Retração: "Eu não possuo os direitos sobre Saint Seiya, ou sobre qualquer de seus personagens. Todos os direitos cabem ao Masami Kurumada, criador e desenhista do manga series. Apenas os utilizo para a redação de fanfics."

"Afrodite treina uma aprendiza na poderosa arte das rosas, mas será que no final ele conseguirá se separar dela, ao descobrir algo diferente em si próprio?"

As rosas não falam

Capítulo 4 - Conversas Venenosas

- CYPRIA! CYPRIA!!! Arf... arf... Enfim a encontrei! Que cara é essa?! - perguntou Marin ofegante.

Cypria levantou a vista e observou a amiga pálida como se tivesse escapado da morte! - Marin, eu é que perguntou, o que aconteceu com você? Está pálida..

- É que quando fui saindo do Santuário, tive alguns problemas com o Máscara da Morte... se não fosse o Aioria ter passado por lá, talvez eu já estivesse no cemitério! Por que está desanimada? - perguntou Marin sentando-se do lado da amiga. - Eu já passei por isso... e não tive quem me socorresse... a idéia do saco de papel, eu já usei. Foi um desastre...

- Sério? Hahahah.. deve ter sido fantástico, hein? Hahah... - voltou a sua expressão preocupada. - Mas... você falou que quase ia para o cemitério, por que?

Marin olhou para as pessoas na rua, suspirou e disse: - Por que eu não suporto aquele italiano! Ele é muito mau caráter!

- Mau caráter? - deu de ombros. - Cadê a máscara?

- Está aqui. Agora não a perca mais, hein? Nem sempre que tenho uma reserva... Vamos voltar! - entregou-lhe a máscara de amazona. - Hum... vejo que você comprou algumas coisas! Quero vê-las!!

Cypria sorriu e acompanhou a amiga. - São algumas roupas...

- Mas não me diga que comprou roupas iguais as que você usa? - "São horríveis!!! Arg! Nem eu me visto tão mal assim..." - ela pôs de volta a máscara e passaram pelo portão do Santuário.

- Sim. Mas, por quê? Eu detesto esta entrada... o bar fede a mofo e bebida...

- Nada não. - respondeu Marin.

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Afrodite levantou-se cedo de livre e espontânea pressão, ele detesta acordar cedo. Por isso ajustou seu despertador que há muito tempo tinha sido largado na gaveta de um cômodo. "Grrr... Assim vou ficar velho mais cedo! Tudo por causa daquela mocréia. Hoje vou entregar-lhe aquela máscara e saber se ela estava me seguindo!", seguiu para uma bela ducha refrescante.

A água gelada batia em corpo com espinhos, água gelada talvez pelo horário da manhã, ou por causa da Saori que não permite o uso de duchas elétricas... 'Corte de gastos excessivos' segundo ela. "Ainda me vingo daquela Saori, sem água quente no Santuário... que maldade."

Tomou seu desejum saudável e rico em fibras e baixas calorias, para não perder a forma. Enquanto mastigava seu cereal, olhou para a máscara de Cypria que estava na mesa, engasgou-se. Poderia tê-la visto sem a máscara! "Isso seria uma tragédia! Zeus me livre!!! Aaahhh!!!"

Pegou as compras do outro dia e seguiu para a sua estufa particular, que ficava do lado da Casa de Peixes, para isso precisava passar pelo jardim. Nele encontrou a Cypria pronta para os ensinamentos.

- Você se atrasou cinco minutos, mocréia.

- Er... desculpe-me é que tive uns problemas e... - disse ela tentando se desculpar pela falta...

- Não me interessa! Acompanhe-me até a estufa.

Era uma construção coberta com uma tela verde meio transparente, por onde o sol entra em raios leves e inofensivos. Havia muitas mesas cobertas de pequenos vasinhos de flores, todos enfileirados e classificados por espécie. O lugar exalava diferentes aromas, predominado as rosas raras cultivadas por Afrodite.

- Esse lugar é magnífico! - exclamou Cypria.

- Eu sei que sou o máximo! - falou gesticulando com a mão. - Eu cuido de todas essas flores aqui. São a minha coleção particular.

Cypria nem escutou direito estava encantada com o lugar, que lembrava o seu jardim na sua casa, e as plantações de flores de sua família. Parecia que ela tinha voltado até lá!

- Vamos começar logo com isso. Hoje será uma aula prática. Portanto preste atenção nas minhas palavras.

Cypria sentou-se numa cadeira e observou Afrodite. - Er... só uma coisinha, para quê essa maçã na minha cadeira?

Afrodite riu. - Isso? É para VOCÊ me dar de presente, afinal toda meninha educada dá maçãs para suas professoras!

- Você não é minha professora... é o meu mestre! - balançou a cabeça num sinal de reprovação. Observou uns sacos em cima de uma mesinha e lembrou-se dos venenos... "Os venenos... será que ele vai me matar?! Por isso está de bom humor...?", permaneceu estática por alguns segundos, "Antes de morrer vou perguntar o porquê de me odiar tanto assim! Nunca fiz nada para ele... nem sequer o conheço direito!"

