"Afrodite treina uma aprendiza na poderosa arte das rosas, mas será que no final ele conseguirá se separar dela, ao descobrir algo diferente em si próprio?"
As rosas não falam
Capítulo 6 - Encontros Inesperados
"Oh não! Estam me espionando!", afundou na molhando os cabelos por completo. Afrodite pegou algumas pétalas e limpou o rosto da maquiagem básica de todos os dias. "Assim ninguém vai me reconhecer! Mas... quem está no lago também?", olhou para o resto do laguinho, escondido atrás da pedra. Realmente havia alguém ali, a agitação da água denuncia a suspeita.
Do outro lado do lago ele avista a tal pessoa que o espionava. Na verdade fora um exagero, pois a pessoa queria apenas banhar-se na água, numa noite quente, assim como ele. - É uma mulher! - falou baixinho. - "Uma amazona... é... é a Cypria! Ela não pode me ver aqui! Graças a Zeus..." - afundou o corpo dentro d´agua. - "O que ela fazia ali..."
Pôs-se a observar novamente, mas dessa vez bem escondido atrás da pedra. Ela estava do outro lado do enorme lago, que servia de alimento para a enorme piscina do Grande Mestre, embora Afrodite conseguisse vê-la perfeitamente, ela não poderia o ver dali.
Cypria vestia apenas sua máscara e parecia não se importar com a possibilidade de ser observada por alguém, afinal a água estava tão maravilhosa. "Com a minha máscara estou vestida.", pensou. Sentada numa parte mais rasa, ela desmanchava o seu penteado horroroso (uma trança presa no alto da cabeça com uma tiara.) e começou a molhar os seus enormes e ondulados cabelos, que caíam-lhe por sobre o colo e costas. Ela cantarolava baixinho, uma canção desconhecida em grego antigo, talvez de sua família. Sua voz era perfeita, e encantava os ouvidos do cavaleiro de peixes. Cypria continuou a molhar-se na água refrescante e mergulhou rapidamente, emergindo em seguida de costas. Atirou a máscara para perto de onde estavam suas roupas e mergulhou novamente.
"Ela... ela parece uma sereia neste lago...", ele ainda a olhava atentamente, fitava cada movimento da jovem, estava encantado. Talvez porque nunca tenha visto uma mulher na forma a qual ele estava vendo a sua pupila, mas isso nunca havia o interessado. Mas ela naqueles momentos exercia-lhe um fascínio além do comum, como se sua canção, semelhante ao canto das sereias o tivesse enfeitiçado. Continuou a olha-la.
Ainda de costas, Cypria levou as mãos para o alto e jogou aos poucos aquela água maravilhosa sobre si. Percebeu que na água havia uma pétala de rosa... pois esta havia caído dentro de seu olho. "Uma pétala? Não... será que... isso é impossível!! Mas é melhor eu sair daqui..." Saiu do lago, pôs a máscara de volta ao seu rosto, vestiu-se e sumiu rapidamente dali, sem deixar rastros.
Afrodite parecia ter a sua consciência devolvida, mergulhou e também saiu do lago. O resto da noite foi um pouco difícil para ele.
No outro dia... - Bom dia, mestre. - falou Cypria ao encontra-lo no jardim em frente à Casa de Peixes. Ele estava sentando numa cadeira de palha, e com um caderno a mão escrevia algo.
- Bom dia. Hoje você vai aprender a 'germinar flores', assim como eu. - largou o caderno em cima de uma mesinha, e começou a explicação da lição. Como já havia falado antes, as flores poderiam surgir do cosmo, então ordenou que ela passasse o resto do dia treinando, elevando o cosmo. Não é algo fácil para ela, afinal nunca lhe passou pela cabeça que teria um cosmo. Então se pôs a tentar, enquanto Afrodite voltou para sua chaise-longue de palhinha e retomou seus escritos.
De tardezinha, mandou-a embora, e voltou aos seus escritos... "Hum... acho que essa página não ficou muito boa... Melhor refaze-la! Talvez assim conseguirei um dia publicar meu romance.", rasgou a folha de papel, e voltou a escrever:
' - Acho que ontem vi coisas terríveis! - fala o mocinho.' - "Hum... não, não está bom... mas vou continuar!" - '- Aham! Bem, como eu ia dizendo, vi coisas terríveis!! Não sei porque fui me banhar naquele lago. Era melhor eu ter voltado direto para casa... - parou por alguns minutos e continuou. - Bem, eu... eu... a vi sem... bem, você sabe... Da mesma forma que eu vejo a minha estátua da Deusa Afrodite.' - "Como eu posso conversar com os meus próprios manuscritos! Isso é loucura!!" - o lápis parecia exercer força sobre sua vontade, continuou. - 'Aham! Voltando, sem dúvida foi uma experiência pela qual nunca passei na vida. Espero que nunca mais eu veja essas coisas... ai ai... até que ela é bem feita de corpo. Tem uma bunda bonita, cintura perfeita, pele alva... lembrou-me uma escultura grega, majestosa em sua beleza. Seios que tenho quase certeza cabem como luva nas minhas mãos... Infelizmente não vi o seu rosto, embora não precisou mais que isso para que eu ficasse... bem... excitado e quase...' - ele parou subitamente, releu o texto e exclamou: - Por Zeus! O que estou escrevendo! Não era isso que eu deveria redigir, não está na minha histporia yaoi! Que horror...!
