavam eu sentia meu coração disparar, enquanto minha mente me dizia que eu deveria ter aproveitado meu tempo com Heero.
Ele segurou minha mão, entrelaçando nossos dedos e eu notei o quanto ele tremia. Heero não era mais aquele homem imponente e certo do que queria, era apenas um rapaz com medo de morrer. E eu estava ali para protegê-lo.
Quando os homens estavam a poucos passos de nós, me virei para a vitrine, fingindo mostrar algo para Heero. Notei que algumas gotas de suor se formavam em sua testa e tremi levemente.
Seus olhos encontraram os meus pelo vidro e ele sorriu docemente, fazendo meu coração bater ainda mais rápido.
Eu não podia perdê-lo.
- Não se preocupe. – Murmurei, tentando sorrir.
Nesse momento um dos homens tocou meu ombro, me fazendo virar. No mesmo instante eu me coloquei em frente a Heero e tentei sorrir para o homem, fazendo minha melhor cara "eu sou inofensivo".
O aperto em meu ombro aumentou, enquanto aquele homem me fitava e os outros se aproximavam. Vi o exato instante que ele levou a outra mão até a cintura buscando sua arma.
A mão de Heero praticamente esmagou a minha, me mostrando o tamanho de seu medo.
- Hey, cara, solte o rapaz! – Olhei para além do homem que segurava meu ombro. – Esse aí é o cara errado, solte-o! – O aperto em meu ombro sumiu e eu respirei aliviado. – Desculpe, moço é que você se parece com um homem que estamos atrás. – Ele mostrou o distintivo do FBI.
- Tudo bem. – Eu sorri, tentando fazer minhas pernas pararem de tremer.
- Desculpe o incômodo. – O aperto em minha mão cessou.
- Sem problemas! – Sorri de forma genuína. – Boa sorte!
O homem assentiu e continuou seu caminho, sendo seguido pelos outros, mas o cara que agarrou meu ombro ainda olhou para trás, desconfiado.
Nem sei quantas vezes agradeci a Deus nos segundos que se seguiram. E quantas vezes me amaldiçoei por minha fraqueza. Se fosse outro caso eu jamais teria tremido, jamais teria hesitado...
Mas era Heero quem eu estava protegendo.
Sem uma palavra voltamos para o carro. A mão de Heero ainda estava entrelaçada a minha chamando a atenção de várias pessoas.
Quando chegamos perto do automóvel, Heero me abraçou forte, afundando os dedos em meu casaco. Eu suspirei aliviado por ainda estar com ele e o abracei de volta, envolvendo seu pescoço com meus braços.
- Calma. – Murmurei. – Foi um engano, eles não estavam atrás de nós. – Notei que ele ainda tremia.
- Eu sei...só me deixe ficar mais um pouco aqui. – Eu assenti, acariciando seus cabelos.
Nunca em todo o meu tempo de FBI, eu havia ficado tão apavorado.
Quando notei que ele estava mais relaxado, me afastei e acariciei seu rosto. Ele esboçou um sorriso, colocando a mão sobre a minha.
- Vamos...vamos para casa. – E sem demoras entramos no carro e partimos.
Ele deitou a cabeça no banco e suspirou, parecendo aliviado. Eu sorri, mas fiquei atento à estrada, notando se estava sendo seguido.
Graças a Deus, chegamos a salvo em casa. Não sei se agüentaria mais um susto daqueles.
Assim que eu fechei a porta, ele me imprensou na parede, buscando minha pele desesperadamente. Suas mãos viajaram para baixo das minhas roupas, afagando e apertando minhas costas, enquanto sua boca encontrou a minha, me beijando com paixão.
Eu já não queria mais joguinhos, eu precisava do corpo dele no meu.
Continua...
¹ - Diz que não é sexy imaginar o Trowa sujo de terra!
Então...o que acharam desse cap? Como vocês puderam perceber ele foi mais longo...acho que as reviews me inspiraram! Então muito obrigado a vcs que estão lendo e deixando seus coments! Eu NUNCA esperei receber tantos comentários!
Bem...então eu sigo no mesmo esquema: quanto mais reviews, mais rápido vem o próximo cap!
O próximo cs já sabem o que vai ter né /Arsinoe vermelha/
Espero que tenham gostado! E pleaaaaase, comentem!
Bjus!
Arsinoe!