- Bem, acho que você não sabe ou já presenciou um pouquinho do meu enorme poder. Eu ataco com as minhas rosas venenosas. - ele estendeu a palma da mão e dela surgiu uma linda rosa vermelha. - Elas enfeitiçam o inimigo e os matam sem piedade, numa morte sufocada e bela. Aliás, todas as mortes e combates devem ser belos, não importa vencer, mas causar um impacto no oponente. Deixá-los enfeitiçado com a beleza mortífera do ataque. Assim eu ataco, impressiono com a minha grande beleza, aliás, não há ninguém mais belo que eu, nem a própria deusa Afrodite é tão bela quanto eu. Depois eu termino de matar com as minhas rosas venenosas.

"Mas que convencido..." - Só uma coisinha, para quê eu vou querer matar alguém?

- Não sei, mas se o fizer tem de faze-lo com graça e beleza, se não nem diga que foi minha pupila. - a rosa que estava em sua mão começou a murchar e despetalar, caindo no chão morta.

Cypria coçou a cabeça e perguntou: - Mas eu só quero aprender a fazer flores, e deixa-las belas, não matar pessoas!

Afrodite começou a perder a paciência e disse: - Um dia vai ter vontade de matar alguém. - mostrou um sorriso irônico. - Veja esta rosa. É tão bela e tão cheirosa, não tem vontade de cheira-la?

Ele ofereceu-lhe a rosa, colocando-a perto de seu nariz, protegido pela máscara. "Cheirar a rosa? Ai... ELE VAI ME MATAR!!!", ela balançou a cabeça e afastou-se da rosa. - Não vou cheira-la.

- Por que? Pensou que eu iria matar-te? Hahaha! Essa é boa. - pegou outra rosa. - Veja está é a envenenada, o seu cheiro é mais forte e sua coloração é mais intensa, apaixonante. Veja por si só.

"Hum... ele fala a verdade, são muito diferentes." - Por que matar o inimigo entregando-lhe apenas uma rosa? Não precisa matar! É só conversar, que conversando tudo se ajeita! - "Menos com você, bi-chi-nha!"

Afrodite pôs a mão na testa. "Ai ai... já estou sem paciência!!". - Tem que se matar o inimigo, por se não ele te mata! É tão difícil entender, mocréia?!

- Não. - ela respondeu.

- Agora os tipos de veneno, eu uso os cianuretos, são mais fácies de manipular. Você tem que aprender a usa-los também.

- Só quero saber como é que se fazem as flores! Só isso!! Não quero saber de venenos!

- Grrr... Ô COISINHA BURRA, AS FLORES SÃO PRODUZIDAS PELO SEU COSMO! - retomou a paciência. - Com a energia de seu cosmo, você utiliza as partículas soltas no ar para formar as flores, que não podem ser só as flores, neve, safiras, entre outras coisas.

Cypria voltou a coçar a cabeça. - Não entendi.

Afrodite quase bateu a cabeça na mesa e decidiu suspender o treino, ela já havia consumido demais a sua beleza. - Não tem problema, mocréia. Pegue estes livros e estude para ver se amanhã você terá capacidade de entender o que eu estou dizendo.

Cypria pegou o monte de livros, e dirigiu-se para a saída. Quando escutou: - Esqueci-me de te entregar isto. - pegou um saco de papel e jogou nas mãos dele. - Acho que você esqueceu lá na floricultura enquanto me espionava. Você deveria ser mais discreta, se tinha a intenção que eu não lhe percebesse.

Abriu o pacote e dele retirou sua máscara perdida. "MINHA MÁSCARA!!", arregalou os olhos. "Ele... ele... ele só pode ter me visto!", desesperou-se com a possibilidade. Afrodite pelo contrário divertia-se com a agonia da pupila.

Aproximou-se dela com a máscara numa das mãos e ergue a outra em direção ao rosto de Cypria. Tocou-lhe a testa protegida pela sua máscara de amazona.

Ela continuou estática ao toque do mestre, ele transmitia uma energia diferente, quente e acolhedora que parecia ultrapassar a máscara, como se esta fosse uma folha de papel.

"O que ele vai fazer?", pensou admirando os belos brilhantes olhos azuis do seu mestre, que pareciam vê-la por detrás daquela máscara inexpressiva.

Os seus delicados dedos de unhas bem cuidadas, cerradas e pintadas num rosa quase transparente, pousaram sobre a potinha do nariz afilado de Cypria. Desceram suavemente até a boca. Ele mantinha uma expressão diferente no rosto... até certo ponto estranha.

Na sua mente não havia espaço para pensamentos lógicos, apenas uma só vontade: tirar aquela máscara e ver o rosto de sua pupila. Pousou o outro dedo no queixo dela e quase puxou aquele acessório desnecessário.

Como num estalo acordou e voltou a realidade. Empurrou a máscara verdadeira em cima dela e falou: - Tome isto porque é seu. Não pense que eu queria ver o seu rosto, mocréia. Deve ser horrível! Agora saia daqui, já ordenei. - sua voz estava mais delicada do que nunca...