Afrodite jogou as folhas de 'seu romance yaoi' e tacou fogo nelas. Eram muitas folhas, porque com a letra grande, tende a gasta-las demais. De repente alguém entrou em sua casa. E falou afobado: - Afrodite, está louco?! A Grécia já faz um imenso calor e você ainda fica ascendendo fogueira na sua casa! - protestou o morador da décima primeira casa, Camus de Aquário.
- Camus?! O que você está fazendo aqui?! - exclamou surpreso.
- Vim apagar este fogo que está infestando a minha casa de calor, e eu odeio isso! - ele apagou o fogo, e saiu de lá deixando Afrodite boquiaberto.
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- Aaaaiii!!! Marin! Esse soco me machucou! - falou esfregando a barriga.
- Porque você não se defendeu? - perguntou a amazona de Águia.
Cypria deu de ombros, fazendo a amazona dar um tapinha na testa. - Vamos tentar de novo, você me soca e eu me defendo, daí você observa como eu faço!
- Tudo bem. - cerrou o punho, respirou fundo e levou a mão em direção a Marin, fechou os olhos. Não escutou nada, apenas um estalo e uma risada familiar... - Aioria!
- Eu não poderia deixar que você batesse na minha Marin... - falou em tom de brincadeira. - Mas assim nunca vai aprender, Cypria!
Ela pôs a mão na cabeça. - Eu sei. Na verdade eu não quero aprender, mas é Athena que ordena, caso contrário não posso concluir o treinamento.
- E cadê o Afrodite, ele deveria lhe ensinar a lutar!
- Ele disse que nunca iria ensinar luta a ela. Não sei porque... Então pediu para que eu a ensinasse. - falou Marin. - "Só pode ser para não ter um treino físico com ela... heheh..."
- Ele está muito estranho ultimamente, er...mais delicado... - sorriu. - Posso assistir ao treino?
- Claro! Só não zombe de mim, hein? - falou Cypria. - Vou tentar de novo, Marin.
As horas se passaram rápido, o dia estava muito quente e seco, o verão se aproxima com rapidez. Já havia alguns meses que Cypria estava treinando com o Cavaleiro de Peixes, ela já conseguia 'produzir algumas flores', que eram muito frágeis e logo murchavam, ainda tinha muito trabalho pela frente. Ela já tinha se acostumado com o Santuário, e com as mudanças de humor do mestre, que de uns dias para cá, estava mais sociável...
- Pronto! Cypria por hoje é só! Estou exausta! - desabafou Marin, sentando-se do lado do namorado.
- Eu também.
- Comprei umas pizzas (aquelas massas que precisam ir ao forno, pré-prontas) hoje de manhã, vocês querem fazer um lanche na minha casa? - perguntou Aioria. - E... como eu não sei cozinhar vocês poderiam assar as pizzas para mim? Que tal?
As duas olharam-se incrédulas, e Marin falou: - E porque nós deveríamos cozinhar para você, Aioria?
- Sei lá... ouvi dizer que você sabe cozinhar muito bem, Cypria. E Marin eu amo sua comida tanto quanto amo você!
- Hum... sendo assim, nós vamos, mas não vou demorar.
Os três dali e seguiram para o Templo de Leão, que era uma construção imponente formada por uma bela fachada e duas majestosas estátuas de leão, que lembram muito esfinges. Uma casa imponente, grande e forte assim como o guardião dela. O sol quase se punha no horizonte, os pássaros voam pelo céu em bando, enfim perfeito, exceto por:
- Aioria, o que você fez com as estátuas? Estam com cabelo! - perguntou Marin apontando para os leões, que estavam com algo estranho e meio pegajoso na 'juba'.
- Realmente... - passou o dedo e cheirou. - É caca de passarinho!
Os três riram em conjunto, e entraram na Casa de Leão. Uma sala modesta, mas cheia de personalidade. Cores exóticas e quentes, muitas fotos de Aioria, e um certo toque feminino (Marin), aconchegante. Cypria sentou-se no sofá e Marin foi até a cozinha.
