Eu custei um pouco a dormir. Fiquei observando-o carinhosamente, percebendo que as coisas haviam se complicado muito mais do que eu imaginava.
(¯·..·¯·..·¯)
Oh...tudo estava complicado demais e algo me dizia que aquele seria um mau dia.
- Bom dia, meu anjo. – Me arrepiei com o hálito quente em meu pescoço e me virei, encarando-o. – Dormiu bem? – Céus! Como eu pude pensar que o dia poderia ser ruim se começava tão bem?
- Muito bem, Hee-chan. – Me joguei em seus braços, beijando seu pescoço. – Já é tarde. – Murmurei, vendo o relógio marcar dez da manhã.
- Não quis te acordar, você fica tão lindo quando dorme. – Arregalei meus olhos.
- Está acordado há muito tempo? – Ele assentiu.
- Um pouco, preparei o café e li o jornal. – Eu sorri, voltando a abraça - lo.
- Oh...se incomoda se eu não provar seu café? Quero ficar aqui na cama com você. – Eu sussurrei de forma manhosa.
A manhã estava extremamente fria, aliás como todas daquele maldito inverno americano, e tudo o que eu queria era ficar quentinho com Heero. Tentando ignorar todos os problemas que eu teria mais para frente.
O problema não era ter dormido com ele. O problema era o que eu sentia com relação aquilo.
Não foi só uma maldita transa, foi muito mais que isso.
Mas eu ignoraria o quanto pudesse aqueles sentimentos estranhos.
- Tudo o que você quiser, meu anjo.
E Heero também não colaborava! Eu notei que seus olhares haviam mudado há alguns dias. Ainda havia aquele desejo, mas havia mais alguma coisa...um certo...afeto.
Merda! Eu tinha que parar de pensar besteiras!
Fechei os olhos e apenas me deixei envolver pelo calor do corpo dele, adorando a sensação maravilhosa que aquilo me proporcionava. E eu continuaria naquele lugar quentinho se um maldito desgraçado não tivesse tocado a campainha.
Resmungando todos os palavrões que eu conhecia, me levantei, buscando um casaco rapidamente. Maldito inverno!
- Já volto! – Me abaixei, beijando Heero carinhosamente.
- Não demore...quero te esquentar de um jeito mais gostoso. – Eu sorri de forma travessa e concordei.
Parei em frente à porta e endireitei meus cabelos da forma que pude, ajeitando os fios rebeldes que fugiam da trança. Quando olhei pelo olho mágico quase enfartei.
Céus! Era tudo que eu precisava! Ergui a gola do casaco, tentando esconder as marcas roxas em meu pescoço.
- Bom dia, Treize. – Abri a porta e tentei sorrir.
- Ainda estava dormindo, Maxwell? – Ele entrou e tirou os sapatos, andando sem nenhuma cerimônia até o sofàse jogando sobre ele.
- Sim...fui dormir muito tarde ontem. – Me espreguicei. – Mas o que te traz aqui? – Sentei no outro sofá.
- Heero. Precisamos falar sobre ele. – Meu coração disparou. – Acho que vou tirílo de sua custódia.
Que merda de vida! Não podiam tirílo de mim!
(¯·..·¯·..·¯)
Eu...havia ouvido direito?
Minha visão nublou e eu me apoiei na parede, tentando imaginar que aquilo tudo era mentira. Não iriam me tirar de Duo.
O choque que eu senti foi quase palpável. Eu não queria ficar longe dele.
Oh, merda!
Respirei fundo e voltei para o quarto de Duo, me jogando na cama, tentando imaginar algo para mudar aquela situação.
Como eu conseguiria agüentar aquelas próximas quatro semanas sem ele?
(¯·..·¯·..·¯)
- Por que, Treize? – Perguntei, tentando parecer indiferente. – Algo errado?
- Não, eu apenas acho que você merece umas férias. – Ele deu de ombros.
- Já estou no caso, não tenho porque sair. Não está satisfeito com o meu trabalho?
- Pelo contrário, pelo que me informaram, vocês estão agindo como duas pessoas normais, saindo, almoçando fora, fazendo compras...mas talvez estejam...normais demais. – Eu suspirei, entendendo o porquê daquela conversa.
- Não tem porque tirar ele daqui, Treize. – Insisti, ignorando aquele olhar malicioso sobre mim.
- Não tem porque ou você não quer que eu te afaste dele?
- Não estou entendendo. – Disse de forma vaga.
- Você se envolveu com ele, Maxwell? – Seu tom incisivo me fez tremer.
- Não. – Respondi simplesmente. – Mas temos um relacionamento muito bom, Heero é uma pessoa muito agradável.
- Sei que tipo de relacionamento vocês têm.
- Não faça insinuações, senhor Kusherenada. – O olhei sério.
- Mas Relena disse que vocês eram...
- O senhor disse que ele teria que passar despercebido.