Cypria deu-lhe as costas e saiu sem pronunciar uma só palavra. Esqueceu os livros no chão.

- Pft. E ainda por cima esqueceu os livros! Amanhã, vou repreende-la de novo!

Mesmo estando há poucos dias no Santuário, Cypria já conhecia todos os atalhos do lugar. Inclusive os que a levariam mais rápido até a Casa das Amazonas, onde estava morando temporariamente.

Rapidamente chegou em casa e encontrou Shina com cara de poucos amigos.

- Vejo que enfim cegou, garota. - falou encostada no sofá.

Cypria não deu atenção a amazona de cobra, tudo o que queria era descansar. Seguiu até a porta do seu quarto e foi barrada por Shina, que mais uma vez apareceu em caminho.

- Não pense que vai escapar de mim, Cypria. - ameaçou.

- O que você quer, hein? Shina? Não vê que o meu dia está muito difícil? Poderia sair da porta? - perguntou calmamente.

Shina sorriu. - Por enquanto não. Primeiro diga-me o que você tem com o meu namorado! - falou irritada.

- Seu namorado? Mas eu nunca falei com o Shura!

- Não! Ele não, estou falando do Máscara da Morte!

- O Máscara da Morte?! Você está com ele?! - lembrou-se do bilhete que recebeu no restaurante, sabia que tinha problemas.

Shina franziu as sobrancelhas e ameaçou mais uma vez: - Fique bem longe dele, viu? Porque eu sei que você está de olho nele. - ela passou uma unha pelo rosto de Cypria. - Muito menos mostrar seu rosto a ele.

- Por...por quê?!

- Porque de acordo com as regras, mostrar seu rosto a um homem significa mata-lo ou amá-lo. - passou a unha com mais força sobre o rosto dela, abrindo-lhe um pequeno corte, igual ao de uma navalha. - E você não vai querer ter um rosto tão bonito retalhado, não vai? Pois eu a matarei se o fizer! - saiu gargalhando pela porta principal, desapareceu num dos atalhos. Marin observava toda a cena, escondida.

Cypria passou a palma da mão no corte limpando-o de seu rubro sangue. Sentou-se na cama e pôs a mão na cabeça. "Mostrar o seu rosto a um homem significa mata-lo ou amá-lo... Haahahahahh!!!", esta frase dita por Shina não lhe saia da cabeça. Ecoava por sua mente cansada. "Ela tem razão...".

Olhou para a máscara e atirou-a na parede. "Acho que ele me viu no restaurante... Mas o pior é que o meu mestre delicado quase tirou a minha máscara! Eu seria obrigada a mata-lo...! Não... eu não conseguiria derrota-lo, sou muito fraca para isso. Amá-lo? Não poderia, pois além dele ser como é, outro já mora em meu coração. Então... eu morreria!!"

- Vejo que está bastante preocupada, menina... - Marin entrou no seu quarto com uma caixa de curativos. Não ligue para ela, é uma invejosa de marca maior!

- Marin... você... - parou no meio da frase e decidiu mudar de assunto: - Humpt. Desde que cheguei aqui no Santuário que preciso dessa caixa de curativos. Às vezes nem eles curam as minhas feridas.

- Eu sei... Sua situação não é uma das melhores... Não gosto muito da idéia de você sentir-se atraída pelo cavaleiro de câncer. Ele não presta para você! - adquiriu uma expressão severa. - É por causa dele que Afrodite te trata mal. Já que o Frô não é tão mal assim...

Aquilo foi como um impacto sobre ela, "O Afrodite gosta de Câncer?!" - Como... como assim?

- Afrodite sabe que você está interessada no Cavaleiro de Câncer, e por isso te trata mal. Ele o ama, e ver você como o seu amor é muito ruim para ele, o machuca.

"Afinal de contas, para que diabos serve essa droga de máscara! Todos sabem de meus sentimentos!!" - Então é isso... eu já esperava.

- Já esperava?! Não entendo...

Na estufa, Afrodite divertia-se transplantando suas mudas novas, daqui a alguns meses teria belas flores para enfeitar sua casa. Ele considera as flores tão lindas quanto ele próprio. "Obras-primas da natureza, assim como eu!", como ele mesmo diz.

- Preciso controlar mais a minha curiosidade... - falou para as plantas. - Ver o rosto de uma aspirante a amazona é algo terrível! E eu teria que agüentar essa mocréia no meu pé... ou então mata-la! O que não seria nada mal... huhuhuhuhhh....

Terminou de ajeitar a última planta nova, e descuidou-se um pouco... - AAAAHHHHH!!!!! QUEBREI UMA UNHA!! NNNNÃÃÃÃÃOOOOO!!!!! Snif... snif...

Continua...

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N/A:

Oiiii!!! Como eu prometi não demorei muito para postar um capítulo... Embora eu não saiba o quanto vou demorar em escrever o próximo... Snif...

Mas, espero que tenham gostado! E mais um clichê: "MANDEM REVIEWS!!!".

Agradecimentos especiais a Madam Spooky, Megawinsone, Sango-chan, Lonestar Karina , por terem comentado o meu humilde fanfic!

Kourin-sama

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