- Cypria, você não vem me ajudar? - falou de volta.
- Hã?! Sim, estou indo!
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- Aha! Está aqui! Eu sabia que não o havia perdido!! - pegou um pesado e empoeirado livro de páginas pretas entitulado: "Livro dos Feitiços". - Agora só preciso achar a receita certa!
Ele estava nos fundos da sua estufa, agora transformada em laboratório (?), folheava o livro devagar observando cada receita. Parou na página certa.
- "timo! Eu tenho os ingredientes! E as rosas raras também! - deu pulos de alegria. Embora tenha fechado a cara ao perceber que não tinha o ingrediente principal: 'uma peça íntima da vítima".
"E agora?", pensou desesperado. - Tenho que conseguir custe o que custar!! Até roubo se for preciso, mas farei esse feitiço! Huhuhuhuuhhaahh!!! - coçou a pintinha debaixo do olho.
- Pronto Aioria suas pizzas estam aqui! - Marin entregou-o um prato com vários pedaços de pizza, vários sabores.
Ele pôs-se a comer, tinha uma fome de leão, hehehh... Cypria observou os dois namorados e percebeu o quanto a sua presença importava ali, quase nada na realidade. "Acho que estou sobrando aqui... faz tempo que não tenho um namorado..."
Ela saiu da casa de leão, queria tomar um ar, sentia-se sufocada, sentou na entrada da casa, num degrau.
Já era noite, as estrelas brilhavam com bastante intensidade, sentiu uma brisa fria percorrer o seu corpo, arrepiou-se. E como se suas súplicas tivessem sido atendidas, escutou uma voz familiar:
- O que faz aqui? - um vulto sentou-se do seu lado.
- Não sei, estou observando as estrelas, talvez. Espero a Marin, que está dentro da casa de leão.
- Huhahaah!! Talvez ela só saia de lá amanhã... - apontou para a casa atrás deles.
Cypria se levantou limpando a calça. Ele a observava vidrado. - Então, é melhor que eu vá para a minha casa! Até mais... - virou-se, desceu um ou mais degraus e sentiu que alguém havia puxado o seu braço.
- Espere! Não é bom que você ande sozinha pelo Santuário, aqui é um lugar muito perigoso! Io te levo até tua casa, capiche? - falou o prestativo (?!) cavaleiro de Câncer, no seu melhor sotaque italiano.
"Sim...", ela assentiu com a cabeça. Puxou seu braço de volta, soltando-o da mão de Máscara. "Ele tem muita força..", passou a outra mão por cima de onde ele pegou, estava dolorido.
Desceram as escadarias da frente da Casa de Leão e logo chegaram no quintal da Casa de Câncer.
- Por que o seu nome é Máscara da Morte? - perguntou.
Ele limitou-se a gargalhar, assustando-a. "Que homem estranho... não é à toa que o chamam de psicopata... Será... será que ele vai me matar?! Não...". Entraram na Casa de Câncer e...
- Ai, credo! Ta cheio de... de cabeças aqui! AAAHHHHH!!!! - com o susto pulou em cima do cavaleiro.
- Hu há há! Estás ficando muito tempo do lado do Afrodite, até os gritos dele você sabe fazer... - as cabeças sumiram das paredes. - É apenas uma ilusão. Ma chamam de Máscara da Morte por causa da minha casa, desses rostos, são as pessoas que eu matei. Meu nome é Carlo.
- Ainda bem que é uma ilusão, é uma decoração terrível...
Aos poucos ele vai se aproximando dela, empurrando-a contra uma pilastra. Tocou-lhe a máscara. - Mas dentre todos os rostos da minha casa, o único que eu gostaria ver é o seu, Cypria...
Seus olhos pareciam exercer um grande fascínio sobre ela, e realmente o faziam. Permaneceu estática enquanto ele aproximou o rosto do seu, ainda encoberto pela máscara. Desceu e beijou o seu pescoço subindo e parando no início do queixo, puxou levemente a máscara com a ponta dos dedos. Com o braço do cavaleiro em volta de sua fina cintura, não podia se soltar, não permitia que desgrudasse dele um só segundo. "Ai, e agora? Vou ter que dar para ele... quero dizer, ou melhor, pensar tenho que enfrenta-lo e ganhar... mas eu posso...". Ela levantou a perna com toda a sua força e atingiu-lhe o sac... (esta fic ainda possui um certo respeito.) quero dizer 'os países baixos'...