- Mas dizer que são namorados não é uma coisa muito inteligente a se fazer. – Senti minha raiva aumentar.
- Se tem alguma dúvida converse com ele. Quer que eu vá chama - lo?
- Por favor. – Me levantei rápido, indo diretamente para o meu quarto, tomando cuidado para Treize não ver onde eu estava entrando.
Parei, encostando-me à porta e observando Heero vir até mim.
- Eu não vou sair daqui, anjo, não vou para longe de você. – Eu o abracei forte, afundando o rosto em seu pescoço.
- Treize sabe de nós. – Me afastei. – Eu quebrei todas as regras e cometi o pior erro na minha profissão, Hee-chan.
- O que aconteceu, meu anjo?
- Eu...me apaixonei por você. – Ele me encarou com os olhos arregalados.
- Isso é mau? – Seus braços circularam minha cintura.
- Oh, sim...muito mau. – Afirmei, tentando sorrir.
- Então estamos muito encrencados, meu anjo...literalmente fudidos.
- Por quê?
- Porque eu também estou apaixonado por você. – Eu o abracei forte, sentindo meus olhos marejarem.
- Oh, Deus, Heero! O que fizemos?
- Apenas nos apaixonamos, não tem porque você ficar assim.
- Mas, Treize disse...
- Eu só preciso convencê-lo que não temos nada, meu anjo. – Ele sorriu de forma confiante e me beijou delicadamente. – Não vou e nem quero sair de perto de você.
Heero se afastou e pegou um suéter dentro do meu armário, saindo em seguida.
Eu suspirei e enxuguei as poucas lágrimas que escorreram. Eu nem sabia porque tinha chorado. Poderia ser emoção ou...raiva de Treize.
(¯·..·¯·..·¯)
Entrei na sala calmamente, fingindo que tinha acabado de acordar.
- Bom dia, senhor Kusherenada, Duo me disse que o senhor gostaria de falar comigo. – Apertei sua mão e sentei no sofá.
- O que está achando do agente Maxwell, senhor Yuy? – Eu parei por um instante, parecendo considerar a pergunta.
- Estou vivo, não estou? – Ele sorriu levemente, mas eu não retribuí o gesto.
- Vocês têm um bom relacionamento?
- Sim, Duo é uma ótima pessoa. – Passei a mão pelos cabelos. – O que o senhor realmente quer?
- Quero saber se vocês dormiram juntos. – Se eu não tivesse com tanta raiva daquele homem, teria admirado sua forma direta de se expressar.
- Não, por que? Isso seria errado?
- Sexo por sexo não, senhor Yuy. – Ele se recostou no sofá. – Mas quando envolve sentimentos...
- O senhor acha que Duo e eu estamos apaixonados, é isso? – Fingi suprimir um sorriso.
- Eu apenas preciso verificar tudo, certo? Talvez seja prudente colocar outro agente para...
- Estou bem com Duo, senhor Kusherenada, ele é um policial competente e uma ótima pessoa, não existe necessidade de trocar de agente. – Disse de forma firme.
- Eu acho que o senhor tem algo a mais com Duo. – Ele falou de forma maliciosa.
- Eu gostaria, senhor Kusherenada. – Ele arregalou os olhos. – Eu o acho extremamente atraente e imagino como deve ser tê-lo sob mim, mas eu não desperto seu interesse. – Ele balbuciou algo. – E se o senhor insistir nessa história de mudar de agente eu me nego a depor.
- Você não pode fazer isso!
- Tente me separar dele. – Tive vontade de bater minha cabeça contra a parede no momento que as palavras deixaram minha boca.
- Então vocês têm algo! – Ele disse de forma triunfante.
- Não temos, Treize. – Duo surgiu, sorrindo. – E se tivéssemos, por que isso te incomoda tanto? Você o quer? Ou será que quer a mim? – Ele enrubesceu.
- Maxwell, eu ainda sou seu chefe!
- Mas não tem o direito de se meter na minha vida, certo?
- É um caso do FBI.
- Se eu me envolver, vou me envolver com Heero Yuy e não com um maldito caso do FBI.
Treize perdeu a cor e tentou responder, mas não conseguiu, apenas encarou Duo, fuzilando-o com o olhar.
- Se o senhor veio aqui para ver se temos algo, já respondemos, senhor Kusherenada, não temos nada, apenas nos tornamos amigos.
- Isso não me parece verdadeiro, senhor Yuy.
- Só porque Heero é atraente você achou que eu me deitaria com ele, Treize? – O tom de Duo parecia magoado. – O que você pensa de mim afinal? – Percebi que seus olhos estavam falsamente marejados e pude notar a reação de Treize aquilo. Ele ficou...tocado.
- Não quero por tudo a perder, Duo, entenda. – Ele disse de forma suave.
- Eu sou um profissional, Treize. – O americano afirmou. – Se for só isso, eu preciso fazer algumas coisas. – Ele andou até a porta abrindo-a.
- Certo, Duo. – Ele se levantou e apertou minha mão. – Tome cuidado, se eu desconfiar de algum envolvimento, o caso não vai ser mais seu, Duo.
- Faça como quiser, só não duvide de meu potencial como policial. Até mais. – A porta se fechou num estrondo e eu corri para abraçílo.
Ele envolveu meu pescoço com os braços e gargalhou. Eu o afastei, o olhando de forma confusa.
- Você viu a cara dele? Acreditou em mim! – Ele me deu um beijo estalado. – Agora vamos voltar para onde estávamos?
- Temos que conversar, meu anjo. – Ele soltou um muxoxo.
- Nhai...eu sei. – Com as mãos entrelaçadas, ele me puxou em direção ao quarto.
Acho que não poderia estar mais apaixonado.
(¯·..·¯·..·¯)
A situação toda era...apavorante.
Eu podia ser engraçadinho, debochado e até um pouco abusado, mas nunca, em situação nenhuma, eu havia desafiado meu chefe. Treize podia ser bem perigoso quando queria e a última coisa que eu precisava era tê-lo no meu pé.
E agora eu o tinha em meu encalço. Não era maravilhoso?
Hn. Merda de profissão essa minha.
E também havia outro problema...eu estava completamente apaixonado por aquele japonês sexy. Não seria realmente um problema se ele não fosse a testemunha que eu tinha que proteger com a minha vida.
Quando eu digo que ser um agente do FBI é uma merda, é porque realmente é!
Mas...eu deveria relaxar e aproveitar minha paixão, já que estava encrencado mesmo.
- Venha, anjo, deita aqui comigo. – Heero se jogou na cama, encostando-se à cabeceira. Eu me sentei em sua frente, me acomodando entre suas pernas.
- Oh, Hee-chan...onde fomos nos meter? – Perguntei manhosamente, enquanto deitava minha cabeça em seu ombro.
- Eu não me importo. – Suas mãos encontraram as minhas. – Só temos que ficar essas quatro semanas nos escondendo, depois...
- Depois você nunca mais vai me ver. – Seu corpo enrijeceu. – São as regras.
- Mas você disse que também já protegeu a Relena e ela mora aqui!
- Mas o pai dela é dono de uma das maiores empresas de armas dos EUA, ele subornou o FBI. – Respondi simplesmente.
- Eu não quero me separar de você. – Meu coração disparou. – Não há um meio de não me mandarem para longe?
- Talvez, mas não vamos pensar nisso, vamos aproveitar o tempo que temos...o depois...é o depois... – Me virei, enlaçando seu pescoço. – Estamos apaixonados, só isso importa agora. – Me assustei com a naturalidade que as palavras saíram da minha boca.
- Sim, eu estou loucamente apaixonado por você. – Seus dedos buscaram minha pele, sob as roupas. – Vem pra cá...deixa o resto pra lá...vem matar meu desejo. – Me arrepiei e busquei desesperadamente sua boca com a minha. – Devagar, meu anjo, dessa vez vamos com calma.
- Pensei que tínhamos que conversar. – Debochei.
- Depois, coração...agora eu preciso do seu corpo no meu. – Minhas mãos encontraram a barra do suéter, tentando livrílo rapidamente da roupa.
Eu deixei que ele me tomasse novamente. Seus dedos em meu corpo, incendiavam meu interior. Nossos gemidos mesclaram-se e no ápice de tudo nossas mãos se entrelaçaram, buscando apoio.
Naquela manhã eu descobri que Heero tinha dois lados extremamente opostos. Ele podia ser um amante louco, me possuindo com força, mas também podia ser extremamente carinhoso, me tocando de um jeito gentil.
Realmente eu estava apaixonado.
Sua boca encontrou a minha e nos beijamos carinhosamente quando o ato acabou. Me aninhei em seu peito, abraçando-o, enquanto seus braços me envolviam fortemente.
- Devíamos almoçar agora. – Seus dedos brincavam com meus cabelos soltos.
- Eu só quero ficar aqui com você...juntinho. – Afundei o rosto em seu pescoço.
- Manhoso. – Eu assenti, puxando as cobertas, pouco me importando que teria que mandar lavílas por conta da nossa...manhã agitada.
Eu havia me tornado um tolo sentimental, mas algo me dizia que aquilo não seria muito bom.
Eu ainda tinha que protegê-lo. E enganar Treize.
Continua...
Pessoas.../se escondendo/ Me desculpe pelo cap tão...sem sal... Eu estou decepcionada comigo mesma...
Mas mesmo assim eu espero que vcs pelo menos consigam ler...E claro...MUITO OBRIGADA PELAS REVIEWS! Elas me incentivam muito!Brigada mesmo, gente. /Emocionada/
O próximo cap vem rápido! Prometo! E se possível deixem comentários, please!
Grande beijo!
Arsinoe