Ele afastou-se dela e levou as mãos até lá, soltou um grito de dor. Cypria socou-lhe as costas e chutou-lhe a canela, ele caiu no chão, gemendo:
- Sua maledetta, chutou o meu sac... - desmaiou. Ela correu para a saída da Casa de Câncer. Tirou a máscara e limpou as lágrimas, tinha certeza de que ninguém a veria ali...
Afrodite estava escondido no quarto de Máscara, ele tinha ido até lá aproveitando que o cavaleiro estava fora de casa, para roubar a 'peça íntima do feitiço'. Sua roupa de ninja rosa-choque contrastava com a decoração macabra de Máscara da Morte, era uma roupa especial para que ninguém o vice.
Ouviu os gritos de Máscara da Morte, e para não ser pego com 'a mão na botija' procurou uma forma de fugir dali, só havia um meio pulando a janela. Pulou e corre dali o mais depressa que pôde.
A noite estava clara e estrelada, mas de repente ficou escura. Talvez porque as nuvens tivessem encoberto o intenso brilho das estrelas... Mas não elas ainda enfeitam o céu do Santuário. Quem sabe a conta de luz não foi paga corretamente pelo Grande Mestre, ou um simples apagão promovido pela concessionária de energia elétrica que abastecia a imensa terra santa. A escuridão predominou naquela hora.
"Droga agora não sei para qual lado seguir... NÃO DÁ PRA ENXERGAR!!!", ele seguia meio cambaleante arrodeando a casa de câncer. Num certo ponto, tropeçou numa pedra em falso do piso e caiu.
Contudo não caiu no chão, caiu por cima de algo, algo fofinho em sua mão direita. Seus lábios também tocam algo fofinho, trêmulo até, embora seus dentes tenham batido em algo furo, uma pedra (?). Sua mente logo processou a resposta, ele havia caído por cima de alguém, ou melhor, uma mulher! Sua mão apalpava um seio dela e seus lábios... Beijava-lhe. Ele deu um pulo para trás e manteve-se distante dela, levou a mão à boca, tampando-a.
- Quem está aí? - perguntou.
- Hã?! É você, Cypria?
- Mestre? - fez uma pausa, pôs a máscara de volta. - Onde você está?
- Estou aqui! Mocréia. - seguindo o som da sua voz, ela o encontrou e pegou em sua mão.
- Que bom que você apareceu... Não gosto de andar sozinha no escuro.
- E o que você está fazendo aqui, não deveria estar em sua casa? - ele tentou soltar sua mão, mas ela segurava com força. - "Mocréia grudenta... grr...".
- Eu estava com a Marin, mas aí ela está demorando muito, daí estou indo para minha casa. Mas como está muito escuro, tenho medo de ir até lá sozinha... vai comigo? - ela agarrou o seu braço.
- O quê?! Eu nunca... tudo bem, mas desgrude de mim! - "Grr... mais essa agora, só porque não quero que você veja o meu Maskinha..." - Tem um degrau aí, cuidado. Se você se esborrachar eu não vou te socorrer, mocréia.
Depois de passar pelas casas restantes, enfim chegaram até a casa das Amazonas, onde Cypria morava. As luzes voltaram a funcionar e a clarear a noite. Ela abriu a porta e antes de entrar:
- O.O! Que roupa é essa?! Hahahahh!! - perguntou apontando para Afrodite.
- Humpt. Não ria de mim, baranga! Não é da sua conta! - falou irritado.
- Acho que fica ótima nos Festivais de Baco, depois que todos bebem demais, usam fantasias...
- Antes de falar de mim olhe para você mesma, mocréia! Não há pior gosto em roupas que o seu... Até mais. - ela fechou a porta na cara dele que saiu rindo.
Ela olhou-se no espelho de seu quarto, e percebeu que estava um pouco corada. Penteou os cabelos, pôs a sua roupa de dormir.
"Eram os lábios dele... que horror! É o meu mestre e uma bichona, ainda por cima... Mas pelo menos eu me livrei do Carlo... por hoje. Mas uma coisa me intriga... qual era o sabor... rosas?!"
Continua...
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N/A:
Oiss... A cena do laguinho foi um bonûs... hehehh... É difícil imaginar que o nosso Frô ficaria... bem... vocês sabem... huhuh huhh... vendo uma mulher tomar banho...
Será que está mesmo cada vez mais dificil, ele ter um conserto? Hum... acho que não.. tudo é possível.
Bem, sou tão boa em Italiano, por isso perdoem-me!! Na verdade não sei nem se quer escrever em italiano... tentei..
Agradecimentos especiais para as leitoras assíduas, Megawinsone, Madam Spoky, Meliane, Yoshino, e obrigado a todos que lêem a fic...
Kourin-sama.
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